- anteontem
Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/2fZlFTpCPxc
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#VisãoCrítica
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#VisãoCrítica
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00As reações a nova taxa imposta
00:04pelos Estados Unidos ao Brasil
00:06movimentaram o noticiário desta
00:08quinta-feira. Como resposta
00:10inicial, o presidente Lula
00:12garantiu que qualquer medida de
00:14elevação de tarifas, de forma
00:16unilateral, será respondida à
00:19luz da lei brasileira de
00:21reciprocidade econômica. Para o
00:23governo e especialistas, o
00:26anúncio de Donald Trump é uma
00:27tentativa de intervenção direta na
00:30política interna do Brasil. A
00:32resposta do petista foi considerada
00:34adequada por aliados, que veem o
00:37nome de Jair Bolsonaro como uma
00:40cortina de fumaça usada por Trump
00:42para impedir avanços nos acordos
00:45entre países membros do BRICS. Já
00:47a oposição defende que a decisão
00:50do magnata estadunidense é resultado
00:52de equívocos por parte do Brasil
00:55nas relações internacionais, acusando
00:58o governo federal de partir para um
01:00confronto diplomático. Congressistas
01:03aliados a Bolsonaro afirmam ainda
01:05que a taxação é consequência de uma
01:08perseguição política e judiciária ao
01:11ex-presidente. O visão crítica desta
01:14noite debate os impactos econômicos
01:16da taxação de cinquenta por cento
01:19sobre as exportações de produtos
01:21brasileiros aos Estados Unidos, os
01:24desdobramentos políticos da medida e
01:27os reais objetivos do governo
01:29norte-americano.
01:39Visão crítica.
01:43Olá, estamos começando o visão
01:46crítica de hoje, tendo como convidados
01:48Roberto Dumas, professor do Ínspera aqui
01:51de São Paulo, Roberto Janete da
01:53Fonseca, ex-diretor internacional da
01:55Fiesp, economista, registre-se,
01:58Nelson Marconi, doutor em economia e
01:59professor de administração pública da
02:01FGV aqui de São Paulo. Agradeço vocês
02:04terem aceito o nosso convite e já de
02:06antemão passo ao professor Roberto
02:08Dumas. Foi uma surpresa para o senhor
02:10a primeira correspondência, que é uma
02:13correspondência, mas parece sui gêneres
02:15frente à história diplomática que é
02:18longa, de duzentos anos, de Brasil e
02:19Estados Unidos, né? Desde o século
02:21XIX, portanto. Mas a imposição da
02:25taxação de cinquenta por cento das
02:27mercadorias e, creio que serviços, tudo
02:29que o Brasil exporta para os Estados
02:31Unidos? Veja, Vila, eu acho que a
02:34imposição de cinquenta por cento, ela
02:35acaba não surpreendendo. O que surpreende
02:38é a explicação da imposição dos cinquenta
02:40por cento. Se utilizou um aspecto
02:43absolutamente político. Absolutamente
02:46geopolítico. Pra colocar isso daí. E eu
02:49faço uma pergunta, inclusive, retórica. O
02:52que mudou de dois de abril, quando foi o
02:54Liberation Day, pro dia de hoje? Ou dia
02:58de ontem, quando veio a carta, vinte e
02:59quatro horas atrás? Pra pular de dez
03:01por cento pra cinquenta por cento. Então,
03:04quando o Brasil for tentar negociar com
03:06os Estados Unidos, o que que eu vou ter
03:08na manga? O que que os Estados Unidos
03:11querem do Brasil? Que nós façamos uma
03:14intervenção no STF e tire todo a
03:20judicialização do que tá acontecendo
03:22com o Bolsonaro? E outra, como já
03:25amplamente divulgado, nós estamos em
03:28déficit com os Estados Unidos. Então, o
03:31que que a gente pode negociar? Eu acho
03:33que o negociação seria muito mais pelo
03:36lado bilateral, porque como já sabemos,
03:39você coloca uma tarefa de cinquenta
03:41por cento, principalmente pro agronegócio.
03:44Nossa balança comercial é quarenta
03:46bi com quarenta bi. Então, duzentos e
03:48cinquenta e oito milhões de déficit aqui,
03:51não é muito, mas no agronegócio são
03:53praticamente vinte e cinco por cento
03:55desses quarenta bi. Sessenta e sete
03:57por cento da suco de laranja que eles
04:00tomam vem do Brasil. Trinta e sete por
04:03cento, se eu não me não me falho a
04:04memória, do café torrado que eles
04:06estorram lá, vem do Brasil. E doze
04:10por cento do açúcar. Ou seja, o que
04:12eles estão fazendo também é acabando
04:13importando inflação. Então, poderia
04:16ser uma maneira de tentar sentar a
04:19mesa e negociar, falar, olha, prestem
04:21atenção, setor privado. O que o
04:25governo está fazendo? Porque você está
04:27dando um tiro na gente, mas está dando
04:30um tiro no seu pé. E isso prejudica a
04:33política monetária dos Estados Unidos.
04:36Jeremy Powell, presidente do Federal
04:37Reserve, o Banco Central Norte
04:39americano, ele deu uma declaração.
04:41Gente, eu não sei o que eu vou fazer
04:43com a taxa de juros enquanto esse
04:44tarifácio não ficar. Estabelecido.
04:48Nós, economistas, agentes econômicos,
04:50nós sabemos correr risco. Não sabemos
04:53correr incerteza. Se eu falo pra você
04:56que a tarifa vai ser dez, vai ser
04:57vinte, vai ser cinquenta, pula pra
04:59cento e vinte e cinco, vai pra cento e
05:01quarenta e cinco. Fica aquela brincadeira
05:03de criança? Eu não faço plano de
05:05negócio. Então, os Estados Unidos
05:06correm o risco de entrar num processo
05:08recessivo e inflacionário. Estagflação.
05:13É isso que o setor privado tem que
05:16dizer. Só que fica a pergunta. E o que
05:18é mais interessante, sabe, Vila? Que
05:21não acho coincidência. Aí o doutor
05:24Janete vai me ajudar bastante.
05:27Impressionante que foi, essa carta
05:28veio justamente no último dia, um dos
05:32últimos dias da cúpula dos BRICS.
05:34Quando eles quiseram diminuir a
05:36influência do dólar e, obviamente,
05:38atacaram Trump, mas sem mencionar
05:40Trump e a guerra do Irã, a falta de
05:43multilateralismo, etc. Mas veio e fica
05:47volta a pergunta e volta a questão
05:49retórica inicial. O que mudou de
05:52dois de abril pra cá pra sair de dez
05:55por cento pra cinquenta por cento? Será
05:58que o nosso déficit comercial ou teve
06:00uma reviravolta completa nas nossas
06:03contas comerciais? Ou é um problema
06:05absolutamente político e geopolítico? E
06:07fica a pergunta. O que que eu vou
06:09fazer pra sentar na mesa de governo?
06:12Governo pra governo. Porque eu preciso
06:14ter uma carta na manga. Que carta na
06:16manga eu vou dar? Chegar pra Trump e
06:18falar o que você quer pra baixar a
06:20tarifa? Eu quero que você elimine o
06:23processo de anistia, etc. De anistia.
