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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, aposta na pressão da sociedade por mais transparência para convencer os ministros a aprovarem um código de ética e conduta na Corte. Segundo informações da Folha de S. Paulo, a proposta se inspira no modelo alemão, que prioriza a divulgação de dados, como valores recebidos em palestras. Apesar disso, a iniciativa enfrenta resistência interna, em meio a tensões entre o Judiciário e o Congresso.
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NotíciasTranscrição
00:00Tem um outro tema que envolve também o judiciário, porque o presidente do Supremo, o Edson Fachin,
00:06ele aposta na pressão da população que cobra transparência para convencer os ministros
00:12a aprovarem um código de conduta e ética na corte.
00:16O magistrado teria se inspirado no modelo alemão, que privilegia a divulgação de dados
00:21ao invés de códigos europeus que dão ênfase às proibições, justamente para quebrar
00:26as resistências dos colegas.
00:28Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, os ministros não devem se opor publicamente
00:34a algumas questões, como a divulgação de valores recebidos em palestras ou eventos,
00:39em razão do fato de intensificarem a cobrança de transparência dos parlamentares na execução das emendas.
00:46Ainda assim, a ideia de um código de conduta provocou queixas e resistências de integrantes do Supremo,
00:52que viram a medida como uma exposição desnecessária dos ministros em um momento de reação
00:58do Congresso contra o Judiciário.
01:01Você, Roberto Mota, aposta do presidente do Supremo, ele entende que a pressão popular,
01:07a pressão externa pelo código de conduta pode ajudar os ministros entenderem que esse é o caminho,
01:14que não dá para brigar contra a implementação desse código.
01:18Eu vejo isso com estranhamento, Caniato, porque um tribunal, ainda mais o tribunal que está no nível mais alto,
01:30o tribunal constitucional, não deveria se guiar movido por pressões externas, pela opinião pública.
01:38Os tribunais têm que fazer o que é certo, o que está previsto na lei e na Constituição.
01:45Eu acho que por trás dessa questão tem um problema essencial,
01:52que eu vou resumir da seguinte forma.
01:54Alguns ocupantes de cargos no Estado desempenham funções que são tão importantes, tão críticas,
02:04que eles não deveriam ter nenhuma outra ocupação remunerada.
02:10E aí é preciso pensar se essa afirmação que eu fiz faz ou não faz sentido para as pessoas.
02:16E a imagem que me vem à cabeça é a seguinte, imagina que eu sou um alto funcionário do governo,
02:22federal, estadual, municipal, e eu sou encarregado de fiscalizar,
02:28de fazer a fiscalização sanitária de bares e restaurantes.
02:32Sou eu que digo se o restaurante pode abrir, fechar, se está tudo certo.
02:37Será que eu posso ser remunerado por palestras que eu dou para eventos patrocinados por bares e restaurantes?
02:47Ou será que eu, aceitando isso, eu dou a impressão de que eu posso ser influenciado?
02:53De que aquele bar que me contratou para dar uma palestra no evento dele,
02:57ele tem menos probabilidade de receber uma fiscalização?
03:02E a mesma coisa vale para os meus parentes próximos.
03:04Será que o meu filho pode ter uma empresa especializada em ajudar bares e restaurantes
03:12a sobreviverem à fiscalização?
03:14Se eu sou o chefe da fiscalização, de novo, se contratarem o meu filho,
03:20isso pode ser uma forma indireta de tentar influenciar a minha opinião.
03:25Eu acho que essa é a pergunta essencial.
03:27Qual é o problema de responder essa pergunta?
03:30Você, Bruno Moza, as discussões em torno desse código de conduta, de ética,
03:45aposta do presidente do Supremo que a pressão popular poderia ajudar os ministros entenderem que esse é o caminho.
03:52Eu já comentei no dia que saiu isso lá no 3 em 1 e eu vou muito na linha do que o Mota falou.
03:57Se nós precisamos ter um código de conduta para dizer o que é ético e um comportamento óbvio e normal,
04:05é porque nós já não somos éticos e não tenho civilidade alguma.
04:09Isso significa que determinadas regras, elas estão implícitas, Caniato.
04:13Implícita aos exemplos que o Mota deu.
04:17São óbvios.
