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Álvaro Machado Dias, futurologista e comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, explicou como a inteligência artificial está mudando a música, criando faixas que chegam às paradas de sucesso, e discutiu o impacto econômico, cultural e o futuro da música humana.

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Transcrição
00:00E a música vive um momento de ruptura.
00:03Inteligências artificiais são capazes de criar vozes, melodias e até arranjos em segundos
00:09e já produzem faixas que soam profissionais, que viralizam e que chegam às paradas de sucesso.
00:15E isso, claro, mexe com a economia criativa e com a nossa própria identidade cultural.
00:21E para discutir esse assunto fascinante, eu chamo aqui o Álvaro Machado Dias,
00:26futurologista e professor e notável aqui do nosso canal e nosso colega também.
00:32Oi, Álvaro, tudo bem?
00:33Tudo bom?
00:34Que bom te ver.
00:34Sempre bom falar com você.
00:35Pentei até o cabelo para acompanhar você na sua incrível elegância.
00:39Muito obrigada, Álvaro.
00:41Ó, Álvaro, para a gente começar, conta para mim então o que é essa história de inteligência artificial no topo das paradas, hein, Álvaro?
00:49Pois é, é muito curioso, mas está acontecendo.
00:52É, a Billboard tem um, assim, não só um ranking, como um verdadeiro termômetro da cultura pop.
00:59E neste termômetro, no country, uma música chamada Walk My Way, de uma panda, entre astas, chamada Breaking Dust, atingiu o número um das paradas.
01:09O que isso significa é que não há mais aquela área de resistência, aquele limite ao sucesso que a inteligência artificial pode fazer na música,
01:21o que eu acho que sinaliza uma mudança de longo prazo e, definitivamente, o surgimento de uma subcultura que talvez se torne tão grande quanto a cultura hegemônica.
01:30Agora, Álvaro, como que o público reage, né, quando sabe que a música não foi composta e nem foi interpretada por um ser humano?
01:39E que tipo de vínculo psicológico a gente pode dizer que surge nesse cenário?
01:45Há duas situações fundamentalmente distintas.
01:48A primeira situação é aquela na qual o ouvinte, o consumidor da música, estabelece uma relação de identificação com o artista.
01:59Então, é muito comum que as pessoas usem músicas como trilhas da sua própria vida, do seu próprio momento, daquilo que elas estão sentindo.
02:09Nesses casos, a descoberta de que a música é e há causa mal-estar, ela causa uma sensação de manipulação.
02:18Acontece que, cada vez mais, essa é uma fatia pequena da música, porque as pessoas consomem música no dia a dia, muito como elas consomem rios.
02:27Elas consomem aquilo como uma experiência fugaz de entretenimento.
02:32A música não é a trilha existencial das suas vidas, mas a trilha dos momentos pelos quais elas estão passando,
02:39sendo que muitos deles, a maioria, são meramente momentos comezinhos, passageiros, sem grande significância.
02:45O que isso significa é que, na prática, as pessoas tendem a se incomodar pouco com isso.
02:50E aí tem um ponto que é interessante, Paula, que é o seguinte, os estudos cegos, ou seja, aqueles que você não fala,
02:57que estímulo o participante está consumindo, mostram que as pessoas não conseguem identificar a música feita por IA
03:06em oposição à música que não é feita por IA.
03:09E digo até mais, hoje em dia, com o custo de você colocar uma banda de pé e assim por diante,
03:15muitas vezes a música por IA pode trazer aquele som raiz com uma profundidade aparente ainda maior do que a média.
03:23Afinal de contas, basta você importar esse tipo de sonoridade para que ela esteja lá,
03:28como no caso dessa música Walk My Way, que atingiu o número 1 da Billboard.
03:32Curioso isso, né, Álvaro?
03:34Inclusive, eu ia te fazer uma pergunta exatamente sobre o impacto econômico de uma indústria
03:38em que o custo marginal em produzir novas faixas vai cair praticamente a zero, né?
03:44Exato.
03:45Eu acho que há um imenso potencial econômico e a gente tem que pensar que esse potencial
03:51não significa simplesmente a indústria estabelecida e o que pode migrar para IAS.
03:58Significa a ampliação da própria indústria.
04:00Porque as pessoas escutam muita música e produzem muita música,
04:04mas, evidentemente, quando esse custo de produção converge a zero,
04:09você tem, assim, uma amplificação do próprio teto.
04:12Exemplo, videogames.
04:13Músicas de videogame são estereotipadas.
