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Neste episódio do Viva Bem, Marcio Atalla recebe Roberto Balduzzi, faixa preta em Karatê, para discutir um tema que gera dúvidas e curiosidade. O programa desvenda os benefícios das artes marciais para a vida, como o desenvolvimento da paciência, do respeito e o alívio do estresse.

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00:00Que praticar lutas torna as pessoas mais violentas ou é exatamente o contrário e a pessoa fica mais disciplinada e menos impulsiva?
00:09O que será que as artes marciais podem trazer de positivo para a saúde e para a vida das pessoas?
00:21Jovem Pan, viva bem! Com Márcio Atala.
00:24E para esse assunto sobre artes marciais, eu tenho o prazer de receber o mestre Roberto Balduzzi, que é faixa preta em Karatê e outros tipos de luta.
00:36Balduzzi, obrigado por ter aceitado esse convite.
00:39Prazer, Márcio.
00:40E aí, qual o benefício que essas práticas de luta têm para a nossa saúde?
00:46Para a saúde é o benefício do exercício.
00:48Então, todos os benefícios que o exercício traz, a arte marcial vai trazer, seja ela qual for.
00:55Algumas vão privilegiar mais o aeróbio, algumas vão privilegiar um pouco mais a força, mas para a saúde física, biológica, todos os benefícios do exercício vão retornar com as artes marciais.
01:08E aí, ok, você comentou, existem diversos tipos de lutas e aí a luta, muito provavelmente, ela está relacionada na cabeça ali da pessoa mais leiga, aquela coisa mais violenta, aquela coisa que a gente vê de performance, né?
01:24Mas hoje, a gente encontra, não só em academias especializadas de Karatê, de Jiu-Jitsu, enfim, de Boxe, de outras artes marciais, mas em academias de exercício, de atividade física, a aula de luta, a aula dessas artes marciais.
01:40Ela está sendo incorporada para a pessoa comum.
01:43E aí, você falou desses benefícios cardiovasculares, benefícios de força, de mobilidade.
01:49Como que essas aulas são planejadas ali, nessas academias, para pegar pessoas que não têm nenhuma base de luta?
01:57Então, existem dois tipos desse tipo de aula, né?
02:00Uma feita por alguém que está usando o movimento da luta, que é um movimento que condiciona bem, sem uma responsabilidade com a luta em si.
02:10Então, vamos dizer, eu uso o movimento do soco, eu uso o movimento do chute para o exercício.
02:14E um outro movimento nesse sentido é do professor de luta, que expande a arte marcial para trazer todos os públicos.
02:24Então, o idoso pode ir lá sem nenhum objetivo de competição, sem nenhum objetivo de bater em ninguém, até aprende a se defender um pouco melhor e tal,
02:32mas ele traz para o caminho da luta a pessoa, o leigo, né?
02:37Então, você amplia esse universo.
02:40Você pega a criança de seis anos e trabalha a cambalhota dela no judô, no jiu-jitsu, trabalha a lateralidade dela no karatê, no taekwondo,
02:48e você vem trazendo ela para a luta.
02:51Ou o contrário, a pessoa já mais de idade e que tem os benefícios desse movimento.
02:56São duas coisas um pouco distintas.
02:58Entendi.
02:58Então, você tem, numa academia, por exemplo, uma aula de luta, onde você não vai sair de faixa branca, amarela, enfim, evoluindo.
03:07Você está usando uma série de movimentos da luta para se condicionar.
03:12Então, por exemplo, o cara vai fazer uma aula de boxe, mas ele está lá, pula a corda, dá chute, enfim, faz abdominal, faz alguns exercícios.
03:20Eventualmente, nunca luta, realmente.
03:21E nunca luta, mas usando uma série de movimentos e exercícios ali dessas lutas,
03:29e isso vai fazer com que ele melhore o seu condicionamento físico, sua saúde, enfim.
03:33E você tem uma outra vertente, que independente da sua idade e de você querer competir ou não,
03:39você vai evoluindo dentro dessa arte marcial.
03:41Então, pode ser uma criança de seis anos, eu que já sou mais velhinho, entro lá, vamos supor, no karatê,
03:48e vou começar a ir evoluindo dentro dessa arte marcial, o que também vai me trazer esses benefícios do condicionamento físico.
03:55Sem dúvida.
03:56E tem aí, quando a gente vai para o caminho da arte marcial, realmente para as faixas, evolução de faixas e tal,
04:03você tem a motivação, você tem a relação com as pessoas, você tem o primeiro benefício enorme,
04:08que é a confiança, que é o que daí vai evitar essa violência, que foi a sua pergunta inicial, né?
