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No Visão Crítica, o diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, faz um alerta sobre a estagnação do consumo per capita de aço no Brasil por mais de duas décadas, refletindo a falta de um projeto nacional de desenvolvimento. A análise também aborda os impactos do tarifaço dos EUA nas exportações.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/vVDbYDQEyM8

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Transcrição
00:00Justamente, Raul Júlio, que nos acompanha de forma remota,
00:06olhando esse conjunto, pensando em termos não de governo, mas de Estado, de política de Estado,
00:13só quem nos acompanha, quando se fala política de governo, é o governo que está no momento.
00:17Política de Estado é algo de médio e longo prazo, que há muito tempo nós não temos no Brasil.
00:23Então, pegando essa questão de política de Estado, eu perguntaria a você,
00:28como que o Ibram, do qual você é o diretor presente, existe esse diálogo com o governo
00:35e as empresas privadas que estão presentes lá no Ibram, com o governo,
00:42olhando nesse sentido estratégico, porque afinal nós estamos falando não só de economia,
00:46estamos falando de geopolítica e de interesses estratégicos para o Brasil.
00:50Tem ocorrido esse diálogo?
00:51Tem ocorrido esse diálogo, nós estamos hoje discutindo com a equipe do Ministério das Minas e Energia,
01:03sobretudo alguns, eu vou seguir os anglicismos do Gianetti, alguns guidelines, está certo?
01:10Ou seja, algumas diretrizes em termos do que nós entendemos que deve ser essa política nacional
01:18de minerais críticos estratégicos.
01:21E destacamos alguns pontos que nós achamos muito importantes.
01:25Sem menosprezar o que é o mais importante, que é rumo.
01:30Você saber para onde é que nós estamos indo, qual é a nossa meta, qual é o nosso objetivo,
01:34o que é que nós queremos chegar.
01:35Isso é importante isso.
01:36Mas eu diria que existem preocupações, sobretudo em termos da capacidade que exista
01:45de você financiar as chamadas junior mining.
01:49Junior mining é aquela mineradora novinha, aquela mineradora pequena,
01:53aquela mineradora que está começando a desabrochar, e que essa é muito importante,
01:57inclusive para a diversificação, para não ficarmos presos no que eu chamo de ferro dependência
02:02ou de China dependência, como foi destacado aqui.
02:05Então, você tem que olhar exatamente a diversidade, está certo?
02:09E olhar a diversidade é, sobretudo, você ter uma capacidade de investir.
02:14Vou citar um exemplo bem próximo disso tudo.
02:18O BNDES, junto com a Vale, e se eu não me engano a FINEP também, lançou um fundo para empresas.
02:25Júlio Margin, como a gente procurou dizer aqui, no valor de 5 bilhões.
02:31Sabe quantos projetos apareceram?
02:3382 projetos, num total de 44 bilhões de reais.
02:37Isso é uma demonstração do apetite, isso é uma demonstração da vontade, está certo?
02:41De participar efetivamente com relação a esse setor.
02:45A outra coisa, já foi citada aqui, é a questão do fast track.
02:48Aqui é uma questão muito delicada, porque, de um lado, nós não podemos conceber a mineração
02:53nem nenhuma outra atividade que não respeite a licença socioambiental.
02:58Ou seja, o respeito e o bem-estar das pessoas e também em termos de meio ambiente.
03:04Mas isso, o problema é fazer isso convergir.
03:07É possível fazer?
03:08É claro que é possível fazer.
03:10Agora, desde que você tenha órgãos que tenha pessoal qualificado,
03:14desde que tenha processos que não sejam absolutamente intermináveis,
03:18como disse o Jeanette, que você tenha prazos, que você tenha metas.
03:24Então, fica uma coisa absolutamente infindável.
03:26Outro dia, eu estava conversando com o ministro da Reforma Agrária, o Paulo Teixeira.
03:34E uma das nossas empresas, ela está querendo adquirir uma mina de níquel.
03:38E aí, tem a questão da terra, porque existem restrições para a terra no Brasil.
03:43a serem compradas por estrangeiros.
03:46E então, o que me disse o consultor?
03:47Ele disse, olha, até 2.500 nós fazemos aqui.
03:50Até 2.500 hectares.
03:512.500 hectares em diante é o Congresso Nacional.
03:55Então, imagine você, qualquer empresa que extrapole esse quanto,
03:59ele tem que passar pelo Congresso Nacional com todas as suas faculdades,
04:06com todas as suas normas, com todas as suas regras.
04:08Tem que passar pela Câmara, tem que passar pelo Senado, tem que passar pela Comissão, etc.
04:12Isso desestimula enormemente.
04:15A terceira coisa é que nós precisamos de ter um fundo voltado.
04:21Não tem jeito, Janete.
04:23A gente termina sempre indo para a economia, sempre indo para esse polo,
04:27voltado para a questão da inovação em tecnologia.
04:31O Janete citou aqui a CBNN, a Companhia Brasileira de Metais e Minerais e Metalurgia,
04:41que pertence à família Moreira Salles, que fica em Araxá.
04:44Pois bem, e que tem 80%, é verdade, do inovação disponível no mundo.
04:49Ela, juntamente com a Joint Venture, que ela fez com a Toshiba e fez com a Volkswagen,
04:54ela conseguiu, professor, produzir uma bateria elétrica para ônibus que carrega em 8 minutos e 13 segundos.
05:08Você tem ideia do que representa isso?
05:108 minutos e 13 segundos.
