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O presidente do Instituto Brasileiro de Preservação Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, concedeu uma entrevista ao Jornal da Manhã deste sábado para analisar as expectativas das resoluções da conferência da COP30. Brasil reforça o objetivo de ampliar verbas para ações ambientais.

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Transcrição
00:00Agora vamos falar de COP30 novamente, porque vai começar na próxima segunda-feira lá em Belém.
00:06O Bruno Pinheiro continua nessa cobertura.
00:08E sobre as expectativas das resoluções da conferência,
00:12a gente conversa agora com o presidente do Instituto Brasileiro de Preservação Ambiental, Carlos Bocui.
00:18Carlos, muito obrigada. Bem-vindo ao Jornal da Manhã.
00:22Eu que agradeço. Bom dia, Márcia. Bom dia, Deite.
00:24Bom dia. Carlos, as últimas COPs tiveram muitas críticas em relação à falta efetivamente de medidas concretas.
00:33Por isso, essa COP está sendo chamada de COP da implementação.
00:37O governo brasileiro trouxe não só esse fundo de investimentos, o TFFF,
00:42mas uma série de medidas e de propostas que quer colocar em prática.
00:46Como é que o senhor vê se realmente isso será possível,
00:49tendo em vista que alguns países que são os maiores produtores de gases de efeito estufa
00:55estão fora, por exemplo, dessa conferência?
00:58Na verdade, essa questão de COP de implementação é pela necessidade que nós temos,
01:06a necessidade pela urgência climática, pelos eventos que já estão ocorrendo
01:12e pela perspectiva de aquecimento que está sendo colocada pela área científica,
01:17é que é tão importante que a gente tenha medidas concretas.
01:22Porém, nós temos alguns pontos fracos nessa conferência.
01:26O primeiro deles é que apenas 64 dos 197 países do Acordo de Paris
01:32apresentaram as suas metas para 2030, 2035.
01:37Esse é um ponto preocupante.
01:39Também, o Brasil, na abertura da conferência, cometeu um erro estratégico
01:45quando a presidência da República disse que nós usaremos o dinheiro do petróleo
01:50para fazer a transição energética.
01:52É como se nós dissessemos que nós vamos vender cigarros
01:56para financiar uma campanha contra o tabagismo.
02:00Muita gente sabe que o custo decorrente da tonelada de petróleo para a humanidade
02:05como prejuízo é altíssimo, é cerca de 1.200 dólares por tonelada,
02:12enquanto que o petróleo rende 60 dólares por barril.
02:17Então, é uma desproporção enorme entre o que se lucra com o petróleo
02:22e que o petróleo representa de prejuízo para a humanidade em impactos ambientais.
02:28Basta olhar aí o que aconteceu no Rio Grande do Sul,
02:30o que está acontecendo agora em Santa Catarina e outras situações no mundo
02:35que demonstram o impacto decorrente das mudanças climáticas,
02:40que é decorrente da queima de combustíveis fósseis.
02:43Sem dúvida alguma, o Paraná também sofrendo.
02:46Agora, em relação também aos chefes de Estado presentes ali
02:50e ameaça até do Comando Vermelho em relação ao sistema de energia.
02:55Isso também pode ferir a credibilidade do governo brasileiro
02:58para que possa atrair dinheiro, que é o grande também benefício, vamos dizer assim,
03:03da COP30, para que realmente haja essa preservação em relação à região amazônica?
03:10É, eu acho que aí nós temos uma grande questão,
03:12que é a formação de um fundo para dar sustentação para os países em desenvolvimento,
03:19para que eles façam a sua transição energética,
03:22e também recursos para proteger os países mais pobres nos defeitos das mudanças climáticas.
03:29Esse é o tom e a proposta das outras conferências que deveria estar sendo discutida na COP30.
03:37Mas o governo brasileiro investiu pesadamente no fundo para florestas,
03:41e isso é importante porque envolve não só a massa florestal do Brasil,
03:46mas também da África, da região do Congo e da Indonésia,
03:50e essas florestas, o seu conjunto,
03:53representam uma salvaguarda para a temperatura da área equatorial do planeta,
03:59que é fundamental para manter o equilíbrio climático global.
04:03Então, é correta a iniciativa do Brasil,
04:07mas não pode perder de vista a necessidade de buscar fundos
04:13para que os países pobres, eles possam se defender das mudanças climáticas.
04:19Esse é o foco, inclusive, das resoluções que foram colocadas nas conferências há mais de 20 anos.
04:28Bom, agora vamos chamar os nossos comentaristas também,
04:31que querem fazer perguntas, começando pelo Acácio Miranda.
04:37Bom dia, prazer em tê-lo conosco.
04:40Um dos principais aspectos discutidos,
04:43talvez até pontos de crítica em relação à COP,
04:47seja a ausência dos países mais ricos,
04:50consequentemente mais industrializados,
04:53e, consequentemente, os maiores poluidores.
04:56A partir da ausência deles,
04:59os resultados práticos ficam prejudicados,
05:03estão em risco,
05:05ou existem alternativas
05:07para que os resultados efetivos da COP
05:11sejam alcançados independentemente da participação destes países?
05:16Olha, os resultados das conferências das Nações Unidas,
05:21eles dependem da participação de todos,
05:23porque a forma de acordo que é utilizada é a adesão dos países.