04:16Nos videogames mais baratos, existe uma razão para a sonoridade ser daquele jeito,
04:21que é custo.
04:22Então, com o IA, você consegue produzir músicas desse tipo muito mais sofisticadas.
04:27Isso se aplica a tudo. Música de elevador, músicas para fazer aulas de yoga e assim por diante.
04:32Hoje em dia, esses geradores de música para essas coisas vão produzindo variedade
04:37num nível muito maior.
04:38Então, eu acho que é uma ampliação desse teto.
04:40Do outro lado, do ponto de vista dos artistas,
04:42a gente efetivamente tem uma situação um pouco mais difícil
04:44e eu diria que uma tendência a investir cada vez mais em shows e outras atrações ao vivo.
04:50Agora, Álvaro, como que ficam as noções de autenticidade, de originalidade
04:56e também de autoria artística quando esses sistemas passam a recombinar, então, os estilos,
05:03esses estilos que você citou, com precisão de laboratório?
05:07Na sua opinião, dá para ver um paralelo aí com os DJs
05:10ou algum tipo de coisa como os DJs fazem?
05:13Eu vejo que os DJs e o sampling, aquele uso de pedaços, de faixas,
05:19numa construção como se fosse uma costura, uma colcha de retalhos de bom gosto
05:23ou eventualmente de mau gosto, está no meio do caminho
05:26entre a produção tipicamente manual, artesanal da música e a produção com o IA.
05:34Ou seja, não é que há um paralelismo entre o sampling, o trabalho do DJ e a música por IA,
05:40mas que o sampling criou as condições culturais para que as pessoas recebam numa boa
05:47porque elas estão acostumadas a ouvir trechos de músicas que não estão sendo produzidas naquele momento.
05:52Isso eu diria que vai muito além, na verdade, do trabalho dos DJs
05:56que fazem coisas, do ponto de vista produtivo, consideradas de alto valor.
06:01Isso reflete o fato de que a música eletrônica já tem um componente algorítmico, muitas vezes,
06:07no sentido da produção da batida, da repetição que você pode fazer usando o computador, etc., etc.,
06:13que criam as bases para a música por IA.
06:16A grande diferença é que as narrativas musicais da IA, elas também estão em áreas como country, MPB,
06:26no fundo, qualquer tipo de música que você quiser regional.
06:29E aí você, no fundo, está tensionando algo que as pessoas têm como memória afetiva
06:35ao artesanal, ao humano e, muitas vezes, ao emocional.
06:40Esse é o verdadeiro ponto de tensão da história.
06:43Mas, do ponto de vista substitutivo, eu acho que há uma passagem,
06:46há um caminho relativamente linear entre as coisas.
06:49Agora, Álvaro, então, para a gente fechar esse bate-papo,
06:51que é sempre bom demais falar com você,
06:53para que lado vai tudo isso, hein?
06:56Na sua opinião, a música humana, será que ela vai ser um nicho no futuro?
07:00De repente, exclusividade de shows, de festivais?
07:04Qual que é a sua visão de futuro?
07:06A minha visão de futuro é que, sim, a música humana vai começar a conviver cada vez mais
07:11com a música feita por inteligência artificial
07:13e haverá uma diferença muito perceptível entre o produto premium,
07:21que é o produto feito por humanos,
07:23e este outro produto de consumo rápido,
07:26que vai ser, por exemplo, a música de elevador,
07:28a música da aula de yoga ou de spinning,
07:31a música que vai tocar, enfim, numa festinha qualquer,
07:34que o sujeito preferiu não gastar tempo e energia escolhendo as trilhas,
07:38apertou um botão e falou para a IA escolher,
07:40aí, por questões de direitos autorais, é muito mais barato fazer assim.
07:42E, sobretudo, essa é uma música que tem muito incentivo
07:46para se espalhar pelas plataformas como Spotify, Deezer, etc.,
07:51o que já está acontecendo, porque, afinal de contas,
07:54ela paga zero ou quase zero de direitos autorais.
07:58Está aí a grande questão e esse é o sentido econômico desse futuro.
08:01É isso, Álvaro.
08:02Muito obrigada, sempre muito bom te ouvir aqui no Real Time
08:06e a gente segue acompanhando,
08:07porque a inteligência artificial vai fazer muita coisa,
08:09ainda não só no campo da música,
08:11como em todos os campos aí da nossa vida, né?
08:14Eu que agradeço, agradeço você que nos acompanhou.
08:16Até semana que vem.
08:17Até semana que vem.
08:18Tchau, tchau.
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