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Em 2025, os Correios podem gerar mais da metade do prejuízo das estatais brasileiras. Com um déficit de R$ 4 bilhões já no primeiro semestre, a empresa anunciou um plano de reestruturação que inclui demissão voluntária, venda de agências e imóveis, e busca por empréstimos. A repórter Fernanda Câmara traz todos os detalhes sobre essa crise e suas possíveis soluções. Acompanhe a análise de Mariana Almeida. 

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Transcrição
00:00A crise financeira dos Correios se aprofundou e levou o governo federal a bloquear gastos em ministérios como forma de compensação.
00:08Para enfrentar o rombo, a estatal apresentou um plano que inclui um programa de demissão voluntária,
00:14o fechamento de mil agências deficitárias e a expectativa de arrecadar cerca de 1,5 bilhão de reais com a venda de imóveis.
00:23Também está em estudo a possibilidade de firmar parcerias estratégicas, além de fusões e aquisições.
00:30Quem traz todos os detalhes para a gente é a Fernanda Câmara.
00:34Oi Fernanda, bom dia para você, uma ótima terça-feira para nós.
00:39Essa crise dos Correios, a gente tem falado bastante, vem se agravando e parece que esse número que a gente deu aí
00:45representa mais da metade do prejuízo previsto para todas as estatais brasileiras, não é isso?
00:53É isso, viu Paula? Muito bom dia para você, bom dia a todos.
00:57Olha Paula, em 2025 a empresa será responsável por mais da metade do prejuízo previsto para todas as estatais federais.
01:06Dos últimos 10 anos, os Correios tiveram prejuízo em 5.
01:10Em 2024, o déficit dos Correios foi de mais de 2,5 bilhões de reais.
01:16No acumulado do primeiro semestre de 2025, o prejuízo passou de 4 bilhões de reais e pode chegar a 10 bilhões de reais
01:25até o fim do ano, segundo um comunicado que a direção enviou aí aos funcionários.
01:31Na semana passada, o próprio governo federal dobrou a previsão de rombo dos Correios em 2025.
01:37A empresa que já deteve metade do mercado de encomendas, hoje responde por apenas um quarto dele
01:43porque não investiu o suficiente para concorrer com empresas mais modernas do setor.
01:48A crise dos Correios afeta também as contas públicas, viu Paula?
01:52O governo federal previa que estatais federais teriam um déficit de 6 bilhões de reais em 2025,
01:59mas por causa dos Correios, a previsão agora é de um déficit de 9 bilhões de reais.
02:06Pelas regras fiscais, quando o rombo das estatais passa do limite estabelecido na meta,
02:12é preciso compensar em outras áreas.
02:14Por isso, o governo contingenciou 3 bilhões de reais em gastos dos ministérios.
02:20O mais recente plano anunciado pelo governo é reestruturação.
02:25Isso para tentar resolver problemas antigos que se agravam e se arrastam,
02:29bem como você falou aí no começo do jornal.
02:32O plano inclui cortes, enxugamentos, parcerias e novos empréstimos também.
02:39O plano divulgado pelos Correios prevê demissão voluntária para reduzir em 10 mil
02:44o contingente de 83 mil empregados, venda de cerca de mil agências deficitárias
02:50e arrecadação de cerca de 1,5 bilhão de reais com a venda de imóveis.
02:55O plano prevê ainda a possibilidade de parcerias estratégicas, fusões e aquisições,
03:01mas busca também empréstimos de 20 bilhões de reais.
03:06De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigam,
03:10entre as alternativas para dar fôlego aos Correios,
03:13está em discussão uma operação de crédito com garantia do Tesouro.
03:17Ele destacou que não está na mesa um aporte direto do governo para a recuperação da estatal.
03:23O secretário afirmou ainda que o governo caminha para cumprir a meta fiscal
03:27de déficit fiscal zero de 2025,
03:30que tem uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual de PIB,
03:35de produto interno bruto.
03:37Para 2026, que tem uma meta de superávit de 0,25% do PIB,
03:44com a mesma tolerância, Durigam disse que o governo tem o desafio
03:48de aprovar no Congresso Nacional medidas já em tramitação
03:52com impacto de 300, ou melhor, com impacto de 30 bilhões de reais no próximo ano,
03:59incluindo tributação de apostas online e de instituições financeiras
04:03e uma revisão de renúncias tributárias.
04:06O secretário também afirmou que o novo relatório não abre espaço fiscal relevante
04:10porque o governo usou parte da margem aberta no orçamento
04:14para compensar o resultado das estatais.
04:17O secretário-executivo do Ministério de Planejamento e Orçamento,
04:21Gustavo Guimarães, acrescentou, Paula,
04:23que parte dos recursos discricionários liberados
04:27já foram cancelados e consumidos por despesas obrigatórias.
04:32E, segundo ele, a margem aberta nas contas deste ano,
04:35após essas deduções, será de 644 milhões de reais.
04:41Eu volto com você.
04:43Muito obrigada pelas suas informações,
04:45Fernanda Câmara, que fala ao vivo de São Paulo.
04:48Daqui a pouco a gente conversa mais um pouco.
04:51Maria Almeida, bom dia, boa terça-feira para a gente.
04:54Vamos começar, então, falando de Correios, né?
04:57Essa reestruturação que a Fernanda Câmara estava anunciando,
05:00ela é fundamental, mas parece que ela está chegando tarde,
05:03então não vai ser suficiente.
