O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e o do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil), participaram da Cúpula do Clima na COP30. Motta destacou o papel do parlamento e do legislativo na pauta ambiental, enquanto Alcolumbre falou sobre os avanços no Amapá em seu discurso. Reportagem: Lucas Martins.
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00:00E eu quero também contar pra vocês, falando em políticos, que os presidentes da Câmara e do Congresso,
00:04na verdade, os presidentes, é, Hugo Mota e Davi Alcolumbre,
00:08presidente da Câmara e do Senado, do Congresso Nacional, enfim, tá tudo bem,
00:11participaram ontem da sessão plenária da Cúpula do Clima e o Lucas Martins é quem vai trazer os detalhes pra gente agora.
00:16Inclusive, Alcolumbre apontou a importância estratégica da região amazônica.
00:21Conta aí, Lucas.
00:22Exatamente, Evandro, olha só, o presidente Hugo Mota, da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre,
00:31e também o ministro, o presidente do STF, Edson Fachin,
00:36participaram aí da reunião de Cúpula das Lideranças Mundiais, lá na COP30,
00:41que está acontecendo lá em Belém do Pará.
00:44O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, mencionou, durante o seu discurso,
00:49o estado dele, o Amapá, disse que o estado é um exemplo de que o Brasil tem condições
00:55de falar por qualquer outro país, para qualquer outro país do mundo,
01:00que faz parte de questões ambientais seríssimas.
01:04Durante o discurso aí, ele também falou que o Amapá tem 97% da cobertura vegetal primária intacta
01:11e que o estado também é um local de carbono negativo, um exemplo de preservação do bioma brasileiro.
01:18O presidente do Senado também disse que essas questões de resiliência do país na questão ambiental
01:26e também reforçou que a preservação das florestas não exclui o desenvolvimento dos biomas brasileiros.
01:33Ele também disse, durante o discurso, foi parabenizado, na verdade, pelo presidente Lula,
01:39durante essa reunião aí, pela tramitação do projeto do Imposto de Renda que foi aprovado no Senado Federal.
01:47Então, a cúpula da COP30 também foi palco aí para discussões de questões legislativas
01:54que afetam aí a vida de toda a população brasileira.
01:58Já o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, destacou o papel do Parlamento Brasileiro,
02:05da Câmara dos Deputados, do Legislativo do país, em relação da consolidação da agenda ambiental robusta
02:14e também do alinhamento com os compromissos internacionais assumidos com o Brasil
02:19durante a COP30, em relação a toda essa questão ambiental que é tão importante,
02:26tão importante não só para o Brasil, mas para o mundo todo.
02:30E destacou também porque essa semana vários projetos de questões ambientais foram aprovados
02:36na Câmara dos Deputados, entre eles o projeto que criminaliza o tráfico de animais silvestres
02:43e também um que estabelece um projeto de lei que estabelece punições à mineração ilegal em terras indígenas.
02:52Então, uma agenda ambiental bastante extensa e a participação do Legislativo, né, Evandro,
02:58dentro da COP30. Volto com vocês.
03:01Muito obrigado pelas informações, Lucas. Um abraço para você.
03:04Esse é um palco importante também, principalmente para Davi Alcolumbre,
03:08que tem a atuação da COP ali na sua região.
03:12E é nesse momento, pré-2026, que ele aproveita esse espaço também
03:17para tentar chamar a atenção para o seu grupo, o seu eleitorado, Alangani.
03:22Pois é, né? Agora, a COP, em termos de resultados práticos, pegando uma carona no que o Bruno falou,
03:28não tem. É tudo uma promessa.
03:31Então, é lógico que ele vai tentar capitalizar em cima do evento,
03:35mas o que traz de concreto?
03:38Agora, o que traz de concreto para a redução de pobreza
03:41é a exploração do petróleo na margem equatorial.
03:44Agora, evidentemente, colher esses frutos vai demorar um tempo, né?
03:49Até porque a prospecção demora, precisa encontrar, precisa refinar, etc.
03:54Agora, como política, Evandro, é feita sempre de promessas e discurso,
03:59o seu grupo acaba capitalizando politicamente.
04:02Fala, Piper.
04:03Porque também um evento como a COP, ele estabelece metas, muitas metas para o futuro.
04:12A COP feita hoje aqui, ela não está debatendo só temas que vão ter que ser executados amanhã, né?
04:18Você tem metas para 2040, para 2050.
04:20Na verdade, ela tenta resgatar também outras metas que foram traçadas lá atrás,
04:23como o Acordo de Paris, né?
04:25Exato.
04:25Inclusive, tentando checar com essas autoridades como é que elas estão cumprindo aquilo que foi relacionado lá atrás.
