O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rompe com o governo e acentua o atrito entre o Planalto e o Congresso. A decisão ocorre após movimentos da base governista que desagradaram líderes parlamentares e ampliaram o desgaste institucional.
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00:00Após Davi Alcolumbre, ele é o presidente do Senado Federal, o presidente de uma outra casa legislativa, o Gumota, que preside a Câmara dos Deputados, também decidiu romper com a base governista.
00:13Essa situação foi retratada em uma reportagem do jornal Folha de São Paulo e é preciso destacar que o líder da Casa Baixa afirmou não ter mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o líder do Partido dos Trabalhadores,
00:28Lindbergh Farias, que é o líder do governo na Câmara.
00:31Esse tensionamento na Câmara acentua o desgaste na relação do governo com o Congresso Nacional.
00:38A indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, pode ser travada, já que Davi Alcolumbre indicou que será feito em um momento oportuno, sem estabelecer um prazo.
00:51Ele, inclusive, acabou emitindo um comunicado, uma nota, tratando dessa questão.
00:56Em um momento oportuno, o Senado Federal vai se debruçar para analisar a indicação do governo.
01:03E, obviamente, que muitas figuras acabaram lembrando de uma outra situação que aconteceu em uma outra legislatura,
01:09que um indicado por um presidente da República ficou aguardando alguns meses para passar pela sabatina.
01:16Será que o filme vai se repetir?
01:19A ver, a ver.
01:20Deixa eu receber as pessoas que nos acompanham pela rede Jovem Pan.
01:25As notícias de Brasília, em destaque, Hugo Mota, que é o presidente da Câmara, rompendo com o governo, ou pelo menos com o líder do governo na Câmara dos Deputados.
01:36E isso seria mais um indicativo de que o governo federal, que o Palácio do Planalto, estaria com um problema sério de articulação no Congresso Nacional.
01:46Vamos começar por essa notícia, que depois a gente trata de Davi Alcolumbre e a situação que envolve o indicado do presidente Lula.
01:53Começar essa com o Luiz Felipe Dávila.
01:55Você, Dávila, o que representa quando um presidente da Câmara fala que rompeu com o líder do governo na Câmara dos Deputados?
02:04Que, assim, quando um casal de namorados decide romper, beleza, cada um vai para o seu canto, eles não são obrigados mais a se falar.
02:10Agora, nesse caso, romper não quer dizer não vou falar nunca mais.
02:16Eles vão ter que tratar de coisas porque tem o colégio de líderes, né?
02:20Imagina, Lindbergh Farias estará na reunião de líderes.
02:23E aí? Não dá para você romper para sempre, né?
02:26O que significa romper com o líder do governo?
02:31Ainda mais quando é publicamente, Caniato, significa que a relação azedou de vez.
02:35E isso vai ajudar a andar algumas pautas de oposição.
02:41Mas o problema na política é que nós sabemos que rompeu esta semana.
02:47Mas ela pode reconciliar daqui a duas semanas, né?
02:50Então a gente nunca sabe como é que essa gangorra é.
02:53Nunca é para valer.
02:55E é sempre uma história que aumenta também a barganha política.
02:58Agora, o Hugo Mota parece que quer fazer algum agrado à oposição com este rompimento.
03:06E o maior agrado que ele pode fazer é colocar este projeto em votação da dosimetria.
03:12E já sabendo que parte da oposição vai apresentar um destaque tentando anistia ampla, geral e restrita.
03:21E aí deixa a bomba no colo da bancada governista para segurar o Rojão.
03:27Então, oportunidades se abrem a partir desse aparente rompimento, Beraldo?
03:33Não se abrem.
03:34Sem dúvida alguma, há espaço hoje para que a Câmara priorize aqueles projetos que estão alinhados com o interesse da população brasileira.
03:44E também ali do universo político, como no caso da anistia, que houve um acordo para a eleição de Hugo Mota à presidência da Câmara.
03:52E depois esse acordo foi descumprido, porque Hugo Mota recuou e não quis, até agora, criar uma animosidade com o governo.
04:04Então, isso tudo pode mudar.
04:06Agora, é preciso que o presidente da casa consiga se fortalecer junto a seus pares e que esteja preparado para aguentar a reação.
04:15Porque o governo não vai apanhar calado.
04:18O governo também tem os seus instrumentos de retaliação, especialmente no momento em que a gente está vendo o uso de órgãos do governo, digamos assim,
04:29envolvidos em constantes ataques a empresas, negócios e tal, que chegam nos opositores do governo.