04:13Então, a confiança, a primeira coisa que te traz tranquilidade, para que você, em uma situação de caos,
04:19saiba administrar a coisa, não haja por instinto, não haja com violência,
04:23mas se agir com uma violência canalizada na direção certa, necessária.
04:27E esse sistema de faixas, ele motiva as pessoas, que talvez a briga mais difícil é manter a rotina de treino, né?
04:35Então, quando você oferece um objetivo próximo e possível da faixa amarela, da faixa laranja, da faixa verde,
04:42não é só para criança.
04:43Eu tenho mais de 50 anos de idade já, tenho uma vida na luta muito grande,
04:48e estou louco para pegar a faixa coral, que é a faixa preta, sexto, sétimo, dependendo da luta, né?
04:54Grau, você tem a faixa coral, vermelha e branca.
04:57É uma diversão, é um prazer, é um...
04:59Que motiva.
05:00E, claro, em qualquer idade, não é só para criança que funciona.
05:05O Jigoro Kano, quando faz isso no Japão,
05:07é apresentado por um sensei japonês que estava na França,
05:10ele pega esse sistema de faixas, ele leva para o Japão e põe lá na Budokan, na Kodokan,
05:15e espalha isso para o mundo, ele sabia o que ele estava fazendo, ele tem um motivo.
05:17Essa história, a faixa serve para segurar o kimono fechado, não é verdade.
05:22Ela é um reconhecimento, ela é uma motivação,
05:25ela ajuda a gente a diferenciar as pessoas dentro do treino,
05:28e saber quem é, para quem a gente pode oferecer, qual o tipo de desafio.
05:32Então, tem todo um sistema que traz motivação, disciplina, vontade de superação pessoal.
05:40É muito legal.
05:41Você tocou num ponto interessante, que é a parte da sociabilização.
05:47Então, quando você vai fazer uma aula de luta,
05:50seja numa academia tradicional ou numa academia de luta,
05:54você começa a ter essa interação.
05:57Num mundo hoje que está cada vez mais digital,
05:59num mundo hoje onde você tem menos relações pessoais,
06:04a pessoa não quer mais ligar para o outro, é só por mensagem,
06:07você tem também na luta essa questão da sociabilização.
06:11Como que funciona isso, até da cooperação?
06:14Mesmo que tenha competição, acho que tem uma cooperação.
06:17Absolutamente, sim.
06:18A competição é só um desdobramento da luta, a parte esportiva,
06:22que é legal, tem gente que adora, tem gente que não participa.
06:25Ela é um desdobramento só.
06:27Esse relacionamento pessoal, a primeira coisa que você entende logo que você chega
06:31é que tem gente melhor do que você, gente igual a você e gente menos treinada do que você.
06:36E você aprende a respeitar esses três níveis da mesma maneira.
06:40Você vai respeitar o seis, vai respeitar quem é mais graduado que você,
06:42quem, teoricamente, te bate, né?
06:45Quem é igual a você e para quem está começando, está antes de você,
06:49você aprende a ajudar e a ensinar.
06:52Isso é uma coisa.
06:54Outra coisa é o que você falou.
06:55A vontade de chegar num lugar e ser bem recebido, ser bem acolhido,
06:58treinar junto, marcar treino fora.
07:01E eu não entendi muito bem isso.
07:02Vamos treinar aquele movimento, vamos para a apresentação que tem,
07:05para o campeonato que tem, ou para o que a gente quer melhorar aquilo.
07:08E isso é muito legal também.
07:11E assim, uma parte que eu acho bem importante, pode ser até um pouco polêmica,
07:13é assim, o esporte que domina o mundo hoje é o futebol, né?
07:17É o maior número de praticantes, etc.
07:19O futebol, infelizmente, ele tem um problema sério,
07:22que é a mentira imbuída na prática do esporte.
07:28Então, o jogador, ele simula a falta, ele diz que o lateral foi dele,
07:32não do outro time.
07:33Faz gol de mão e fala que foi de cabeça.
07:35A arbitragem, às vezes, apoia um time que dá esporte batting.
07:39É um problema o futebol.
07:40E o maior problema está na torcida e quem narra o jogo.
07:44Quem narra o jogo estimula isso pela omissão.
07:48Nunca vai falar que o pênalti contra o Flamengo, né?
07:51Ele perde a audiência.
07:52Calma o Flamengo.
