No Em Off, Criss Paiva surpreende ao revelar que, apesar dos palcos, ainda luta contra a timidez no dia a dia. A humorista também abre o coração sobre sua adolescência e a gravidez. Ela conta como foi ser mãe aos 18 anos, mas com a decisão tomada desde os 15, e faz uma declaração emocionante sobre a filha: "ser mãe da Mariana salvou a minha vida".
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00:00Eu era... assim, com os meus, com a família, com os amigos mais próximos, eu sempre gostei, principalmente das piadas ruins, aquelas que são as mais bestas, sabe?
00:10Eu gosto de piada besta, eu adoro. Mas sou muito tímida, até hoje, sou muito tímida. Então, muito, muito, assim, eu morro de vergonha, mesmo.
00:22Real, oficial.
00:23E assim, stand-up, muitas vezes, se apresenta sozinha, você e Deus.
00:26Sempre sozinha, sempre sozinha.
00:28Mas, então, aí que tá. Vencer a timidez foi o ônus, foi o preço que eu paguei pela alegria de estar no palco.
00:39A primeira vez que eu subi no palco, foi péssimo, horroroso, eu travei.
00:42Eu falava, ah, que entregando o texto meio dura, sabe?
00:46Tipo, eu lendo o TP também, ó, gente. Também tô começando, sabe?
00:50Todo mundo começa um dia, então eu espero que vocês me perdoem.
00:52Não, foi isso, mas foi tão legal, porque normalmente eu fazia rir o meu grupinho, né?
00:58Quatro, cinco pessoas. E, de repente, eu fiz rir, ali na primeira apresentação, tinha 40 pessoas.
01:02E eu falei, cara, foi muito legal.
01:05Mas, peraí, porque quando você vai fazer faculdade, vai decidir sua carreira, você vai ser professora.
01:11Fui ser professora.
01:12Na verdade...
01:13Também é uma exposição ali na frente de um monte de gente.
01:15Ah, mas é diferente, porque as crianças são muito, tipo...
01:18Era criança pequena?
01:19Criança, criança, criança.
01:19Mas, na verdade, você perguntou como era a Crisinha, né?
01:22A Crisinha era muito tímida, muito, assim, introspectiva, muito envergonhada, muito bullying na escola.
01:30Tipo, aqui pra dentro, pra dentro, pra dentro, pra dentro, sabe?
01:35Só que eu sempre tive, desde assim, quando eu tinha 15 anos, e eu acho que esse é o grande...
01:40A grande virada da minha vida, que as pessoas podem achar que foi comédia, que foi Vênus, que foi tudo.
01:44A grande virada da minha vida, foi que com 15 anos eu decidi que com 18 eu seria a mãe.
01:49Eu decidi que com 18 eu seria a mãe.
01:51Foi uma decisão inconsciente, e eu fiz o que era necessário pra que isso acontecesse com 18.
01:57Então, assim...
01:58Eu falei disso na nossa abertura, mas eu quero entrar mais a fundo.
02:04Por que você tomou essa decisão com 15 anos?
02:06Era o sonho da minha vida.
02:07Era o sonho da minha vida.
02:09Não era algo que, assim, olha, eu vou fazer isso daqui, isso aqui, e pelo caminho eu vou ser...
02:13Não, não, não, não.
02:14É tipo assim, eu vou ser...
02:15O resto, eu digo que eu nasci para ser mãe da Mariana.
02:18O resto das coisas foi acontecendo.
02:20Foi acontecendo.
02:21A sua...
02:21Como é que é a sua relação com a sua mãe?
02:23A sua mãe foi uma super mãe?
02:25Ela foi muito super mãe.
02:26A gente não tem uma relação tão de amiga quanto eu tenho com a minha filha.
02:29Mas eu não acho que isso seja...
02:31Porque às vezes é isso, você tem uma relação tão boa com a minha mãe que eu quero reproduzir,
02:34ou até o contrário, não tem uma boa relação...
02:37Não, eu tenho uma boa relação.
