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Dennys Xavier publica na sexta, 28, em Crusoé uma uma crônica estoica sobre a brevidade da vida, baseada na revelação da jornalista Tatiana Schlossberg, que é neta de John F. Kennedy, sobre seu câncer terminal.
Duda Teixeira, Ricardo Kertzman, Dennys Xavier e Mano Ferreira participam:
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NotíciasTranscrição
00:00que é um assunto que surgiu nesta tarde.
00:04Eu sou o editor da revista Cruzoé,
00:07quer dizer que eu pego os artigos de todos os colunistas,
00:12dos nossos articulistas também,
00:15e faço ali o trabalho final de colocar na página,
00:21colocar as imagens.
00:23E aí, eis que hoje à tarde eu pego esse artigo do Denis Xavier,
00:27quem colocou no sistema foi até o Rodolfo Borges,
00:31o Rodolfo estava me ajudando ontem também,
00:34e a hora que eu li o negócio, falei assim,
00:35peraí, para tudo, a gente precisa falar,
00:41o artigo é demais, é brilhante,
00:44é um chamado também importante,
00:49e aí acho que vale a pena a gente comentar esse assunto agora aqui no papo.
00:56O artigo do Denis, ele começa comentando isso,
01:02o título vai ser esse,
01:04então esse artigo vai estar na Cruzoé para assinantes
01:06às três da manhã dessa madrugada,
01:10então dessa sexta-feira,
01:11Crônica Históica, a brevidade da vida.
01:15O Denis comenta um artigo da jornalista Tatiana Schlossenberg,
01:21que é um sobrenome meio difícil,
01:25mas ela é neta do John Kennedy,
01:28ex-presidente americano,
01:32e ela anuncia ali nesse artigo
01:35que foi diagnosticada com câncer terminal,
01:40é uma moça jovem,
01:41de 35 anos,
01:44tem dois filhos pequenos,
01:46e está ali lidando,
01:49tentando,
01:51enfim, lidar com essa situação,
01:54que é você ter,
01:56saber que você não vai viver por muito mais tempo.
02:00E o Denis traz vários ensinamentos,
02:03com frases de pensadores estoicos,
02:07para fazer essa reflexão que a Tatiana está fazendo.
02:12Denis, vamos lá,
02:14você pode comentar um pouquinho o seu próprio artigo?
02:17Posso, posso, com prazer.
02:19Primeiro, obrigado, Duda,
02:20pela gentileza,
02:21pela generosidade dos comentários.
02:23É muito bom,
02:24porque como você é meu primeiro leitor,
02:25e você me manda,
02:27e quando eu falo do Duda,
02:28eu tenho que fazer essa deferência,
02:29o Duda é um grande intelectual.
02:32Então, às vezes, a gente vê aqui só na apresentação,
02:35mas é um baita de um intelectual.
02:37E receber um elogio dele tem peso acima do normal.
02:43Essa reportagem sobre a Tatiana me chamou muito a atenção,
02:46estava lendo o Antagonista,
02:48exatamente porque quando eu vou escrever,
02:51eu tento buscar algum elemento filosófico
02:54que seja útil para o nosso dia a dia.
02:55E eu sou um divulgador entusiasmado da filosofia estoica.
02:59Mas da filosofia estoica, na sua essência,
03:02não em frases batidas de autoajuda,
03:06porque a filosofia estoica acabou sendo um,
03:10vamos dizer, um amparo meio que inadequado
03:13de frasezinhas feitas,
03:15sem a devida justificação teórica,
03:17sem a devida explicação.
03:20E o caso dessa moça me chama a atenção
03:22porque ela tem 35 anos,
03:24dois filhos,
03:25e tem uma condenação à morte.
03:29Os médicos já falaram que ela tem aí uma sobrevida
03:32de, no máximo, um ano.
03:35E o texto dela é muito comovente
03:37exatamente porque
03:38o ser humano,
03:40o indivíduo colocado diante
03:43da mais absoluta certeza
03:45que todos nós temos,
03:47e uma certeza que deveria calibrar a nossa existência.
03:50Tudo aquilo que nós falamos aqui,
03:51do mundo da política,
03:52do mundo da cultura,
03:53que a gente repercute aqui no dia a dia,
03:55tudo isso deve ser colocado à luz
03:58de uma força inarredável.
04:01Todos nós vamos morrer.
04:03E esse fim,
04:04ele pode acontecer a qualquer momento.
04:07E isso não é,
04:09os estoicos vão ensinar,
04:10não é nem bom nem mal,
04:12é só indiferente.
04:13Existe uma frase de um filósofo estoico
04:15chamado Epiteto,
04:16que diz assim,
04:17e ela é dura, tá?
04:18Eu já vou advertir a nossa audiência,
04:20é uma frase dura,
04:21mas pra gente pensar a respeito.