07:54Não, o Flamengo eu digo porque é a maior torcida do Brasil.
07:57Podia ser contra o Palmeiras, que é o meu time.
07:59Não é questão não essa.
08:01E o torcedor, o torcedor no futebol, ele quer ganhar.
08:04Se caiu na área dele, vai ser pênalti sim, ele vai gritar,
08:07mesmo ele tendo visto que não foi.
08:09Isso, na arte marcial, não acontece.
08:11A vitória sem motivo não é vitória.
08:14Então, você ganhar de alguém sem ter tido esforço,
08:17sem ter tido um caminho para chegar lá...
08:19Tem toda uma meritocracia.
08:20Você não acredita naquilo, aquilo não tem valor.
08:23Aí você fala assim, pô, uma medalhinha não vale nada.
08:25Vale muito quando você sabe o que você fez para chegar lá.
08:27Se ela for de prata, se ela for de bronze, se ela for de quinto lugar.
08:31Se você sabe o que você fez para chegar lá, isso é muito válido.
08:34Então, eu acho que nesse lado, a arte marcial tem alguma coisa
08:38que outros esportes também têm, não é essa arte marcial.
08:41Você tem outros esportes que isso...
08:43E mesmo o futebol, a gente tem bons exemplos dentro do futebol, né?
08:46Raros, mas bons exemplos.
08:47Raros, mas bons exemplos.
08:48Porque é uma questão cultural mesmo.
08:50É, mas é o que você falou.
08:52É um esporte, claro, que ele domina o mundo inevitavelmente.
08:56E maravilhoso, um esporte sensacional, muito legal.
08:59Você sempre foi bom jogador.
09:00É, mas tem essa questão, né?
09:03Quando é a seu favor, você dá risada, o importante é ganhar, sacaneia o outro.
09:09Mas tem esse ponto que a luta e outros esportes valorizam.
09:16Agora, eu quero saber, nas ruas, o que o pessoal acha.
09:21Quem é bom de briga, quer resolver tudo no braço?
09:24Mito ou verdade?
09:25É mito ou verdade?
09:32Boa pergunta, Tala.
09:34O que será que a galera na rua acha disso?
09:36O pessoal fica bom de briga, já quer cair na mão.
09:39Bora lá descobrir.
09:40Eu sou capoeira, porém, às vezes dou uma treinada no Mai Tai.
09:45Eu acho que isso te deixa mais calmo.
09:48Porque os problemas da violência, você estiver usando o seu treinamento pra isso, você resolve no tatame.
09:54Ah, eu acho que depende muito da pessoa.
09:57Se a pessoa é uma pessoa mais tranquila no dia a dia, ou se a pessoa tem uma vida mais agitada, mais estressada, eu acho que pode ajudar a ser mais estressada, sim.
10:05Em tese, não.
10:07Porque é um esporte e tal.
10:11Mas eu acredito que é um esporte normalmente violento, né?
10:18E acaba permitindo que isso aconteça.
10:22À medida que você se fortalece fisicamente e também mentalmente, fica mais predisposto a enfrentar desafios.
10:30Acredito que não.
10:32Eles ficam mais seguros e mais protegidos, né?
10:34Eles conseguem se defender e defender as outras pessoas também.
10:37Então, é bem ideal pra sociedade.
10:39Não, porque eu pratico há anos e eu acho que isso todas as mulheres deveriam fazer já de criança pra se defender.
10:47Porque arte marciais não fala sobre o seu caráter da pessoa, né?
10:51E sim, você vai ter uma reação consciente de como você vai reagir a qualquer movimento que a gente agredir.
10:57De jeito nenhum.
10:58Eu não pratico, mas tenho vontade de praticar pra me defender de algumas pessoas que eu encontro pela rua.
11:04E olha que eu ando aqui em São Paulo, né?
11:07Pra essas ruas todas.
11:09E infelizmente, eles acabam deixando a gente com medo.
11:14E eu tenho muito medo.
11:15Natala, conta aí.
11:16O que Roberto Balduzzi, professor em faixa preta em Karatê, tem a dizer sobre isso?
11:21Eu acredito que isso é mito, mas eu vou deixar pro meu mestre aqui.
11:28Pessoa que é mais treinada, que luta, ela tende a ser mais violenta e resolver tudo no braço?
11:33Ou pelo contrário, você comentou antes que até canaliza essas situações e tal?
11:38Quanto mais treinado o indivíduo é, mais confiante ele é.
11:42E ele sabe o que ele pode e o que ele não pode fazer.