06:26Não, isso não tá em jogo. Quero que
06:29você tenha um relacionamento mais
06:30equalitário. Puxa, o relacionamento mais
06:32equalitário já é o que tava. Quero que
06:34você determinou dez por cento. Então
06:36fica aquela pergunta. Que que nós vamos
06:38chegar pra negociar sem ser pelo
06:41setor privado e ser pelo setor público?
06:44Roberto Janete da Fonseca pro senhor
06:46que há décadas aí trabalha, conhece,
06:50acompanha comércio internacional e as
06:51relações, especialmente Brasil e Estados
06:54Unidos. Foi uma surpresa tudo isso? Não
06:56é uma coisa exótica? Ao menos eu no
06:59campo da história, eu nunca vi isso que
07:01eu tô assistindo nos últimos meses. É a
07:03primeira vez. Inclusive a forma, a
07:06linguagem utilizada. A forma e a
07:08linguagem também.
07:11Imediatamente.
07:12Então é uma coisa muito diferente, que a
07:14gente tem dificuldade. Eu presumo daqui
07:15alguns anos, quando a situação mudar, porque
07:17tudo muda, né? Como que as pessoas vão
07:20tentar entender esse momento desse ano
07:22estranho de dois mil e vinte e cinco?
07:24Pro senhor, foi tudo isso uma surpresa e o que
07:26fazer?
07:27Vila, muito obrigado pelo convite. Para um
07:29historiador como você, isso é um prato
07:30cheio. Vai ter livros aí, capítulos do livro de
07:34história, mas tem muita imaginação aí pra
07:37escrever. Eu acho assim, quer dizer, eu não
07:41tenho mais surpresa com o Trump. Eu espero
07:43tudo, porque é tão deslocado, tão
07:46imprevisível, que tudo é possível.
07:49A surpresa é estarmos surpresos.
07:52É, pois é.
07:53É, vamos dizer assim.
07:54Agora, teve uma coisa que me surpreendeu, não
07:56a tarifa em si, mas a forma como foi
08:00feita. E talvez até, isso aqui, corre pelos
08:04bastidores e ouvir de fontes muito boas, que
08:07não houve uma entrega formal da carta. Não
08:10houve um representante do governo
08:12americano, que eles estão sem embaixador no
08:15Brasil faz tempo, que tenha ido ao
08:17Itamaraty com papel assinado e dito, olha,
08:21está aqui a carta da Casa Branca. Não, não
08:23houve isso. Tomaram conhecimento pelas
08:26redes sociais. Aí a representante do
08:31Estados Unidos no Brasil, na embaixada, foi
08:34chamada ao Itamaraty. E a embaixadora
08:37encarregada dos Estados Unidos no Itamaraty
08:41perguntou, essa carta é verdadeira? A
08:44representante americana falou sim, ela é
08:47verdadeira, foi assinada pelo presidente
08:48Trump hoje à tarde. Então, já que ela não
08:52veio, não nos foi entregue pela via
08:54oficial, nós vamos devolvê-la também, de
08:57uma forma, porque não queremos tomar
09:00conhecimento que é uma agressão à
09:02soberania do Brasil. Isso nunca aconteceu
09:05na história. Você ter troca de cartas
09:08nesse nível, nesse teor, por uma via
09:11informal. É uma coisa assim, inusitada,
09:16chocante. Agora, uma coisa que salta aos
09:18olhos também, falando da questão da
09:20balança, saldo, etc. Só se fala dos
09:24produtos tangíveis, dos bens e os
09:27serviços. Qual é o volume da balança
09:32de serviços onde os Estados Unidos é
09:34amplamente superavitário em relação ao
09:37Brasil? E aí, talvez, e que esteja a
09:40nossa carta na manga. Porque, se ele vai
09:45tarifar os produtos, suco de laranja, aço,
09:48alumínio, avião, açúcar, quer dizer, todos os
09:51produtos da lista, chamamos a lista da
09:53nomenclatura, os NCMs, que são milhares de
09:56produtos. Estão todos com cinquenta por
09:58cento e, e por sinal, mais os dez ou mais
10:02outras tarifas, como no caso do alumínio e do
10:04aço, que é de vinte e cinco. É somatório. Sim.
10:07Então, nós temos que olhar a balança de
10:10serviços e levar pra negociação. Vamos
10:14fazer restrição a serviços em contrapartida
10:17aos bens. Não que isso seja desejável, eu acho
10:20péssimo. Mas a negociação é isso, a
10:23negociação você tem que procurar criar a
10:26moeda de troca pra poder achar um nível
10:30de consenso e de acordo. É que é
10:32buscar uma solução. É que assusta a como
10:35veio a carta, como o senhor bem colocou, e o
10:38motivo da carta. O motivo que pega
10:41aspectos políticos. E a linguagem da
10:44carta, me desculpe só fazer uma
10:46interferência, doutor Janeta, a linguagem
10:48da carta e até palavras em caixa alta.
10:51A caixa alta, que é a nossa companhia, é
10:52tudo em maiúscula. Isso eu nunca vi na
10:54minha vida, numa linguagem diplomática.
10:56Tô totalmente inusitado.
10:56Nem e-mail nós mandamos.
10:58A caixa alta é pra chamar, realmente,
11:01pra discutir com alguém.
11:03Tem uma coisa aqui, aí já pensando,
11:05quer dizer, nós devemos debater aqui um
11:06pouco o que vem pela frente, a solução.
11:09Eu acho que tem uma coisa que surgiu aí,
11:11uma ideia que o presidente Lula falou
11:14hoje na entrevista, que é muito
11:16interessante, que ele vai criar um
11:19comitê de empresários pra discutir esse
11:21assunto. Provavelmente ligados aos
11:23setores que são mais afetados.
11:26Eu acho que tem que criar uma figura
11:27agora, pra gente ter, porque nós
11:29somos sem canal de comunicação com os
11:31Estados Unidos. Esse é um ponto,
11:32falha da nossa diplomacia.
11:35Não tá havendo um diálogo no nível
11:37diplomático de alto nível.
11:41Então, tá na hora de nós, acho que é uma
11:43sugestão que eu quero deixar aqui.
11:45além de ser vice-presidente e ministro
11:48da Indústria e Comércio, o presidente
11:50Lula devia nomear o Geraldo Alckmin
11:52como enviado especial.
11:54Perfeito.
11:55Pra liderar esse grupo de empresários,
11:58assessorando ele, irem pra Washington e
12:01sentar, sei lá, cinco, dez empresários
12:04com o Geraldo Alckmin, sentar na mesa
12:06com o Departamento de Estado, Departamento
12:09de Comércio e o STR e negociar desse
12:12jeito. Eu tive experiências, Vila, muito
12:15interessantes, tanto na Fiesp quanto na
12:17CAMEX, de negociar com os americanos.
12:21Eu vou te dizer uma coisa, às vezes
12:23até difícil de fazer e entender.
12:28Eles só aceitam linguagem dura.
12:30Se você for muito amistoso e muito
12:32bonzinho, você perde. Ali não tem
12:35amizade, ali não tem cordialidade, é
12:38jogo duro. Você tem que olhar firme,
12:41bater na mesa, ser sempre educado e tal,
12:44mas o jogo que o americano entende é um
12:48pouco de futebol americano, sabe? Aquela
12:49coisa da porrada.
12:52E é isso que o Geraldo Alckmin e a equipe
12:54vão ter que fazer.
