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O Dr. Claudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou como a inteligência artificial pode revolucionar o diagnóstico precoce, prever riscos cardiovasculares e ampliar o acesso à saúde ocular no país, com impacto direto em políticas públicas.

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Transcrição
00:00A inteligência artificial como aliada da saúde. Um milhão e meio de brasileiros
00:05convivem com a cegueira. Até 90% dos casos, segundo o Conselho Brasileiro de
00:09Oftalmologia, são evitáveis. Nós vamos conversar agora com o doutor
00:13Cláudio Lotenberg, que é presidente do Conselho Deliberativo do Hospital
00:17Israelita Albert Einstein, sobre como a inteligência artificial pode
00:21revolucionar o diagnóstico precoce e também a gestão da saúde ocular no
00:25país. Bom dia, seja muito bem-vindo aqui ao Real Time, Lotenberg.
00:30É um grato prazer. Muito obrigado pelo convite, Marcelo.
00:34Bom, a inteligência artificial e o uso de grandes bancos de dados, eles já estão
00:38mudando o cenário no diagnóstico de várias doenças no Brasil, né? No caso da
00:43oftalmologia, como é que está funcionando?
00:45Nós ainda estamos em passos, eu diria, embrionários em relação àquilo que pode
00:52ser feito. A questão da oftalmologia é uma questão que eu posso dizer de natureza
00:58de política pública. Você pode acreditar ou não, mas ainda o maior problema de baixa
01:04divisão em nosso meio é falta de óculos. Portanto, medidas que pudessem criar
01:10possibilidade de acesso para a prescrição de óculos já resolveriam um problema muito
01:16importante e aí com impacto socioeconômico e particularmente na área de educação.
01:22mais do que isso, nós sabemos que com o aumento da expectativa de vida, nós
01:28teremos aí doenças que praticamente não existiam, porque as pessoas morriam mais
01:33precocemente. Portanto, aqui eu falo da catarata, eu falo do glaucoma, eu falo da
01:40degeneração macular senil, presente em 20% das pessoas com mais de 70 anos. É possível
01:47ter especialista para poder avaliar todas essas pessoas num país com a dimensão continental
01:54como o Brasil? Certamente não é uma tarefa simples. Portanto, a gente pode prever isso
02:01utilizando inteligência artificial, a gente pode combater e tratar isso com recursos de
02:07telemedicina e talvez inspirado em modelos de alta produtividade, como a Índia, por exemplo,
02:13tem em cirurgias de catarata. Nós poderíamos ter aí um plano importante dentro da
02:18oftalmologia que traria um ganho em termos de qualidade de vida para a população brasileira
02:25que, como você bem disse, um milhão e meio de pessoas com cegueira e cerca de 35 milhões
02:32de pessoas que sequer foram avaliadas, segundo dados do estudo do Censo de 2010.
02:40Realmente, são problemas de base que, de fato, precisam ser tratados com mais seriedade
02:45pelo governo, mas também pela sociedade como um todo. Agora, eu queria saber em que casos
02:50a inteligência artificial pode trazer benefícios para o paciente no que tange, por exemplo, a
02:58otimizar o atendimento, a descobrir mais rápido algumas enfermidades.
03:02Veja, você falou de algo muito importante e eu talvez queira me ater aqui as doenças
03:07cardiovasculares. Existem trabalhos que a gente pode, talvez, extrair da literatura, onde infarto
03:16do miocárdio, AVC, fenômenos tromboembólicos, pelo simples achado de um fundo de olho, porque
03:25o fundo de olho é uma forma que a gente tem direta de enxergar as características dos vasos
03:31de cada uma das pessoas, a gente teria um cenário de previsibilidade. Quando a gente fala
03:36dessa perspectiva, nós estamos falando não só do diagnóstico, do tratamento daquela pessoa,
03:42mas da perspectiva de ter alguém que não passaria a ser um dependente. Veja o impacto
03:49que o acidente vascular cerebral tem quando ele não é atendido adequadamente. Então, você saber
03:54que aquele paciente é um paciente de risco e poder estabelecer um tratamento precoce, evitando
04:01que ele tenha algo tão grave como o acidente vascular cerebral, seria algo muito importante.