11:45O que ele consegue e o que ele não consegue fazer.
11:47Isso dá uma calma e uma tranquilidade muito maior.
11:49Então, em situação de estresse, ele vai estar tranquilo pra resolver a situação.
11:54Normalmente, uma impostação de voz, uma atitude confiante, já evita uma série de problemas.
12:00Então, alguém te aborda e você responde com firmeza e sem agressividade, mas com firmeza.
12:05Então, você resolve uma série de situações só pela sua postura.
12:11Agora, existem momentos em que é inevitável que a agressão vem até você.
12:14E aí, você é obrigado a se defender.
12:16Então, você tem ferramentas pra resolver uma situação e você vai usar só no momento certo.
12:25Não dá pra resolver tudo no martelo.
12:27Tem hora que é na chave de fenda, tem hora que é no alicate.
12:30E essa pessoa faz a luta, tem esse controle.
12:32Exatamente.
12:33Ela sabe fazer essa diferenciação.
12:36Claro, a gente tem as sessões, a gente tem movimentos.
12:39Exatamente.
12:39Mas o indivíduo, quanto mais preparado ele está, quanto mais técnico ele tem, mais dessa maneira ele vai agir.
12:44Eu lembrei de uma história bem antiga.
12:50Bem antiga.
12:52Eu estava num carro atrás e tinha um amigo meu, não sei se vai lembrar desse meu amigo.
12:57E ele estava no carro da frente e aí, enfim, alguém buzinou, ficou nervoso.
13:03E queria brigar com ele de qualquer jeito, encostou.
13:05Aí esse meu amigo, ele desce do carro pra conversar com o cara, só que ele estava de kimono.
13:13Aí o cara, bom, não é bem assim, veja bem, vamos deixar pra lá, lembra dessa história?
13:18Absolutamente sim.
13:19E isso aí foi o contrário, né?
13:20Foi a...
13:21Mas você vê só a postura ali já...
13:23A farda, né?
13:25A farda, no caso.
13:26A kimono, faixa e tal.
13:27Isso acalmou o outro lado, né?
13:30Que falou assim, ó, eu estou achando que eu estou nervoso, que eu vou resolver isso no tapa,
13:34mas, peraí, talvez o tapa me resolve, não o contrário.
13:37Talvez.
13:38E aí a gente falou muito desse benefício, claro, a atividade física traz esse benefício
13:43pro nosso corpo e hoje nunca se falou tanto em saúde emocional.
13:50Qual o peso da luta em relação à nossa saúde emocional, já que as grandes queixas iniciais
13:57são depressão, ansiedade e burnout.
14:02E eu digo em relação ao burnout, porque quando você está fazendo uma atividade física,
14:07várias delas, e a luta é uma dessas, você não tem como estar no celular.
14:12Você não tem como estar com a cabeça em outro lugar.
14:14Se eu não tiver presente ali, eu vou tomar uma orelha.
14:18Enfim, como que tem essa relação luta-saúde da mente?
14:24Eu fico muito contente, vira e mexe, eu recebo ex-aluno, por exemplo, que está voltando
14:31porque terminou um relacionamento, porque, de repente, saiu do emprego.
14:35Então, você vê que num momento de aflição, exatamente de desestabilização emocional,
14:40ele procura aquilo que ele já conhece, que ele sabe que vai dar uma firmeza para ele.
14:44Um conforto.
14:44Um conforto.
14:46Ele sabe que aquela disciplina, aquele treino constante, aquele esforço dele,
14:52que aquilo vai construir uma verdade.
14:55Um grupo.
14:56E estabiliza.
14:58E é um processo que ele sabe que não é imediato, não é rápido,
15:02mas que vem logo, que preenche logo.
15:06E um preenchimento verdadeiro.
15:08Diferente do preenchimento superficial que a gente vive hoje de aparência,
15:12de postar uma foto feliz, ele traz uma coisa que é a verdade da situação.
15:19Isso traz uma estabilidade muito grande.
15:21Então, tem muita gente, assim, hoje as pessoas gostam das coisas muito rápidas.
15:25E aí o remédio para dormir, o remédio para acordar, o remédio para ter fome,
15:28o remédio para ficar triste, o remédio para ficar feliz.
15:30O remédio para ficar mais forte, o remédio para ficar mais magro.
15:32Ah, para ficar mais magro, exatamente.
15:34E o caminho não deveria ser esse se você quer que ele seja duradouro, permanente,
15:43que isso traga para você realmente uma verdade.