12:56Professor Nelson Marconi, para o senhor,
12:59estudando a economia brasileira e
13:01vendo as relações Brasil-Estados
13:03Unidos, eu acho que não sei o que o senhor
13:06considera também, se houve ou não surpresa
13:08da forma como foi caminhada, que teria
13:10tarifas, a gente sabe. Isso faz parte
13:12mesmo de um jogo doméstico do Trump.
13:15É bom lembrar que ele não está falando
13:16só para o público externo, principalmente
13:18está falando para o público interno,
13:20né? Dentro de uma visão de economia
13:22sui gêneros, porque ele desenha um cenário
13:24econômico dos Estados Unidos que nunca
13:25vai ocorrer, né? É uma volta ao passado,
13:28num passado que não existiria muito.
13:30O caso de algumas indústrias, o caso dos
13:34automóveis, das montadoras, acho que é o
13:35exemplo melhor, um dos melhores.
13:37Mas, professor Nelson Marconi, como é que
13:38fica isso? E nós, nessa história toda,
13:41como vamos responder? Vamos dar uma de
13:43policarpo quaresma, do ultranacionalismo,
13:46não vamos mais usar expressões inglesas
13:48do nosso cotidiano, só o tupi-guarani,
13:50alguma coisa do tipo, né? O grande
13:53clássico do Lima Barreto, leio o
13:55trece e fim de policarpo quaresma, ou
13:57vamos sentar de forma dura, afinal somos
13:58uma das maiores economias do mundo, e
14:01discutir com os Estados Unidos.
14:03Boa noite para todo mundo que está nos
14:05assistindo. Boa noite, Mila. Boa noite.
14:07Láser, vamos lá.
14:09Roberto, é, eu, o Dumas, desculpe, é, eu
14:13entendo que essa, essa medida do Trump
14:16realmente é uma coisa absolutamente
14:17deslocada, concordo com vocês
14:19completamente, quer dizer, ele está
14:21usando um instrumento de política de
14:23desenvolvimento, que você tem que usar
14:25de várias formas, não, desse que ele está
14:26usando, né, já foi usada na história,
14:28não sei se hoje, como que seria para
14:30ela dar certo, mas ele está usando para
14:33discutir política, né, tá certo? É uma coisa
14:36absolutamente inusitada, é o que o, é o que o
14:39Dumas falou, é, ele está pegando um
14:42instrumento de comércio para tentar impor
14:47uma questão política da soberania do
14:50país, de que o que deve decidir em
14:52relação a isso para um processo que está
14:53sendo encaminhado no judiciário. O Steve
14:55Bannon falou hoje, né, tá certo? Vocês
14:57tirem o processo que a gente tira as
15:00tarifas, quer dizer, é uma coisa que não
15:01tem absolutamente... Não é negociável.
15:03Não, e quem eu estive, primeiro já é uma
15:05loucura você pensar o Steve Bannon falando
15:07do governo americano. Dá um palpite,
15:08rest my case, não é tupi-guarani, mas
15:11falando Steve Bannon já, já deu para
15:13entender. Então, e aí você imagina, quer
15:15dizer, ele está falando em nome do
15:16governo americano, né, certo? Segundo, que é
15:19uma coisa absolutamente, realmente
15:21impensável, né? Então, o que a gente vai
15:23ter que fazer? Nós vamos ter que
15:24negociar isso, concordo plenamente com
15:26vocês, de forma dura, o Itamaraty tem
15:29que entrar muito firme nisso, junto com
15:31talvez a ideia do Roberto é muito boa,
15:33a sugestão do Alckmin, a Câmara do
15:35Comércio Americana, né, tá certo? Os
15:37empresários, eu acho que os empresários
15:39têm um papel muito forte nisso. Não dá
15:42para deixar só no governo... Dos dois lados.
15:45Dos dois lados, porque justamente o
15:47governo americano e o governo brasileiro
15:48não tem uma relação que, digamos, é a
15:50melhor possível, certo? Mas tem
15:52interesses comerciais muito importantes
15:53aí. Então, a gente deveria fazer com
15:57que esse... O problema é que o governo
15:59às vezes fala, vamos criar uma
16:01comissão. Quando ele fala, vamos criar
16:02uma comissão, já assusta, porque você
16:03pode ser quem, né, demora e tal. Tem
16:05que ser uma coisa muito ágil e realmente
16:07fazer, do ponto de vista da
16:09negociação, ir para, né, tentar
16:12mostrar o que vai acontecer na
16:14economia americana, porque na curto
16:16prazo ele vai ter apoio, mas a longo
16:18prazo, isso vai gerar mais inflação,
16:20como vocês mesmos falaram. E, né, ele,
16:23ele, ao mesmo tempo, o Brasil tem que
16:25sair, né, o Itamaraty, o Ministério do
16:27Desenvolvimento, eles têm que começar a
16:29buscar outros mercados também, porque
16:32não me parece que essa tarifa vai se
16:33reverter tão rápido em função da
16:36motivação dela, que é política, certo?
16:39O governo não tem que voltar atrás.
16:40Tem solução política. Exato, né, não
16:42vai botar atrás no processo. Tem solução
16:43política. Não tem, não tem solução
16:45política da forma como está colocado.
16:47Só tem solução comercial. Exato. Do lado
16:49comercial, sim, mas será que então eles
16:51vão abrir mão disso? Pois é. Né? É muito
16:54difícil a gente imaginar, mas tem que
16:55realmente fazer esse, esse, vamos dizer,
16:58esse acordo, né, com todo, com o
17:01empresariado. Concordo plenamente, foi
17:03depois dos BRICS, é óbvio, que o que o
17:04Trump está preocupado é com a moeda
17:06americana, que está perdendo espaço na
17:08economia internacional, ele está vendo os
17:10BRICS fazerem acordos, né, tá certo? E
17:13aí, como é que vai ser? Quem vai
17:15bancar? Quer dizer, o Brasil vai à
17:16frente e vai continuar negociando com
17:18os BRICS, vai negociar com os
17:19americanos, tem que fazer tudo junto,
17:21eu acho, mas de uma forma muito
17:22profissional. E aí precisa das pessoas
17:24que entendem de negociação, ajudar o
17:27governo, que é o Itamaraty, mas os
17:29empresários, né, tentando ir, mas é uma
17:31situação muito difícil. Eu chamaria até de
17:32grupo negociador e não de comitê. Exato.
17:35Sabe? Tem que ser um grupo negociador,
17:37pra já dar a ideia de que a estratégia
17:40é que esse grupo, comandado pelo
17:42vice-presidente, que tem autoridade
17:44moral e política pra falar em nome do
17:46país, lidera esse grupo pra ir lá
17:48negociar. Exato. Perfeito, perfeito.
17:52Pensando que vai, do ponto de vista
17:53comercial, que vai ter que fazer eles
17:55fazendo uma pressão no Trump. Porque não
17:57dá o que negociar política, quer dizer,
17:58o Supremo Tribunal Federal não vai mudar
18:01de opinião e nem o Lula tem condição de
18:03intervir. E nem colocar isso na mesa. Então
18:05isso é absolutamente inegociável. Ele
18:08entrou, se é esse o caminho, não há
18:10negócio. Exato. A chance é os empregados,
18:12a chance quer dizer de sucesso, são os
18:13empresários americanos mostrando pro
18:15Trump a besteira que ele tá fazendo. Até
18:18porque, deixa eu colocar um outro ponto
18:19aqui importante, Nelson, que é o
18:21seguinte, grande parte desses produtos que
18:24você citou, são produtos, Roberto, que
18:27são produtos intermediários, que são usados
18:32pela indústria americana, na produção de
18:34produtos finais. Outros produtos, exato.
