Pular para o playerIr para o conteúdo principal
  • há 2 dias
Data chama atenção para a doença que já atinge milhões de brasileiros.
--------------------------------------
Notícias relacionadas:

--------------------------------------
💻 Confira as últimas notícias do Espírito Santo e do Mundo no nosso portal 👇
https://tribunaonline.com.br

📰 Notícias na palma da sua mão.
Assine A Tribuna e tenha acesso ao nosso app 👇
https://atribunadigital.com.br/assinatura/

🎙️ Assista aos nossos podcasts exclusivos de esporte, negócios e muito mais em
http://tribunaonline.com.br/podcasts

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00E chegou a hora da nossa entrevista do dia, hein?
00:02O mês de novembro é dedicado à conscientização sobre diabetes.
00:07Doença provocada pelo excesso de glicose no sangue.
00:11No Brasil, pra gente ter uma ideia, 10% da população adulta tem diabetes.
00:16E essa doença pode afetar também a saúde dos olhos.
00:20Vocês sabiam, gente, que os olhos podem ser afetados?
00:24A gente tá falando da retinopatia diabética,
00:27que é uma das complicações e que, inclusive, pode levar à perda da visão.
00:33Pra explicar melhor sobre essa complicação, o que fazer pra prevenir, tratar,
00:38a gente vai conversar com o médico oftalmologista.
00:42Doutor, muito obrigada pela sua presença aqui no Tribuna Manhã. Bem-vindo!
00:47Bom dia, Bruna. Tudo bem?
00:49Tudo jóia.
00:50Prazer estar aqui com vocês.
00:51Um assunto tão importante, né?
00:53Que causa tantos prejuízos pras pessoas que são afetadas.
00:57Como você disse, cerca de 10% da população.
01:01Se a gente pegar aí no Brasil hoje, próximo de 20 milhões de pessoas.
01:06Então, e dessas pessoas com diabetes, um terço delas vão ter retinopatia diabética.
01:13E uma pessoa com diabetes, se ela não cuida, ela tem 25%, 25 vezes mais chances de ter cegueira pelo diabetes.
01:23Meu Deus! Então é muito sério.
01:24É muito sério.
01:25O que seria a retinopatia, doutor? Explica pra gente.
01:29Nós temos aqui um esquema do olho, né?
01:30O olho esquemático.
01:31Ah, doutor trouxe pra gente.
01:32Eu trouxe aqui pra gente poder ilustrar.
01:34Então, dentro do olho, nós temos vários vasos sanguíneos.
01:39Aqui na câmera dá pra olhar.
01:40São os vasos que fazem a irrigação do olho.
01:43Então, nós temos as veias e as artérias.
01:47O diabetes, ele vai provocando micro lesões nos vasos.
01:51Pequenas lesões.
01:52Ele vai afetando a parede interna das veias e das artérias.
01:56Com o tempo, essas micro lesões fazem com que haja o vazamento de líquido.
02:01A gente chama de exudado.
02:03Uns líquidozinhos pequenos e tudo do sangue.
02:06Quando a lesão aumenta, começa a ter perda de hemácias.
02:10Então, começa a ter sangramento.
02:12Então, isso é a retinopatia diabética.
02:14Que vai afetando os vasos sanguíneos.
02:17Depois afeta a mácula, que é o ponto central da visão.
02:20E são lesões, na maior parte das vezes, irreversíveis.
02:23Olha só.
02:24Dá pra gente perceber.
02:26Fica alguma manchinha no olho?
02:29Tem algum sintoma aparente?
02:30Vamos lá.
02:31Aparente.
02:32Eu ver no seu olho, sem um exame, eu não consigo.
02:35Só numa fase muito avançada.
02:38Mas o paciente que tem diabetes, ele já tem alguns sinais que ele percebe que a visão,
02:44naquele dia, a diabetes pode estar alterada.
02:47Ou que ela está piorando a cada dia.
02:50Um dos sinais, diabetes, a taxa normal entre 100, aproximadamente, depende da técnica do laboratório.
02:57Então, mas geralmente 100 miligramas, né?
03:01Que é ali detectado ali o padrão normal.
03:05Essa faixa, quando aumenta, quando a glicemia passa aí de 200, 300, a primeira coisa que acontece é a visão de longe ficar embaçada.
03:13Hum, você começa com aquela visão mais turva, assim?
03:17Mais turva, mais turva.
03:18Exatamente.
03:19Perfeito.