02:38Tenho uma boa relação.
02:39Mas não teve a ver com isso.
02:41A gente...
02:42Eu com a minha mãe, a gente não foi...
02:44Na período de adolescência, assim...
02:46Amigas.
02:47Amigas.
02:48Sabe?
02:49E aí eu até lembro que uma vez, quando eu resolvi, e realmente pus isso em prática,
02:53eu realmente fui mãe da Mariana com 18 anos.
02:56E era a Mariana...
02:57Eu falei isso com 15.
02:58Eu tenho a prova disso material, porque com 15 anos eu escrevi uma carta para a tia Tere,
03:03que é mãe da minha amiga Mariana, falando com 18 anos eu vou ter uma filha e ela vai ter
03:07o nome da sua filha, que é Mariana, que é a minha melhor amiga.
03:10Ela tem essa carta até hoje.
03:11Ela não me dá porque ela fala que é um tesouro dela.
03:13Mas ela tem essa carta até hoje.
03:15Eu decidi com 15 anos.
03:17Essa era a meta da minha vida.
03:19Todo o resto aconteceu.
03:20A comédia aconteceu.
03:21Eu fiz o que era necessário para que a Mariana viesse.
03:24O que era necessário para que ela viesse.
03:26Então vamos lá, por exemplo, eu tinha muita vontade de fazer publicidade ou direito,
03:30ou o que eu mais mirava era relações públicas.
03:35Era meu sonho, assim.
03:36Mas aí a minha conta foi, se eu pensar numa carreira que dependa de qualquer uma dessas coisas,
03:42eu pensava, por exemplo, publicidade, que eu amo, amo, admiro todos os meus amigos da publicidade,
03:46eu fico babando num comercial bem feito.
03:50Eu pensava, se eu for para a publicidade, é, fazer o ensino médico, né,
03:54porque era segundo colegial, segundo grau, sei lá.
03:56Aí eu vou me formar, estagiar, para daqui, sei lá, 15 anos, né, a contar de agora,
04:02eu ter alguma estabilidade para poder ser mãe.
04:06E eu não quero esperar 15 anos.
04:08Então o que só depende de mim?
04:10Agora o que só depende de mim é eu fazer magistério, prestar um concurso,
04:13porque o concurso é minha bunda na cadeira estudando.
04:15Não depende mais de ninguém, só depende de mim.
04:17E aí eu fui, fiz magistério e fui dar aula.
04:20Não era o sonho da minha vida, nunca foi a minha meta, tem gente que sonha com o magistério.
04:24Não foi a minha meta, eu fiz magistério, fiz pedagogia, fui para a sala de aula,
04:28dei aula durante 10 anos e eu fazia com toda a dedicação, mas não por aquilo.
04:35Eu sabia por que eu estava fazendo aquilo, eu estava fazendo aquilo porque eu quis ser a mãe da Mariana.
04:39Então nunca me foi um sacrifício, nunca foi, uma vez eu estava contando isso,
04:44aí alguém comentou assim, ah, você não pode falar isso porque sua filha vai achar que você...
04:47Eu falei, ela não acha, pode ficar bem tranquila.
04:49Ela sabe que ela era o grande plano da minha vida.
04:53Mas qual que era a crítica dessa pessoa, você não pode falar isso porque...
04:56Que ela iria se sentir culpada, que tipo assim, ah, que você se sacrificou.
04:59Mas não foi um sacrifício, é isso que você não está entendendo.
05:02Quando você tem o seu porquê, quando você tem o seu porquem, sabe?
05:07Todo o resto vale a pena.
05:08Então assim, eu tenho o meu porquem, eu tive o meu porquem.
05:12Então não importava o que acontecia, eu sabia por que eu estava fazendo aquilo.
05:17Quando você coloca a sua meta e assim, eu sei por que eu estou fazendo isso,
05:20nenhum fardo é pesado, você sabe o motivo.
05:23Você sabe o motivo, então você aguenta.
05:26Você quis porque você quis, esse é o ponto.