04:30E veja, pauta ambiental, é isso que é muito importante.
04:35Ela não se resume a explorar ou não explorar petróleo.
04:37Eu já falei muitas vezes, eu sou a favor da exploração do petróleo na Foz do Amazonas,
04:43com todos os cuidados e tal, né?
04:44Como, aliás, era um defensor da prospecção de petróleo lá no pré-sal.
04:50Coisa que muita gente...
04:52Acho que foram essas próprias autoridades que resolveram explorar de uma maneira mais intensa
04:55esse tema relacionado ao petróleo, né?
04:57Porque todo mundo quer falar agora que está deixando de usar petróleo para focar na energia renovável.
05:03Sim.
05:03Então, assim, acaba que essas autoridades respondem por aquilo mesmo que elas propuseram.
05:08Não é?
05:09É um tema que elas propuseram.
05:10Ah, então, assim, você traz, né?
05:12Ah, a COP não se resume só a petróleo.
05:14Mas quando você tem no discurso principal o petróleo e o presidente da república
05:19dizendo que é preciso deixar de usar completamente o petróleo para focar na energia renovável,
05:25é ele quem está puxando o carro do tema.
05:27Ele diz, sim, que ele é contra o uso de, enfim, combustíveis fósseis,
05:31defende que isso algum dia seja substituído e tal.
05:35Mas, veja, Evandro, isso é um pedaço do tema.
05:39Enfim, o guarda-chuva de temas, ele é muito grande.
05:41Por exemplo, alguém falou, acho que foi o Lucas, na questão do que o Alcolumbre,
05:47o que, enfim, o Alcolumbre mencionou, por exemplo, exploração de minérios em áreas indígenas.
05:52Isso já foi, inclusive, objeto de um projeto escrito por Sérgio Moro e Bento Albuquerque,
05:59quando um era ministro da Justiça e outro ministro das Minas e Energias.
06:04Flexibilizando a exploração mineral em áreas indígenas.
06:07Esse projeto, ele não passou.
06:09Então, um projeto como esse, ele faz parte da pauta ambiental defendida por alguns
06:16e que tem a oposição de outros que visam a exploração econômica disso.
06:21Mas você acha que o Congresso Nacional está tratando bem do tema ambiental?
06:25Porque ir ali na COP30 e defender o tema ambiental também no legislativo, ok, mas e fazer?
06:31Olha, por mais que a gente tenha, não goste dos nossos políticos, faça críticas e tal,
06:36Eu também entendo que o Congresso, ele não é hostil a esses temas.
06:41Até porque, como virou um tema da moda, ninguém no Congresso, por exemplo, está pregando
06:45vamos poder, enfim, desmatar à vontade porque o importante é plantar soja.
06:49Mas ele aprova projetos que trazem mais rigor para a questão ambiental no país?
06:55Ou é o contrário?
06:56Eu acho que na questão do desmatamento,
07:00tanto o Congresso não se opõe, como a Marina Silva joga pesado com isso,
07:05e esses índices têm caído.
07:06Agora, por exemplo, há temas que são muito sensíveis.
07:11Ontem eu falei sobre o asfaltamento da BR-319.
07:15Os congressistas do norte do país, eles querem asfaltar.
07:21Sim.
07:21A Marina Silva e parte do governo, não.
07:24Então, há uma queda de braço e, curiosamente, aí não é nem só uma queda de braço ideológica.
07:29É uma questão regional mesmo.
07:32Tem políticos de esquerda e de direita juntos contra o governo.
07:37Por quê?
07:38Porque interessa a eles agradarem aqueles eleitores lá daquela região.
07:42E eles veem razões econômicas.
07:43E essas pessoas estão morando lá, elas também querem desenvolvimento.
07:45Lógico.
07:46Não dá pra você ignorar que essas pessoas buscam desenvolvimento.
07:48Porque há também um discurso muito de manutenção daquela área sem levar em conta que parte dessa população também busca desenvolvimento.
07:56E aí ela está justamente no meio dessa região que depende também de uma manutenção e de uma manutenção ambiental e de você manter a floresta de pé,
08:09mas que também busca desenvolvimento.
08:11Então, é uma situação bastante delicada.
08:14José Maria Trindade, eu quero saber de você.
08:16O Congresso Nacional discute temas ambientais da forma como deveria?
08:22Sim.
08:23E discute de uma forma muito até, eu diria, antecipada e pioneira no mundo.
08:30Só nós temos um compêndio, uma lei, código florestal, uma lei concatenada, uma lei própria, um código só sobre esse assunto.
08:40Os outros países têm aqui e ali, uma lei ali, mas nós temos um código e outra.