04:06Nós temos, logicamente, características de bancos de dados que são do nosso país, porque a etnia
04:13também corrobora e colabora para que a gente tenha algoritmos que sejam específicos para
04:20a nossa população. Mas, para isso, primeiro, nós precisamos que existam políticas que estimulem,
04:27existe um entendimento da sociedade científica, mas existe também um marco regulatório adequado,
04:33existem recursos de investimento que venham das linhas de financiamento dos diferentes governos,
04:39ou seja, uma visão estruturante, que é algo que eu sempre defendo quando falo sobre a saúde.
04:45É muito simples a gente detectar uma questão compensatória. Todos nós sabemos que existem
04:51problemas que são muito sérios da falta de acesso. Necessidade de mutirões, necessidade de consultas,
04:59necessidade de acesso a medicamento, mas se nós não projetarmos o que vai acontecer no futuro com algo
05:06muito mais estruturante, no verdadeiro plano digital de saúde, o Brasil certamente não vai avançar da maneira
05:14como a sociedade brasileira merece, com algo sustentável, com algo focado e que possa, no fundo,
05:21não só participar de uma população que vive mais, mas de uma população que vive mais e vive melhor.
05:27Na sua opinião, como é que está o esforço aí para fazer uma integração entre setor público e privado?
05:32Porque a gente sabe que instituições como Einstein já têm uma atuação junto com o setor público também, né?
05:38O que falta para que isso ganhe força?
05:42Esse tabu já foi quebrado. Nós lembramos um passado, talvez não tão recente,
05:47que havia uma preocupação muito grande de que a saúde, por ser algo universal,
05:54ela tinha que ser prestada e atendida diretamente por setores contratados,
05:59por parte das diferentes estruturas de governo e de Estado.
06:02Isso, eu acredito que houve uma evolução, papel das organizações sociais,
06:09centros de excelência que hoje participam de processos de gestão.
06:13A nossa própria organização tem aí hoje um papel dentro do sistema único de saúde
06:20muito maior do que na área privada.
06:23Claro, conciliando não só assistência, mas geração de conhecimento,
06:27treinamento, ação de inovação, pesquisa, que é algo que anda de forma conjunta para alguém
06:34que se preocupa na construção com políticas públicas de saúde.
06:38Eu acho que hoje, quando a gente vê determinados movimentos que o próprio governo atual fala,
06:45essa preocupação com o complexo industrial da saúde,
06:48a preocupação com a produção de drogas, medicamentos.
06:52Se nós voltarmos, há pouco tempo atrás, no episódio da pandemia,
06:56a dependência que nós tínhamos com a indústria estrangeira,
07:00hoje a questão da saúde é uma questão de segurança nacional,
07:04e eu acho que existe um caminho aí para ser trilhado.
07:07É suficiente o que está acontecendo?
07:08Não, não é suficiente.
07:10Mas existe, sim, uma afluência principalmente da estrutura do Estado brasileiro.
07:16Eu acho que esse entendimento daqueles que se ocupam do cuidado direto do nosso SUS,
07:22independentemente dos governos que estão aí, que vão se renovando,
07:26o que é legítimo dentro do exercício democrático,
07:28eu acho que a estrutura brasileira começa a caminhar.
07:31E se Deus quiser, nós vamos ter aí outros parceiros,
07:34que nem é o caso do nosso hospital,
07:36que vão participar de um projeto de saúde realmente universal,
07:40com universalidade, integralidade e, mais do que isso,
07:45qualidade, que é segurança para o paciente.
07:48Eu queria agradecer muito a sua presença aqui,
07:50o doutor Cláudio Lothenberg,
07:52que é presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein.
07:56Muito obrigado e bom dia.
07:57Muito obrigado, é um privilégio.
07:59Obrigado pelo convite.
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