03:20Ao longo do diabetes, além da retinopatia diabética, catarata, nos casos graves, glaucoma.
03:26Então, é muito importante cuidar.
03:28Doutor, tem muita gente que convive com diabetes aí há anos.
03:32Isso.
03:32E nunca teve problema nos olhos.
03:36O que faz algumas pessoas desenvolverem essa doença e outras não, a retinopatia?
03:42Dois fatores.
03:43O principal é a falta, às vezes, do próprio controle pessoal.
03:47Eu descubro diabetes hoje em mim.
03:50Se eu falar popularmente, se eu chuto o balde, não ligo, não faço regime, não tomo remédio corretamente,
03:56em cinco anos eu já posso ter perda visual irreversível.
04:00Pouco tempo, né, se a gente parar para pensar, cinco anos.
04:02Exato.
04:03Mas se eu cuido, pode demorar 20 anos ou mais para ter as pequenas alterações.
04:08Eu tenho pacientes que são diabéticos há mais de 20, 30 anos e que as lesões são praticamente inexistentes.
04:14Olha isso.
04:14Mas são muito bem controlados.
04:16Pois é.
04:16Quando aparecem, você falou da visão de longe, mais embaçada, tem gente que traz aquele relato de mosca no olho,
04:24aquela visão turva.
04:26Isso aí já é um sinal de que a doença está avançada?
04:28A mosca tem a ver com manchinhas que formam no vítreo, na gelatina do olho e algumas vezes elas podem ser secundárias ao sangramento.
04:37Aquele vaso sangrou e formou a mancha no vítreo ali e forma uma turvação maior.
04:43Então, ela pode relatar, olha, minha mancha, minha visão está com a mancha preta e pode ser algum sangramento que ela teve.
04:49E essas manchas no olho, a gente está vendo aqui algumas imagens, doutor.
04:53Pode botar aí de volta, por gentileza, quando aparece esse tipo de mancha, tem algo a ver?
04:59Tem alguma relação com o que a gente está falando?
05:02Ou não?
05:02Pode ser outra coisa.
05:04Geralmente, é relacionado com pico de pressão arterial.
05:07Essas manchas são sangramentos que a gente chama de hemorragia subconjuntival.
05:12A principal causa, pico de pressão arterial, geralmente à noite a pessoa acorda de manhã,
05:16nossa, acordei com o meu olho vermelho e tudo e aquilo ali foi um vaso que rompeu.
05:21Lógico, se a pessoa tem diabetes, o vaso dela é mais sensível, é mais frágil, pode acontecer esse sangramento mais frequente no diabético.
05:30Doutor, qual que é a diferença de eu estar enxergando o embaçado por conta, de repente, de um pico ali da minha glicose
05:35ou porque talvez eu esteja aí com algo um pouco mais avançado, até mesmo a retinopatia?
05:42Tá. Teve uma imagem que foi mostrada ali, a parte de fora do olho, a parte branca que é conjuntiva com sangramento,
05:49isso aí, como eu falei, pode ter a maior relação é com picos hipertensivos.
05:54Mas uma outra imagem já era o fundo de olho, pequenos sangramentos na retina, já mostrando esse sangramento,
06:02já um diabetes avançado.
06:04Meu olho embaçou, eu tenho diabetes, ele só embaçou, está embaçado hoje, temporariamente,
06:09e é um diabetes controlado, opa, hoje eu posso estar tendo um pico de pressão.
06:14Se eu tenho diabetes grave, hoje minha visão acordou embaçado, ao longo do dia foi embaçando e não melhora,
06:22eu posso ter tido um sangramento no fundo do olho.
06:24Então é importante, o diabético compensado, ele tem que fazer acompanhamento oftalmológico uma vez por ano.
06:31E se ele é compensado, se não tiver, tem que ser mais frequente.
06:35E se ele é hipertenso, mais cuidado ainda, porque a hipertensão também é um fator que lesa os vasos sanguíneos.
06:42É mesmo.
06:43Então se ele tem diabetes e tem hipertensão arterial, a chance de ele desenvolver lesões nesses vasos é maior ainda.
06:50E é reversível, doutor?
06:52Porque a pessoa tem diabetes e a pessoa vai falar,
06:54ah, mas eu estou controlando bem, estou comendo bem, estou indo ao médico regularmente.
06:59Tem como reverter esse quadro?
07:01O que perdeu, não.
07:02Olha só.
07:02O que perdeu, o que lesou, não tem mais volta.
