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Em entrevista ao Real Time, Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals, explicou a compra da Mineração Serra Grande por US$ 76 milhões e detalhou os planos da empresa para ampliar a produção, reduzir custos e manter o foco em sustentabilidade. A mina produz ouro em Crixás-GO.

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Transcrição
00:00A Aura Minerals anunciou a aquisição da mineração Serra Grande que produz ouro em Crixás, Goiás.
00:06A venda foi feita pela Anglo Gold Ashanti por 76 milhões de dólares.
00:11Para falar mais sobre essa aquisição, eu converso neste momento com o Rodrigo Barbosa, que é CEO da Aura Minerals.
00:17Rodrigo, bom dia para você. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:21Bom dia, Marcelo, e a todos que estamos assistindo. Um prazer estar aqui com vocês.
00:25O prazer é nosso. Fala para a gente qual é a estimativa de retorno sobre o investimento dessa aquisição que vocês fizeram da mina Serra Grande.
00:33A gente sempre procura retornos acima de 20% em dólar nos nossos projetos.
00:40Então, no Serra Grande, a gente tem ainda uma série de engenharia para ser feita.
00:44Nós vamos fazer uma série de otimizações em produção, em custo e na parte de biologia,
00:48para que a gente possa alcançar, inclusive, valores superiores a esses 20%, que é o que a gente tem feito.
00:52Quando a gente vê o que a gente já conseguiu de retorno sobre o projeto Almas, Borborema e os outros que a gente está operando,
00:59mostra que a Aura pode, sim, acessar retornos até acima dos 20%.
01:02Além do pagamento inicial de 76 milhões de dólares, como é que a Aura avalia essa participação de 3% sobre os retornos líquidos de fundição?
01:12Esse aí é um pagamento diferido, em que a gente compartilha os riscos do negócio junto com o vendedor.
01:19Então, à medida que a gente avançar na produção, 3% das nossas produções será compartilhada aí com eles.
01:26A empresa, a Serra Grande, tem operado historicamente em 80 mil onças, uma onça perto de 30 gramas.
01:3580 mil onças hoje daria uma receita cerca de 250 milhões de dólares.
01:40Então, essa tem sido a receita gerada pela mina anualmente e a gente ainda vai trabalhar bastante para conseguir elevar essa produção,
01:47reduzindo o custo, podendo até dar um retorno maior para a própria ângulo.
01:52Você acha que tem espaço para aumentar a produção? Qual que é a estratégia de vocês?
01:56Essa é a nossa estratégia. É a gente otimizar a mina, otimizar a planta, conseguir aumentar a produtividade,
02:02e conseguindo os dois pontos importantes, aumentar a produção e reduzir o custo.
02:08É uma mina que vem com seus custos aumentando ao longo dos últimos anos e a gente vê, com a abordagem da Aura,
02:14uma empresa menor com maior foco, a gente conseguir ter esse ganho de produtividade,
02:18que vai aumentar a produção e reduzir o custo.
02:21Como é que está a questão de sustentabilidade dessa mina que vocês compraram?
02:24Eu sei que para extrair ouro, a gente acaba extraindo junto uma tonelada de cascalho, não é isso?
02:30Como é que vocês lidam com esse resíduo?
02:34Ali é uma mina que já passou para a filtragem a seco.
02:38Então, em geral, lá é uma mina underground, em geral, a Aura opera com um grama, um grama e meio de ouro por tonelada de minério,
02:46que é o que você comentou aí do cascalho.
02:48Na mina de Serra Grande, ela é um teor maior, porque é subterrâneo, e isso você consegue ser mais seletivo,
02:55vai variar de 2,5 a 3,5 gramas por tonelada.
02:58Então, você processa esse material, são plantas de altas tecnologias para você capturar o ouro,
03:04e depois o material, ele não é mais colocado em barragens, ele é secado e depois empilhado em uma região,
03:11às vezes no próprio lugar que foi tirado.
03:14Essa questão da sustentabilidade é uma demanda crescente da sociedade para com as mineradoras.
03:20O que você acha que mudou no seu negócio nos últimos 10, 20 anos em relação à sustentabilidade?
03:26Acho que é um setor que tem que estar sempre preocupado, a gente tem interferência com a natureza,
03:30tem interferência em alguns momentos com comunidades locais,
03:33então você tem que estar atento a gerar valor para todos.
03:37A gente tem sempre que falar Aura 360, aonde a gente vai, a gente quer gerar valor.
03:40Para a companhia, para os empregados, para as comunidades e para o meio ambiente.
03:43Vou dar um exemplo, Marcelo, de como uma mineradora pode contribuir para a melhora do meio ambiente,
03:50é o que a gente está fazendo hoje em Borborema, por exemplo.
03:52Uma planta que a gente acabou de investir, que está fazendo o ramp-up, está em períodos de ajuste de produção.
03:57Lá, todo o consumo de água que a gente vai ter, 100%, vai ser de água de resíduos sólidos da cidade,
04:04que estava antes, não tratava esses resíduos, ia para os rios ou poluindo a natureza.
04:08A gente vai tratar, uma parceria junto com o Estado, tratar esses resíduos.
04:12E 100% da água que a gente vai utilizar na mina é água reciclada de resíduos sólidos.
04:19Então, a gente não só não compete com a população por água limpa,
04:23como a gente vai tratar a água de resíduos da cidade, de burrais novos.
