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No Em Off, a jornalista Barbara Gancia faz um relato corajoso e brutalmente honesto sobre sua luta contra o alcoolismo. Ela detalha os anos de dependência e o processo de recuperação.

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Diversão
Transcrição
00:00Bárbara, então você passa um tempão na Folha, continuando com a sua história, e aí já tem uma primeira, o contato seu com o seu lado adicto, vamos dizer assim, né?
00:13Como é que é essa história?
00:14Ah, eu sempre fui muito festeira, muito, e ao mesmo tempo sou muito introvertida, e não parece, eu sei.
00:20Mas eu sou, e todo mundo que tem um problema com bebida sabe disso, você, a bebida, ela te dá uma sensação de bem-estar no começo.
00:33A pessoa fala, ah, eu comecei a beber porque eu tava depressiva, eu comecei a beber porque, ah, eu tava muito triste, que eu briguei com o namorado, ou porque meu time perdeu.
00:41Não, você começa a beber, especialmente quando você é jovem, você começa a beber porque você ganha uma coragem, você se autoafirma, você tá no meio dos teus amigos, e eles também bebem, também te encorajam a beber.
00:59Então é uma coisa que faz você se sentir bem.
01:03Eu não comecei a beber porque eu me sentia mal.
01:06Eu sempre fui muito feliz, muito alegre, e a bebida me dava uma espécie de uma autoafirmação, e me fazia me sentir mais confiante.
01:15Eu lembro que o primeiro drink que eu sempre tomava numa festa, eu tomava ele, assim, meio que tremendo.
01:22O segundo já era, opa, vamos dançar, o terceiro é, já vamos dar uns beijos em alguém, entendeu?
01:28Já vamos pegar alguém aí.
01:30Então era sempre uma coisa de confiança.
01:33Depois, à medida que você vai bebendo, grandes quantidades, por um longo, por um prolongado período, o teu metabolismo vai mudando.
01:44E aquilo já não te dá o mesmo prazer que você tinha no começo.
01:48É muito parecido com outros tipos de drogas.
01:51Todas.
01:51Você chegou a usar outros tipos de drogas?
01:53Alguma coisinha.
01:55É?
01:55Alguma coisinha.
01:56Mas preferia o álcool?
01:58Não, é que o álcool sempre foi minha droga de escolha.
02:00Eu nunca tomava nenhuma outra droga se eu não tivesse bebido.
02:05O álcool sempre foi a minha...
02:06Porta de entrada.
02:08É, não é nem porta de entrada, é assim.
02:11Eu jamais pensaria...
02:14No final, nos últimos cinco anos que eu bebi, eu bebi 30.
02:18Os últimos cinco eu cheirei cocaína.
02:20E eu fumava maconha, sempre, assim, uma coisa recreativa.
02:27E eu não fazia isso se eu não bebesse.
02:30Então, cocaína, então, nem pensar, porque é uma droga do demônio.
02:33Como dizia o Silvio Luiz, meu querido Silvio Luiz, que Deus o tenha, é...
02:38Narrador esportivo, é o demônio ralado.
02:42Cocaína é o demônio ralado.
02:44E muito presente, né, nas redações, no jornalismo, jornalistas, em todo lugar, claro.
02:50Mas, historicamente, tem um pouco esse...
02:53Pode falar.
02:54Pode falar, aqui é tudo.
02:55É uma droga escrota.
02:57Mas escrota, assim, é uma droga que é assim, é eu, eu, eu, eu, eu.
03:03A pessoa só quer falar, falar de si, é uma coisa dolorosa.
03:06E aí, você tem os seus primeiros problemas de achar que tá dependente do álcool?
03:15É, você não sabe direito.
03:18Você acha que você tá tendo problemas e você não sabe se você é uma pessoa muito louca
03:26ou se você fica muito louca quando você bebe, entendeu?
03:30É, você não sabe se você é uma pessoa mau caráter, porque você não consegue mais cumprir horário,
03:38você não consegue ter a tua palavra mais, dar a palavra e ser, respeitar a tua palavra,
03:46ou se você faz isso porque você tá bebendo.
03:50Você não consegue parar, você para de beber tal coisa, mas se você vai numa festa e bebe alguma coisa,
03:56você fala, eu vou beber três drinks hoje.
03:58Você não consegue cumprir.
04:00Então, é um negócio, assim, você se sente muito solitária nessa viagem,
04:05porque você vai falar isso pra alguém e a pessoa não confia mais em você.
04:11É um negócio, olha, é muito solitário.
04:14E aí...
04:16E se você ainda na Folha, já estava vivenciando essa...
04:19Já, estava vivenciando.
04:20De deixar de cumprir horário?
04:22Não, mas não na Folha.
04:23Na Folha, não.
04:24Na Folha, era sagrada.
04:25A Folha sempre foi um lugar pra mim que eu mais respeitei na vida e eles me respeitavam muito.
04:33E lá eu não tive problemas profissionais.
04:36Eu era uma alcoólatra funcional.
04:40Eu sou uma pessoa que nunca cheguei a ser uma alcoólatra dessa que acorda e bebe uma bebida que tira debaixo da cama
04:51e não consegue trabalhar isso.
04:54E essa que é a grande dificuldade, porque as pessoas que têm esse tipo de comportamento,
05:01elas às vezes não conseguem ver que elas têm um problema.
05:04É, porque você sai um pouco do estereótipo, né?
05:06Exato.
05:07Então, o estereótipo do adicto que está ali caído e na sarjeta e tal, ele é mais evidente.
05:14Quando não parece, né?
05:16Esse que é o problema.
05:17O problema é que se você tem um trabalho, se você não bebe todo santo dia.
05:24Eu, por exemplo, durante, sei lá, 25 anos, eu bebia só quinta, sexta e sábado.
05:33Não bebia no domingo, não bebia na segunda, não bebia...
05:36Mas quando bebia, bebia até cair.
05:37Quando bebia, nem sei até quando eu bebia.
05:40Eu acordava e falava, tá tudo bem, sei lá, onde tá meu carro, sabe essas coisas?
05:48Então, começou a ficar bem problemático.
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