07:05Que pena.
07:06E na mácula, que é o ponto central da visão, aí é pior ainda, porque a imagem entra aqui pelo olho, né?
07:13Tem a imagem aqui, ela entra, vem a córnea, passa aqui pelo esse buraquinho aqui que é a íris.
07:18Tem o cristalino, que é a lente natural do nosso olho, que com o envelhecimento ou por algumas doenças vai formar a catarata.
07:25No fundo aqui, nós temos a retina.
07:30Então aqui nós temos a retina.
07:32Na retina, nós temos um dos pontos, que é a mácula, que é o ponto central.
07:37Então toda a luz que passou aqui pelo olho, passou pela córnea, o cristalino, passou e chegou aqui na mácula, no fundo do olho aqui, né?
07:47Nessa parte aqui, o fundo do olho, que é aqui na câmera que eu estou aprendendo aqui.
07:51Então, isso aí.
07:52Isso, chegou aqui na mácula, o ponto central da visão, se tiver essa lesão aqui, a pessoa já não tem mais visão.
07:59Meu sorte.
08:00Dependendo do tipo de lesão, irrecuperável.
08:02Não tem transplante.
08:03Essa perda é gradativa, doutor?
08:06Gradativa.
08:06Quanto tempo, mais ou menos, dá para a gente estimar?
08:09Um paciente bem controlado, ele pode demorar 20 anos para ter pequenas alterações sem perda visual.
08:15Um paciente que não consegue controlar, ou porque o diabetes é muito grave, e aí está fazendo ajustes da medicação, ou ele demorou a descobrir.
08:25Ou porque ele chutou o balde, como eu falei, e aí o que perdeu não volta mais.
08:30Meu Deus, é muito sério isso.
08:32É muito sério.
08:32A gente está falando aí da retinopatia, né pessoal, uma das consequências para os olhos do diabetes.
08:41A gente conversou também, doutor, com uma médica endocrinologista, a doutora Priscila Peçanha,
08:46e ela falou um pouco, diabetes tipo 1, tipo 2, muita gente tem dúvidas.
08:51Vamos ver o que ela relatou para a gente aqui na nossa conversa.
08:54O mês de novembro, também chamado novembro azul, é o mês de falarmos sobre diabetes.
09:01O diabetes mellitus é uma doença crônica altamente silenciosa e bastante prevalente.
09:07Ou seja, no mundo existem 800 milhões de pacientes diabéticos.
09:13Só no Brasil existem 13 milhões de diabéticos.
09:16Existem basicamente dois tipos de diabetes que são mais comuns.
09:20O diabetes tipo 2, que acomete cerca de 90% da população, acomete mais a população adulta
09:27e tem uma correlação direta com o ganho de peso, ou seja, com a obesidade,
09:32e com a história familiar, que é a hereditariedade.
09:36Os pacientes diabéticos tipo 2 ainda têm uma reserva de insulina,
09:40o que permite que eles sejam tratados inicialmente com antidiabéticos orais,
09:44ou seja, com comprimido, e posteriormente, numa necessidade eventual,
09:49podem evoluir para a necessidade de insulina.
09:52Os diabéticos tipo 1, eles são a maioria criança,
09:57geralmente tem a ver com o fator genético,
10:00muitas vezes autoimune, e existe uma deficiência total de insulina.
10:06Ou seja, desde o início, esses pacientes necessitam de uso de insulina.
10:10Esse diagnóstico pode ser confirmado através dos sintomas clínicos e quadro laboratorial.
10:18Os sintomas clínicos têm uma correlação, geralmente, com quadros de poliúria,
10:23ou seja, a pessoa urina muito, bebe muita água, tem muita sede,
10:27tem uma perda de peso excessiva, e outros sintomas também menos comuns,
10:31como, por exemplo, náusea, cefaleia, boca seca, visão turva,
10:35podem fazer parte do diagnóstico clínico.
10:37O tratamento deve ser individualizado e deve ser o mais precoce possível
10:42para que a gente possa evitar as complicações do diabetes.
10:46Ou seja, como os sintomas são silenciosos,
10:48as complicações também vêm de uma forma silenciosa.
10:52Complicações microvasculares, como, por exemplo, complicações em vista,
10:55complicação renal, e complicações macrovasculares,
10:58como, por exemplo, denônios e infartos, também são muito frequentes.
11:03Ou seja, gente, diabetes é coisa séria.
