As exportações brasileiras de frutas alcançaram 117,5 milhões de dólares em outubro, o melhor resultado da última década. Patrícia Cesarino, engenheira agrônoma e diretora de marketing da Ascenza, explicou ao Fast Money os fatores desse desempenho e as perspectivas para o setor.
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00:00E o desempenho das exportações brasileiras de frutas alcançaram 117,5 milhões de dólares no último mês.
00:09Esse é o melhor resultado para o mês de outubro em 10 anos.
00:12E a gente vai agora entender melhor o que influenciou esse desempenho e o que podemos esperar para os próximos resultados.
00:18A conversa ao vivo é com a Patrícia Cesarino, que é engenheira agrônoma e diretora de marketing da Ascenza.
00:24Oi, Patrícia. Boa tarde. Bem-vinda ao Fast Money.
00:27Oi, Natália. Tudo bem?
00:30Obrigada pelo convite.
00:31E é sempre bom ser portadora de boas notícias, ser chamada para falar sobre um assunto tão positivo que tem sido o resultado que as exportações de fruta do Brasil têm representado na nossa balança comercial e todo o setor.
00:50Tem crescido cada vez mais.
00:53Então, esse porto, Patrícia...
00:53A gente inicia...
00:55Oi?
00:56Não, não, desculpa. Só já pegar o gancho aqui para te perguntar.
00:59Esse foi, então, o melhor outubro em 10 anos nas exportações de frutas.
01:04A gente ultrapassou 177 milhões de dólares em vendas.
01:08Então, conta para a gente o que explica esse salto de desempenho depois de um ano que foi desafiador para os produtores.
01:14Exatamente, Natália.
01:16Exatamente, Natália.
01:17Assim, uma complementação dessa tua notícia é que em outubro, de janeiro a outubro, a gente já supera todo o volume que o ano passado representou.
01:29Então, a gente tem tudo para ter uma safra recorde até o final do ano, uma exportação recorde.
01:36E isso é muito explicado por quê?
01:38No segundo semestre, concentra aí a produção de muitas frutas representativas de exportação.
01:45Melão, melancia, manga, limão.
01:49A gente tem uma safra robusta, uma demanda aquecida, um setor mais bem organizado,
01:55uma logística também mais bem organizada, com parcerias melhor trabalhadas,
02:01os acordos comerciais distribuindo melhor a nossa produção.
02:05Então, a gente tem com isso também um melhor aproveitamento da produção.
02:09Então, a gente tem com isso um maior volume exportado.
02:13É, e é interessante isso nesse contexto de tarifas comerciais, né?
02:17Que impactaram tanto a nossa exportação para os Estados Unidos.
02:21Dá uma visão geral para a gente, Patrícia, por favor,
02:25sobre essa busca, então, da fruta brasileira pelos nossos compradores externos.
02:31Quais são as mais buscadas?
02:32Quais são os novos compradores e que garantiram e contribuíram para esse resultado positivo?
02:39O maior, o lugar onde é o maior responsável por essa demanda continua sendo a Europa.
02:50A Europa é responsável por 66,4% dessa demanda.
02:55E aí a gente tem Holanda, Reino Unido, Espanha.
02:58Os Estados Unidos é muito importante também.
03:01Tem a sua relevância nessa demanda.
03:06Mas a gente tem outros países como o Japão, a gente tem Alemanha, Argentina.
03:11Todos esses países também engordam essa lista, né?
03:13Outros países asiáticos também.
03:19O produtor brasileiro, ele é muito resiliente.
03:24E a gente está constantemente se profissionalizando cada vez mais.
03:28A fruta brasileira tem muita qualidade e isso é reconhecido internacionalmente.
03:34E um setor melhor organizado, com um volume de produção e um melhor aproveitamento dessa produção,
03:43tende a ter resultados mais positivos e cada vez com acordos comerciais sendo ampliados,
03:50a gente tende a ter aí uma maior representatividade no cenário mundial na produção de frutas,
03:56porque a gente tem um clima e uma qualidade e um profissionalismo que nos dá competência para ocupar esse lugar.
04:05E, Patrícia, nessa última mexida aí de Donald Trump, na questão das tarifas,
04:11essa retirada dos 10% adicionais contemplou esse nosso setor de frutas.
04:17E quando que a gente já percebe o impacto disso?
04:21Qual que é o tamanho do impacto desses 10%?
04:26Na verdade, a tarifa, o brasileiro, o produtor brasileiro, ele é muito resiliente e ele encontra alternativas.
04:37Esse impacto existiu, não foi tão grande quanto se esperava.
04:40Essa redução em 10% na tarifa ainda não é suficiente,
04:48no entanto, abre aí um espaço para negociação que é muito bem vista pelo setor.
04:54Existe aí um impacto maior no café, um pouco menor no setor de frutas,
05:01visto que o maior responsável por a fatia, digamos assim, econômica,
05:08e o maior impacto seria muito mais na Europa do que propriamente os Estados Unidos.
05:14Os Estados Unidos impactam algumas frutas específicas, como o manga tem uma grande,
05:20um grande, os Estados Unidos tem uma grande importância na exportação de manga.
05:24No entanto, o setor tem conseguido se organizar,
05:28tem conseguido fazer suas negociações com os importadores
05:31e esse impacto foi muito menor do que se esperava inicialmente.
05:35Ah, tá certo.
05:36E para a gente fechar, bom, já falamos para onde vão as nossas frutas
05:41e eu queria que você trouxesse para a gente informações sobre de onde saem, né?
05:45A região Nordeste continua dominando essa venda, né, Patrícia?
05:51Principalmente o Nordeste.
05:52O Nordeste é o grande responsável aí,
05:54quase 85% da nossa produção de exportação vem de lá.
05:59E aí a gente está falando de Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte.
06:04Quando a gente olha para Pernambuco, Bahia, a gente está falando principalmente de uva,
06:08uva de mesa, de exportação, manga.
06:11A gente tem o Ceará com uma produção importante de limão também.
06:15O Rio Grande do Norte com uma produção super importante de melão, melancia.
06:19Mas a gente tem outros países também,
06:21outros países, desculpa, outras regiões também.
06:24No entanto, 85%, 84,3% vem do Nordeste.
06:32Legal.
06:32Quero agradecer a Patrícia Cesarino, engenheira agrônoma e diretora de marketing da Senza,
06:37como ela mesmo disse, portadora de boas notícias hoje aqui no Fast Money.
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