15:46Não é à toa que todas as artes marciais japonesas têm o do no final.
15:50Judo, Karate-do, Kendo, Aikido.
15:53Esse do é caminho.
15:55Caminho significa comecei hoje e não termino.
15:58E vou indo.
15:58Na verdade, não só um caminho em linha reta, mas um caminho que vai abrindo suas possibilidades.
16:04Então, você vai aprender uma técnica hoje, amanhã você vai aprender essa técnica e quando utilizar ela,
16:09depois como melhorar a velocidade dela e combinar ela com outras técnicas.
16:14E depois, e depois, e depois.
16:15Então, é um caminho que toma essa direção.
16:19E isso preenche você.
16:22Isso te ajuda muito.
16:23E, antigamente, você tinha uma proporção, eu acredito, de mais homens buscando as artes marciais,
16:31seja nas academias tradicionais ou nas de luta.
16:34E hoje, eu percebo que são mais mulheres, principalmente, não sei em academias de luta,
16:39que eu não frequento, mas quando eu entro numa academia normal e vejo uma aula de luta,
16:44eu vejo 80%, no mínimo, de mulheres.
16:47Por que tem essa busca aí da mulher só pelo condicionamento físico
16:52ou tem a ver também com esses outros aspectos da luta que você falou?
16:57O que eu vejo é, assim, ainda são mais homens praticando artes marciais do que mulheres,
17:03mas o número de mulheres cresceu muito, realmente.
17:06E tem a ver com essa vontade da mulher de se colocar na sociedade de uma outra maneira,
17:09de ser respeitada de uma outra maneira também,
17:11de fazer aquilo que os meninos fazem e tal, que é muito legal.
17:14Tem a parte física que ajuda muito, que é muito boa.
17:18E tem também o fato das lutas terem tirado o caráter simplesmente de combate.
17:27Então, não é o tempo inteiro um batendo no outro.
17:30Não é mais sobre isso.
17:31Você aprende a técnica, eu aprendo, a gente treina junto,
17:33eu te ensino a melhorar essa técnica.
17:35Então, eu permito que você faça a técnica em mim, que você aplique ela.
17:38E acho que isso também traz mais esse público feminino,
17:41que não quer estar sempre com o olho...
17:42Aliás, ninguém quer, com a boca estourada, com o olho...
17:45A não ser que você seja uma atleta de competição de altíssimo nível, de MMA e tal,
17:48e aí você tem que estar sujeito a isso.
17:49Mesmo essa turma faz o que se chama de Sparring Light,
17:53que traz muito benefício para a UTA de MMA, por exemplo.
17:56O que é o Sparring Light?
17:57É eu fazer com você como se você fosse uma criança,
17:59você faz comigo como se eu fosse uma criança.
18:01A gente troca em velocidade, a gente troca em intensidade,
18:04mas a gente não troca em contundência, em estrago.
18:07Muito bem.
18:08Bom, João, quero saber por aí se está dando para desestressar com um pouquinho de luta.
18:17É, eu acho que desestressa bastante,
18:21apesar de eu não ser nenhuma experta em luta,
18:23mas eu já tive as minhas experiências de ir lá socar aquele saco,
18:29ou então ficar socando o Bob,
18:30e realmente é muito legal, é muito bacana.
18:33Dá uma desestressada, dá uma felicidade.
18:36Mas, também, por outro lado,
18:39se você não tem nenhum preparo físico e vai para uma aula de boxe,
18:42quando você dá um soco naquele saco que ele nem se mexe,
18:45pode ser até um pouco frustrante.
18:47Então, o que é bom?
18:48Já que você quer fazer luta,
18:50tem que fortalecer os membros superiores,
18:52tem que ficar com o braço forte,
18:53para dar um soco de verdade,
18:55botar toda a raiva para fora.
18:57Então, hoje, eu vou propor que você faça um teste
18:59para saber como é que anda a força do seu membro superior,
19:03e aí, então, você começar a trabalhar esses músculos
19:07para poder ir para uma aula de boxe e aí performar,
19:10enfiar o cacete no saco, no Bob, no boneco,
19:14em quem quer que seja, desde que não seja uma outra pessoa.
19:17E o teste não poderia ser outro que não uma flexão de braço,
19:21que envolve toda a cadeia muscular do membro superior,
19:25e a flexão pode ser feita com o joelho ou sem o joelho,
19:28e isso vai impactar no resultado.
19:30Então, a ideia é, durante um minuto,
19:33você ver quantas flexões de braço você consegue.
