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Com a ameaça de Donald Trump de atacar a Venezuela "em breve", o cenário na América Latina se agrava. No Visão Crítica, o professor de Relações Internacionais Vinicius Vieira analisa o contexto, afirmando que os "EUA precisam recuperar domínio" na região.

Ele explica que, diferentemente da relação de cooperação buscada com o Brasil, o interesse de Trump na Venezuela é focado na mudança de regime e na retomada da influência americana.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/EJY9M4xijUA

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Transcrição
00:00Professor, se nós olharmos agora a relação da política externa norte-americana,
00:08nunca foi falado, acho que de tempos, desde o final da Guerra Fria,
00:13lembrando que a queda do muro é 9 de novembro de 1989,
00:17o fim da Norte Soviética é em 1991, no Natal.
00:20A América Latina ficou esquecida, né?
00:22Na política externa norte-americana que tinha outras prioridades,
00:25a Europa Oriental, prioridades na Ásia,
00:27e a América Latina foi alegada a plano secundário.
00:30Não sei se para o bem ou para o mal, mas, especialmente nesse segundo governo Trump,
00:34ela passa a ser importante para os Estados Unidos,
00:37até pode ser por causa da forte presença chinesa.
00:40Eu pergunto ao senhor, para a América Latina é melhor ter essa relação mais próxima com os Estados Unidos ou não?
00:48Ou seja, lembrando que na época do Kennedy, por exemplo,
00:51teve aliança para o progresso de curtíssima duração, mas teve, né?
00:55Agora voltou a América Latina a ser um, não gosto de usar expressões em inglês,
01:00não sou policarpo quaresma, mas passou a ser um elemento importante na política externa norte-americana.
01:06Eu pergunto ao senhor, por quê?
01:08Bem, Vila, mais uma vez obrigado pelo convite, boa noite a todos.
01:12Nós temos aqui uma questão lógica, em função do que se passa no tabuleiro da geopolítica global.
01:19Bom, nós temos aqui um retorno, talvez, ainda é muito cedo, talvez, para falar,
01:24mas é uma das hipóteses que vem sendo muito debatidas no meio de relações internacionais,
01:29que é o retorno à lógica das esferas de poder.
01:32E o mundo aí seria, ou estaria rumo a uma configuração tripartite,
01:38ou que sai em quatro partes, né?
01:41Tripartite se considerarmos as três grandes potências, que são Estados Unidos,
01:45Rússia, do ponto de vista militar, né, a maior potência nuclear do mundo,
01:50aí toda a herança, né, da era soviética, para não citar, claro, no longa duração,
01:55como estavam falando nos bastidores aí do Império Russo,
01:58e claro, a China, que não apenas com força militar, mas força econômica e tecnológica.
02:03E a Europa?
02:04A Europa, ela está exprimida, ela pode ser a quarta força,
02:07mas a Europa, ela investiu muito naquilo que a gente chama em relações internacionais
02:11de poder normativo, né, ser um bom exemplo para o mundo aí depois de séculos de colonialismo,
02:17discurso de direitos humanos, que valorizamos, mas enfim, como acadêmicos,
02:21é inevitável apontar aí essas contradições.
02:24Mas o fato é que, com apenas retórica, hoje a Europa não se sustenta,
02:29ela está exprimida e a grande perdedora, aqui abrindo parênteses, da globalização.
02:33Se a gente pega o percentual de PIB, né, e a questão militar,
02:37a Europa virou ali uma anã política.
02:40Não há como descrevê-la senão dessa forma,
02:42jamais se levarmos em conta a revolução digital.
02:45Mas voltando aqui ao nosso foco, né, então como que ficam os Estados Unidos?
02:49Eles precisam recuperar ou reivindicar domínio sobre aquela área,
02:55no caso o hemisfério ocidental, América Latina, e também o Canadá,
02:59é importante dizer, né, o Trump ali no início falando que ia anexar o Canadá,
03:03enfim, entra então o hemisfério ocidental como um todo aí,
03:06em uma área de domínio tradicional, que vem desde aí,
03:10é um chavão até do ponto de vista da história, sempre relembrar,
03:13mas é inevitável aqui, a doutrina Monroe, né,
03:15ela acabou de completar 202 anos, né, esses dias, né,
03:19aí de 1823, o presidente James Monroe com aquela frase ambígua,
03:24América para os americanos.
03:25Mas aí nós temos o quê?
03:27Os americanos, todos nós que vivemos nas Américas,
03:31ou aquilo, né, que principalmente a esquerda adora dizer,
03:34estadunidenses, né, como a gente traduz para o espanhol, para o português.
03:39E nesse sentido, Vila, faz todo sentido reivindicar o quê?
03:43O domínio sobre a religião.
03:45E aí temos oportunidades e desafios.
03:48Acho que para o Brasil, principalmente, temos grandes oportunidades,
03:52porque também somos o quê?
03:53Um estado pêndulo, como alguns dizem numa tradução aqui,
03:57não, um swing state, um estado que pode se alinhar tanto a um lado quanto ao outro,
04:02ou se manter não alinhado, como vem sendo aí a defesa, principalmente,
04:07dos setores mais nacionalistas, do centro para a esquerda.
04:10Não se alinhar nem à China, nem aos Estados Unidos.
04:14Para os estados pequenos, principalmente Panamá, aqueles ali da América Central,
04:18nós temos um problema, porque é o retorno justamente ali,
04:21aos anos, né, aqui nessa expressão que é vista hoje como preconceituosa,
04:26e de fato carrega um grande preconceito, as repúblicas de bananas,
04:29em que havia ali intervenções em função das atividades econômicas
04:32associadas à exploração dessa fruta e outras atividades econômicas.
04:36Em suma, nós temos aí oportunidades, mas também desafios.
04:40E por fim, aqui só concluindo o raciocínio,
04:42é bom ter essa preocupação americana se for algo na linha da cooperação,
04:47mas não parece ser aquilo que Donald Trump quer,
04:50pelo menos com grande parte da América Latina.
04:51Talvez com o Brasil haja aí um potencial caminho,
04:54principalmente se houver de fato aquilo que Lula,
04:57tudo indica, falou hoje com Trump,
04:58a respeito do quê?
05:00Dessa questão de cooperação e não de uma imposição
05:03para combater o crime organizado.
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