08:47Foram aprovados dois, que em seguida, até o relator foi o Aldo Rebelo, não fosse ele, não seria aprovado esse novo código ambiental.
08:56Definido ali situações críticas, quer dizer, o dono da propriedade não pode desmatar, vai ter que recompor em certas áreas próximas a nascentes, próximas a rios e assim por diante.
09:08Eu queria dizer o seguinte, essa história de debate e de discurso político parece fluido, parece assim, sem consistência, mas pode nortear.
09:21Eu sempre uso como exemplo a teoria econômica, talvez o Allan, que estudou muito teoria econômica, sabe disso.
09:28O Thomas Malto, talvez tenha sido a primeira teoria econômica do mundo.
09:32Lá em 1700, ele disse que o mundo passaria por dificuldades e por falta de alimentos.
09:40Na teoria dele, ele mostrava que a população mundial crescia em PG, progressão geométrica, e a produção de alimentos crescia em PA.
09:49E que, num certo momento, haveria guerras e uma dificuldade muito grande para alimentar tantas bocas assim.
09:56E aí, depois, se viu que o Maltos estava errado, esqueceram.
10:00Recentemente, conversando com um economista inglês e ele me dando uma aula sobre isso.
10:05Dizendo, olha, agora a gente revisitando, e nós estamos numa época de revisitas, né?
10:11Revisitando o Maltos, ele estava correto e o mundo inteiro tomou providências.
10:18Aumentou a área plantada, melhorou a tecnologia, vieram os transgênicos, transgêneros, não, transgênicos.
10:28Eu sempre faço confusão com os dois, são coisas completamente diferentes.
10:32Vieram novas cepas de trigo e boas e tal, mais eficientes.
10:38Então, o Maltos estava certo, ele alertou o mundo, através do seu discurso, que parecia um fim do mundo, e aumentou a produção de alimentos.
10:48E hoje, a fome, que graça por aí que o Lula fala, não é por falta de alimentos, mas por falta de dinheiro para comprar alimentos.
10:57Então, assim, esses discursos, essas teorias, podem sim indicar um futuro melhor e alertar a população geral sobre algo.
11:06Agora, eu estou convencido de que quem manda mesmo é a viabilidade econômica.
11:13Não há, não existe a possibilidade, por exemplo, de se fazer leis e mudar a viabilidade econômica.
11:19O carro elétrico vai até onde a população que compra, entender que é melhor economicamente para ele.
11:25E a indústria vai produzir na medida que entende que tem alguém para comprar.
11:30Fala, Bruno Mousa.
11:31Essa teoria malthusiana que o Zé trouxe, ela vai muito acalhar com relação a isso.
11:41A gente precisa entender que os fatos vão mudando, as crenças devem ir mudando também ao longo do tempo.
11:49A gente passa a ter mais dados empíricos para começar a questionar determinadas crenças no passado.
11:54Agora, veja, você, por exemplo, mencionou muito bem, Evandro, a respeito da falta de acesso do brasileiro a água ou saneamento,
12:04a água tratada ou saneamento, né?
12:06Quando a gente começa a dar um avanço, como, por exemplo, o marco do saneamento,
12:10vem o governo e retroage absolutamente tudo.
12:13Nós estamos falando que em 2025, a mesma ideia de que o Estado deve estar lá suprindo todas as suas demandas,
12:21mostra que ao longo das últimas décadas, a gente chega em 2025, metade da população, pouco menos do que isso,
12:27sem acesso a esgoto ou água tratada.
12:29Como é que você espera que uma pessoa tenha uma capacidade cognitiva ou de aprendizado na escola
12:36com capacidade de se formar melhor profissional,
12:39se ele ao longo da vida dele não teve acesso a esgoto ou água tratada
12:42num mundo que está discutindo inteligência artificial?
12:44Então, veja, de novo, o Brasil parou no tempo, a verdade é essa, de todos os lados.
12:50Enquanto nós não aceitarmos que as teses do passado poderiam funcionar no passado
12:55ou faltavam dados para que a gente pudesse refutá-las,
13:00agora a grande parte delas já há dados, tanto teóricos quanto empíricos.
13:04A realidade mostrando que falhamos.
13:07E aí, será que a gente quer continuar batendo na mesma tecla do erro
13:11para continuar falhando nas próximas décadas e a boca do jacaré deve continuar abrindo,
13:15uma vez que países ricos continuaram crescendo com inteligência artificial
13:18e a gente achando ainda que a mesma técnica dos anos 70 e dos anos 80
13:22deve ser implementada para suprir de água e esgoto tratado?
13:26Continuaremos sendo um país altamente improdutivo.
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