05:12Isso significa que, por exemplo, ao final de um trajeto, o motorista desce, toma água, toma café,
05:18carregou a bateria, que hoje, usualmente, passa 7, 8 horas a noite inteira carregando.
05:22E nós fomos capazes de fazer isso.
05:24Nós fomos capazes de fazer isso.
05:26Então, é preciso ter essa capacidade de incentivar e entender que isso é um investimento em termos futuros.
05:32Agora, também queria chamar a atenção para uma questão.
05:36Fala-se muito, e está correto falar, na necessidade de a gente processar, industrializar e refinar materiais.
05:42Perfeito, para que a gente não veja a situação clássica, colonial, de exportar matéria-prima,
05:47de exportar, enfim, matéria in natura, ou seja o que for.
05:53E aqui há uma recorrência em torno de dizer o seguinte, mas por que a gente exporta tanto ferro,
05:57por que a gente não faz aço?
05:58Bom, a China, a coisa de 15 anos, 13 anos atrás, produzia 100 bilhões de toneladas de aço.
06:03Hoje, ela produz um bilhão de toneladas.
06:06Quem é que pode sair do mercado externo e concorrer com essa China de um bilhão de toneladas de aço?
06:13E, ao mesmo tempo, o consumo de aço no Brasil está parado há 20, 25 anos.
06:18Então, se você for, por exemplo, é mais ou menos como os eternos projetos que vão e vêm da produção de navios aqui
06:26e de estações petrolíferas e assim por diante.
06:32Então, a gente tem que ter um discernimento que existem áreas, existem determinados bens,
06:36melhor dizendo, determinados minerais, que eles podem e nós temos uma possibilidade de inserção
06:43agregando valor, que aliás é sempre o objetivo.
06:46Mas existem outros que não.
06:48E a gente precisa discernir e para isso nós precisamos de uma política nacional de minerais críticos e estratégicos
06:52para orientar exatamente o investimento em termos disso tudo.
06:57É isso.
06:57É interessante, né?
07:00Eu aprendo muito aqui no programa.
07:03Não é só vocês que nos acompanham, porque eu fico prestando atenção aqui com os nossos convidados,
07:07que são também professores de vocês e meu aqui, porque os dados apresentados são muito interessantes.
07:13Por exemplo, essa questão do aço é uma delas, da produção para consumo nacional,
07:18o que tem aqui de demanda e o que produz a China.
07:22Então, como nós vamos entrar nesse mercado, é um pouco difícil pelas questões levantadas.
07:27Há uma desproporção enorme.
07:28Então, precisa...
07:29Inclusive, outro dia nós discutimos isso no Só Vale a Verdade sobre a refinaria,
07:33a questão de refinar todo o petróleo produzido no Brasil, que não é o caso,
07:36porque o principal item na pauta de exportações do Brasil é o petróleo bruto, né?
07:41Então, é necessário alguém falar,
07:42mas então precisa construir um monte de refinarias.
07:44Não é bem assim.
07:45Então, precisa ter um pouco de cuidado nessa discussão
07:47para a gente não cair num estilo policarpo quaresma, sabe?
07:52Aquele nacionalismo exacerbado que não leva absolutamente a nada.
07:55Como nós já estamos caminhando, eu sempre brinco aqui com os convidados,
07:59até antes já estava falando, caminhando para a parte final do nosso programa,
08:03e nós temos como adversário sempre o tempo, o tempo, e a discussão é tão rica,
08:06eu tenho certeza que vocês também concordam com isso.
08:10Mas para o Gustavo, Gustavo, como esse desafio, quer dizer,
08:14a China é um monstro, assim, né?
08:18É econômico nessa área.
08:19É, nós temos a matéria-prima e queremos ter diversas,
08:24nós vimos como essa questão ampla de terras-aras e tal.
08:27E aí, o que nós devemos fazer nesse momento?
08:31O Roberto destacou, pode ser um elemento de negociação muito forte do Brasil com os Estados Unidos e com a Europa.
08:36E lembrando que com a Europa, o acordo com a União Europeia e Mercosul,
08:40esse daí, não sei se foi para as calendas gregas,
08:43nós estamos falando nisso há décadas, décadas no plural, né?
08:46E com os Estados Unidos, agora, nessa reconfiguração da política externa americana,
08:53pode ser um elemento muito importante de negociação.
08:56Como é que fica isso?
08:57Eu acredito que a gente está no momento perfeito para dar importância a esse assunto.
09:03A gente tem a COP30 agora falando sobre a descarbonização,
09:08falando sobre como é importante a gente ter um planejamento
09:15para conservar o país, conservar o planeta da maneira que está.
09:22Nós temos os Estados Unidos cada vez mais pressionando a política geopolítica mundial.
09:29Nós temos um ano de eleição presidencial ou no próximo ano.
09:34Então, eu acho que está no momento da gente tomar um rumo e saber do que a gente quer desse país.
09:41Não só para cinco anos, mas também para 20, 30, 40 anos.
09:46Então, entender que o mundo não é mais a mesma coisa que sempre foi.
09:52Ele está mudando cada vez mais.
09:55A gente tem que entender que a gente vai ser cada vez mais assediado por China,
10:03por Estados Unidos, pela Europa.
10:06Então, temos que entender um plano de país.
10:09O que nós queremos para essa geração e para as próximas.
10:14E que passa por esses metais críticos e muitas outras coisas.
10:19Então, é um momento decisivo para nós, como nação,
10:23sabermos que país que a gente quer daqui em diante.
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