19:36Eu vou tentar fazer sem colocar o joelho no chão,
19:39mas você pode fazer colocando o seu joelho também, ok?
19:43Então, vamos lá, pegar aquele bom e velho cronômetro
19:45e marcar um minuto.
19:46Vou colocar aqui no chão e vou marcar um minuto
19:50e vamos ver quantas vezes eu consigo.
19:55Dei o start.
19:58Consegui fazer o seu joelho.
20:28Consegui fazer 25 repetições.
20:30Vamos agora aos resultados.
20:33Mulheres de 20 a 40 anos,
20:3624 repetições ou mais,
20:39excelente.
20:40De 12 a 24 repetições,
20:42tá na média.
20:43Abaixo de 12,
20:44tá abaixo da média.
20:46Seus bracinhos estão fraquinhos,
20:47tá na hora de você fortalecer.
20:49Homens de 20 a 40 anos,
20:5136 ou mais,
20:53excelente.
20:53De 16 a 36 tá na média.
20:56Abaixo de 16 tá fraquinho.
20:59Tá na hora de pegar um peso,
21:01tá na hora de pegar uma barra de verdade
21:03e fortaleceu o membro superior.
21:06E as mulheres e homens acima de 40 anos,
21:09é só diminuir 15%.
21:11Então, seria, no caso,
21:1324 menos 15%
21:15para as mulheres,
21:17para ser excelente.
21:18E 36 menos 15%
21:20para os homens.
21:21Eu estou excelente,
21:23porque eu já passei dos 40,
21:24um pouquinho,
21:26e eu consegui fazer 25 em 1 minuto.
21:28Então, tá muito bem, viu, Márcio?
21:30Com você agora.
21:31Eu entendi o que você falou,
21:33mas uma boa aula seria com o mestre Balduz.
21:36Eu tenho a certeza.
21:37Uma vez, falaram assim,
21:39Márcio, tem uma pauta
21:40para você falar sobre desestressar.
21:44E a gente vai fazer você escalar uma montanha.
21:46Eu falei, pô,
21:48eu nunca escalei,
21:49vou ficar mais estressado.
21:50Não, isso é ótimo.
21:52Pode ser ótimo.
21:54Aí eu peguei e fui.
21:56Isso durou duas horas.
21:58Chegou lá em cima,
21:59e eu falei, é a melhor coisa para desestressar.
22:02Sério, cara.
22:03Porque você fica tão preocupado
22:05em achar um espaço na rocha
22:07e o amigo te ajudar
22:09e você não quer cair,
22:10por mais que tenha as coisas de segurança,
22:12que você realmente,
22:14aquilo que estava te aflingindo,
22:16aqueles pensamentos
22:17que te deixam mais estressados,
22:19eles acabam indo embora.
22:21Na luta, isso também acontece?
22:25Acontece.
22:25Eu diria que o esporte faz isso.
22:28Quando você vai correr,
22:29você começa pensando em tudo aquilo
22:30que está te incomodando
22:31e depois, com o tempo,
22:33isso vai passando e elimina.
22:35O exemplo que você deu
22:36é um pouco mais radical
22:37justamente pelo que você falou.
22:38É impossibilidade de pensar
22:40em outro problema
22:41que não seja aquele momentâneo.
22:42Eu acho que esse é o verdadeiro sentido
22:44do carpe diem,
22:45do coli latimo,
22:46que é pega um instante.
22:48Você está presente
22:48100% naquilo que você está fazendo.
22:50E é aquilo que você falou.
22:51Na luta,
22:52se você distrair um pouquinho,
22:54vai tomar.
22:55Perdeu.
22:55Mesmo no treino.
22:57Se você desconcentrar,
22:58você erra até a sequência de movimentos.
23:00O kata, o kati,
23:01no kung fu,
23:01o punse, no taekwondo.
23:03Então, você tem que estar concentrado ali.
23:05Você vive o momento presente.
23:07É como um cachorro.
23:08Está sempre feliz por quê?
23:08Porque ele está aqui e agora.
23:10Ele não está pensando
23:10no que faltou ontem
23:12e se vai ter a comida amanhã.
23:15Então, isso é extremamente relaxante.
23:18Viver o momento.
23:20Mesmo que seja um momento tenso.
23:21Mesmo que seja um momento de tensão,
23:23você está tão concentrado ali
23:24na sua ação
23:25que aquilo é gratificante para vocês.
23:28Faz bem.
23:29Agora, Val,
23:30a nossa população tem envelhecido bastante.
