- há 15 horas
Especialista alerta que o uso de remédios sem orientação médica pode mascarar sintomas, causar reações adversas e até agravar doenças. O cuidado e a consulta profissional são essenciais antes de qualquer tratamento.
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00:00Vamos para o nosso assunto do dia que interessa a todo mundo, viu?
00:03Me conta uma coisa, você tem o hábito de tomar remédio sem falar com o médico?
00:08Sem procurar ajuda de um especialista?
00:10Aquele analgésico para dor de cabeça?
00:12O tempo está estranho, né? O tempo está virando o tempo todo.
00:15Aí o que a gente faz? Toma um antialérgico, toma um remedinho para gripe, para resfriado.
00:21Relaxante muscular no fim do dia, quando a gente sente dor nas costas, dor no pescoço.
00:25Quem nunca? Tem gente que anda com remédio na bolsa.
00:29A morte do cantor Loborges aos 73 anos, vocês devem ter acompanhado aí essa semana,
00:35liga um alerta para um problema sério no Brasil, a automedicação.
00:40Loborges, cantor e compositor, ele estava internado na UTI desde outubro
00:45para tratar um quadro de intoxicação medicamentosa.
00:50E tomar remédio por conta própria é muito comum, 9 em cada 10 brasileiros fazem isso.
00:56Tem esse hábito, um hábito que pode ser perigoso.
01:00Então hoje a gente vai falar sobre os riscos dessa prática.
01:03Deixa eu conversar aqui com a doutora Caroline Amâncio, médica gastro e hepatologista também.
01:10Doutora Caroline, bem-vinda, bom dia.
01:12Bom dia, Bruna. Obrigada mais uma vez pelo convite.
01:15Um prazer voltar à casa.
01:16Prazer te receber de novo também.
01:18Doutora, a morte do cantor Loborges, a gente fala que ele estava internado na UTI
01:23para tratar uma intoxicação medicamentosa.
01:26O que é isso?
01:28Na verdade, quando a gente fala em intoxicação medicamentosa,
01:32seria uma mistura de substâncias químicas ou naturais
01:36que interagiram entre si trazendo efeitos colaterais, causas adversas.
01:41Então não tem um sintoma específico pra eu relatar, podem ser vários,
01:45porque eu dependo das substâncias utilizadas pra trazer os sintomas.
01:49Mas normalmente afeta-se o fígado, o funcionamento.
01:53É muito comum o fígado entrar em falência,
01:55a inflamação ser muito intensa a ponto de alterar a função
01:58e o paciente pode amarelar, pode ter, né, sobe as enzimas, fazer enjoo, vômitos,
02:03água na barriga, se essa evolução do fígado vai pra um lado bem grave.
02:07Pode alterar os rins, a função renal e ir pra uma diálise.
02:12Pode favorecer infarto, AVCs, a depender da substância e do encontro dessas substâncias.
02:19Então é como se uma droga, o que é importante lembrar aqui, pessoal,
02:22ela pode potencializar a outra ou tirar o efeito da outra.
02:27Então, por exemplo, eu uso um anticoagulante, um remédio que é pra afinar o sangue.
02:32A depender de um outro medicamento que eu trago,
02:34se eu perco o efeito do anticoagulante, eu faço uma trombose.
02:37Exemplo, a erva de São João.
02:40Um chazinho.
02:40Um chazinho de erva de São João pode te levar a uma trombose.
02:43Então isso é uma intoxicação.
02:46Então a intoxicação, ela pode vir pela reação adversa do encontro dessas substâncias,
02:51pode vir pelo excesso de dose de uma substância só.
02:54Um excesso de paracetamol, risco pra hepatite, pra uma falência do fígado, por exemplo.
02:59Então pode ser a interação entre as drogas ou uma droga só,
03:03numa dose excessiva pra aquela pessoa, pra aquele paciente.
03:07Perfeito.
03:07Tem muito paciente que acaba tomando mais de um medicamento ali no dia,
03:11porque precisa de vários medicamentos.
03:13E essa interação, ela pode ser perigosa.
03:16Por isso que é importante o médico saber, né, doutora?
03:19Exatamente.
03:19O médico da sua confiança, gente, que você tem acesso aí mais facilmente,
03:23o que que você tá tomando?
03:25Quando você sentar ali na frente do médico, você tem que falar pra ele,
03:27olha, eu tô tomando isso, isso e isso.
03:29Que às vezes é tanto remédio que a pessoa nem lembra, né?
03:31Exatamente.
03:32Eu falo que eu sou até chata com os meus pacientes,
03:35porque eu começo perguntando, quais os medicamentos que você toma?
03:39A depender da situação clínica, ele pode tomar vários,
03:42ou esqueceu, não levou pra consulta, eu insisto, eu peço pra ligar pra casa,
03:46e depois vem a segunda pergunta.
03:48Você toma algum chá?
03:49Você toma algum fitoterápico?
03:51Alguma erva?
03:52Alguma vitamina?
03:52Suplemento?
03:53Aí a lista aumenta.
03:54Uai, doutora, mas eu não sabia que isso era medicamento,
03:58precisa relatar, mas não é natural?
04:00Faz mal?
04:02Então é importante ressaltar pra vocês,
04:04medicamento não é só o que tá atrás do balcão da farmácia.
04:08Medicamento é toda substância química,
04:11não importa se é natural ou não,
04:13que vai passar pelo seu organismo, pelo seu fígado, pelo seu rim,
04:17pelo seu coração, pelo seu cérebro.
04:19Pode trazer um efeito bom ou ruim.
04:22E esse efeito pode depender da dose, da interação,
04:26da sua predisposição a ter uma reação.
04:29Então, é muito importante relatar pro seu médico,
04:33tudo que você toma, leva no papelzinho anotado,
04:36leva as caixinhas, eu não me importo, eu falo, pode trazer tudo.
04:39Mas lembre também das fórmulas, das manipulações,
04:43que às vezes tem 5, 6, 8 substâncias, até mais, numa mesma fórmula.
04:48Pessoal, cada uma dessas substâncias é um medicamento.
04:51Então, eu já recebi paciente, eu falei com ele,
04:54você tá tomando 35 medicamentos.
04:56Porque era um total de 35 substâncias.
04:59Interagindo entre si, uma tira o efeito da outra,
05:03uma potencializa a outra,
05:04e o paciente começa a ter efeitos colaterais,
05:06geralmente enjoo, mal-estar, dor de cabeça,
05:09mas ele não associa ao início das formulações,
05:13das suplementações, das substâncias.
05:15Ah, mas é natural.
05:16Não necessariamente, porque é natural, não vai te fazer mal.
05:20Não é porque é um chá que é saudável,
05:23não é porque é um suplemento.
05:25Ah, suplemento é tranquilo, depende.
05:27Primeiro, você precisa.
05:29Segundo, a qualidade, a marca, a dose.
05:32Os outros remédios que você usa.
05:34Porque, por exemplo, você citou muito o antigripal aqui.
05:37Esse tempo agora muita gente toma, né?
05:39Então, o antigripal, o que acontece?
05:41Geralmente, subiu um pouquinho de água.
05:43Esse tempo deixa a nossa garganta, inclusive.
05:45Tá seca.
05:46Ó, o antialérgico também, daqui a pouquinho a gente vai falar do antialérgico.
05:49Muita gente recorre, né?
05:50O que vem no antigripal?
05:51O antialérgico e, às vezes, uma substância chamada pseudoefedrina,
05:56que ela faz o quê?
05:57Ela contrai os vasos.
05:58Às vezes, tá com coriza ali.
06:00Só que essa substância que contrai os vasos,
06:02aumenta a sua pressão, acelera o seu coração.
06:05E o antialérgico em si também pode trazer uma sonolência.
06:08Ou seja, às vezes, você tá tomando um antidepressivo
06:11e usa um antialérgico junto.
06:13Você pode ficar mais sonolento que o normal.
06:15Você pode ter uma taquicardia,
06:17o que a gente chama de síndrome serotoninérgica.
06:19Dependendo da dose do antialérgico,
06:21acelera o coração, sua frio, sobe pressão.
06:24Dá esse desconforto, porque, às vezes, a pessoa toma e não se atenta à quantidade.
06:29Dá esse ressecamento, né?
06:31Por conta desse vaso que se fecha.
06:34Então, a gente tem que prestar muita atenção
06:35nos medicamentos que você já usa e naqueles que você toma.
06:39E um dado importante, muito antigripal pode ter a S.
06:42A S, ele tem um efeito antiflamatório e antiagregante plaquetário,
06:46ou seja, afina o sangue.
06:48E também efeito antiinflamatório, que é a S em altas doses.
06:51Isso é risco de sangramento para o estômago,
06:53de sangramento para o intestino.
06:54Porque o antiinflamatório tem essa ação.
06:58E de úlcera, úlcera gástrica no estômago, úlceras no intestino.
07:02Então, a gente tem que tomar muito cuidado com a automedicação.
07:05O antiinflamatório, para nós, na hepatologia, que cuidamos de fígado,
07:09a gente sempre alerta os pacientes,
07:12porque é altíssimo o índice de hepatite,
07:14de inflamação no fígado por antiinflamatórios.
07:17E também no trato digestivo, risco de sangramentos, perfuração.
07:20Então, a gente que é especialista, atende muito o caso, assim.
07:24Às vezes você conversa com outros colegas ou com outras pessoas,
07:26nossa, mas eu não vejo.
07:27Mas tem, existe.
07:30Então, antiinflamatório, a gente está...
07:31Igual você falou de relaxante muscular.
07:33Tem relaxante muscular que vem associado ao antiinflamatório.
07:37Aí você usa um anticoagulante idoso.
07:39O idoso tem uma função renal menor.
07:42Ele processa mais lento, mais devagar, os remédios.
07:46E aí você dá um antiinflamatório para o idoso,
07:48um risco maior de sangrar, se ele já usa um anticoagulante.
07:51Você potencializa o efeito do anticoagulante.
07:54Você tem um risco maior de úlcera no trato digestivo e de sangramento.
07:58Então, a gente tem que ter muito cuidado com os medicamentos que você usa,
08:02as doenças de base que você já tem,
08:05porque os efeitos se somam.
08:07Não necessariamente para te ajudar.
08:09Pode ser para te prejudicar e você nem tinha noção disso,
08:13que você estaria tomando um remédio que tirou o efeito do seu anticoagulante
08:16e você faz um AVC, um infarto.
08:19Ou potencializou o efeito e você faz um sangramento.
08:22Gente, é muito sério isso que a doutora Carolina está falando.
08:25A gente vai conhecer agora a doutora Camila.
08:28Ela sofre muito com alergias, né?
08:29A gente está falando aí dessa virada de tempo,
08:31quem tem rinite.
08:33E hoje ela confessou para a gente que ela toma muitos antialérgicos
08:37e às vezes até duas, de duas a três vezes por dia,
08:42ela toma antialérgicos.
08:43Vamos ver o que ela falou.
08:44Diz aí.
08:44Desde nova eu já sofro com essa alergia.
08:49Porém, ao passar do tempo, ela só foi se intensificando, foi piorando.
08:55E hoje eu não consigo mais viver sem antialérgicos.
08:59Toda vez que o tempo muda, que eu sinto um cheiro muito forte,
09:03ou que eu sou no meio de poeira, de mofo,
09:06eu fico em crise de alergia.
09:09Eu sinto falta de ar, minha garganta fica seca, minha boca fica seca,
09:14eu sinto coceira nos ouvidos, na garganta.
09:17E aí, para que eu consiga controlar esses sintomas que me incomodam,
09:22eu preciso tomar antialérgico, porém, de duas a três vezes por dia.
09:28Ou seja, tem antialérgicos de algumas marcas que nem fazem mais efeito.
09:33O meu organismo já está tão assim, acostumado com essa medicação,
09:36que tem antialérgico que nem faz mais efeito.
09:38Eu tenho que ficar trocando.
09:40E mesmo assim, eu trocando de marca, tem vezes que não faz efeito.
09:46E eu tenho que tomar com intensidade.
09:48Pois é, ela relata, doutora, a Camila,
09:53obrigada pela participação, viu, minha amiga?
09:55Quem sabe a gente pode aqui contribuir, dando uma orientação,
09:58porque eu acho que o caso delas parece com o de muitas pessoas
10:01que sofrem com rinite e alergia.
10:04Ela fala que não vive mais sem remédio,
10:07que tem remédio que nem faz mais efeito.
10:10Você tomar um antialérgico três vezes no dia, no momento de crise,
10:13isso é muita coisa, né, doutora?
10:15O que a gente precisa entender, eu estava comentando aqui com a Bruna
10:18enquanto assistia, a causa da alergia.
10:22Porque a gente vê que ela está tentando tratar o efeito, os sintomas.
10:26Mas se você também não atuar na causa do seu problema,
10:29você fica só se automedicando.
10:31Não para nunca, né?
10:32Não para.
10:33Eu usei uma vez, aí eu vou e uso de novo,
10:35porque a gente tem um acesso fácil no nosso país.
10:38E aí funcionou lá? Vai funcionar.
10:40Então não precisa buscar o auxílio.
10:41Assim, com toda a compaixão.
10:44Ela precisa de um alergista.
10:46Ela precisa cuidar da alergia dela.
10:48Porque pode ser que o próprio ambiente da sua casa
10:51está contribuindo para você não estar melhorando.
10:54Ainda mais nesse tempo.
10:55Umidade, poeira, mofo, né?
10:58Os cuidados com lençol, com a roupa de cama,
11:00tapete, cortinas.
11:01Estou dando aqui uma noção.
11:03Mas a alergia, ela tem um fundo, ela tem uma causa.
11:06Se você não buscar a causa e ficar paliando, se automedicando,
11:10a gente até fala isso, a automedicação, você às vezes atrasa o seu diagnóstico,
11:15você agrava a sua doença.
11:17Por quê?
11:17Porque você demorou mais para buscar ajuda.
11:20Quer ver?
11:20Aquelas pomadinhas de corticoide, o dermato fica maluco.
11:23Por quê?
11:23Porque às vezes você se automedica, a lesão muda.
11:26Aí quando você não melhora, não melhora, você troca de pomada
11:29e depois você vai no dermatologista.
11:30A lesão não chegou original.
11:33Já dificulta mais o diagnóstico do que se tivesse chegado original.
11:38E é importante destacar o que é antialérgico, porque alguns têm corticoide.
11:42E o corticoide, ele pode aumentar o risco de sangramento,
11:46ele tem um efeito anti-inflamatório, sobe o açúcar do sangue,
11:50pode aumentar a glicose.
11:52E além disso, se você consome muito corticoide de fora para dentro,
11:57o seu corpo vai parar de produzir.
11:58Porque a gente produz naturalmente corticoide.
12:01Nós temos ele no nosso corpo.
12:03Aí o corpo entende assim, ela está recebendo, ela está me dando.
12:06Eu estou recebendo, eu não preciso produzir mais.
12:08E aí de repente você para esse corticoide.
12:11Mas você não deu tempo para a sua glândula voltar a produzir.
12:13Você pode fazer uma insuficiência de adrenal.
12:15E ter graves sintomas de choque, hipotensão, alterações de sódio, potássio,
12:21são íons do nosso corpo que podem levar a arritmias.
12:23Então, pessoal, automedicação é sério.
12:27É um risco.
12:29E por mais que a gente saiba que a gente tem limitações de acesso à saúde no nosso país,
12:33isso é uma realidade nossa,
12:35mas a gente precisa entender que é um risco e que a nossa vida,
12:40o nosso corpo é um tempo e a gente precisa cuidar com consciência desse tempo.
12:44Então, o que você toma ali pode prejudicar ou até tirar a sua vida,
12:48como você contou da reportagem.
12:50A gente não tem acesso ao que esse cantor tomava ou tomou ou o que misturou, talvez, ali.
12:56Mas se já é idoso, você já sabe que pode usar um número maior de medicações,
13:00já tem um risco maior por si.
13:02Então, aí o alerta já aumenta.
13:05Com certeza.
13:05Então, a gente precisa trazer essa consciência.
13:07Eu falo que automedicação são duas coisas.
13:10Ou você, por conta própria, se medica, ou você altera o seu tratamento.
13:14Pensa comigo.
13:15Eu te prescrevi um antibiótico 14 dias.
13:18Com 8, você melhorou.
13:19Ah, eu vou parar.
13:20Muita gente faz isso.
13:22Já estou me sentindo melhor.
13:23Estou me sentindo melhor.
13:24Aqui que eu vou tomar o restante da...
13:25Exato.
13:26Isso é automedicação.
13:27Você mudou um tratamento.
13:30Hoje a garganta está feca, pessoal.
13:32É o tempo, é o tempo.
13:33Muita gente faz isso, tá?
13:35Parou de sentir o que estava...
13:37Isso.
13:37E aí deixa a caixinha guardada e não joga fora o restante da medicação, não, né, doutora?
13:42Exatamente.
13:43É sobre isso.
13:43Uma próxima oportunidade, toma.
13:45Infelizmente.
13:46Aí você interrompeu com 10 dias, um tratamento de 14 dias.
13:50Aparentemente a infecção estava controlada.
13:52Aí os sintomas voltam depois.
13:54E aí você pega aquele restante, começa a tomar e não melhora.
13:57E não melhora.
13:57E aí vai ter que ser um outro antibiótico.
13:59E aí a bactéria pode ficar resistente.
14:01Você pode ficar mais grave.
14:03Então tem várias consequências.
14:05Quando você se automedica, quando você altera a sua prescrição ou traz de fora algo.
14:10Com certeza.
14:11Então é importante destacar isso.
14:13Vamos conhecer agora também a Viviane.
14:16Viviane, ela contou pra gente que ela sofre com gastrite.
14:19E de vez em quando ela toma remédio.
14:21Quando ela vai sair pra jantar, comer fora.
14:24Mas ela toma o remédio que o médico prescreveu lá atrás.
14:28E ela continua tomando o mesmo remédio.
14:31Será que tem problema?
14:32Vamos ver o que a Viviane contou pra gente.
14:34Roda aí.
14:35Há um tempo que eu sofro com gastrite.
14:38Eu já fui ao médico.
14:39E ele me prescreveu uma medicação que seria de uso temporário.
14:42Porém, como eu também tenho intolerância alimentar.
14:45Todas as vezes que eu vou sair pra almoçar, jantar fora ou pra uma festa.
14:49Eu faço uso da medicação pra poder evitar os problemas digestórios.
14:53Eu tento não abusar.
14:55Eu sempre...
14:56Só no final de semana.
14:57Ou só quando eu tenho a festa.
14:59Não uso diariamente.
15:00Ou quando eu também tô muito estressada.
15:03Que eu sei que a gastrite vai gritar.
15:06Eu também faço uso da medicação.
15:08Tem problema?
15:10E aí, doutora?
15:11Tem problema?
15:12O remédio foi prescrito lá atrás.
15:14Ela segue tomando de vez em quando.
15:16Tem problema.
15:18Eu bem sou gastro aqui.
15:20E é importante lembrar que quando você tem uma má digestão.
15:23Você tem um refluxo.
15:24O refluxo é uma doença crônica.
15:25Então, os sintomas podem voltar ao longo do tempo.
15:28Principalmente se o seu estilo de vida você escorrega.
15:31Porque no começo começa tudo certinho.
15:33E depois você já começa a ingerir alimentos que podem agravar o seu refluxo.
15:37Então, os sintomas podem voltar.
15:39Porém, é importante entender que medicamentos que a gente usa pra bloquear a acidez.
15:43Pra bloquear a produção do ácido no estômago.
15:45Também diminuem a absorção de algumas substâncias e vitaminas.
15:49Ferro, B12, cálcio, magnésio.
15:52Então, o uso crônico dessa medicação sem um acompanhamento pode te levar a outros problemas.
15:59Altera também a flora bacteriana do nosso intestino.
16:03Então, assim, de novo, eu vou falar como eu falei sobre alergia.
16:06O porquê do sintoma voltar?
16:09O que mudou no estilo de vida?
16:11Em que período o sintoma voltou?
16:13Como que tá a alimentação?
16:15A rotina?
16:16O que ela faz no dia a dia?
16:17Então, sim, todo medicamento que precisa de um uso prolongado precisa de um monitoramento.
16:24Porque ele pode trazer efeitos colaterais.
16:26Mesmo sendo prescrito de uma forma adequada e correta.
16:30Agora, esses medicamentos pra estômago, primeiro, se for um bloqueador de bomba, que são os prazóis, que todo mundo conhece.
16:37Ou o meiprazol, o pantoprazol, o que fica é fácil.
16:39Eles têm uma forma adequada de tomar pra ter o seu efeito pleno.
16:43E o número de dias adequado pra ter o seu efeito pleno.
16:47Aí o paciente diz, eles tomam um comprimido e falam que ficou ótimo.
16:50Aí eu falo, esse é um efeito placebo.
16:52Porque não deu ainda o prazo da minha vida pra ter o efeito pleno.
16:56E pra ter esse efeito, você precisa de um uso mais prolongado.
17:01Agora, tem os antiácidos, que também são muito utilizados.
17:03Leite de magnésia, hidróxido de alumínio, as pastilhas.
17:07Qual é o problema disso?
17:08Você bloqueia a produção do ácido na hora.
17:11Aí o seu estômago faz o quê?
17:12Somos inteligentes.
17:13Opa, ficou básico, né?
17:16Ácido base, sal e água.
17:17Vou produzir mais.
17:18Você faz um efeito rebote.
17:20E o seu sintoma vem pior.
17:22Porque aí o seu estômago produz mais ácido em resposta àquele bloqueio temporário.
17:26Porque você não bloqueou a bomba.
17:28Você só tamponou ali.
17:29Você só mascarou.
17:30E aí se você faz isso com frequência, cada vez o seu estômago traz mais ácido.
17:35E aí você agrava a sua doença digestiva.
17:37Além disso, quando você usa um leite de magnésia, ele pode ter efeito laxativo, um alumínio.
17:42Pode ter um efeito constipante, o intestino resseca.
17:46E às vezes o paciente está lá com o intestino preso, começou porque estava usando muito hidróxido de alumínio.
17:50E constipou.
17:51Ou está soltando o intestino porque está usando muito leite de magnésia.
17:55A pessoa nem se toca por quê?
17:57E ela não se toca.
17:58E esses antiácidos também atrapalham a absorção de alguns antibióticos.
18:02Então você está tomando antibiótico e toma esses antiácidos, você diminui o efeito do seu antibiótico.
18:08Tipo as quenolonas, ciprofloxacina, norfloxacina.
18:12E é importante também me ver aqui lembrar.
18:15Antibiótico e anticoncepcional.
18:17Olha só.
18:17O antibiótico tira o efeito do anticoncepcional.
18:20E aí você pode engravidar.
18:22E tem muita gente que toma antibiótico assim.
18:24Às vezes já tem uma receita ou tem uma farmácia conhecida que tem um acesso ali mais fácil.
18:29E vai tomando por conta própria.
18:31É perigoso, né?
18:32É perigoso e você pode engravidar, por exemplo.
18:35Porque o antibiótico diminuiu o efeito do seu anticoncepcional.
18:39Então, a gente vai voltar para o mesmo local.
18:42O ideal é que você busque uma assistência de um profissional de saúde que te acompanhe.
18:47Explique o que você está sentindo.
18:49Eu falo muito isso com meus pacientes.
18:51A gente precisa aprender a buscar o médico para prevenir.
18:55Para cuidar, para tratar, mas também para prevenir.
18:57A gente costuma, assim, não estou sentindo nada, está tudo bem.
19:00Será que está tudo bem?
19:01Porque a base, Bruna, da nossa saúde é o estilo de vida.
19:04Estilo de vida é o que você faz todo dia.
19:07E, às vezes, ajustando ali, você já minimiza o efeito de uma alergia, de uma má digestão, de um refluxo.
19:15Entende?
19:15E depois você vai para o medicamento, claro, quando necessário.
19:19Mas de uma forma ou mais com responsabilidade, com consciência, acompanhado.
19:23Porque para evitar esses efeitos colaterais todos que a gente relatou aqui.
19:27Com certeza, doutora.
19:29Muito obrigada pela participação, pelas explicações.
19:32A gente conversou com a doutora Carolina Manso.
19:34Ela é gastro-hepatologista, trazendo aqui para a gente os riscos da automedicação.
19:39A gente precisa ter responsabilidade, afinal, é a nossa saúde.
19:43Doutora Carolina, obrigada mais uma vez pela participação.
19:46E até a próxima.
19:47Até.
19:48Tchau, tchau.
19:48Vamos aproveitar para a gente dar um tchau juntas aqui.
19:51Então, vamos encerrar o programa.
19:538 horas e 58 minutos para você aí de casa.
19:56Cuide-se, como a doutora falou.
19:58Bom fim de semana, boa sexta e até segundas, 8h15.
20:02Tchau, tchau.
20:02Tchau, tchau.
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