05:28As Nações Unidas, elas não submetem os países às suas decisões.
05:34É sempre uma busca de consenso.
05:37Então, a falta de representantes desses países,
05:40de fato, altera o compromisso.
05:44O que essa COP representa, principalmente,
05:47é a necessidade de um compromisso de todos os países,
05:51apresentando as suas metas e também as suas contribuições
05:54em termos de aporte financeiro para resolver o problema climático.
05:58Então, a baixa participação,
06:00ela realmente fragiliza a conferência.
06:03E eu sinto dizer que nós vamos ficar esperando pela COP31
06:07para ver se nós vamos avançar
06:10nessa grande participação social necessária de todos os países.
06:15Porque é incrível que, nesse momento de dificuldade na questão climática,
06:22você tenha uma participação tão baixa de chefes de Estado.
06:26Se compreende que nós vivemos um momento difícil,
06:30na geopolítica global,
06:31com a nova incidência de conflitos armados,
06:35e isso é evidente,
06:36inclusive, com a retomada dos testes nucleares
06:40pelo governo americano,
06:41e isso é lastimável,
06:43isso leva a uma estabilidade,
06:45onde os países voltam a sua atenção
06:47para os seus problemas domésticos,
06:50para a questão da estabilidade
06:51da sua manutenção de energia própria,
06:55do seu domínio geopolítico.
06:57Isso dificulta acordos internacionais.
07:00Então, a falta de paz no mundo,
07:03ela acaba implicando na falta de um bom acordo climático global,
07:08que seria o foco natural da humanidade,
07:10se ela estivesse no Estado equilibrado.
07:13Então, nós entendemos que,
07:16pelo menos a minha inscrição entende,
07:18que a conferência,
07:19ela não está atingindo esses objetivos
07:23de grande coalizão global
07:25para solucionar o problema das mudanças climáticas
07:29em função do momento geopolítico
07:31e da baixa adesão.
07:34Participando da nossa conversa também,
07:36o nosso analista, o Acácio Miranda.
07:37Bom dia, Carlos.
07:40A minha pergunta tem relação à questão do Brasil,
07:43a postura do Brasil
07:44e o posicionamento diante das negociações
07:48que vão começar agora, nessa segunda-feira.
07:50Um dos grandes pontos de resistência com a pauta climática
07:53é sempre o argumento de que
07:55nós não podemos colocar a produção nacional
07:58ou mesmo o desenvolvimento nacional
08:00em detrimento da preservação ambiental.
08:02E que países mais desenvolvidos
08:05agora podem discutir a questão da preservação
08:07e cobrar isso
08:08porque já tiveram a sua fase de desenvolvimento cumprida
08:12e o Brasil agora permanece 60, 70 anos para trás.
08:15A diplomacia brasileira está equipada
08:18para rebater esse argumento
08:20ou a diplomacia brasileira considera esse argumento também
08:24ou não?
08:25A preservação ambiental em detrimento de todas as outras coisas?
08:29É preciso entender que o Brasil
08:32ele é o sétimo maior extrator de petróleo do mundo.
08:37O Brasil, ele não é inocente nesse processo.
08:40As queimadas do Brasil cresceram 250%
08:44no último ano.
08:46Quer dizer, o Brasil é um grande emissor também
08:49de gases e efeitos túfas.
08:51Então, o Brasil não está muito confortável
08:53para fazer uma cobrança
08:55com relação à emissão de gases.
08:57Mas é claro que no cômputo global
08:59países como a China, como os Estados Unidos, como a Índia
09:03superam muito
09:05a quantidade de gases e efeitos túfas lançados pelo Brasil.
09:11Mas, de qualquer forma,
09:12o Brasil não tem uma posição muito confortável.
09:15Ele tem que se colocar
09:16numa posição de quem vai fazer a lição de casa
09:19diminuindo as suas emissões de gases e efeitos túfas.
09:23Agora, de fato, essa questão histórica
09:26dos países que contribuíram
09:29para o aquecimento global
09:30com lançamento de carbono até agora
09:32leva a um passivo ambiental
09:35que tem uma digital.
09:37As digitais estão lá.
09:39Esses países provocaram.
09:41Então, seria de todo desejável
09:43que esses países aportassem recursos
09:46para que a transição energética
09:48ela fosse bem mais rápida
09:50e que os países que estão sendo impactados
09:53pelos impactos das mudanças climáticas
09:56eles pudessem ter mais garantias
09:58de defesa
10:00dessas populações mais vulneráveis,
10:02mais pobres.
10:04Então, a posição do Itabaraty
10:06que é muito bem preparado
10:08do ponto de vista de diplomacia ambiental
10:10tem história na questão climática.
10:13Vem lá desde a Rio 92.
10:15Nós temos aí 30 e poucos anos
10:18de janela de discussão climática
10:20pelo Itabaraty, pela escola do Itabaraty.
10:24Então, nós temos, eu diria,
10:26uma interlocução satisfatória
10:28e uma posição que ela,
10:31infelizmente, não é de todo satisfatória.
10:34Mas essa cobrança dos grandes poluidores
10:37e do aporte de recursos
10:39tem que acontecer.
10:41Isso faz parte.
10:42Muito obrigada.
10:44Nós conversamos com o presidente
10:45do Instituto Brasileiro de Preservação Ambiental,
10:48Carlos Bocui.
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