04:39Esse caso, por exemplo, do Banco Master, é um caso que evidencia muito isso em razão das conexões políticas que existem e que estão sendo exploradas aí pela imprensa
04:54do dono do Banco Master, que hoje está preso, e que tinha uma vida ali de muitas festas e muita curtição com algumas figuras importantes da política,
05:05mas que hoje estão em oposição ao governo.
05:07Então, não sabemos, em algum momento pode sair aí algum tipo de delação premiada, alguma coisa assim,
05:14e chacoalhar essa árvore de uma maneira que a gente nem imagina.
05:19Entretanto, hoje, como o Dávila falou, no dia de hoje, parece que a vida do governo no Congresso Nacional ficará bem mais difícil.
05:29E termino fazendo uma ressalva aqui, Caneto.
05:31Caso não haja nenhuma bomba atômica estourada nos próximos meses, o governo vai chegar no ano eleitoral com uma situação econômica lamentável,
05:42um orçamento para 2027 completamente inviável e fictício, e sem ter avanços concretos em pautas importantes dentro do Congresso Nacional.
05:53Ele não terá história para contar durante a campanha eleitoral.
05:59E o próprio Bolsa Família, que é o grande instrumento, a grande arma do governo para garantir o seu volume,
06:06a sua base imensa de votos dos beneficiários, também estará ameaçada a partir de 2027.
06:13Pois é, uma pessoa escreveu aqui, nem a COP poderá ser mencionada na campanha eleitoral de 2026.
06:20É verdade.
06:21Deixa eu passar para o Mota.
06:22Mota, como você recebeu essa notícia do rompimento entre o presidente da Câmara dos Deputados e o líder do governo na Câmara Federal?
06:31E o que pode representar esse rompimento?
06:34Algo momentâneo?
06:36Pode ser revertido?
06:37Ou é algo que o governo deve se preocupar?
06:40O nosso espectador não sabe muito bem qual é o significado dessa notícia, desse rompimento.
06:49Eu também não sei.
06:51Será que isso significa que algumas pautas importantes que desagradam ao governo agora vão começar a andar no Congresso?
07:01É possível.
07:02A indicação de Guilherme Derritte, como relator do PL Antifacção, foi um primeiro e excelente sinal.
07:13Segurança pública e anistia são as duas grandes pautas a serem abraçadas pela oposição.
07:22Então, tomara que esse rompimento ajude com isso.
07:28Tem vários aspectos que a gente precisa destacar.
07:31O Dávila já está de volta com a gente?
07:34Tá bom.
07:34Daqui a pouco o Dávila vai trazer também análise sobre a situação que envolve agora a indicação do presidente da República,
07:42o AGU Messias, né?
07:44A análise que o Senado deverá fazer dessa indicação do presidente da República.
07:49Então, agora o Dávila de volta.
07:51Dávila, essa notícia nós dividimos em duas partes.
07:54Primeiro, essa situação que envolve Hugo Mota e o rompimento com Lindbergh Farias.
07:58E a segunda parte indica a manifestação do presidente do Senado, falando que a indicação da presidência da República,
08:06para avaliar o possível novo ministro do Supremo, isso ficará para um momento oportuno.
08:14E aí, mil reflexões a respeito do que significa isso, né?
08:19Mas é óbvio que muitos lembraram do que aconteceu com o mesmo Davi Alcolumbre na gestão de Jair Bolsonaro,
08:25quando indicou André Mendonça.
08:27Meses se passaram, né?
08:28Será que a gente vai se deparar com a parte 2 desse filme?
08:33É, a parte 2, Caniato.
08:36É o retorno.
08:37Esse retorno é o seguinte.
08:40Quanto mais tempo passa, mais difícil é para construir o consenso em torno de Messias.
08:48Este é um grande problema.
08:49Porque hoje, a escolha de um membro do Supremo Tribunal Federal
08:54não é mais, como o Cristiano Beraldo gosta de lembrar, o notório saber jurídico.
08:59É a notória conexão político-ideológica.
09:03Este é o critério hoje para escolher membros para o Supremo.
09:08Então, quando torna-se uma questão de notório ligação político-ideológico,
09:15é preciso costurar muito bem os votos no Congresso.
09:19E com este mau humor que o presidente do Senado já tem em relação ao nome de Jorge Messias,
09:25porque, na verdade, ele gostaria de Rodrigo Pacheco,
09:29já é uma coisa que dificulta muito.