04:19Ou, quando vocês me chamam aqui ao programa, tem determinadas regras de conduta que não precisa ter uma placa na parede escrita.
04:25Se você vai à minha casa, também tem determinadas regras implícitas, ou eu na tua,
04:29que não tem por que ter uma placa escrita.
04:31Isso faz parte de uma boa convivência, de um respeito e de uma ética.
04:35Se determinados setores da economia ou instituições políticas precisam do óbvio para se comportar como éticos,
04:45significa que, primeiro, não são éticos.
04:48Portanto, ao não ser ético, tentarão de todas as formas burlar a própria regra e código de conduta
04:54para que continue tendo os incentivos perversos para eles se privilegiarem desse tipo de coisa.
05:00Ministros não devem pegar microfones e atuar em palanque.
05:03Eles devem se comportar e atuar dentro dos autos.
05:06Isso é bastante óbvio.
05:08Ministros ou qualquer tipo de juiz não devem estar envolvidos no processo que eles julgam.
05:13Não devem ter familiares, amigos próximos envolvidos nos casos que eles julgam.
05:18Porque isso é uma condição humana.
05:20Você se deixa envolver.
05:22Há interesses claros.
05:24Portanto, me parece que, ao desenvolver um código de conduta,
05:28nós teríamos que, no fundo, conversar sobre a conduta que a sociedade brasileira quer.
05:33E vale lembrar, o Estado, que nada mais é do que o conjunto de burocratas com nome e CPF,
05:40porque um ente abstrato fica muito difícil de você culpar,
05:44cada instituição é formada por nome e CPF.
05:47Se essas pessoas não atuam com ética e moralidade,
05:51é porque, em grande parte, a sociedade também não cobra e permite que isso aconteça.
05:57Você, delegado Palombo, o que pensa sobre a criação desse código de conduta
06:02para os integrantes da justiça, principalmente da Suprema Corte Brasileira,
06:07e essa aposta do presidente do Supremo,
06:10que a pressão popular irá ajudar os ministros a entenderem.
06:14Porque, no primeiro momento, eles não gostaram dessa ideia.
06:18entendiam que a sugestão, inclusive, acabava expondo os ministros
06:23que, por vezes, acabam participando de eventos
06:25e, muitas vezes, são remunerados, inclusive, né?
06:29Eu vou na mesma linha de pensamento do Mota e do Bruno.
06:33Acho que tem coisa que a gente não precisa escrever.
06:36Aliás, já está.
06:36Para quem é formado em direito, sabe que o juiz
06:39tem uma série de regras a ser seguidas,
06:42como, por exemplo, não ficar dando entrevistas
06:45sobre casos que eles irão julgar.
06:47Isso é evidente.
06:49Tem um advogado de uma parte, tem um advogado do outro.
06:51Se for um processo criminal, tem um promotor de um lado
06:55ouvindo essa entrevista, vendo essa entrevista,
06:57tem um advogado do outro lado.
07:01Se declarar suspeito, quanto for parente de uma das partes,
07:05ou estiver envolvido, for testemunha, for vítima,
07:10são coisas que já estão previstas, né?
07:13Mas o Fachin foi corajoso, acabou arrumando aí
07:17uma desavença entre os seus próprios pais,
07:21mas é o que clama a sociedade.
07:23Talvez isso tende até a melhorar um pouco
07:26aí a imagem do Poder Judiciário,
07:28porque não é só no STF.
07:30Isso aí vai descer.
07:32Se esse Código de Conduta for realmente aprovado,
07:36isso vai valer também para o juiz de primeiro grau,
07:38vai valer para o juiz de primeira instância.
07:40É evidente que isso.
07:41Depois para o Tribunal de Justiça, para o STJ,
07:44até chegar no Supremo.
07:46E eu não vejo problema nenhum.
07:48É aquilo que eu aprendi com a minha mãe em Ribeirão Preto.
07:52Quem não deve, não teme.
07:53Qual é o problema de ter um Código de Conduta?
07:56Não vai fazer mal para alguém?
07:57Não, não vai fazer mal para alguém.
07:59A transparência, você se pautar na ética,
08:02nos bons costumes.
08:04Como disse o Bruno, não precisa estar escrito isso.
08:06Eu sei que eu não posso chegar na casa de uma visita e tirar a camisa.
