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O governo de Portugal informou que vai notificar quase 34 mil pessoas que tiveram pedidos de residência negados para deixar o país voluntariamente ou à força. Segundo informações, mais de 5 mil brasileiros fazem parte do grupo. Deysi Cioccari e José Maria Trindade comentaram.

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Transcrição
00:00Nós temos mais informações ao vivo nesta manhã com a nossa reportagem.
00:03Isso porque em Portugal, cerca de 34 mil pessoas serão notificadas para deixarem voluntariamente o país.
00:11Entre os estrangeiros, mais de 5 mil são brasileiros.
00:15A repórter Danúbia Braga está com a gente, tem informações ao vivo a respeito desse assunto.
00:21Danúbia, quais são os próximos passos após o recebimento dessa notificação?
00:27Bom dia pra você e bem-vinda.
00:30Oi, Nonato. Bom dia pra você, Soraya. Bom dia a todos.
00:34Olha, de acordo então com o ministro da presidência, Antônio Amaro, é preciso então,
00:41são 20 dias pra que essas pessoas que forem notificadas deixem o país de forma voluntária.
00:47Caso elas não façam isso, aí sim o governo português pode dar início ao processo de expulsão.
00:54A maioria desses mais de 34 mil pessoas que vão ser notificadas são os indianos, em torno de 13 mil e 400 indianos, seguidos dos brasileiros, que são 5 mil e 300 aproximadamente, e depois os bangladeses, com 3 mil e 700 imigrantes.
01:13Ainda de acordo então com Amaro, a Agência para Integração, Migrações e Asilo chega a notificar por dia 2 mil imigrantes.
01:23Em pouco mais de um mês, o número de pedidos ali pra residência que foram negados ultrapassou as 2 mil notificações.
01:32Então uma rejeição em torno de 18%.
01:34Então essas pessoas que vão ser notificadas vão ter até 20 dias pra sair do país de forma voluntária.
01:41Caso não façam isso, aí pode dar início a um processo de expulsão.
01:45Volto com vocês.
01:47Obrigado, Danúbia Braga, atualizando pra gente essas informações e assunto pra gente convocar aqui também os nossos analistas de hoje,
01:53Deise Siocari e José Maria Trindade.
01:56Vou começar contigo agora, Zé.
01:58À medida em que a gente tem esse movimento também nos Estados Unidos, de uma maneira menos formal do que o que está acontecendo em Portugal, por exemplo,
02:07Tivemos também já a Itália cercando a sua cidadania, pra que nem todo mundo que pede cidadania consiga mesmo essa cidadania.
02:16O mundo está se fechando um pouco mais ou apenas preservando suas necessidades, José Maria, cada país?
02:23Pois é, houve um momento que o grau de globalização de produtos chegou a um ponto que pensaram aqui em Brasília
02:32na possibilidade de propor uma globalização do ser humano, ou seja, seria só uma formalidade você pertencer a algum país, né?
02:40Mas agora o sentido contrário é o que está mandando, é o fechamento de fronteiras.
02:47Eu tinha um contato muito bom aqui com o embaixador de Portugal no Brasil, que por acaso se chama Cabral,
02:52e ele me dizendo que se assustava com as pessoas que o procuravam para migrar para Portugal.
03:00Ele assustava porque os altos salários e a carinha de novo, né?
03:04Aposentados novos no Brasil.
03:06Aí eu dizia, olha, embaixador, isso não é a realidade do Brasil.
03:10Essa história de aposentado em alto salário com carinha nova é coisa de Brasília.
03:14Primeiro por ter acesso ao embaixador para pedir uma ida para o país.
03:19Normalmente o brasileiro não tem esse acesso.
03:22Então essa primeira leva foi de pessoas aposentadas, de boa renda, né?
03:28Ou que tem a renda no Brasil, ricos, foram para Portugal.
03:32Chegaram a um ponto que inflacionaram o mercado imobiliário.
03:36As casas ficaram caras em Portugal porque os brasileiros estavam comprando boas casas.
03:40E depois o fluxo aumentou e aí começou a ameaçar a mão de obra.
03:46Foram tantos brasileiros em Portugal que, ironicamente, é claro, só ironicamente,
03:51eles diziam que Portugal, na verdade, era a colônia do Brasil.
03:55Inverteu o processo.
03:56E aí os portugueses chamando os brasileiros de brazuca,
04:00e os brazucas começaram a aderir a esse nome também e assim por diante.
04:04E virou uma convivência que, em certos momentos, é uma convivência tensa, né?
04:09Porque vários setores migraram.
04:12E agora a reação de Portugal, né?
04:14Então quem não está legal em Portugal, e foi fácil conseguir ficar em Portugal definitivamente.
04:20Muita gente vai para lá por conta de segurança, é europeu, né?
04:24Mas agora eu acho que esse movimento de fechar fronteiras tem que chegar também no Brasil
04:30e analisar o que está acontecendo no mundo e fazer aqui a contrapartida.
04:34Nos últimos anos, né, Deise, a gente viu, de fato, muitos brasileiros indo para Portugal, né?
04:41Tentando mudar de vida justamente por essas políticas mais flexíveis.
04:45E agora esse movimento inverso, né?
04:49O que essa nova medida revela sobre as políticas imigratórias?