04:22diz assim,
04:24sempre que você beijar o seu filho,
04:26lembre-se,
04:28ele é mortal.
04:30Porque nós tendemos a considerar essas coisas
04:32como absurdos,
04:34como punições,
04:36como pesos.
04:38E não,
04:39é só a vida acontecendo,
04:40é só a natureza acontecendo.
04:42Então, Duda,
04:43se você me permitir,
04:45você como meu editor,
04:46eu gostaria de ler ali,
04:47meio parágrafo.
04:48A vontade.
04:50Pode ser?
04:50Claro.
04:51Eu digo o seguinte,
04:51Tatiana,
04:52ao escrever o seu Reckham,
04:54em tom direto,
04:55humano e sem pieguismo,
04:57nos obriga a fazer
04:58o que os estoicos
04:59sempre exigiram,
05:01olhar a verdade de frente,
05:04sem véus.
05:05Epiteto diz,
05:06você é uma alma
05:08que carrega um cadáver.
05:09Você é uma alma
05:11que carrega um cadáver.
05:13Todos os dias nós morremos um pouco.
05:15Uma hora vão chamar a nossa pedra lá no bingo
05:18e nós vamos partir.
05:19Então, cuidado
05:20com o modo como você reage
05:22à vida que tem.
05:24Calibre melhor
05:25exatamente para que você não seja
05:27tragado por uma perspectiva
05:28de quem não está o tempo inteiro
05:30como está
05:31à sombra do fim.
05:33Esse tipo de sentença parece,
05:36aos ouvidos modernos,
05:37um despropósito
05:38niilista, de natificação,
05:40mas o estoico não fala de morte
05:41para provocar desespero.
05:43Ele fala de morte
05:44para produzir lucidez
05:46diante do inevitável.
05:48Tatiana, ao compartilhar sua condição,
05:50não se torna uma personagem trágica,
05:52mas um mestre estoico involuntário.
05:56Finalizo com a sua fragilidade
05:58e nos ensina
05:59o que tanto esquecemos,
06:01que a vida é breve,
06:03que o amanhã é ficção
06:05e que só temos o agora.
06:07esse instante
06:08fulgaz
06:09para amar,
06:10agir,
06:11contemplar
06:12e deixar um traço
06:13de presença
06:14no mundo.
06:16Eu espero que vocês apreciem muito.
06:18Foi escrito, como sempre,
06:19com muito carinho.
06:20Amanhã, então,
06:21logo de madrugada,
06:23na revista Cruzoé.
06:25Bateu uma salva de palmas
06:26aqui para o profissional.
06:26o que eu acho
06:31uma das coisas
06:33que eu adorei
06:34nesse artigo do Denis
06:35é que
06:36a gente precisa
06:38encarar a morte,
06:40falar da morte,
06:41entender que a morte existe.
06:43Pode acontecer hoje,
06:44pode ser amanhã,
06:45semana que vem,
06:46daqui a 10 anos,
06:47daqui a 20,
06:4840 anos,
06:49a gente nunca sabe,
06:50mas, no fim,
06:52isso de admitir,
06:55não fugir
06:55do assunto
06:57faz com que a gente mude
06:59a visão que a gente tem
07:00sobre a vida.
07:03E, aliás,
07:04o Denis
07:05resgata
07:06vários pensadores
07:07estoicos,
07:08mas
07:08estava até conversando com ele.
07:10Eu fui para o México
07:12esse ano
07:13e eles têm
07:15o tempo inteiro
07:15essa veneração
07:16da morte também,
07:18de você estar
07:19caminhando
07:20numa feira
07:21popular
07:23e, de repente,
07:23tem um altarzinho
07:24no meio da rua
07:25cheio de caveira
07:27e de esqueleto.
07:28E você fala,
07:28nossa,
07:28o que está acontecendo aqui?
07:30E, aí,
07:31no meio,
07:31tem a mini,
07:32e aí você fala,
07:35meu,
07:35que piração
07:36que é isso?
07:36E, aí,
07:37até lendo
07:38Otávio Paz,
07:40o Labirinto da Solidão,
07:41ele traz
07:42essa história,
07:43quer dizer que,
07:43não é uma
07:44veneração
07:45da morte
07:46por si só,
07:47gostar de alguma
07:49coisa tétrica,
07:50não é isso,
07:51mas é
07:52a reflexão
07:53que vem
07:54a partir daí
07:55de você
07:57valorizar
07:58as coisas
07:59que a gente
08:00tem
08:00na vida,
08:02que a gente tem
08:02nesse momento
08:03de agora.
08:06Ricardo,
08:07quer comentar
08:07alguma coisa?