08:11Isso eu aprendi de berço.
08:12Então eu vejo como uma atitude corajosa,
08:15num momento que o Poder Judiciário como um todo
08:18não é visto pela sociedade com bons olhos.
08:23E isso tende, inclusive, a aumentar a credibilidade do Poder Judiciário,
08:30bem como ele é visto perante a sociedade.
08:34Caniato.
08:35Agora, Mota, você, no seu comentário anterior,
08:39falava sobre uma certa dúvida sobre essa proposta.
08:43Agora, para tentar consertar aquilo que está errado,
08:46ou aquilo que está sujo,
08:48lembrando daquele exemplo que você deu há um tempo da casa suja,
08:52que para você limpar a casa, você tem que começar por algum lugar.
08:55Você tem que começar retirando as coisas que estão sujas,
08:57jogadas, fora do lugar.
08:59Não pode ser o início de um processo de mudança?
09:02Mudanças que muitos cobram já há bastante tempo?
09:05Não pode ser uma sinalização de que, olha,
09:07fazemos um meia-culpa e, a partir de agora,
09:10talvez mudanças serão feitas para tentar
09:13reajustar aquilo que está fora do lugar?
09:18E deixa eu tentar expressar a minha dúvida, Caniato.
09:23É a seguinte.
09:24Você imagina que você propõe a criação de um código para engenheiros,
09:31em que os engenheiros se comprometem, a partir de agora,
09:35a respeitar as regras taritmética.
09:38Dois e dois são quatro.
09:40E você vai ficar espantado, né?
09:42Você vai dizer, mas espera aí, a base da engenharia é a matemática.
09:46Não precisa você exigir que os engenheiros respeitem a matemática,
09:52porque sem matemática não há engenharia.
09:56Então, eu, como leigo,
09:57isso aqui é a minha opinião como leigo, como cidadão,
10:01qual é a coisa mais essencial que nós esperamos de magistrados?
10:05ética, não é isso?
10:09Respeito pela lei.
10:12Mas, acima de tudo, ética.
10:14Como é que você pode ter magistrados que não são éticos?
10:20Então, você ter um código de ética para magistrados,
10:24e eu respeito a boa intenção,
10:26eu entendo o problema que se está tentando resolver,
10:30mas me parece uma coisa redundante, né?
10:32Porque, se a pessoa não respeita a ética,
10:36ela não pode ser magistrada.
10:39Porque, como é que você vai julgar
10:40conflitos na sociedade
10:43se você não respeita as regras da ética,
10:48que são básicas?
10:50E aí, eu fico com medo que a gente,
10:53em vez de endereçar o coração do problema, Caniato,
10:57a gente cria uma solução que não resolve nada.
11:01porque ela não vai naquela questão central
11:04que eu mencionei no meu comentário anterior.
11:07E eu sei que isso não afeta só magistrados.
11:12Eu sei que há outros cargos no Estado
11:15de grande responsabilidade
11:18em que o ocupante do cargo
11:21também pode usufruir de rendas
11:23e com ocupações que não têm nada a ver com o Estado
11:26e que podem representar conflitos.
11:30E, olha, a gente está falando
11:31de oposições no Estado brasileiro
11:35que têm as melhores remunerações.
11:39Eu sei que muitos ocupantes dos cargos
11:40acham que é insuficiente.
11:42De vez em quando, aqui, a gente dá uma notícia
11:44de algum desses ocupantes desses cargos
11:46que reclamou que o salário não dá pra nada.
11:48Mas, enfim.
11:49Então, eu acho que essa é a questão
11:52da qual a gente não pode fugir.
11:54Se não, o que vai acontecer?
11:56O que pode acontecer?
11:57A gente aprova um código de ética.
12:01Maravilha!
12:02E aí acontecem outros problemas.
12:05O que você vai fazer?
12:07Qual vai ser o mecanismo
12:10pra que a sociedade ou o Estado
12:13cobre o cumprimento desse código de ética?
12:15Me despeço de parte da rede
12:20que ficará agora com a sua programação local.
12:24Nós seguimos aqui trazendo as informações,
12:27os debates, as reflexões.
12:28Vou passar mais uma vez pro Bruno Musa
12:30essa análise sobre a criação
12:33de um código de ética
12:34que seria aplicado aos integrantes
12:36da Suprema Corte.
12:38Há questões que são debatidas
12:40já há bastante tempo
12:41em relação a conflito de interesses, né,
12:43Bruno Musa?
12:45Você não acha que pode ser
12:46o início de um processo de mudança
12:48ou quando se trata de
12:49elaboração de um código de ética
12:52pra figuras que tratam
12:54de questões tão sensíveis,
12:56isso já apontaria um problema
12:58assim, incorrigível praticamente?
13:01Infelizmente, estou com a segunda opção.
13:03Não é que eu seja contra,
13:05como o Palumbo falou,
13:06olha, um código de ética
13:08ou algo do tipo.
13:09Na nossa casa, por exemplo,
13:10na minha casa,
13:11eu, minha mulher e meus filhos,
13:12nós estamos desenhando um estatuto
13:13com regras, princípios, valores,
13:16princípios, virtudes,
13:18tudo isso são importantes
13:19pro bom convívio familiar
13:21e pra criação dos nossos filhos
13:22que são muito pequenos.
13:24São regras.
13:25Então, eu não sou contra regras.
13:27As regras existem.
13:28Sou muito a favor de regras privadas ainda.
13:30Mas elas existem.
13:31Como existem aqui nessa sala
13:32que nós estamos juntos, Caniato.
13:34Como existem lá fora,
13:35como existem todas elas.
13:36O grande problema
13:37é que eu, infelizmente,
13:39não acredito
13:40que pra pessoas
13:41que não agem dessa forma
13:44ao longo da sua vida,
13:46um mero e simples contrato
13:49mudará suas atitudes,
13:50principalmente
13:51quando você está
13:52na fase final da sua vida.
13:54Tem um livro.
13:55Na fase final,
13:55eu digo
13:56sob o ponto de vista
13:57da vida humana mesmo.
14:00Tem um livro
14:01que divide a fase
14:02a vida do ser humano
14:03em quatro.
14:04Zero ao vinte,
14:05vinte ao quarenta,
14:05quarenta a sessenta,
14:06sessenta e oitenta.
14:07A fase sessenta e oitenta
14:08já é a fase de mais
14:09onde você produz
14:10menos do que na fase anterior
14:12justamente por ser,
14:13digamos,
14:14os seus vinte anos,
14:15digamos,
14:16já de descanso,
14:18etc e tal.
14:19Nessa fase,
14:20você já tem as suas marcas
14:21ao longo da sua vida.
14:23Não é porque você
14:23escreveu um código de conduta
14:25que você mudará
14:26o seu comportamento
14:27que você trilhou
14:28ao longo das suas últimas
14:29das fases anteriores
14:31à sua vida.
14:32E justamente
14:32esse é o grande ponto.
14:35Não é ser contra
14:36o código de conduta
14:38em si,
14:39mas quais são as pessoas
14:41que serão regidas por ela.
14:43Eu acho que no Brasil
14:44a gente precisa dar um passo
14:45bem antes
14:46e atender aqui
14:48o nível de civilidade básica,
14:50de educação básica,
14:52de respeito básico.
14:53E eu não estou falando
14:54de educação básica
14:55primeira série, não.
14:56Estou falando de um bom dia,
14:57uma boa tarde,
14:57uma boa noite,
14:58um não jogar um papel
14:59na rua,
15:00um nível básico
15:01de civilidade,
15:02respeitar o teu vizinho
15:03com uma música,
15:04não andar no shopping
15:05com a música alta
15:06incomodando o outro.
15:07Então, um código de conduta
15:08no Brasil,
15:09para mim,
15:09ele teria que passar
15:10muito antes.
15:11Então, infelizmente,
15:12para mim,
15:13isso pareceria muito mais
15:14um papel escrito
15:16da lei dos homens
15:18que ela é facilmente
15:19burlada.
15:20Pois é,
15:21a gente vai continuar
15:22nesse tema.
15:22Deixa eu só destacar
15:23que a enquete do dia
15:24está publicada
15:25no portal da Jovem Pan.
15:26aqui você atribui
15:27a decisão dos Estados Unidos
15:29de retirarem
15:30as sanções
15:31contra o ministro
15:32do STF,
15:33também a sua esposa.
15:34Gostaria que você
15:35se manifestasse.
15:36Se puder,
15:37vote no nosso site.
15:39Recebendo agora
15:39a rede Jovem Pan,
15:41a notícia que nós estamos
15:42analisando,
15:43o presidente do Supremo,
15:44Edson Fachin,
15:45ele não desiste
15:46de implementar
15:48um código de ética,
15:50código de conduta,
15:51um livro de regras
15:52para os integrantes
15:53da Suprema Corte.
15:55E ele entende
15:55que a pressão popular,
15:57a pressão externa,
15:58pode ajudar a convencer
15:59os magistrados.
16:01Mas, delegado Palombo,
16:03no funcionalismo público
16:04há muitas discussões
16:05em torno de ética,
16:07conflito de interesses,
16:08até onde o servidor público
16:10pode atuar.
16:11É diferente
16:12quando a gente trata
16:13de alguém que trabalha,
16:15sei lá,
16:15no gabinete
16:16ou na subprefeitura,
16:18em uma autarquia
16:19e de uma figura
16:20muito importante
16:21como ministro do Supremo.
16:23Não dá para colocar
16:25todo mundo
16:25no mesmo balaio.
16:27Não dá, né?
16:28Vamos partir para a prática.
16:30Acho que toda residência
16:31tem um código de conduta.
16:33Eu tinha lá em casa
16:34quando eu era criança.
16:35E quando eu saía
16:36desse código,
16:37a punição era tomar
16:38umas boas chineladas
16:39da minha mãe
16:40e isso não me tornou bandido.
16:41Agora eu vou perguntar.
16:43Tudo bem,
16:44tem esse código de conduta.
16:46Aí um ministro
16:47resolve não cumprir.
16:48Qual vai ser a punição?
16:50Teremos punição?
16:51Ou vai dizer,
16:52olha, você não cumpriu
16:52isso aqui.
16:53Tá, e daí que eu não cumpri?
16:54Vou continuar não cumprindo.
16:56Quem é que vai julgar?
16:57Qual vai ser a punição?
16:58Ou vai ficar tipo,
16:59ah, está lá na parede
17:00que você não pode,
17:01por exemplo,
17:02fazer isso, isso, aquilo.
17:03Mas e se eu fizer?
17:04O que vai acontecer?
17:05Nada.
17:05Então precisa ter uma punição.
17:08Por que que eu obedecia
17:09os meus pais?
17:11Primeiro, porque eu amo
17:12os meus pais.
17:13Segundo, porque eu tinha
17:14receio da minha mãe
17:15de tomar umas boas chineladas.
17:16Então eu obedecia
17:17e não respondia para ela
17:19e nem para o professor,
17:20que ela não deixava,
17:21não permitia isso.
17:22Mas e no caso
17:23do código de conduta
17:24que terá,
17:25não sei nem se vai ter
17:26do Fachin?
17:27Qual é a punição?
17:29Quando você transgride
17:30uma regra,
17:31quando você transgride
17:32normas de condutas,
17:34geralmente você tem
17:36uma punição.
17:37Eu posso falar
17:38como policial civil,
17:39nós temos uma norma,
17:41nós temos uma corrigidoria,
17:43nós temos um órgão
17:44censor.
17:45Quem é que vai punir
17:47o ministro do STF
17:48que resolver
17:50não cumprir
17:51o código de ética?
17:53Essa é a minha pergunta.
17:55Pois é, no jornalismo
17:56por muito tempo,
17:57apresentadores, repórteres,
17:59não podiam fazer nada,
18:00absolutamente nada
18:01de publicidade,
18:02justamente para não
18:03ser contaminado
18:04com algum tipo
18:05de interesse.
18:06Como é que o cara
18:07vai noticiar
18:07uma empresa
18:09que cometeu
18:10alguma irregularidade
18:11se ele foi contratado
18:13lá atrás
18:13por aquela empresa?
18:15Havia essa dúvida.
18:16Hoje em dia,
18:16muitos flexibilizaram,
18:18principalmente no
18:18telejornalismo mais popular.
18:20É comum apresentadores
18:21que fazem propaganda,
18:22aqueles testemunhais,
18:24é mais comum.
18:25Hoje em dia,
18:25flexibilizaram.
18:27Só que, de certa vez,
18:28um apresentador
18:28muito conhecido
18:29da maior rede
18:30de televisão
18:31começou a fazer
18:32muitas postagens
18:33pagas,
18:34só que ele não dizia
18:35que a postagem
18:36era paga.
18:37E disseram
18:37à época
18:38que ele pagou
18:39toda a festa
18:40de casamento,
18:41uma festa
18:41de casamento
18:42caríssima
18:42com essas
18:44permutas,
18:45que a gente chama
18:46nesses posts
18:47na rede social dele.
18:49O que a emissora
18:49fez?
18:50Proibiu.
18:51Não era código
18:52de ética, não.
18:53Proibiu.
18:53O apresentador
18:54não pode mais
18:54fazer postagem
18:56nenhuma de empresa
18:57e nem marcar
18:58se você for
18:59ao hotel
19:00bancado pela empresa
19:02no fim de semana.
19:02Então,
19:03a empresa não permite
19:04nem que o cara
19:05vá para o hotel
19:06bacana
19:07no fim de semana
19:08e faça uma postagem
19:09ao hotel maravilhoso
19:10e marca ali
19:11a localização.
19:12Então,
19:13essa empresa
19:14determinou
19:14que os jornalistas
19:15e apresentadores
19:16estavam proibidos.
19:18Talvez essa
19:18não fosse uma saída,
19:19Mota,
19:20não um código
19:21de conduta
19:21para sugerir
19:23que o servidor público
19:25evite certas coisas.
19:27Ó,
19:27é proibido,
19:28tem que falar
19:28de forma expressa.
19:29Não pode,
19:29acabou.
19:30Não pode dar palestra,
19:32não pode participar
19:33de evento,
19:34não pode.
19:35E não precisa,
19:36não precisamos
19:37restringir isso,
19:38talvez,
19:38à Suprema Corte.
19:39Talvez,
19:40várias cortes
19:42de justiça,
19:42talvez,
19:43não seja adequado
19:44que o magistrado
19:46participe
19:47desse tipo de evento.
19:48Ok,
19:48pode dar aula,
19:49pode escrever
19:50livro.
19:50Agora,
19:51esse tipo
19:51de participação
19:53em eventos
19:54patrocinados
19:55por empresa,
19:56isso sempre levanta
19:56a dúvida,
19:57Mota.
19:59É,
19:59tem um ditado,
20:00eu não me lembro
20:00exatamente qual é
20:02a frase certa,
20:04mas ele diz
20:04mais ou menos assim,
20:06em um país
20:07onde as pessoas
20:08não respeitam a lei,
20:10não adianta
20:11ter leis.
20:13Em um país
20:13onde as pessoas
20:14respeitam as leis,
20:16você não precisa
20:16de leis,
20:17mais ou menos assim.
20:18uma vez,
20:20Caneta,
20:20eu trabalhava
20:21como gerente
20:22de tecnologia
20:23de uma operadora
20:24telefônica.
20:26E aí,
20:27um dia,
20:28fui procurado
20:29por um dos fornecedores
20:30que prestavam
20:31serviço pra gente,
20:32ele me disse o seguinte,
20:33olha,
20:33tem uma excelente notícia
20:34pra você,
20:36nós fizemos um sorteio
20:38lá na empresa,
20:39era perto do Natal,
20:40você foi sorteado,
20:41você ganhou esse laptop,
20:43isso era na época
20:44em que laptop
20:45era uma coisa
20:46raríssima
20:47e caríssima.
20:49Eu tinha ganhado
20:50um laptop
20:51num sorteio
20:52misterioso.
20:54Na hora que ele levantou
20:55eu peguei
20:56aquele equipamento,
20:57procurei o meu diretor
20:58e disse aqui,
20:59olha só,
21:00ganhei num sorteio,
21:01tô doando aqui
21:02pra empresa,
21:03use aí
21:04como você achar melhor.
21:06Certas coisas
21:07ninguém precisa dizer
21:08pra gente
21:09o que a gente
21:10tem que fazer.
21:11Eu arrisco dizer
21:12que na maioria
21:13das situações
21:14na vida
21:14a gente sabe
21:15o que é errado
21:17e o que é certo.