04:55Soraya estima-se que 40% da população estrangeira que vive em Portugal é brasileira, né?
05:02E essa saída, essa expulsão, ela tem um apelo muito mais simbólico do que até geográfico, né?
05:10Se a gente for parar para olhar e analisar, Portugal sempre foi um elo cultural entre a Europa e a América Latina.
05:18Então, como o Zé Maria falou, muitos brasileiros iam morar lá justamente por essa ligação, principalmente em relação à língua.
05:25E o que a gente vê agora é uma recalibragem da política externa portuguesa.
05:32Então, ela passa a adotar medidas retaliativas nessa expulsão dos imigrantes
05:38e ela parte para uma lógica doméstica que o Zé Maria pontuou rapidamente aqui na fala dele,
05:44que é a questão da pressão urbana, dos aluguéis, da seguridade social, da própria segurança e do mercado de trabalho.
05:51Isso acaba impactando e a gente tem visto essas mudanças, inclusive em outros países da Europa,
05:56quando eles apelam um pouco mais para a nacionalidade, tem muito a ver com essa pressão urbana
06:02por causa dos estrangeiros nos países, né?
06:06Então, Portugal acaba recalibrando essa lógica doméstica e passa também a adotar um nacionalismo mais forte
06:11que tem acontecido com muita frequência na Europa, né?
06:14Então, essa volta de 5 mil brasileiros, ela é muito mais do que aplicar uma lei, né?
06:21Ela tem um gesto simbólico muito forte aí.
06:24Por outro lado, o Brasil me parece muito hesitante na questão da diplomacia e na questão da reação, né?
06:32Deveria, de novo, como o Zé Maria falou, ser mais enérgico, ser mais pontual e reagir,
06:36mas até agora, silêncio, né?
06:38Vamos esperar aí o que vai acontecer, mas é uma lógica que tem dominado a Europa esse retorno ao nacionalismo.
06:46Zé Maria, agora tem também o seguinte, né?
06:48A gente está num mundo que está em conflito em várias regiões,
06:52consequentemente aperta as economias também, tem todo esse enredo.
06:57Por outro lado, como é que a gente vai recepcionar aqui no Brasil essas pessoas que foram para fora,
07:03muitas vezes em busca de uma vida melhor?
07:05Vários já retornaram também dos Estados Unidos, nós acompanhamos.
07:09Pessoas endividadas, inclusive, porque gastaram dinheiro para ir para lá e acabou batendo e voltando.
07:15É possível a gente dar uma boa recepção para essas pessoas aqui?
07:18Tem espaço para todos esses que saíram, Zé?
07:21É, o mercado está bom.
07:23O mercado está bom aqui no Brasil, mas não mercado de qualidade.
07:26Quer dizer, o desemprego está em queda, mas a qualidade do trabalho por aqui não está boa.
07:31E também a insegurança, que é um dos principais pontos que fazem os brasileiros saírem daqui, não está bem, né?
07:38Mas existem três tipos de imigrantes em Portugal.
07:42Existem alguns ricos, brasileiros ricos, que foram para lá em busca de melhor qualidade de vida.
07:48Esses são muito bem aceitos lá, tranquilos.
07:50E tem um médio que tem condições de ficar sem trabalhar, ou estudando, ou vivendo de renda.
08:00Agora, o que eles não querem é o trabalhador comum que vai disputar o mercado lá com os portugueses.
08:06O que é preciso, Nonato, é o Brasil entender que essa é a nova realidade.
08:11Me dizem os deputados e senadores da fronteira do Brasil, ali com Venezuela, que é um desacerto.
08:17Pacaraima recebe um milhão de venezuelanos.
08:22Alguns vão para o interior do Brasil, outros ficam lá.
08:2580% dos partos de Pacaraima na maternidade são de venezuelanos.
08:31Eles estão com o Bolsa Família, eles estão usando os meios públicos lá, SUS, escolas.
08:38Então é preciso calibrar isso no Brasil também.
08:41E você vê que essa medida pode, de alguma forma, afetar a relação de Portugal com o Brasil e vice-versa?
08:47Com certeza, né, Soraya?
08:49Como a gente está falando aqui, é uma relação diplomática que acaba criando conflitos aí.
08:54Expulsão de 5 mil brasileiros, que representam 40% da população estrangeira de um país.
08:59Isso não é pouca coisa, né?
09:01Mas o que me parece agora é que o Brasil, ele não sabe o que fazer diante disso.
09:06A diplomacia brasileira está hesitante.
09:09E aí, pegando até um gancho no que o Zé Maria estava falando aqui, o Estado brasileiro, ele acaba falhando muitas vezes.
09:17Porque esses brasileiros que foram para Portugal, muitos deles não foram simplesmente para ter uma vivência internacional, mas por necessidade.
09:24E aí eles encontram na volta um Estado que não tem um projeto para acolher, um projeto de reintegração.
09:31Então, num cenário em que o Brasil ainda perde protagonismo internacional,
09:36eu acho que essa questão diplomática, ela fica muito séria e o retorno desses brasileiros também.
09:42Ou seja, o Estado brasileiro, ele não protege os seus cidadãos nem aqui, nem lá.
09:47Então, eu acho que o Brasil ainda tem um projeto de reintegração.

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