05:28Olha, eu quis porque eu quis, mas eu acredito do fundo do coração que foi um chamado,
05:34foi algo que eu estava predestinada.
05:36E eu sei que ser mãe da Mariana salvou a minha vida.
05:39Por quê?
05:40Porque eu acho que eu teria desistido de tudo muito, muito fácil.
05:45Eu não teria...
05:46O fato da má querer algo me fazia batalhar para dar algo.
05:51O fato da má, então tipo assim, quantos shows eu tenho que fazer no mês?
05:54Pois vai ser.
05:55Até eu tenho que dormir, eu tenho que varar, eu tenho que acordar às cinco e dormir.
05:58Não importa.
05:59Amar foi motivação e propósito desde...
06:03O filho faz isso com a gente.
06:05Porque eu sou muito do pouco.
06:08É estranha essa frase, mas eu sou do pouco, eu sou do simples, eu sou do pão com ovo.
06:11Eu sou essa pessoa.
06:13A má até brinca comigo, ela fala assim, você sai do pão com ovo, mas o pão com ovo não sai de você.
06:18Eu gosto do...
06:19Eu não me importo, sabe?
06:21Se eu puder trabalhar metade, ganhar metade, eu estou feliz.
06:24Eu não vou atrás do máximo.
06:27Mas por ela eu vou.
06:28Então, sabe, você já viu aqueles memes que falam assim,
06:31ah, eu preciso trabalhar muito porque minha filha tem planos com o meu dinheiro.
06:33É mais ou menos isso.
06:34É mais ou menos isso.
06:37Então, assim, existir a Mariana me fez ser mais cuidadas com a minha própria vida.
06:42Não, eu não...
06:43Não sei se você já viu esse vídeo, mas eu me identifiquei tanto com ele que eu...
06:47Adotei a expressão que é coisa de morrer.
06:49Coisa de morrer, não faço.
06:50Pular de paraquedas, não pulo.
06:52Ah, coisa de...
06:52Maravilhoso.
06:53Calar, não escalo.
06:54Você vira mãe, você para de fazer coisa de morrer, total.
06:56Coisa de morrer.
06:57Então, assim, coisa de morrer.
06:58Não faço.
06:59Mas eu não faço coisa de morrer desde os 18 anos.
07:01Você está entendendo que eu não fui uma...
07:02Eu não tive.
07:04Maravilhoso.
07:04Você não se colocou em risco nunca.
07:06Nunca.
07:07Nunca.
07:07Porque quando você pensa assim, ah, vou morrer.
07:10Ah, que pena.
07:11Vou morrer.
07:11E meu filho?
07:12E, meu Deus, e o que ela vai fazer?
07:14E minha filha já tem 25 anos.
07:16Ela já sabe o que ela vai fazer.
07:17Mas eu ainda, assim, a dor que eu vou causar...
07:22Porque quando a gente morre, a gente só morre.
07:24Sim, e o que vai ser dela sem a mãe, né?
07:28É.
07:28Então...
07:29A gente começa...
07:29Tem muito essa frase que, assim, você vira mãe, você perde o direito de morrer.
07:33Perde o direito de morrer.
07:34Não pode morrer.
07:35Pelo menos até eles completarem alguma...
07:3770 anos.
07:38Não, até amar ter 70 anos, eu não posso morrer.
07:40Eu estou proibida.
07:41E isso vai me dar 98 anos, entendeu?
07:44Então, é difícil.
07:46Eu estou aqui impossibilitada de morrer.
07:48Até que...
07:48Mentira.
07:49Senhor, brincadeira.
07:51Não, mas, assim, a gente realmente se cuida, fica mais centrada, fica mais decidida,
07:59mais obstinada com as coisas.
08:01Então, eu tenho certeza que muito do que aconteceu na minha carreira foi Mariana.
08:06Sem ela saber.
08:07Sem ela saber.
08:08Mas foi por ela.
08:09Ela é o meu por quem, né?
08:11Maravilhoso.
08:11Ela foi o meu por quem, desde que eu comecei.
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