18:36Setor de aço, alumínio, peças e
18:39componentes pra indústria automobilística,
18:41etc. Na hora que encarece esses
18:43produtos, o produto final americano e
18:46essas indústrias que estão lá
18:48importando, elas vão ser seriamente
18:50afetadas na sua competitividade. E vão
18:53perder competitividade pro outros países
18:55que não tão com tarifa. Então, assim, é tão
18:58ingênua essa ideia, que é o último parágrafo
19:01da carta, que diz assim, se vocês vierem
19:03produzir aqui, não haverá tarifa. Isso é
19:06de uma ingenuidade. Como se fosse de uma
19:08hora pra outra. Não, e como se fosse
19:10alguém da ordem. Olha, não produza mais
19:12no Brasil, vem produzindo nos Estados
19:14Unidos. Quem diz? Isso é o mercado.
19:16Claro. São as condições de
19:17competitividade, qual é a qualidade da
19:18mão de obra, qual é o custo da mão de
19:20obra, a tecnologia disponível, a
19:22tributação, o financiamento. São essas
19:25condições que levam o empresário a
19:28escolher o local da sua fabricação. E os
19:31Estados Unidos hoje não é um local, eu vou
19:33até, era até, mas hoje não é nem
19:35confiável. Porque na hora que muda as
19:37regras de forma aleatória, quem é que
19:40vai investir nos Estados Unidos?
19:42Ninguém vai investir no ambiente desse.
19:43No ambiente que o cara pega, dá um tapa
19:45de um lado, dá um tapa, nem o Elon Musk
19:48tem confiança mais no trânsito. Olha o risco
19:50da recessão. Entendeu? Porque o cara entrou
19:51lá e de repente o carro elétrico dele ficou
19:53colocado na berlinda. Sim. Aliás, um ponto
19:56para complementar, que eu vi uma vez, um
19:59trabalhador que trabalha no, com aço
20:02semilaminado, ele acaba utilizando
20:04sessenta e seis trabalhadores com aço
20:07laminado. Então você fala pra transformação
20:11de carro, aeronave, eletrodoméstico,
20:14máquinas e equipamentos. Então isso é
20:16inflação na veia. Sim. E tem um ponto
20:19que Trump, claro, não posso chegar e falar
20:21o Trump não entende, não é isso. Mas ele
20:24tá com um problema na balança comercial. O teu
20:26problema é balança comercial ou o teu
20:28problema é a China? Porque balança
20:31comercial, por identidade macroeconômica,
20:33que a gente adora comentar isso daí,
20:35significa que o país está poupando pouco.
20:38Agora, o beautiful bill, big beautiful bill,
20:44que vai gastar 3.3 trilhões, vai aumentar
20:48o déficit fiscal dos Estados Unidos.
20:50De uma dívida de 36 tri. Exatamente, já
20:54vai pra cento e lá vai pedra dos tri. É impagável,
20:56impagável, já sabe que aquilo só vai rolar
20:58infinitamente. E aí ele queria, vamos pensar
21:01o seguinte, depreciar o dólar. Gente, mas
21:04vamos lá, eu já tenho minha idade. Eu lembro
21:07do acordo de plaza em 1985. Ronald Reagan
21:11falou, olha, os G5 mais os Estados Unidos,
21:15Alemanha Ocidental, França, Reino Unido,
21:17Japão, Canadá e Estados Unidos, tem que
21:20entrar vendendo dólar pra depreciar o dólar
21:23porque eu quero mudar minha balança
21:24comercial. Só que morria Konstantin
21:27Tchernenko, morria Yuri Andropov, morria
21:30Konstantin Tchernenko, Yuri Andropov,
21:35Leonid Brezhnev, entrava Gorbachev.
21:39Quem é esse cara? Eu não sei. Bom, então
21:41vamos fazer a Guerra Fria. Aumentou o gasto
21:43fiscal. Aumentou o gasto fiscal foi o início
21:46dos déficits gêmeos. Então, a despeito da
21:49depreciação do dólar e a apreciação das
21:52moedas do G5, Ronald Reagan acabou com
21:55déficit nas contas externas maior ainda,
21:58da ordem de 5%. Então, isso é uma falha
22:01de conhecimento de macroeconomia
22:04crônica, básica. Não é com tarifa que
22:07você resolve isso. É poupando. É a mesma
22:11coisa, você está em pleno emprego. Eu te dou
22:13mais dinheiro. O que que vai acontecer se
22:16eu estou em pleno emprego e eu não
22:17consigo produzir? Ora, eu vou comprar do
22:19vizinho. Transformar o economismo em uma
22:22linguagem bem padrão. Se você não
22:26poupar, você vai continuar com essa
22:28guerra por muito tempo. Então, nós vamos
22:30voltar aqui quase que semanalmente para
22:32dizer com essas políticas tarifárias que
22:35ele quer endereçar o que ele fez uma
22:38análise correta, estou em déficit comercial,
22:42mas o remédio que ele está usando é
22:45completamente equivocado. É pegando
22:48justamente esse gancho, passaria para o
22:52senhor Jeanette, essa questão da, muito
22:55bem destacada pelo Dumas. Bem, só quem nos
22:58acompanha são questões complexas no mundo
23:00econômico. Vocês estão percebendo que
23:01uma série de conceitos foram apresentados
23:03aqui e que não é uma questão, que nós
23:06vimos um tempo hoje, que todo mundo
23:08precisa ter opinião, mas a pessoa, 99%
23:11não sabe absolutamente nada dos
23:13assuntos centrais, não precisa ter
23:14opinião. A gente só pode ter opinião se
23:17a gente estuda e acompanha. Por isso que
23:19o Visão Crítica tem esse papel, é de
23:21colocar complexidade dessa questão, que
23:23não é para alguém num simple Twitter ou
23:26no WhatsApp qualquer, falando qualquer
23:29bobagem, porque o que tem de gente hoje
23:32falando bobagem no Brasil sobre essas
23:34questões, desconhecendo
23:36dos Estados Unidos, do Brasil, comércio
23:38internacional, não sabe nada, mas falam.
23:40Falam porque tem boca, é como diria a
23:42minha avó. Então, a questão que se
23:44coloca, eu passo agora outro Jeanette, é
23:45o seguinte, e aí, né, foi citada a
23:49questão do BRICS, da reunião aqui,
23:51realizada aqui no Brasil, o BRICS, só
23:53lembrar, primeiro era o Brasil, Rússia,
23:56ainda a China, depois teve a entrada da
23:58África do Sul e mais recentemente de mais
23:59seis países, se eu não estiver enganado.
