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No novo episódio do Em Off, Lobão abre o jogo sobre sua vida pessoal. O cantor desabafa sobre a relação que tinha com sua mãe, a quem descreve como "muito exibicionista". Ele também comenta sobre sua própria jornada de fé e como vê a religiosidade hoje.

Assista à íntegra em:
https://youtu.be/5nuOSN5pVyI

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Diversão
Transcrição
00:00Como é que você pode virar para o seu pai, para a sua mãe e falar assim,
00:03vocês estavam errados?
00:04Eu nunca falei isso, nem tive tempo.
00:06Ah, mas não precisa falar, né?
00:07Não, não, pior, pior, pior.
00:11Não, minha mãe morreu bem antes, ela chegou a ver um show que eu fiz, cena de cinema,
00:18ela apareceu, eu falei assim, uma mãe, por favor, porque ela era muito presepeira,
00:21eu falei assim, muito exibicionista, eu falei assim, olha, por favor,
00:24você fica discreta, tá entendendo?
00:27A gente fez, a Maria Jussac, do Circo Vador, ela era a produtora do show.
00:34Pô, o show super legal, com o Claudinho Infante da Batera, o Tartuzinho Baia no baixo,
00:39Luiz Paulo do Vimano, e aí eu tremendo, porque eu nunca fui,
00:45guitarrista não sabia tocar guitarra, nem que sabia cantar,
00:47então eu falei, mãe, pelo amor de Deus, fica tranquilo, porque ela...
00:51Porque o que ela fazia?
00:52Ah, não, não é que ela cantava, por exemplo, a mãe do Lulu também,
00:56que era outra pessoa extravagante, quando a gente fazia shows no Museu de Arte Moderna,
01:01eu ficava pensando, imagina se minha mãe vem aqui, ela chegava no final do show,
01:06um monte de maluco, caindo assim, daqui a pouco vinha aquela senhora,
01:09que era igual o Lulu, só que de batom, né?
01:11Ela se levantava no meio assim, saiu daqui, ó, gritando,
01:15eu falei, cara, isso é a cara da minha mãe.
01:16Ah, mas era tipo um orgulho, assim, é, mas meu filho...
01:19Isso era a mãe do Lulu.
01:21Aí quando eu pensei assim, pô, mas minha mãe pode chegar e dar uma dessa lá,
01:24aí eu falei, ó, por favor, ela ficou ofendidíssima,
01:27porque era uma pessoa ofendida, tá bom, deixa comigo, assim, tipo, né?
01:31Aí, tá, eu tô lá, tô tocando, aí daqui a pouco eu falei,
01:34cadê minha mãe, não tava na primeira fila.
01:36Falei, porra, daqui a pouco lá na última, viu, pensei que tivesse um abajur,
01:40uma coisa assim de...
01:42Ela botou um aplique naquela cabeça, que parecia um pavão, né?
01:47Parecia que tinha pisca-pisca, parecia uma árvore de Natal na cabeça.
01:52Falei, ai, cacete, ela foi discreta porque ela ficou lá no fundo, né?
01:56Mas ficou parecendo uma coisa férica.
01:59Falei, fiquei bem quieto, falei, bom, tomara que ela não se manifeste, né?
02:03Aí não se manifestou.
02:04Aí no final, bem ofendida ainda, porque eu botei ela no lugar dela, né?
02:08Agora eu posso morrer.
02:09Aí morreu, logo em seguida.
02:11Como é que foi a morte dela?
02:12Você matou.
02:14Matou por minha causa, inclusive.
02:16Meu pai também se matou.
02:17É...
02:18Mas aí não foi por minha causa.
02:19Não sei exatamente do que que era, mas vocês têm essa mania de se matar.
02:23Meu irmão também se matou.
02:24Você conta que...
02:26Você conta que a sua mãe, ela teve alguns episódios de avisar que se mataria.
02:33Não, ela tinha...
02:34Te chamava, né?