11:05Tem gente que convive com a doença aí há muito tempo,
11:08acaba deixando um pouquinho os cuidados de lado,
11:11e aí depois as consequências, como o doutor falou,
11:14muitas podem ser irreversíveis.
11:16Falando em quem convive com diabetes há muito tempo,
11:18chegou a pergunta aqui, doutor, da Maria Clara, de Jardim Camburi.
11:23Ela falou o seguinte, doutor, meu pai tem diabetes há mais de 20 anos,
11:27e nunca fez exame do fundo do olho.
11:30Ele enxerga bem, está tudo certo com o pai dela,
11:32e ela quer saber se mesmo assim precisa fazer.
11:35Então, já tinha que estar fazendo desde o dia do diagnóstico,
11:38ou seja, de 20 anos atrás.
11:4020 anos atrás.
11:41Se ele enxerga bem e é bem controlado, cai naquilo que eu falei.
11:45É um paciente que com o diabetes controlado,
11:48ele provavelmente ainda não teve lesões importantes,
11:52mas tem que fazer o acompanhamento.
11:54Como eu falei, se ele é diabético,
11:55e se tiver hipertensão, a chance dessas lesões ainda é maior.
12:00Um dos exames, o pessoal tem muito medo do exame de dilatar a pupila, né, doutor?
12:05Quem não pode ir sozinho, esse é um dos exames que você vai fazer?
12:09É esse o exame.
12:10É esse o exame, que é o mapeamento de retina.
12:13Então, nós fazemos o exame colhendo a acuidade visual,
12:15examinamos a córnea, todas as estruturas do olho,
12:18mas o principal é o exame do mapeamento de retina,
12:21que dilata a pupila, a íris ali, para fazer esse mapeamento.
12:25É importante lembrar que não precisa ter medo desse exame, né?
12:28É momentano e depois retorna.
12:29Retorna.
12:30Cerca de uma, duas horas depois, o efeito do colírio passa.
12:33Os pacientes que precisam de um acompanhante, né,
12:37orienta antes para ir com o acompanhante, não dirigir.
12:40Alguns pacientes conseguem dirigir sem problema,
12:42outros relatam dificuldade,
12:44então a gente pede para todo mundo não ir dirigir.
12:46Mais seguro, né, gente?
12:48Dá tempo só de uma última pergunta, a gente tem que encerrar,
12:51mas chegou uma pergunta legal aqui,
12:53da Juliana de Colatina.
12:54Depois que eu comecei a controlar minha glicose,
12:56parece que minha visão até melhorou,
12:58já até larguei os óculos.
12:59Isso acontece mesmo?
13:01Isso.
13:01Para você ter uma ideia, como eu falei,
13:03quando a glicose está alta,
13:06hidrata demais o cristalino,
13:07que é o que vai formar a catarata,
13:09quando a gente ficar mais velho.
13:10E aí, como hidrata ele muito,
13:13ele aumenta o diâmetro, simula a miopia,
13:15piora a visão de longe.
13:16Com o controle do diabetes,
13:17ele volta para o estado dele normal,
13:19e também retarda o desenvolvimento da catarata.
13:24Pacientes costumam,
13:25a gente costuma errar,
13:26o paciente costuma ficar insatisfeito
13:28quando ele é diabético,
13:29e a gente esquece, não pergunta,
13:31ou ele não fala,
13:32e o diabetes está descontrolado,
13:33faz o exame do óculos lá com 200, 250.
13:36O dia que voltar para ser,
13:38aquele óculos precisa ser trocado,
13:39porque ele não vai ficar legal.
13:40Vixe, aí o pessoal deve ficar bravo.
13:42Aí ficam bravos com a gente.
13:43Doutor Marcelo Dalcol,
13:45médico oftalmologista,
13:47explicando brilhantemente aqui para a gente.
13:49Muito obrigada pela participação, doutor.
13:52Muito obrigado, Bruna.
13:53E assim, é importante ressaltar
13:55como que vocês da Rede Tribuna
13:57aproveitam o espaço que vocês têm,
14:00o veículo,
14:01para disseminar boas informações,
14:03porque isso salva vidas.
14:05Muito obrigada.
14:05Seção de parabéns.
14:06E aqui, junto com vocês,
14:08a gente consegue chegar,
14:09levar essa informação
14:10a quem está aí em casa.
14:12Obrigada mesmo, doutor.
14:13Obrigado a você.
14:14Vamos encerrar juntos
14:14a nossa sexta-feira aqui.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado