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Em meio ao debate sobre a situação econômica do Brasil, o economista Roberto Dumas, do Insper, apresenta uma visão crítica.

Ele classifica o atual desempenho como um "crescimento medíocre", explicando as complexidades que permeiam a situação e impedem um avanço mais robusto.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/JUnYZUCCLDU

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Transcrição
00:00Tudo, mas vamos bem ou vamos mal?
00:02Veja, Vila, geralmente em três economistas nós temos quatro opiniões.
00:08Mas eu acho que eu tendo a concordar com os dois colegas.
00:11Mas eu acho que alguns pontos de intensidade faltam um pouquinho mais de contundência.
00:19Por exemplo, se nós falarmos em relação à economia,
00:24um crescimento de 0,1%, meu Deus do céu, é um crescimento medíocre.
00:30É um crescimento que no ano passado foi de 3,4%.
00:33Esse ano vai ser de 2%, mais ou menos.
00:36Ano que vem a projeção é de 1,6%.
00:39E a inflação, em que pese que a taxa de juros está em 15%, está elevadíssima.
00:46Mas nos últimos 12 meses, de outubro de 2024 a outubro de 2025,
00:53todos os meses nós ficamos com a meta, com a inflação acima do teto da meta.
01:02Então, é importante mostrar que a taxa de juros está alta,
01:07porque a política fiscal não está em harmonia com a política monetária.
01:12Esse é um ponto.
01:13Enquanto a política fiscal quer ir, porque gasto é vida,
01:19a política monetária tem de botar cada vez mais pano para enxugar a liquidez do sistema.
01:27E o outro ponto que merece mais atenção ainda é a dívida pública.
01:32Veja, a dívida pública nós fazemos o seguinte,
01:34é o custo de carregamento da dívida menos o crescimento econômico.
01:38Nosso custo de carregamento da dívida, mais ou menos, está entre 8%, 7,8%, 8%.
01:44Meu crescimento econômico não vai passar de 2%.
01:48Então, veja, quando eu falo dívida PIB, o numerador sobe 8% e o denominador sobe 2%.
01:56Então, a relação dívida PIB sobe.
01:58Ah, mas você fala, não, mas vai ter o superávit primário.
02:01Não, como o colega que está online falou, nós vamos ter déficit primário.
02:08Então, não vai ser um déficit primário de 0,25%.
02:11Vai ser um déficit primário, pelo menos, de 0,9%.
02:15Porque ele falou dos 10 bilhões ainda das estatais,
02:19mas tem o dos precatórios que estão fora,
02:22tem os da ajuda do Rio Grande do Sul que está fora,
02:26tem a parte da ajuda dos exportadores para os Estados Unidos que estão fora.
02:30Então, você tem muita coisa que está fora.
02:33Então, se você tem um custo de carregamento
02:36maior que o crescimento econômico
02:38e um déficit fiscal, perdão, um déficit primário
02:42na ordem de 0,8%, 0,9%,
02:45com uma dívida pública ao redor de 80%,
02:49no nosso cômputo e no cômputo do FMI já de 90%,
02:54porque ele usa os títulos públicos que estão no Banco Central
02:58como parte da dívida pública,
03:00nós estamos com uma dívida pública
03:02que vai ter que ser endereçada em 2027.
03:05Veja, até a própria Simone Tebet
03:07falou que em 2027 precisamos fazer alguma coisa,
03:11porque senão o Brasil vai ter um shutdown.
03:15Por quê?
03:15Você tem muito número carimbado.
03:18E os estimativos mostram que em 2027,
03:21eu vou ter, aliás, em 2027 não,
03:23já em 2026,
03:25eu vou ter despesas discricionárias
03:29de 1,8% do PIB.
03:32Eu já estou praticamente em shutdown.
03:34Então, o próximo governo
03:35tem que fazer alguma coisa em 2027,
03:39senão o Brasil ou vai entrar
03:42num processo de recessão
03:44ou num processo de inflação.
03:48E isso, quem quer que ganhe a próxima eleição, Vila?
03:51Eduardo Velho,
03:54é uma pergunta provocativa.
03:58É o seguinte,
03:59quando se fala,
04:00eu estava lendo todos esses dias,
04:01antes de eu fazer a história,
04:02eu fiz a economia,
04:03mas no último ano eu fui fazer a história.
04:05Mas trabalhei na rede de economia
04:06até esse setor de custos e orçamento
04:08e fui do SEBRAP em 76, 77,
04:10faz muito tempo.
04:12Então, eu sempre leio,
04:13leio, leio, leio.
04:13Agora, eu acho estranho
04:14quando alguns estavam falando
04:16precisa desvincular o salário mínimo
04:18da Previdência.
04:19E eu falo,
04:20por que não discutir a renúncia fiscal antes?
04:22De 800 bilhões que a União dá,
04:25o governo de São Paulo, 90 bi.
04:28Não é um problema político e ideológico aí?
04:31Quer dizer,
04:32o Seu José e a Dona Maria
04:34é fácil resolver o problema,
04:36não ter,
04:37continuar recebendo o mínimo da Previdência.
04:40Agora,
04:41mexer com o que o Helio Gaspar
04:43chamou de andar de cima
04:44não é mais complicado?
04:45não existe uma questão,
04:47é uma ciência humana a economia,
04:49não é uma ciência exata,
04:50não existe uma questão política e ideológica
04:52nessa discussão,
04:53sem panfletarismo à direita,
04:55ao centro, à esquerda,
04:56para cima ou para o alto,
04:57como falava Ademar de Barros,
04:58né?
04:59Mas como é que fica essa questão
05:00na sua leitura?
05:05Bem,
05:05são duas questões,
05:07tem uma questão que eu chamaria
05:09daquela matemática,
05:10quando eu trabalhei no governo federal,
05:12na equipe econômica,
05:13no final da década de 90,
05:16e eu trabalhava exatamente
05:18na parte também de orçamento,
05:20e ali eu vi o crescimento
05:24das despesas obrigatórias do governo,
05:26uma grande parte delas
05:28é a despesa da previdência
05:29com benefícios,
05:30por isso que muita gente
05:32fala que tem que desvincular
05:34o salário mínimo
05:35para atenuar um pouco a despesa,
05:37ou aumentar a idade mínima,
05:39aumentar a contribuição previdenciária
05:41para reduzir o déficit previdenciário
05:44que cresce a cada ano
05:45muito mais,
05:46geralmente nos últimos anos
05:47tem crescido muito mais
05:48que as próprias premissas
05:50do orçamento de cada ano.
05:53Então isso é verdadeiro que você falou,
05:54por que não escolher uma outra conta?
05:58Na verdade o orçamento
05:59é um jogo de interesses,
06:01é a partilha dos recursos.
06:03Então tem várias questões
06:04que são muito,
06:06é difícil tocar,
06:07tem o VOV-CLOB,
06:10o VOV-CONFLITOS DE INTERESES,
06:12uma delas,
06:12como você mesmo falou,
06:13é o tamanho dos sentidos fiscais.
06:15Na minha época nós fizemos
06:17vários trabalhos
06:18envolvendo o tamanho
06:19dos sentidos fiscais
06:21no Brasil,
06:22que só foram crescendo.
06:24A despesa primária,
06:25por exemplo,
06:25obrigatória do governo,
06:27antes de eu ir para o governo,
06:29estava na faixa
06:29de 65%
06:31da despesa primária total,
06:34ou seja,
06:34o governo tem que gastar
06:36despesa que já está vinculada,
06:39não tem jeito.
06:40Hoje essa despesa primária
06:41obrigatória
06:42está praticamente
06:43em 94%,
06:4593%
06:46do orçamento.
06:47Então é uma conta matemática.
06:49se não houver realmente
06:52uma discussão
06:53dessa partilha
06:54do orçamento,
06:55o que é prioridade
06:56nos próximos anos,
06:59o que pode ser cortado,
07:01ou então pode ser feito
07:02de forma administrativa,
07:04a gente tem que lembrar
07:05uma crise que eu também vivi
07:06quando eu estava no mercado
07:07na gestão de carteiras
07:08de investimentos,
07:09foi a crise
07:10da dívida soberana europeia,
07:12a Grécia,
07:13por exemplo,
07:14no ápice da crise,
07:16foi 2012,
07:172013,
07:18você teve ali
07:20o ápice
07:21de um governo
07:22extremamente desguerda
07:24que assumiu
07:24o governo,
07:26prometendo
07:26que ia desestatizar,
07:28que ia aumentar
07:30os suicídios,
07:31ia aumentar
07:32as pensões,
07:33só que
07:34o ministro das finanças
07:35chegou no primeiro ministro,
07:37olha,
07:37o presidente,
07:38o ministro,
07:39não temos,
07:40não tem dinheiro,
07:41nem para a semana que vem,
07:43a despesa obrigatória
07:44chegou a 100%
07:45do orçamento,
07:47então não tinha nem despesa,
07:49nem dinheiro
07:49para pagar
07:50a gasolina
07:51do carro
07:53do presidente,
07:55então,
07:55ou seja,
07:56quando chega nesse nível,
07:57isso realmente é o
07:59córner,
07:59nós estamos com o córner
08:00no mercado,
08:01então a gente está
08:01caminhando para isso,
08:03é obviamente que é gradualmente,
08:05e a gente tem um desafio
08:06que os próprios,
08:08meus colegas aí
08:09que estão aí ao lado,
08:11comentaram,
08:11o Brasil tem um desafio
08:12muito de ter um crescimento
08:13baixo,
08:14na faixa no máximo
08:15de 2%,
08:16na média aí
08:17nos últimos anos,
08:18então se a dívida
08:19cresce numa proporção
08:20maior,
08:21e a despesa primária
08:23obrigatória
08:23cresce acima disso,
08:26realmente
08:26é um problema,
08:28então eu acho
08:28que realmente
08:29eu concordo,
08:30tem algumas despesas
08:31que devem ser cortadas,
08:32o governo está tentando cortar,
08:34não sei se vai ser aprovado
08:35agora esse projeto
08:36agora no final do ano,
08:37antes do excesso
08:38de corte linear
08:39das despesas
08:40dos incentivos fiscais
08:42que daria uma folga aí
08:43em torno de 20 bilhões
08:45para o ano que vem,
08:46mas esse é um ponto importante.
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