23:33Então, em poucos anos,
23:35a população acima de 65 anos
23:36é maior do que a população acima de 18.
23:39É uma boa prática
23:41para quem, por exemplo,
23:42quer se manter com equilíbrio,
23:45com uma certa agilidade
23:46e com autonomia na terceira idade?
23:48Então, essa é uma pergunta
23:49muito legal de responder
23:51pelo seguinte,
23:52porque a gente fica falando muito
23:53sobre a dificuldade
23:53que as pessoas têm
23:54em começar a fazer exercício.
23:56Daí a gente tem o outro lado.
23:58As pessoas que fizeram exercício
23:59a vida inteira,
24:00chegam nessa idade
24:01e não sabem diminuir um pouco o ritmo.
24:04Eu, por exemplo,
24:05passei dos 50,
24:05você não tem mais 30 anos,
24:06não dá para fazer 3 treinos por dia
24:08de uma hora e meia.
24:09Você quebra.
24:10Você fala,
24:10mas eu estou bem,
24:11eu vou continuar.
24:11Vai quebrar,
24:12amanhã você não treina direito,
24:13depois de um mês você não treina direito.
24:14Você até consegue,
24:15mas depois quebra.
24:15Você consegue,
24:16mas você quebra.
24:16Então, você tem que ter a inteligência
24:18de aprender que nessa faixa etária
24:20você tem que treinar, sim,
24:22tem que ser constante, sim,
24:24mas no seu ritmo,
24:25na sua velocidade,
24:26no seu padrão.
24:28E as aulas de arte marciais,
24:29muitas vezes,
24:29elas são mistas.
24:31É difícil fazer uma turma
24:31só para 65 anos mais, etc.
24:34Então, você tem que instruir
24:37cada um a fazer no seu ritmo.
24:39O mesmo movimento,
24:39o mesmo exercício,
24:40mas você vai fazer um sim
24:41e um não.
24:42Uma contagem você faz,
24:43uma contagem você não faz.
24:44Você faz todos
24:45e faz todos em intensidade.
24:47Então, sim,
24:47para quem é mais velho,
24:49a luta,
24:50a maioria delas,
24:51tem possibilidades
24:53de que você faça,
24:54que melhore sua saúde, sim,
24:55que melhore sua mobilidade, sim.
24:57Eu tenho dois alunos
24:58próximos aos 70,
25:0075 anos,
25:0170 abaixo,
25:02que trazem para mim
25:04os exames médicos,
25:06a melhora deles
25:06a cada seis meses.
25:07Eu peço para eles fazerem isso.
25:08É uma coisa que a gente faz
25:10de alegre.
25:11E você vê
25:12o retorno disso, né?
25:14Densidade óssea,
25:15melhoria da circulação, etc.
25:17Eu te perguntei isso
25:18porque quando eu estive ali,
25:20por exemplo,
25:20na Coreia do Sul,
25:21o que eu reparei?
25:23Até em praças,
25:25as pessoas fazendo
25:25esse tipo de prática esportiva,
25:28de luta.
25:29E quando a gente pensa
25:30no envelhecimento,
25:32o que a gente vai perdendo?
25:33A gente perde equilíbrio.
25:34A gente perde força.
25:35Então,
25:36o passo da pessoa
25:37começa a ficar curtinho,
25:38quase arrastando o pé.
25:40E quando a gente fala
25:41de uma atividade
25:41que pode trazer
25:42tantos benefícios,
25:43como você comentou,
25:44da luta,
25:45ela traz esse equilíbrio.
25:48Ela traz um pouco mais
25:49de velocidade,
25:50de reflexo.
25:51E isso,
25:52para quem está envelhecendo,
25:53é fundamental
25:54para evitar queda,
25:56para ter uma nova aprendizagem,
25:58para ter um grupo de amigos.
26:00Então,
26:00me pareceu,
26:01vendo você falar assim,
26:03que as lutas,
26:05elas são muito indicadas
26:07para quem já passou
26:08ali dos 60,
26:09e é um ambiente
26:11onde ele vai ser
26:11muito bem recebido.
26:13Exatamente.
26:13E assim,
26:14eu gosto muito de falar
26:14do judô,
26:15do jiu-jitsu,
26:15do karate,
26:16que são as artes
26:16que eu conheço mais.
26:17Mas, por exemplo,
26:18a capoeira.
26:19Você pensa num idoso
26:20praticando capoeira,
26:21parece complicado para a gente.