24:02Bem, teve essa reunião agora pela
24:04primeira vez com essa ampliação do BRICS e
24:07aí entrou um assunto que deixou, acho
24:08que indignado, acho que o cabelo do
24:11Trump ficou mais estranho do que já, que é
24:13uma coisa grotesca, convenhamos, é uma
24:15coisa ridícula, né? A questão da moeda,
24:19utilização do dólar, porque foi, já há algum
24:21tempo está sendo discutido, ou uma cesta
24:24de moedas, ou uma moeda BRICS, são
24:26coisas diferentes, ou uma relação
24:29bilateral em que haveria conversão plena
24:33de uma moeda de um país comerciando com
24:35outro, ou uma outra forma contábil que nós
24:38estamos até conversando antes aqui com o
24:40doutor Geneto, como é que fica essa
24:41questão para o senhor? Para benefício do
24:43telespectador, eu vou contar uma
24:45historinha rápida. Sim. Quando terminou a
24:47Segunda Guerra Mundial, teve o acordo de
24:49Bretton Woods, teve uma grande discussão
24:52entre Estados Unidos e Inglaterra, qual
24:56seria a moeda de conversão para
24:58utilização no comércio internacional? E os
25:01Estados Unidos, com a força que tinha no
25:03pós-guerra, eu não lembro o nome do
25:06Harry Dexter e John Maynard Keynes. Esse aí.
25:09Impôs que fosse o dólar. Sim. E foi
25:11colocada a força. Muito bem, o dólar
25:13realmente tinha a expressão e passou a ser
25:17a moeda então de circulação no mercado
25:20internacional. A moeda tem três funções, é
25:23importante lembrar disso. Reserva de valor,
25:26valor, unidade de referência e moeda de
25:29transação. Como reserva de valor, é aquela
25:33moeda que se guarda o que se tem de
25:35excedente de capital. Por exemplo, os
25:38bancos centrais do mundo. E aí, o
25:41recomendável é fazer uma cesta de
25:43moedas. O dólar tem sido predominante
25:46nessa cesta de moedas em todos os
25:48países que tem volumes expressivos em
25:51títulos do tesouro, ou até em papel
25:53moeda, ou... Mas tem também ouro, euro e
25:57yuan. A China tem conseguido conquistar e
25:59fazem, portanto, uma composição. E o dólar
26:03tá caindo como moeda de reserva. Segundo
26:06unidade de referência. Isso ninguém
26:08discute. Porque você tem que saber o
26:11preço dos produtos pra ter preços
26:13relativos. Uma banana e uma maçã tem que
26:17ter um preço X e um preço Y pra você
26:19saber como é que você vai trocar o preço
26:21de um pelo outro. Então, unidade de
26:23referência não tem problema. O barril de
26:25petróleo é dólar, o ouro é dólar, o
26:27cobre é dólar, o açúcar é dólar. Não
26:29há problema. O problema tá na moeda de
26:32transação. Porque quando os países em
26:35desenvolvimento não têm moeda
26:38conversível, eles entram em colapso e
26:41estagnação, como nós mesmos ficamos nos
26:43anos 80. Então, há de se encontrar formas
26:48que você possa fazer comércio entre
26:50países onde você minimiza, mitiga a
26:55necessidade do dólar. E aí surgem
26:58mecanismos nos quais o Brasil é um
27:01grande experiente. E eu falo isso até
27:04com orgulho, porque acho que o Brasil
27:05tem sido pródigo nessa forma de entender
27:08e pensar como fazer comércio sem moeda,
27:11que são os sistemas de compensação de
27:13crédito. Tem um, por exemplo, na América
27:15Latina, na LAD, chama-se CCR, que é um
27:19exemplo de como em épocas de crise, onde
27:22os países não têm moeda conversível,
27:24você preserva o mercado intra-regional
27:27desses países, que no caso da LAD são
27:29onze. E eu tive agora lá, Vila, na
27:33reunião dos BRICS. E a grande conversa
27:35que eles tinham é pra usar essa
27:38experiência da LAD, pra um grande
27:42conserto de países do BRICS, da LAD e
27:46da África, pasme, pra fazer um grande
27:50CCR de compensação multilateral. Essa
27:54que é a diferença. Não é compensação
27:56bilateral usar a moeda local de um com
27:58outro, porque você pode entrar num
28:00problema de uma balança que é
28:02superavitária, cronicamente
28:04superavitária, e aí você fica com a
28:06moeda do outro e não tem como gastar.
28:09Mas se você tem uma compensação
28:10multilateral, e você vai ter o, em
28:14períodos de seis meses, você faz a
28:16compensação pelo saldo agregado,
28:19primeiro, pelo saldo agregado, os
28:21valores mitigam muito, porque você
28:23compensa saldos positivos e negativos
28:25de todos eles. Segundo, ninguém fica
28:28inadimplente multilateralmente, porque
28:30sai do jogo. No bilateral, você pode
28:33dizer, não, não vou pagar o Brasil, mas
28:34você continua com os outros. Mas na hora
28:36que você faz uma inadimplência
28:38multilateral, você sai do jogo. Então, é
28:43uma maneira da gente colocar uma menor
28:45dependência do dólar. E por que uma
28:47menor dependência do dólar? Porque o
28:49dólar está se tornando, de fato, uma
28:51moeda de menor confiabilidade. Isso não
28:54sou eu que estou dizendo, é o mercado. O
28:56rating do título do tesouro caiu. E,
29:00aliás, tem até um grande economista
29:02americano, recomendo que o leiam, aqueles
29:04que interessam no assunto, chama Barry
29:06Eitigrim, que escreveu há 20 anos
29:08atrás, um livro chamado Privilégio
29:12Exorbitante. Expressão que vem sendo
29:15recorrentemente usada. Estados Unidos
29:17usa esse privilégio do dólar de uma
29:19maneira abusiva. Abusiva. Por exemplo,
29:23quando impõe as sanções no mecanismo de
29:25pagamento de dólar, que é o SWIFT, para os
29:27países que ele não gosta. Então, coloca
29:30uma lista de 10 países que ele está
29:32fazendo de sanção econômica e penaliza
29:34esse país por esse instrumento. Isso
29:37não é um instrumento para penalizar
29:38países. Isso aqui é um instrumento de
29:40comércio nacional. Está errado. É um
29:41abuso fazer isso. Então, na onde tem
29:46aquela, você olha uma cédula americana,
29:48não provoca que eu tenha uma aqui no
29:50bolso. Está escrito assim, em God we
29:52trust. Eu preferia trocar assim, em Trump
29:55we don't trust. Porque não dá mais para
29:58usar o dólar como única moeda
30:00internacional. E aí, o Trump fica
30:03maluco porque ele vê que está perdendo
30:04prestígio.
30:06Nelson Marcondes, e nós, eu estou fazendo
30:08uma visão muito primária de mudança
30:11histórica que nós estamos vendo no século
30:14XXI, mas de uma forma muito simples,
30:16apresente para você. É evidente que é uma
30:18transferência do eixo econômico do
30:20capitalismo para a região Ásia-Pacífico.
30:22Isso que nós estamos assistindo nas
30:24últimas duas décadas, não só com a
30:26ascensão da China, que a gente esquece
30:28da Índia. E olha, haja esquecimento
30:31que a Índia é uma economia poderosíssima
30:33tal. E que nós, inclusive, temos um
30:35comércio muito pequeno que a Índia
30:36deveria, provavelmente, acho que vamos
30:38melhorar esse comércio. Foi, inclusive,
30:40discutido recentemente na visita agora
30:42do presidente Módio ao Brasil. Bem,
30:44presidente da Índia, a questão que eu
30:47coloco a você, como é que fica
30:49essa que justamente um dos nós aí,
30:52colocados, um nogorde, só falta um
30:54Alexandre Magno para cortá-lo? Pode
30:56ser um chinês, o Xi Jinping seja o
30:59Alexandre Magno dessa questão? Como é
31:02que fica essa questão justamente do
31:03dólar, né? E para quem nos acompanha,
31:05para tentar entender um pouco, porque
31:07eu sei, o que não é uma moeda
31:09conversível? Se eu for com o real nos
31:11Estados Unidos, vai, eu chego lá, vamos
31:14falar num lugar dinâmico, estou falando
31:15Nova York, Boston, Califórnia, a Flórida
31:18não é Estados Unidos, mas faz de conta
31:19que fosse Estados Unidos, vai.