04:27Agora, de maneira geral, como é que vocês encontraram a questão empresarial mesmo,
04:33a questão de gestão, e aí eu incluo também a questão sustentável dessa mina que vocês adquiriram?
04:41Ali é uma mina que já opera há 30 anos, é uma mina que já está bem estabilizada.
04:46A Anglo tem uma reputação de cuidar bem dos ativos, de cuidar bem dos seus acordos com o meio ambiente,
04:52com a Agência Nacional de Mineração.
04:54Então, foi condição da negociação, inclusive, a gente concluir a aquisição que está programada para julho e agosto,
05:01e eles terminarem de descaracterizar a barragem, que já não está funcionando há alguns anos,
05:06mas precisa de alguns finais trabalhos para que ela possa ser colocada lá como a não mais ativa.
05:11Então, essa transição deve ocorrer entre julho e agosto, que é quando a gente entra,
05:15e vamos manter todo o cuidado com a natureza e até melhorar quando a gente achar a oportunidade.
05:21Bom, falando de negócios, a Aura está num momento muito bom na Bolsa de Valores, valorização de 200% em 12 meses.
05:28Eu queria que você falasse um pouco para a gente o que os investidores podem esperar do futuro da empresa,
05:33para quem está pensando em comprar ações de vocês, por exemplo.
05:37Marcelo, a gente vai continuar com a mesma agenda estratégica que a gente tinha em 2020,
05:41quando a gente fez o IPO no Brasil.
05:42E eu vou só relembrar, porque ela é importante, porque ela é exatamente o que a gente vai continuar fazendo isso no futuro.
05:47Nós vamos gerar valor aos nossos assumistas por três grandes vertentes.
05:51Número um, executar os projetos Greenfield, que estão na nossa carteira, on time, on budget,
05:56ou seja, dentro do prazo e dentro do budget.
05:58A gente já fez Almas, está fazendo Borborema, ainda tem Matupá,
06:01recentemente adquirimos também a Iuera Dourada, a Bluestone na Guatemala.
06:05Então, a execução desses projetos vai gerar valor.
06:08Dois, nós vamos aumentar a quantidade de recursos e reservas,
06:11a quantidade de ouro que a gente conhece ao redor das nossas minas,
06:14investindo mais em exploração.
06:15Então, isso acaba aumentando bastante a vida útil das minas.
06:19Três, é a gente continuar crescendo através de aquisições,
06:23como a gente fez com a Guatemala e recentemente fez com o Serra Grande.
06:26E tudo isso, Marcelo, combinado a um bom pagamento de dividendos.
06:30Se você olhar também nos últimos quatro anos,
06:33além de termos implementados projetos, além de termos feitos aquisições,
06:37também pagamos dividendos importantes para os nossos acionistas.
06:402021, 11%.
06:422022 e 2023, com recompra de ações, 6% cada ano.
06:46E nos últimos 12 meses, foram 11% de retorno aos acionistas
06:50através de dividendos e recompra de ações.
06:52Gostaremos e planificamos continuar crescendo,
06:56pagando dividendos, que é a nossa meta,
06:59o nosso regulamento é uns 20% do EBITDA, menos o CAPEX recorrente.
07:04Agora, eu queria te fazer uma pergunta,
07:05que talvez não seja especificamente sobre a Aura,
07:07mas sobre o setor de mineração no Brasil como um todo.
07:10Como é que você está vendo aqui no Brasil a exploração dos minerais críticos agora
07:15e também de terras raras e de minerais que são cada vez mais demandados
07:20pela indústria da tecnologia?
07:23Marcelo, eu vejo o Brasil como um dos grandes potenciais de mineração no mundo
07:28para crescer dentro de um ambiente de altíssima sustentabilidade.
07:32Número um, o Brasil é muito grande e a gente conhece pouco dos recursos reservas.
07:37Ainda que a gente conhece pouco, já é uma potência no setor de mineração.
07:40Veja aí a Vale como um bom exemplo do potencial do Brasil.
07:44Só que a gente ainda conhece 25%, 30% só do território.
07:48Então, ainda há muito a ser descoberto.
07:50Outra coisa que é importante no Brasil é que
07:52ele tem uma estabilidade institucional ao longo das últimas décadas
07:57que dão segurança para os investidores estrangeiros e nacionais
08:00investir mais no setor.
08:01E três, Marcelo, que eu acho que é muito importante colocar,
08:06o Brasil tem uma escola de mineração muito forte.
08:11Os técnicos de mineração, os engenheiros de minas,
08:14são muitos, de formação muito boa no Brasil,
08:18profissionais de altíssima qualidade que têm condições de levar esse setor
08:22a dar mais passos aí para frente.
08:24Claro, sempre respeitando os mais altos padrões de sustentabilidade,
08:27inclusive, como eu comentei, podendo contribuir para a melhora do meio ambiente
08:32e não ter qualquer tipo de impacto negativo.
08:34A Aura tem interesse também em minerais como o lítio, como terras raras?
08:39Não, a gente está, no momento, focado em ouro
08:42e temos também um pouco de produção de cobre.
08:45Tá certo.
08:46Os nossos investidores estão olhando, estão querendo essa exposição na Aura.
08:50Tá certo.
08:50Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals.
08:53Muito obrigado pela participação hoje aqui no Real Time.
08:55Boa tarde para você.
08:56Tá ótimo, muito obrigado.
08:58Até logo.
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