26:23A capoeira também propõe,
26:24por exemplo,
26:24a capoeira,
26:25também propõe um estilo,
26:28tem o Angola e o regional,
26:29um estilo que é mais lento,
26:31que é mais baixo um pouco,
26:33que é tudo mais em lentidão
26:34e que permite também
26:36que alguém com maior idade
26:38faça e faça bem.
26:40Então,
26:41as soluções são encontradas
26:42no judô.
26:43Eu cansei de ver senhores
26:44que entram no tatame
26:45e seguram o seu kimono
26:47de uma maneira
26:48que você fala,
26:48opa,
26:48aí tem história de judô.
26:51Então,
26:51sim,
26:52absolutamente sim.
26:53Você falou do judô,
26:55me veio a questão,
26:56a primeira coisa
26:57que eu aprendi no judô
26:58lá,
26:58pequenininho,
27:00queda.
27:01E saber cair,
27:04isso pode prevenir
27:05uma série de problemas,
27:06quando a gente vai
27:07ficando mais velho.
27:08quando a gente
27:09é criança,
27:10o que a gente
27:10mais faz é cair.
27:12Só que daí você
27:13é macio,
27:14você tem articulação
27:15e você aprende
27:17a rolar de pequeno.
27:19A vida inteira,
27:21o judoka
27:21cai de cima do cavalo
27:23e ele cai girando
27:24e não se machuca.
27:25Cai da moto,
27:25cai girando
27:26e não se machuca.
27:27Então,
27:27isso é ótimo.
27:28E na terceira idade,
27:29o pessoal mais velho,
27:31que você citou bem,
27:32queda é algo
27:34perigosíssimo.
27:35Uma queda pode
27:35determinar
27:36sua vida
27:37ou sua morte.
27:38Exatamente.
27:38E um judoka,
27:40um lutador de jiu-jitsu,
27:42principalmente,
27:42um karateka,
27:43mas principalmente
27:44as lutas de GH,
27:45que treinaram queda,
27:46que sabem cair,
27:47ou que aprenderam
27:48a cair mesmo mais tarde,
27:49vão cair de maneira
27:50mais protegida,
27:51vão cair sem dar musculatura,
27:52vão cair sem apoiar
27:54e colocar em risco
27:55um pulso.
27:56Exatamente.
27:57Então,
27:58isso faz muita diferença.
27:59Faz muita diferença
28:00para um pote
28:02que está caindo
28:02você defender,
28:03faz muita diferença
28:04para você
28:05numa queda sua,
28:06faz muita diferença
28:06para um pequeno tropeção
28:07você se reorganizar,
28:09se equilibrar e seguir.
28:10Então,
28:11é fantástico.
28:12Bom,
28:12eu quero agradecer
28:14muito a sua presença.
28:15É sempre muito bacana
28:17conversar com você,
28:18é enriquecedor.
28:19E tenho certeza
28:20que as pessoas
28:21que acompanharam também
28:22agora estão curiosas
28:23e estão com vontade
28:24de começar ali
28:26alguma atividade
28:27que envolva a luta.
28:28Fico muito contente
28:28se eu incentivei
28:29o pessoal a começar,
28:30mas, na verdade,
28:31fazendo um,
28:32dois,
28:32três treinos,
28:33a pessoa mesmo
28:34vai se empolgar
28:35e vai seguir firme.
28:36É só achar
28:36um lugar gostoso.
28:37Muito bom.
28:38Bom,
28:39o Viva Bem hoje
28:40deu uma aula de luta,
28:41na verdade,
28:42o Roberto Balduzzi.
28:43Eu tenho certeza
28:44que você gostou
28:45desse programa,
28:46que você já tem vontade
28:47de começar alguma aula
28:49e conhece alguém
28:50que também possa
28:51se interessar
28:52por esse tema.
28:53Então,
28:53você já sabe,
28:54o programa está disponível
28:55no YouTube
28:56da Jovem Pan News
28:57e também no Spotify.
28:59Para você ver,
29:00rever e ouvir
29:01e, claro,
29:02sempre compartilhar.
29:04Semana que vem,
29:04você já sabe,
29:05a gente tem um encontro
29:06marcado aqui.
29:07Até lá.
29:08Jovem Pan Viva Bem
29:15com Márcio Atala.
29:17A opinião
29:18dos nossos comentaristas
29:19não reflete necessariamente
29:21a opinião
29:22do Grupo Jovem Pan
29:23de Comunicação.
29:28Realização Jovem Pan
29:30do Grupo Jovem Pan
29:31do Grupo Jovem Pan
29:31do Grupo Jovem Pan
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