31:20A gente, eu chego lá com o real, vou
31:22comprar alguma coisa, eles falam, não,
31:24nós não aceitamos. Agora, se eu for
31:26alguém chegar com o dólar, era
31:28aceito, quer dizer, o real não é uma
31:29moeda conversível, a não ser aqui no
31:32interior desse grande país, como é o
31:34nosso país, tal. O dólar é conversível, o
31:37euro, qual outras moedas nós podemos, o
31:40yuan, nós podemos chamar o yuan, mais
31:43ou menos, é, são pouquíssimos. A libra, o
31:47franco-suízo, exato, o franco-suízo,
31:49algumas moedas são conversíveis, muito
31:52poucas. Então, a questão que se coloca é
31:55que esse comércio que pode surgir entre
31:57nações, que se nós formarmos o PIB e a
31:59importância do comércio internacional,
32:02são ultra significativas. Ela vai
32:04prescindir do dólar e como foi destacado
32:06tanto pelo Dumas como pelo Jeanette, o
32:08dólar era um fenômeno recente,
32:10historicamente, 1945. A história de
32:121945 aqui não é nada, né? E como é que
32:15fica essa questão? Quer dizer, porque a
32:17gritaria do Trump não é o Bolsonaro. O
32:20Trump nem sabe quem é o Bolsonaro, na
32:22essência, acho que, inclusive porque ele
32:24não fala inglês e o Trump não fala
32:26português, entendeu? Não dá nem pra ser
32:29amigo. Nem dá pra ser amigo, não caiam
32:31nessa, não caiam nessa, sejam inteligentes,
32:33né? Então, a questão é a questão da
32:35moeda, que ele viu essa reunião aqui e
32:37falou, pô, pera um pouco, estão querendo
32:39deixar a minha moeda de lado e
32:41prejudicar. E a visão que ele tem que
32:42formar muito bem exposta aqui, de
32:44economia interna e externa, que é
32:46absolutamente equivocada, ele não
32:47entende nada de economia, pode
32:49entender de negócios imobiliários.
32:51Mas a questão que eu falo, como é que
32:52fica então essa questão que nós vamos
32:54ter de enfrentar e já está sendo
32:55colocada essa questão da moeda
32:57internacional ou esse sistema de
32:59compensação? É, isso, acho que a
33:02própria reunião dos BRICS foi
33:03importante por causa disso, no sentido
33:04de avançar o comércio nesse bloco,
33:06né? Então, fica cada vez mais claro,
33:09evidente, a motivação principal do
33:11Trump aqui nessa conversa. É, o,
33:13realmente, os Estados Unidos terem esse
33:15poder de emitir a moeda que todo mundo
33:18aceita, muda completamente a regra do
33:20jogo, porque veja bem, é a moeda que
33:22ele paga a dívida interna dele, em
33:26última instância, e a moeda que ele paga
33:28também os compromissos externos dele,
33:30porque no mundo inteiro aceita a
33:32moeda. Aonde que se tem, qual é a
33:34outra moeda que tem isso? Nenhuma.
33:35Nenhuma. Certo? Então, isso dá um
33:37privilégio econômico para ele, é
33:39exorbitante, exatamente. Está certo?
33:42Eu acho que o Green, realmente, quando
33:43escreveu, está muito certo. E aí, o que
33:46os países têm que fazer? Eles têm que
33:48fazer essa moeda. Agora, para eles
33:49conseguirem chegar nesse
33:50multilateralismo, eles têm que
33:52incrementar o comércio deles, está certo?
33:54Porque vamos imaginar que você faça uma
33:55moeda, como você falou, multilateral,
33:57América Latina, África, tudo bem.
33:58Então, todo mundo tem aquele, vamos
34:01dizer, tem uma quantidade de reservas
34:04nessa moeda multilateral. Você vai
34:06negociar com a Ásia, você vai
34:08negociar com a Ásia, bom, estou
34:09falando, dando exemplo a América
34:10Latina e África. Vai negociar com
34:12outro bloco, o outro bloco tem que
34:14negociar com você para aceitar a
34:15moeda. Desculpe, é uma moeda
34:17escritural, ela não funciona fora do
34:19bloco. Não, sim, então, então, é pior
34:22ainda. Ela só funciona interregional. Quer
34:23dizer, então, você precisa realmente ter um
34:24comércio muito forte dentro do bloco. Pior não,
34:26eu acho a ideia ótima, mas você precisa
34:27ter um comércio forte dentro do bloco.
34:29Então, o que o Brasil precisa fazer é
34:31ampliar o comércio dentro do bloco que
34:34ele tem interesse. Mas isso também é
34:36desafio para os Estados Unidos, porque
34:37ele percebe que o intra-regional pode
34:39crescer muito mais do que o extra-regional
34:41por causa da facilidade da moeda.
34:42Eu colocarei uma reticência, além de
34:44aumentar, desculpa te interromper, além
34:46de aumentar o grau de integração
34:50comercial entre os países dos BRICS,
34:53melhorar as instituições financeiras
34:55para que abram as contas capitais.
34:59Porque você tem vários países com
35:00conta capital fechada. Quando você tem
35:03uma conta capital fechada, como é o
35:04Chinese One, eu estou com o Chinese One.
35:06Você tem a azão.
35:07Eu posso comprar títulos públicos da
35:09China? Não, eu não posso. Poxa, então o que eu vou
35:11fazer com essa moeda? Eu vou comprar um
35:14título público do Irã? Abrir os
35:15mercados. Só que aí vem o exemplo das
35:19crises do México em 1994, vem a crise
35:23da Rússia em 1998, vem a crise do Brasil
35:27em 1999, vem a crise da, que voltando um
35:31pouco da Ásia, justamente, que a China
35:33padece dos mesmos problemas da Ásia.
35:36Nós estamos em situação muito melhor do
35:38que estávamos no final dos anos 90, né?
35:40Com as reservas monetárias que nós
35:42temos. O mundo está aprendendo.
35:47Aprendendo. Eu acho que, assim, nós
35:49estamos, na verdade, no limiar de uma
35:51nova ordem econômica mundial.
35:52Essa é uma questão importante. E isso
35:55está sendo construído. Não é um
35:56Bretton Woods que teve assim, mas está
35:58sendo, acho que o BRICS, talvez, até
36:00estou pensando nisso agora, talvez o BRICS
36:02seja o novo Bretton Woods. Pode ser.
36:05Entendeu? Porque cria uma nova, uma nova
36:08ordem do ponto de vista. Precisa de um
36:09start. Tem que ser importante pelo
36:11comércio, eu acho, né? Do start. Eu acho
36:13que o importante é a gente fortalecer o
36:14comércio, quer dizer, a movimentação
36:16financeira, ela é importante no lastro e tal,
36:19mas ela também propicia os fluxos
36:20especulativos que a gente tem que tomar
36:23um cuidado, né? Eu não sou tão favorável
36:26assim a gente ter um fluxo de capitais, que eu
36:28digo, do ponto de vista financeiro, tão...
