00:00A tecnologia traz inúmeros benefícios para o nosso dia a dia, para muita gente é até difícil imaginar a vida sem um computador, um eletrodoméstico moderno ou mesmo um celular.
00:19Mas será que sabemos usar de maneira adequada toda essa tecnologia em Thais Beleze? Bom dia.
00:25Bom dia, Soler. Tudo bem? Olha, eu confesso que às vezes eu não sei usar a tecnologia, mas de qualquer forma a gente tem que ter a exata noção de que esse mundo virtual não é uma brincadeira.
00:37Antes de usar, é necessário ter muito claro os riscos que a gente corre ao desrespeitar, por exemplo, leis ou a desconhecer leis que regulam a internet.
00:47Se você está inserido no mundo virtual, preste atenção na reportagem de hoje do Você no Mundo.
00:53Trabalho, diversão, relacionamento.
00:58Hoje eu faço praticamente tudo pela internet. É como se a vida real estivesse dentro de uma tela.
01:03Aí não tem como evitar. A violência que a gente sofre em casa ou ao sair nas ruas também é sentida no mundo virtual.
01:10A diferença é que nem sempre a gente conhece a cara do criminoso.
01:13O Você no Mundo de hoje mostra a gente de cara limpa que trabalha e estuda para proteger as vítimas dos bandidos da internet.
01:23Eu sou o delegado Demetrios Gonzaga de Oliveira, titular do Núcleo de Combate ao Cybercrimes.
01:29Professor Altair Santin, tenho 20 anos de PUC do Paraná, trabalho nos cursos de Engenharia da Computação, Ciência da Computação.
01:39Olá, eu sou o Christian Bachmann. Eu, desde criança, sempre tive aquela curiosidade de mexer em equipamentos e tal.
01:47Aí a primeira palavra que veio na minha cabeça, que eu digitei, foi hacker. Então já foi aquela coisa que já estava no sangue.
01:54Antes de começar o bate-papo, é importante saber. O hacker estuda tudo de informática. É quem desenvolve sistemas de maneira ética, correta.
02:03O cracker também entende de sistemas. Mas atenção, ele age sem ética alguma, comete crimes ao invadir computadores e quebra sistemas de segurança.
02:13Eu estou aqui com esse time, então. Que comportamento a gente tem que ter diante desse cenário?
02:18Olha, eu diria que muita cautela, muita responsabilidade e muita atenção, principalmente dos pais que têm esse dever de orientar os seus filhos,
02:27na medida em que eles estão se expondo demasiadamente através de uma tecnologia que não conhecem com profundidade e não sabem a dimensão das consequências do mau uso.
02:37Agora, o senhor está falando em dimensão, né? Recentemente, veio aí o marco civil da internet, que é, digamos, a lei do Brasil aí para esse cenário de internet.
02:46Mas, quando a gente fala em internet, existe lei que nos proteja aqui dentro. Mas e fora?
02:53Nós temos que entender que alguns países têm uma legislação diferenciada. E os criminosos já estão atentos a isso também.
02:59Alguns deles, quando interrogados, confessaram que chegam a estudar as leis de outros países para saber se o comportamento deles vai ser ou não considerado crime lá fora.
03:10Então, quer dizer, ele já está ligado no que está acontecendo em outros países e onde ele pode hospedar, por exemplo, um site criminoso?
03:16Exatamente. Os que estão, digamos assim, mais conscientes, mais interessados na prática desses delitos, eles estudam com profundidade o que pode ou não afetá-los.
03:26Então, existe, assim, uma sazonalidade. Alguns deles, incitando violência, homofobia, perseguição contra as pessoas, mudaram várias vezes de países dentro de um mesmo período.
03:38A gente pode interpretar que uma pessoa que tem o dólar para administrar uma determinada situação que leva a um crime, ela está em plena capacidade mental.
03:45Alguns desses nós detectamos que não estavam. Com problemas graves, até com psicopatias, com problemas mentais realmente graves.
03:53Pessoas que riem, por exemplo, ou verem uma criança sendo violentada.
03:57Como cidadão de bem, o que eu tenho que fazer? Como é que deve ser o meu comportamento no futuro? O que vocês acham?
04:02Nós precisamos de uma mudança de atitude, né? Não podemos colocar algo tão importante como é um computador, um celular, onde tem parte da nossa vida.
04:14É a nossa vida, né? A gente tem quase tudo aqui dentro.
04:16Exatamente. Não podemos entregar isso na mão de uma pessoa que não seja qualificada para trabalhar com equipamento.
04:23Então, para eu não me tornar refém de um profissional ou alguém que se diz profissional nessa área, o que eu devo exigir dessa pessoa?
04:32A gente tem que dar uma olhada no currículo da pessoa, o que ele fez, estudou, aonde trabalha, para que não caia nesse tipo de golpe.
04:40Por exemplo, teve muitos casos de pessoas que tiram fotos íntimas e guardam no próprio computador.
04:46Aí, dá um probleminha no computador e ele leva para alguma pessoa, né? O filho da vizinha, da prima, de alguém, para consertar.