21:19Pode não ser conveniente,
21:21pode dar trabalho,
21:24pode colocar a gente
21:25numa situação
21:26embaraçosa,
21:27mas na maioria
21:28dos casos
21:29a gente sabe
21:30o que é certo
21:31e o que é errado.
21:32Eu,
21:33na minha vida,
21:33Caniato,
21:34conheci um número
21:35gigantesco
21:36de servidores públicos.
21:39Eu tenho parentes
21:40que são servidores públicos
21:42e tenho muito orgulho deles.
21:45Eu tenho dois irmãos
21:46que são servidores públicos
21:47e são pessoas
21:49sensacionais,
21:50fazem um trabalho
21:51que faz a diferença
21:52na vida das pessoas.
21:55E esses servidores públicos
21:57que eu conheço
21:58passam por todo tipo
22:01de dificuldade.
22:02Imagina você querer
22:02fazer um trabalho sério
22:04numa máquina pública
22:05que é movida
22:06a interesses
22:07de políticos.
22:08e na...
22:11Então,
22:12isso é possível,
22:14é viável
22:15e muita gente
22:16faz isso.
22:18Eu não vejo
22:19porque a gente
22:20deve admitir
22:21exceção.
22:22Eu não vejo
22:23porque a gente
22:24agora tem que
22:25achar,
22:26passar a achar
22:27que é extremamente
22:28difícil
22:29se decidir
22:30o que pode
22:31e o que não pode.
22:33Eu acho que aquela
22:33regra da mulher
22:34de César
22:35é fantástica, né?
22:37Olha só,
22:39você vai dar
22:40a impressão
22:41que você está
22:41fazendo alguma
22:42coisa errada?
22:44Não faça.
22:47Tem uma história,
22:49eu acho que foi
22:49de um presidente
22:50americano
22:52que quando se mudou
22:54para a Casa Branca,
22:56eu acho que foi
22:57de um presidente americano,
22:58mas enfim,
22:58ele se mudou lá
22:59para o palácio,
23:00para a Casa Branca,
23:01para um palácio,
23:02ele falou para a mulher,
23:03olha,
23:03não vamos levar
23:04os nossos móveis,
23:05os nossos objetos,
23:06nada.
23:08Ué, mas por que
23:08nós não vamos levar?
23:09Não, porque ninguém
23:10vai ver quando a gente
23:11entrar lá com os objetos,
23:13mas todo mundo
23:14vai ver quando a gente
23:15sair com os objetos.
23:17Então,
23:18eu acho que não é
23:20uma ciência
23:22complicadíssima,
23:25principalmente
23:26para aqueles
23:28que estão
23:29nas camadas
23:31mais altas
23:32do Estado brasileiro.
23:34vai trazer uma outra
23:35notícia,
23:35mas o Musa
23:36pediu a palavra
23:36só para encerrar,
23:37não é, Musa?
23:38Rapidamente,
23:39como economista
23:40e atuante
23:41no mercado financeiro,
23:42eu amo economia,
23:43e tem um prêmio Nobel
23:45em 1992
23:46que se chama
23:46Gary Beckham,
23:47economista americano,
23:49que é na linha
23:49do que o Palumbo
23:50falou a respeito
23:51das punições.
23:52Ele foi prêmio Nobel
23:53mostrando a análise
23:54microeconômica
23:55com a interação
23:56e comportamento humano.
23:57E o que ele mostrou
23:58ali em um dos livros dele?
24:00que o crime
24:01funciona exatamente
24:02igual
24:03toda e qualquer decisão
24:04que o ser humano faz.
24:05Você analisa
24:06o retorno
24:07que você vai ter,
24:08o prêmio
24:09supostamente do roubo
24:10versus
24:10com a punição
24:11que você pode ter
24:13se te pegarem
24:14roubando.
24:15No Brasil,
24:15a verdade é que
24:16o crime compensa
24:17por completo.
24:18E trazendo isso
24:19para a interação
24:19e comportamento humano
24:20onde ele foi prêmio Nobel,
24:22a questão é
24:23quais serão
24:24os castigos,
24:26as punições
24:27dos ministros
24:29ou dos envolvidos
24:30no código de conduta
24:31se eles não cumprirem
24:32aquilo que eles
24:32mesmos escreveram,
24:34eu acho que tende a zero.
24:35Portanto,
24:35a chance é muito grande
24:36de não ser respeitado.
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