36:30Se me sobra esse dinheiro, onde que eu
36:35vou pôr se, por acaso, no país é fechado?
36:37Não, mas fechado, que eu digo, você pode
36:39ter o direito de aplicar em títulos
36:43dos outros países, logicamente.
36:44Mas se a conta capital é fechada e eu estou
36:46com essa moeda escritural...
36:48Ah, mas aí o caso está a China, exato.
36:50É.
36:50Está certo. Então, foi assim que a China
36:52conseguiu controlar o câmbio deles até
36:54hoje, né? Que é uma coisa importante.
36:56Mas eu não acho que a gente tem que ter a
36:57conta de capital fechada. Eu só acho que a gente
37:00precisa ter um nível de câmbio relativamente
37:01estável e a gente precisa comercializar...
37:04E câmbio de mercado.
37:05Sim.
37:06Intervenção. Porque senão você cria
37:08desequilíbrio...
37:08Aí fica na treindade impossível.
37:11Não, mas é.
37:11Não, peraí, peraí.
37:12Estamos na treindade impossível.
37:13Nós estamos aqui já debatendo essa
37:14nova hora econômica mundial.
37:16Então, nosso mini Breton Rouge.
37:18Veja só, uma coisa que eu admiro na
37:20União Europeia é que foi feito um trabalho,
37:23não perfeito, mas muito bem feito, de
37:25convergência macroeconômica. Se não tivesse
37:28tido... Maastricht, né? Se não tivesse
37:31tido aquela organização de convergência
37:34macroeconômica...
37:35Por exemplo, Portugal e Espanha jamais
37:38teriam tido capacidade de entrar na União
37:40Europeia.
37:40Sim, sim, sim. Isso sim.
37:41Entendeu? Então, eu acho que o que
37:43precisa ter desse conjunto de países do
37:44BRICS é um mínimo. Não estou dizendo
37:46que precisa ser tudo igual, mas tem que
37:48ter um mínimo de convergência macroeconômica.
37:50O mínimo de convergência macroeconômica
37:50precisa.
37:51Precisa.
37:51Precisa.
37:52Sim.
37:52Porque senão você cria um grupo tão
37:54heterogêneo que não vai funcionar.
37:56Então, tem que ter mínimas regras de
37:58circulação de fluxo de capital, de
38:01câmbio de mercado com uma cotação
38:05mínima intervenção possível. Por exemplo,
38:07a China intervém demais no câmbio do
38:08Yuan, na minha opinião. Eu fico às vezes
38:11meio assim, bom, mas Yuan, mas ele pode
38:13intervir lá e mexer. Aqui no Brasil nós
38:15já passamos essa fase, graças a Deus, com
38:17grave sofrimento. Porque o que fizeram de
38:20besteira no câmbio brasileiro, câmbio
38:22congelado do Cruzado, câmbio
38:24sobrevalorizado do plano Cruzado, depois
38:27câmbio sobrevalorizado também do cartel
38:29de câmbio de 2007 a 2011. Nós já
38:31sofremos. Eu, exportador, penei por
38:34causa de câmbio. Você investe em
38:36indústria exportadora, de repente o
38:38câmbio cai 30% da paridade real e você
38:41quebra porque não tem capacidade de
38:43competir.
38:43Pronta a sobrevalorização, importante
38:45para você ter um câmbio estável e
38:48tomar competitivo.
38:49Mas por que que sobrevalorizou?
38:51Porque teve intervenção espúria.
38:53No caso do plano Cruzado, no caso do
38:56plano Cruzado, foi congelamento
38:58explícito. E depois, no plano real,
39:00você teve a âncora, que era mantido
39:03ali.
39:03A âncora foi estendida por quatro,
39:05cinco anos.
39:06Precisava? Precisava? Qual é o custo?
39:07O que foi? A âncora não. O começo, sim.
39:10Depois, elas gostaram muito, porque
39:12imagina o poder de compra que se
39:13dá para as pessoas.
39:14Aí que veio a reeleição.
39:19Sim, sim.
39:20Só um...
39:21Eu vou até contar uma coisa para
39:24vocês. Fernando Henrique me convidou
39:26naquela época para ser secretário
39:28executivo da CAMEX.
39:29Aí eu falei para ele...
39:30Explica só o que é CAMEX.
39:32CAMEX é a Câmara de Comércio
39:34Exterior que coordena as atividades
39:35com o melhor...
39:36Perfeito.
39:36Comércio Exterior dentro do governo.
39:38E aí eu falei para ele, mas
39:40presidente, nós temos que acertar
39:42essa questão do câmbio.
39:43Isso era dezembro, ele já tinha sido
39:46eleito, era dezembro de 98 para 99.
39:48Era Gustavo Franco saindo.
39:49Aí eu falei para ele assim, tem que
39:51corrigir o câmbio.
39:52Aí ele falou, não, mas não pode,
39:54porque senão o plano real vai perder
39:56a âncora, não sei o que.
39:57Eu falei, presidente, olha, não há um
39:58caso de intervenção em câmbio que
40:02tenha se dado bem de forma
40:04permanente.
40:06Ou vai mudar pela força de mercado,
40:08e aí é terrível porque você não
40:10controla, ou se toma a decisão de
40:12fazer uma abertura organizada.
40:15Melhor que você toma a rédea do
40:16negócio e faça de forma organizada.
40:19Ele não fez.
40:1915 de janeiro de 99, pá.
40:22Estamos de acordo.
40:23Estamos de um idoso para dois de
40:25vida.
40:25É uma intervenção para apreciar, é
40:26muito péssima.
40:27Vamos fazer um só, eu queria só
40:28colocar uma questão que nós já
40:29estamos caminhando meio para o final,
40:31para ficar claro a quem nos
40:32acompanha, pode ser assim para o
40:34dia a dia dele, para o cotidiano de
40:36quem está nos acompanhando.
40:37Vocês colocaram questões que são
40:38fundamentais, pontos, avançaram,
40:40questões que espero que em outros
40:43programas a gente possa explorar até
40:45melhor.
40:45Mas aquela pessoa que acompanha o dia
40:47a dia e fala assim, é possível
40:51imaginar que a moeda nacional, o real,
40:53ela tende a se desvalorizar a curto
40:55prazo?
40:55Sim ou não?
40:56Uma coisa bem breve de vocês, por
40:57favor, frente a essa conjuntura agora
40:59que está acontecendo.
41:00No curto prazo é possível.
41:02E a médio prazo?
41:03A médio prazo eu acho que aí
41:05independe um pouco de Trump porque
41:07você tem variáveis que é a eleição em
41:102026.
41:12E todo ano de eleição é gastança.
41:14Então, no ano de eleição é gastança, a
41:16curva de juros estipa, ou seja, a curva
41:18de juros acaba subindo e o risco
41:21fiscal aumenta.
41:22Então, eu sou muito mais, claro, não
41:25tenho bola de cristal, mas eu sou muito
41:27mais tendencioso a dizer que o nosso
41:31câmbio tende a continuar depreciando.
41:34Não digo 6,3 porque aquilo lá foi uma
41:36tempestade perfeita quando o governo
41:38falou, olha, tem um arcabouço fiscal,
41:40maravilha, mas antes de mais nada, vou
41:42dar o benefício pra todo mundo.
41:44Não, o anúncio foi terrível, mas a
41:47tendência não é nossa amiga.