09:32E dando esse chá de cadeira, vai ficar mais difícil ainda.
09:37E o governo vai ficar cada dia mais nervoso,
09:40porque a não aprovação de um ministro do Supremo Tribunal Federal
09:45seria um fato inédito na história da República.
09:49Será que nós iremos nos deparar com uma situação como essa?
09:53Mas você, Cristiano Beraldo,
09:55essa manifestação de Davi Alcolumbre
09:57sobre a avaliação em um momento oportuno.
10:00É super vaga essa resposta, né?
10:03Não, sem dúvida nenhuma.
10:04Quer dizer, os nove meses que o próprio Davi Alcolumbre,
10:07quando ocupava a presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado,
10:12levou para colocar em discussão
10:15a indicação de Jair Bolsonaro e de André Mendonça
10:17para o Supremo Tribunal Federal,
10:19demonstram que o senador Davi Alcolumbre
10:22não só tem experiência, mas disposição
10:25para realmente sentar em cima dessa indicação
10:27e fazer com que o governo suie a camisa
10:31para conseguir colocar essa pauta para andar.
10:34Se houver a repetição do prazo,
10:37quer dizer, nove meses,
10:38a gente está falando de encaminhar essa indicação
10:43já às vésperas do período eleitoral,
10:47porque mês de julho de 2026,
10:51os partidos já terão as suas chapas definidas
10:55e, a partir daí, é um pega para capar.
10:59Não há mais expectativa de benesses do governo.
11:02Quem recebeu, recebeu.
11:04Quem não recebeu, não receberá mais.
11:06E, portanto, os senadores terão bastante mais autonomia
11:10e motivação, digamos assim,
11:14para votarem nessa indicação conforme,
11:17não a sua convicção,
11:19porque nunca é sobre convicção,
11:21ou normalmente não é sobre convicção,
11:24mas sim conforme o interesse político
11:27que cada um terá naquele momento.
11:30Se as campanhas que eles estarão participando
11:33são campanhas que dependem do governo,
11:36votarão a favor.
11:37Mas, se houver uma maioria de senadores
11:40que estiverem abraçados em projetos
11:43que vão contra o governo federal,
11:46certamente o nome de Jorge Messias
11:48não será aprovado naquele momento do calor da campanha.
11:52Portanto, ficou uma situação delicada
11:55para o governo federal.
11:56E o curioso, Caniato, é que o presidente da República
11:59está cansado de saber quem é Davi Alcolumbre
12:02e das maldades que ele é capaz de fazer.
12:05E me surpreende o presidente ter optado
12:09por uma ruptura com Davi Alcolumbre.
12:12E Davi Alcolumbre, ao que parece,
12:15está levando essa ruptura às últimas consequências.
12:19É claro que estamos falando de Brasil
12:22e estamos falando da política brasileira.
12:24Sempre há uma forma de consolar,
12:27de recompensar alguém que está frustrado,
12:31que está chateado com o governo federal.
12:33Afinal de contas, nós, o povo brasileiro,
12:36os contribuintes brasileiros,
12:38garantimos dezenas e dezenas e dezenas
12:41de bilhões de reais
12:43que são destinados a esta casta,
12:46não do funcionalismo público,
12:48mas essa casta da sociedade brasileira
12:51que gasta esses bilhões como se deles fossem
12:55e não tem nenhum compromisso
12:57com a população que garante a arrecadação.
12:59E sim com seus interesses eleitorais em cada região.
13:02Pois é, o Beraldo lembrou desse atraso
13:04para avançar com o processo de Sabatina
13:09com André Mendonça, na época.
13:10E muitos meses se passaram
13:12e eu consegui resgatar uma notícia da época
13:14ao Columbre dizendo que a demora era normal
13:17e aí o veículo em questão
13:19conversou com dois senadores
13:21que disseram que ao Columbre estaria adiando
13:23sem qualquer fundamento
13:25a Sabatina de André Mendonça.
13:27Eu fico pensando, bom,
13:28se demorou nove meses
13:31para avançar com o processo
13:33e não tinha fundamento nenhum,
13:34você até me socorre, Beraldo,
13:36se você se lembra de alguma coisa.
13:37Fico imaginando agora, né,
13:39que tenha um fundamento.
13:40Seria por conta da situação
13:42que envolve a não indicação de Rodrigo Pacheco.
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