04:56A pessoa vai lá, curiosa, começa a mexer no computador, acha aquelas fotos íntimas e acaba disponibilizando na internet.
05:02Então, tem muita coisa que a gente tem que cuidar.
05:06Tem que ter uma empresa por trás disso, né? Porque ela tem um nome, ela tem um histórico, ela tem profissionais adequados, né?
05:14Como qualquer outro serviço, né? É importante saber de onde vem, qual a experiência, a formação do profissional que você vai contratar para resolver algum problema no seu computador, porque o problema pode se tornar bem maior.
05:27Bem maior. E tem mais um detalhe, viu, Soler? Muitas vezes, quando um cracker, um bandido da internet invade sistemas e empresas, ou num computador pessoal, na maioria das vezes, por desconhecimento, a gente acaba destruindo as provas, as pistas do crime, né?
05:43O Christian Bachmann, que faz perícias, perícias criminais nessa área digital, faz o alerta para a gente. Preste bem atenção.
05:50Qual que é a tua maior dificuldade quando uma empresa, quando alguém te contrata para analisar um crime digital?
05:58A maior dificuldade é que quando acontece um crime, o cliente acaba tentando resolver o problema para conseguir trabalhar.
06:06Então, por exemplo, vai um cracker na empresa e destrói todos os servidores. A empresa não consegue trabalhar.
06:15Aí chega, o cliente acaba indo falando para consertarem. E isso aí estaria contaminando as evidências, né?
06:23Estariam formatando, colocando o sistema no ar e acaba não... a gente não consegue trabalhar em seguida.
06:29Só para traduzir isso, é como se eu visse um crime na rua, a orientação é não mexa na cena do crime, nas evidências desse crime.
06:38É isso também que ocorre no mundo virtual. Se você notou que algo ocorreu no seu computador, na tua empresa, não mexa ali.
06:45Pare tudo e chama o especialista, é mais ou menos isso?
06:47Isso, perfeito.
06:48Pois é, mas é difícil resistir, né? Não fazer alguma coisa, né? Tentar resolver sozinho.
06:54Geralmente, a primeira reação da gente é trocar a senha, fazer com que o sistema volte a funcionar o mais rápido possível.
07:00É, e o pior ainda é quando a gente deixa que esse computador seja formatado.
07:04Ou seja, a gente permite que se apaguem todos os dados e informações antes de levar esse computador para uma análise,
07:11na delegacia de crimes digitais ou no ciber ou então para um perito no assunto.
07:15Então, fica a dica, a nossa atitude deve ser a mesma de quando ocorre um crime na rua.
07:20Não se deve mexer nas pistas na área desse crime, Soler.
07:24Pois é, e a questão da pirataria, hein? Veja só a complicação que você pode ter ao usar um programa pirata.
07:31Ninguém chega no poço e pede para colocar gasolina adulterada no seu tanque, por exemplo.
07:36E o indivíduo que coloca um software pirata no seu computador está fazendo algo parecido.
07:42O que pode acontecer comigo quando eu conto um programa pirata, por exemplo?
07:47Eles podem roubar informações pessoais, eles podem usar o disco para gravar material, por exemplo, de pedofilia,
07:57material que venha do mundo do crime, porque eles em geral não guardam esse material no seu próprio computador
08:04para produzir prova contra si próprio, né?
08:06Ele guarda nas máquinas que ele infecta.
08:09Além disso, eles usam a sua conexão de internet, o seu IP, para atacar terceiros.
08:15Então, quando a polícia vai depois, ou uma empresa vai fazer o levantamento de qual foi a origem da conexão,
08:23ele vai chegar na casa dessa pessoa que comprou um software pirata
08:27e ele vai ter que responder que não, ele vai ter que provar que não foi ele que fez aquilo.
08:32Bom, como a gente viu aí, terminamos com o alerta do professor Altair Santin,
08:52que entende muito de engenharia da computação.
08:54Lembrando que qualquer problema que envolve crime digital deve ser levado até o NUCIBER,
08:59que é a delegacia responsável e especializada no assunto.
09:03E um convite para você, né?
09:04Você que vem acompanhando você no mundo e quer também sugerir uma história,
09:09é só entrar no nosso site, na nossa página, tá aí, olha,
09:11www.g1.com.br barra PR barra você no mundo.
09:16Escreva para a gente, esse é o espaço para mostrar as inovações, novos comportamentos,
09:22gente que pensa o futuro.
09:23A nossa ideia aqui é trazer para a TV e para a internet boas histórias
09:28que revelem como estamos interagindo com o mundo de hoje.
09:32É isso aí, Soler.
09:33Sexta-feira tem mais, né? Qual que é o assunto?
09:34Sexta tem mais.
09:35Ah, sexta-feira é um assunto de volta ao mundo,
09:38a história de dois professores aqui de Curitiba, professores de ciências contábeis,
09:43que decidiram dar a volta ao mundo e o motivo é muito interessante.
09:47Vai valer a pena.
09:48Tá certo, vai motivar muita gente aí.
09:49Legal, obrigado, um bom dia, um bom dia para você aí de casa também.