02:35Antigamente se chamava maníaco depressivo, uma coisa...
02:42Hoje é bipolar.
02:44Ela tinha um distúrbio, que ela ficava eufórica, ela ficava super deprimida.
02:49Ela era muito inteligente e era muito exagerada.
02:52Eu devo muito à minha mãe, tanto que também eu devo ao meu pai.
02:55A gente teve uma relação muito, muito esquisita, mas eu era muito próximo da minha mãe.
03:01Eu cuidava, eu dava passe, fui espírita.
03:03Porque eu era médium.
03:04Eu dava passe porque ela tinha uma situação...
03:07Aí minha avó materna morreu, ela não se dava com a minha avó.
03:11Aí ela incorporou a minha avó.
03:13Aí ela ficou com 70 e tanto, entrevada.
03:15Ela está aqui.
03:17Aí eu ia lá, dava uns passes com batata.
03:20Você disse que foi espírita, você não é mais?
03:23Não, naquela época eu era um espírita praticante.
03:26Eu fazia, psicografava.
03:28Eu era Allan Kardec com o total.
03:30Agora não, eu sou mais...
03:33Eu não tenho mais...
03:35Eu não sou espírita, né?
03:36Mas eu tenho uma relação transcendental com as coisas.
03:40Você se considera médium?
03:42Você se considera médium?
03:44Eu não sei, porque, por exemplo, eu tive uma epilepsia meio espiritual.
03:49Porque é o seguinte, quando eu ganhei a alta lá da nefrose,
03:54eu falei, oba, agora eu estava na puberdade, já começaram a nascer um buço, né?
03:58Estava com 12 anos, eu falei, pô, estou livre, hein?
04:00É, é, que legal.
04:01Aí eu comecei, eu estava lendo um livro, eu estava lendo uns livros,
04:04eu estava lendo um monte de livros.
04:06Eu estava lendo um livro de um dos caras que descobriram o DNA,
04:09que era o Jacques Monod, que era o Acaso e a Necessidade.
04:11E estava lendo um livro do Nietzsche, que era Além do Bem e do Mal.
04:15E era cambono de um centro de Macumba, lá na Marquês de Olinda.
04:22Eu era uma cambono do Exu, Tranca Rua.
04:24Sei.
04:25Eu ficava lá, cambono, sabe o que é cambono, né?
04:28Sei.
04:28O cambono ficava lá, é o translator.
04:30Isso.
04:31Translator Tabajara, o cara fica...
04:32Marafo, né?
04:33É para explicar para quem não segue.
04:35Aí o cara, marafo não, o cara quer uma cachaça, um copo de bebida alcoólica.
04:39É quem faz assistência, né?
04:40É aquela entidade que está atendendo.
04:41Ele quer o charuto, aí você vai lá.
04:43E dá o charuto.
04:44E faz a tradução.
04:45Quando ele fala coisa que não dá para entender.
04:48Eu fazia ponte, né?
04:50Eu era o homem cambono, eu adorava fazer aquilo.
04:53Eu fazia um monte de coisa.
04:55Naquela sexta-feira, eu ia para a Marquês de Olinda.
04:57Nas terças, tinha o centro Ramatiz, era o centro oriental.
05:01E aí tinha um outro de materialização, que era lá no Engenho de Dentro, que era o centro
05:05do Walt Disney.
05:06Tinha a sala do Walt Disney.
05:07Eu adorava o Walt Disney.
05:08E aí o cara recebeu o Walt Disney.
05:10Pô, ficava todo...
05:12Assim, engraçado, né?
05:14Mas nessa daí que eu era cambono, tranca a rua, né?
05:17Tranca a rua, brother, tranca a rua.
05:19Aí, de repente, num dia daquela gira, baixou, não tranca a rua.
05:24Baixou uma entidade que eu fiquei fascinado e meio abedrontado.
05:27Porque o cara, a mulher era uma mulher, se virou toda assim.