08:09Olha, Duda,
08:10esse tema
08:11morte,
08:12a finitude,
08:13é um tema
08:13que eu me
08:15interesso
08:15muito
08:16e eu confesso
08:18que eu convivo
08:18diariamente com ele,
08:20diuturnamente com ele,
08:22diversas vezes
08:22durante o dia,
08:23porque eu não evito
08:24pensar na finitude,
08:26ao contrário,
08:27eu enfrento
08:27o pensamento,
08:28é dolorido,
08:29não é qualquer um,
08:30é complicado
08:31essa tarefa,
08:32diante de cada
08:33prazer,
08:34imediatamente
08:36vir,
08:36né,
08:36o pensamento,
08:37bom,
08:37esse prazer
08:38pode terminar agora,
08:39pode terminar amanhã.
08:40amanhã.
08:41Então, assim,
08:42eu acho que a gente
08:43poderia,
08:43inclusive,
08:44marcar um papo
08:45antagonista especial
08:46só pra poder falar
08:47sobre isso,
08:48porque eu acho
08:48que é um tema
08:48também que toca
08:49muita gente.
08:50Agora,
08:50sobre estoicismo,
08:51eu vou pedir perdão
08:52aqui ao Denis,
08:54pensa numa filosofia
08:55que o Ricardo
08:55desconfio,
08:57desconfio não
08:57porque ela não existe,
08:58não porque ela não
08:59possa ser exercida,
09:00porque eu já tentei
09:02seguir o estoicismo
09:03e não consigo.
09:04sábado, Denis,
09:05eu tava lá no Paraguai,
09:06Assunção,
09:07esperando o Atlético
09:08bater os pênaltis,
09:09sabendo que o Atlético
09:09ia perder,
09:10e ficava pensando assim,
09:12não adianta você
09:13ficar sofrendo,
09:14né,
09:14você não controla
09:15o batedor de pênalti,
09:17você não controla
09:17o Biel,
09:18mas não funciona não,
09:19Denis,
09:20eu fico em pânico,
09:20estoicismo não é pra mim.
09:23Nesse caso,
09:23eu acho que até
09:24os filósofos,
09:25Marco Aurélio,
09:26Sêne,
09:26eles vão te entender,
09:27eles vão entender,
09:28é futebol,
09:30mas é muito bonito
09:30isso, né,
09:31quer dizer,
09:31o Schopenhauer,
09:32ele fala que a filosofia estoica
09:34é a filosofia que mais,
09:36é que melhor compreendeu
09:37a natureza humana
09:38em 500 anos
09:40de aplicação
09:41de racionalidade,
09:42que foi o tempo
09:42que durou essa escola,
09:44e aí você tem exatamente
09:46essa distinção
09:46entre aquilo que nós
09:47podemos fazer
09:48e aquilo que nós
09:49não podemos fazer.
09:50Nós noticiamos coisas aqui
09:51que são muito duras
09:52o tempo inteiro.
09:54Vocês,
09:55diariamente,
09:56eu venho aqui uma vez,
09:58duas por semana,
09:58pra gente trocar essa ideia,
10:00e é sempre muito complicado
10:01falar,
10:02para um público,
10:03essas coisas que beiram
10:04o surreal o tempo inteiro.
10:06Mas, ao mesmo tempo,
10:07é um sofrimento
10:08que a gente não deve
10:09experimentar como coisa natural.
10:11Exatamente porque é preciso,
10:12o primeiro movimento
10:14ao ser feito,
10:15logo ao levantarmos,
10:16é o que eu tenho
10:18no universo do meu controle
10:19e o que eu não tenho
10:21no universo do meu controle.
10:22E se nós quisermos,
10:24por exemplo,
10:24uma mudança de Brasil,
10:26que nós sejamos,
10:27em primeiro lugar,
10:28exemplos encarnados
10:30daquilo que nós dizemos.
10:33Então,
10:34no Brasil,
10:34existe uma espécie
10:35de deslocamento
10:36de atenção
10:36para aquilo que é motivo
10:38do que os outros
10:39estão dizendo,
10:40o que eles estão falando
10:41ou deixando de falar.
10:43E pouquíssima atenção
10:44para o que as pessoas
10:45estão fazendo.
10:46Se elas são realmente
10:47encarnadas
10:48àquilo que elas dizem.
10:50Então,
10:50a gente estava agora
10:51dando uma notícia
10:52sobre um cara
10:52que está dizendo assim,
10:53só vou apoiar alguém
10:54se esse alguém
10:56agir como eu acho
10:57que deve ser a ação.
10:59Mas ele mesmo
11:00não age assim.
11:02Então,
11:02se você começa
11:03a ter o olhar
11:04para esse modo
11:05encarnado de ser,
11:06as coisas
11:07tendem a mudar.
11:23E aí
Seja a primeira pessoa a comentar