05:05A única solução a essa altura do campeonato
05:07é, de fato, a iniciativa privada,
05:11como já acontece em outros países, não é isso?
05:13Bom dia, Paula.
05:14Bom dia para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora,
05:16numa ótima terça-feira.
05:18Na verdade, Paula, em termos do Correio,
05:20a questão é que se instaurou um verdadeiro fla-flu já há algum tempo
05:24sobre privatização versus...
05:25Ou não, né?
05:26Exatamente, versus resgate via mecanismo público.
05:29E nesse embate aí que se deu, bastante carregado de ideologia,
05:35a gente acabou construindo poucas alternativas, de fato,
05:38para entender qual a possibilidade de resolver a questão fundamental,
05:42que é ter uma empresa que se sustenta do ponto de vista operacional
05:45e, ao mesmo tempo, garante o que é uma demanda dos Correios,
05:49que é a universalização do acesso ao sistema de entregas.
05:53Algo que, no Brasil, no país continental,
05:55que tem diversos aspectos relevantes em termos de afastamento
06:00de algumas populações, distância, do ponto de vista físico mesmo,
06:04para chegar em grandes centros, acaba sendo fundamental.
06:07Mas são coisas muito diferentes.
06:08Ou seja, por quê?
06:10Porque eu tenho, de fato, uma questão logística muito importante
06:15com uma concorrência cada vez mais acirrada.
06:17Dentro, com as evoluções mais recentes no campo das compras online,
06:21do todo o processo de entregas,
06:24esse virou um filão para diversas empresas,
06:27com a entrada, inclusive, de importantes players
06:30que passaram a ter sua própria rede de logística.
06:32Estamos falando dos grandes entregadores,
06:34até a Amazon, que também acaba tendo a sua própria rede.
06:37Então, com essa ampliação de quem está no mercado,
06:41essas margens caíram e se tornaram mais importantes
06:44os focos em inovação para esse setor.
06:47Aí, é preciso investir, inovar, investir e pensar nesse mercado
06:52que tem grandes cidades, espaços mais, digamos, padrão
06:57como um dos grandes focos.
06:59Aí, como negociar essa relação com a universalização?
07:04Essa história de como eu consigo fazer uma espécie de subsídio cruzado,
07:07eu tenho como fazer uma ativação ou criação de obrigações
07:11compartilhadas para essa universalização,
07:13que modelos, eventualmente, mais mistos poderiam ser criados?
07:17Essa conversa de rentabilidade em uma parte das entregas,
07:21com possibilidade de responsabilidade para outra,
07:24que tende a ser mais deficitária,
07:26acaba não acontecendo, porque ficou, como eu disse,
07:29muito esticada a corda entre uma alternativa ou outra.
07:32E aí, por hora, no momento, a alternativa que está vigente
07:35é a alternativa de pensar a solução
07:37onde a empresa segue o seu padrão estatal,
07:40com um momento, um plano de reestruturação
07:42que agora passa por essa ideia de recuperar um pouco as receitas
07:47e reduzir os prejuízos.
07:48Prejuízo, como a Fernanda Câmara trouxe,
07:50vem aumentando de maneira substancial o prejuízo operacional.
07:55E o ano de 2025 foi muito forte.
07:57Então, a ideia é, neste plano aqui,
07:59muda o papel das agências, reorganiza,
08:01faz o gasto com o pessoal,
08:04tem um passivo importante de trabalhista associado à empresa.
08:07Então, fazendo esse ajuste,
08:08tentar reorganizar as operações
08:11para recuperar um posicionamento
08:13até 2027.
08:15Bom, plano estatal vem com empréstimo
08:18para poder, em tese, também viabilizar
08:21grandes investimentos que ajudariam
08:22a dar competitividade para a empresa.
08:24Fecha o modelo como um todo,
08:26consegue atingir o nível de investimento necessário
08:29para a concorrência do que é o core desse tipo de atividade,
08:32que, como eu disse, tem vários outros players
08:34e players muito conectados com avanços tecnológicos
08:37internacionalmente.
08:38Será que isso vai dar conta?
08:40Não se sabe ainda.
08:41E é isso.
08:42A forma de pensar ainda parece muito restrita,
08:46mas o momento atual é esse.
08:48Agora, aqui, a gente tem que observar
08:50se, no próximo ano, a solução que é pensar.
08:53Então, se o objetivo é recuperar em um ano,
08:56vamos ver se as metas são alcançadas ou não
08:57para ver se, caso não sejam,
09:00estimulam um pensamento um pouquinho mais fora da caixa
09:02e a possibilidade de imaginar como compartilhar
09:05responsabilidades que são coletivas,
09:07acesso e universalização com ganhos e avanços
09:11do ponto de vista de produtividade,
09:12que são tradicionais de um mercado bem concorrencial,
09:15mais associado à operação privada.
09:18Isso, de novo, ficou distante,
09:20mas, quem sabe, lá na frente,
09:21a gente volte a poder falar nessas linhas, Paula.
09:23Exatamente, Mari.
09:24É, foi-se o tempo aí da hegemonia dos Correios.
09:28Agora, a gente tem muita concorrência
09:29e tem que entender o que vai acontecer
09:31daqui para frente,
09:32diante dessa crise que ele vem enfrentando.
09:35Daqui a pouco, a gente conversa mais.
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