05:30Aí, eu pedi uma arafa e eu dei para ela.
05:34Ela bem jogou a garrafa no...
05:38Quebrou, né?
05:39Aí pegou assim, começou a moer na mão.
05:41Falei, porra.
05:42Aí, com o meu ouvido, falei, ih, rapaz.
05:45Aí eu falei, e aí, ó?
05:46Como é que é?
05:47Quem é?
05:48Aí a pessoa fala, não, é o Caveira.
05:51Olha...
05:51Ele não fala.
05:51Falei, pô, mas você quando tá...
05:56Tá com raiva, né?
05:59Aí o cara tava lá.
06:01Não, esse é o dono do cemitério.
06:03Esse é o dono, não sei o quê.
06:04Eu fiquei com aquela fascinação pelo Caveira.
06:07E eu fiquei com aquela coisa.
06:08Toda semana agora ele baixava lá.
06:11E eu fiquei com uma ligação com esse Caveira.
06:13Eu pensei assim, esse rapaz, ele precisa de um carinho.
06:16Porque as pessoas ficam usufruindo, utilizando ele.
06:22Ah, quero um serviço.
06:23Quero matar fulano.
06:25Quero...
06:25E eu falei assim, como eu tava lendo o bem do mal, eu falei assim, vou albergá-lo no
06:30meu quarto.
06:32Aí eu transformei o meu ar-condicionado West House num púlpito.
06:38Botei umas velhinhas.
06:40E eu via muito o cassete.
06:41E eu gravava no cassete umas fitas do Pink Floyd que eu tinha medo.
06:48Promovia o meu próprio trem fantasma.
06:50Eu fazia uns fantasma.
06:51Eu botava umas caveiras.
06:53E eu ficava...
06:54Fingia que não tinha visto pra levar susto.
06:56Ah, que susto.
06:57Eu ficava assim.
06:58E aí ficava...
07:00Aí eu botei aquilo pra fazer um medo, né?
07:03O Pink Floyd.
07:05Ficou lá aquilo.
07:06E aí eu fiquei lá ajoelhado, invocando o Caveira.
07:09Pô, Caveira, você pode vir aqui.
07:10Você é meu brother.
07:12Não vou te encher o saco.
07:14Você podia ficar descansando aqui porque você...
07:16Você gira atribulado, você bebe muito, come muito vidro.
07:20Você pode ficar aqui.
07:21Eu vou ser seu amigo.
07:22Eu vou te tratar com amor, com carinho.
07:24Por favor, fica aqui.
07:25Não, não, não.
07:26E ele veio?
07:27Você começou a incorporar?
07:28Eu tive...
07:28Não, não sei se eu incorporei.
07:29Essa que é a grande dúvida.
07:32Eu tive um piripaque.
07:34Vamos e vermos.
07:34Um piripaque que, tecnicamente, ninguém sabia o que era.
07:37Aí eu caí e me estrebuchei.
07:38Porque quando eu acordei, estava tudo despedaçado no meu quarto.
07:44As cortinas estavam rasgadas.
07:46A cadeira estava despedaçada.
07:48Tinha um álcool pringue.
07:49Ele estava rasgado.
07:51Todas as cavetas estavam jogadas.
07:54Eu falei, pô, eu não caí apenas.
07:57O meu Pink Floyd virou uma passaroca.
07:59A fita saiu do cassete.
08:04O cassete jogado no chão.
08:07Destruição total.
08:09E eu acordei enjoado.
08:11Eu falei assim, porra.
08:12Aí eu falei, com vontade de vomitar.
08:15Aí eu abri a porta.
08:17Falei, pô, mãe, aí.
08:19Pô, mãe, pô.
08:20Ela falou, o que foi?
08:21Eu falei, você não ouviu nada.
08:23Ela falou, eu ouvi um barulhão.
08:24Eu falei, por que você não foi ver?
08:25Pô, porque você faz barulho o tempo todo.
08:27Ela falou, tá bom.
08:28Aí ela, quando viu, ela ficou assustadíssima, né?
08:32Aí me levou para um neurologista.
08:34Fui fazer um eletrocefalogram.
08:36Aí deu um monte de coisa que ninguém sabia.
08:38Aí o cara falou, esse cara parece um avestruz.
08:41Ele cresceu muito.
08:42O cérebro ficou pequenininho.
08:43Ele começou a ter digitimia, disfunção.
08:46Ninguém sabia se era crescimento.
08:48Outro falava que era digitimia.
08:49Outro falava que era epilepsia.
08:51Outro falava...
08:51Só sei de uma coisa.
08:52Quando eu falava no caveiro...
08:54Aí eu caía e...
08:56E quando acordava, estava tudo...
08:58Aí eu estava no meu sítio, tomando um café.
09:00A minha mãe, não falem caveiro.
09:01Eu estava com...
09:02Aí eu falei, caveiro!
09:03Pum!
09:03Aí caiu quase que meu saco.
09:06Eu falei, ai, caralho.
09:07Pô, caveira ficou com caveiro.
09:10Aí eu fiquei muito amigo do caveiro.
09:11Olha só que loucura.
09:13Eu tinha 12 anos, né?
09:15Fiquei com essa onda, não sei o quê.
09:16Pô, passou esse tempo.
09:17Eu já estava com 24 anos, 12 anos depois.
09:20É que eu fiquei pensando assim.
09:21Eu continuei tendo essas crises até 35 anos.
09:24Depois eu ganhei alta.
09:26Um médico me curou com uma lanterna, assim, fazendo lanternoterapia.
09:31Mas as crises eram só quando você estava invocando as entidades?
09:34Não, depois não.
09:36Você tinha realmente um diagnóstico clínico de...
09:38Não, ninguém tinha.
09:39O diagnóstico nunca foi explicado.
09:42Nunca houve um diagnóstico claro.
09:43Mas eu comecei a tomar Comital L, Rivotril.
09:46Tomo um monte de remédios.
09:47Mas, às vezes, eu ficava me testando.
09:50Ah, eu não vou tomar, não.
09:52Aí eu passava dois, três dias.
09:54Tinha uma crise, né?
09:56Bom, tudo bem.
09:57Quando chegou, com 24 anos, eu estava prestes a lançar Me Chama.
10:03Pois bem.
10:04Aí eu fui numa mulher que jogava búzios.
10:08Aí ela chegou e mandou assim.
10:09Ih, rapaz.
10:10Eu tinha acabado um relacionamento muito conturbado.
10:12Aí ela jogou búzios e falou assim.
10:15Ih, aí, ó.
10:17Fizeram um ebó pra você pesado aí.
10:21Pizeram um ebó pra você morrer, rapaz.
10:23Eu falei, puxa, que loucura.
10:24É, mas você tem um cara muito forte ali no cemitério que não permitiu entrar.
10:31Eu falei, o Caveira disse que é teu amigo.
10:33Doze anos depois, com outra pessoa...
10:37Aí ele falou assim, ó.
10:38Ele está negociando que era o tal de Zé Pilintra.
10:40Ó, o Pilintra que foi mandado pra te matar, mas o Caveira não deixou.
10:45Só que você tem que matar 32 galinhas, dois bólios.
10:47Eu tive que matar pessoalmente, né?
10:51Mas eu me desculpe.
10:52Fez?
10:52Sim.
10:53Resolveu?
10:54Bom, estou aqui, né?
10:56Estou aqui.
10:56Mas aí, eu convivo com o Caveira.
11:00Vira e mexe.
11:01Inclusive, as minhas linhas...
11:03As minhas linhas estão aí.
11:04E eu...
11:05Vira e mexe, eu tenho um sinal do Caveira.
11:07Alguém vem me dizer.
11:08Alguma pessoa que vem do desconhecido.
11:10Então, é um vínculo que se formou e que eu prezo muito.
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