41:50Não é nossa amiga, principalmente que
41:51nós estamos chegando em 2026 e agora
41:54com a carta de Trump colocou-se que os
41:58bolsonaristas perderam e a esquerda
42:02tá usando completamente o aspecto do
42:04bolsonarista pra falar, tá vendo?
42:06Quem tá destruindo o Brasil é o
42:07Bolsonaro.
42:08Então, fica uma briga entre essas aí.
42:12Eu tenho uma opinião diferente do meu
42:14amigo Dumas.
42:15Pelo seguinte, no câmbio você tem dois
42:17vetores.
42:17Você tem o vetor interno, que é a nossa
42:21taxa de juros, a nossa balança de
42:23pagamentos e mais até a conta corrente
42:26que entra também os serviços e capitais.
42:28mas você tem o lado externo.
42:32É o que os Estados Unidos também tá
42:33fazendo com a sua moeda em relação ao
42:35conjunto dos outros.
42:36E aí eu vejo que o vetor de
42:39desvalorização do dólar é maior do que
42:43poderia ocorrer aqui no do nosso da
42:46nossa menor liquidez externa, vamos
42:48dizer, porque o nosso saldo em
42:51transações correntes vai cair e
42:53talvez até vai ser, nós vamos ter
42:55déficit em conta corrente aí de uns
42:563% do PIB.
42:573,22% do PIB, tá por aí.
42:59Então isso leva, assim, pra uma
43:01desvalorização, mas eu acho que o
43:03dólar cai mais do que a gente tá aqui.
43:05Então eu acho que o meu palpite vai
43:07ser entre 5,20 e 5,50.
43:09Vai ficar nessa banda aí.
43:11Eu acho que tem dois pontos aí.
43:11É mais pra baixo do que pra cima.
43:13E se o GXY com risco fiscal, o dólar
43:18está depreciando.
43:20Isso.
43:20Não obstante, dado que nós esperamos
43:22um risco fiscal maior, isso leva a uma
43:26depreciação do real.
43:28Qual força vai ganhar?
43:30É, é isso aí.
43:31Acho que é essa.
43:32Você tem antagônicas.
43:34Quem sabe o Nelson nos desempata agora.
43:37Desempata agora.
43:38Vai ficar em 5,50 estável.
43:40Pronto.
43:41Eu acho que a gente...
43:42Passar vergonha é câmbio.
43:44Passar numa gangorra.
43:46Vamos ficar numa gangorra um pouco,
43:47realmente, porque do lado você tem os
43:49juros aqui, eu acho que o governo vai
43:51tentar baixar os juros no ano que vem,
43:52porque ano eleitoral, concordo com você,
43:54vai tentar gastar mais dentro do espaço
43:55que ele tem, né?
43:57Ele vai tentar diminuir a taxa de juros
43:58um pouco, isso vai pressionar a taxa
44:00de câmbio pra cima e vai também,
44:03a gente está falando, ele vai ter um
44:05resultado comercial pior, isso também
44:06pressiona o câmbio pra cima.
44:08Por outro lado, o que o Trump está
44:09tentando fazer, via tarifas, via tudo,
44:12é tentar depreciar a moeda dele, certo?
44:15Quem vai prevalecer?
44:16Então tem horas, tem momentos que o mercado
44:18vai jogar pra cá, jogar pra lá,
44:20eu acho que a gente vai ficar numa gangorra.
44:22Não acho que vai ter uma depreciação
44:24expressiva, certo?
44:26Nada de sete.
44:28É, exato, e nem uma apreciação
44:30muito expressiva, eu acho que nós vamos
44:32ficar numa gangorra.
44:33Agora, como a gente não sabe, também,
44:35o que vem pela frente, né?
44:37Vai que o Trump inventa uma outra coisa
44:39que não estava...
44:39Estava no nosso imaginário que ele ia fazer
44:42um negócio desse.
44:42Um modelo macroeconômico pra gente fazer.
44:44Exato, mas mantindo as condições
44:46agora, de ter exata a temperatura,
44:48eu acho que a gente vai ficar numa gangorra um pouco.
44:52Muita gente fala mal do economista.
44:54Sim.
44:54Fala o seguinte,
44:55até vocês erram sempre o câmbio.
44:58E não é verdade?
44:59Não, é verdade.
45:00Mas acontece que isso não é uma ciência natural.
45:03Sim.
45:04O que nós estamos falando,
45:05é levando em consideração
45:06os acontecimentos de hoje, até hoje.
45:10Amanhã pode mudar completamente.
45:12É que tudo o que o senhor falou,
45:14esquece o que eu falei
45:16e o que o senhor falou está certo.
45:18Ou vice-versa.
45:19Então, o que vai na informação disponível hoje,
45:22não é uma ciência natural
45:23V igual a V zero mais Alpha Delta T.
45:25Exato, é, exato.
45:26E qualquer que aconteça,
45:28a velocidade média está determinada.
45:29Alguém esperava um tarifácio
45:30por motivação política?
45:33Toda gente esperava até um tarifácio
45:34que fosse alguma coisa de tarifa,
45:36mas não um anúncio dessa forma.
45:37Quer dizer, a gente não sabe que vem...
45:38A única coisa que nós temos certeza
45:40é a incerteza que vai ter um mercado.
45:43Muito forte.
45:44Ação Red.
45:44Aqui no Brasil e fora.
45:45E agora o tarifácio, né, Nelson?
45:47Agora sobre o Canadá.
45:49Há minutos atrás,
45:50pouco antes de nós começarmos o programa.
45:52E é uma coisa inacreditável,
45:53que é bom lembrar,
45:54quem nos acompanha,
45:55que é um acordo de livre comércio
45:56que começou em 1994.
45:59Já houve alterações?
46:00Era o Tratado de Livre Comércio,
46:01o NAFTA entre México,
46:03Estados Unidos e Canadá.
46:04E mesmo assim,
46:05veio agora esse tarifácio,
46:07que eu acho que certamente
46:08para o Canadá,
46:09que ele quer transformar
46:10no próximo estado norte-americano,
46:12que é uma loucura.
46:13Isso é coisa de doido.
46:14Isso é uma Groenlândia.
46:15Isso é uma história.
46:16E a Groenlândia.
46:17E tem gente no Brasil
46:18ainda que acha que isso é normal.
46:20Isso que eu acho estranho,
46:21não é verdade?
46:22Não, tanto.
46:22Eu acho que isso é normal.
46:24Que agora nós somos perigosos,
46:25que os chineses,
46:26que têm os olhos puxados,
46:27são comunistas
46:28e querem tomar o Brasil.
46:30E tem pessoa que delira.
46:32Eu falei delirio o tremens.
46:33É aquele manual de psiquiatria.
46:35É inacreditável.
46:36E as pessoas falam
46:37com a maior tranquilidade,
46:38não ficam nem encoradas.
46:40Alguns até babam
46:40que têm um problema de hidrofobia.
46:42É o cortex cerebral desalinhado.
46:44Desalinhado.
46:45Então, nós estamos discutindo aqui
46:47justamente essa questão econômica.
46:48Agora, eu passo então
46:50para vocês outra vez.
46:51Olha, porque nós tivemos
46:52que foram questões assim
46:53extremamente importantes,
46:54foram destacadas.
46:55Então, eu sei que
46:56nós somos um terreno pantanoso,
46:59não dá para prevenir
47:00de saber direitinho.
47:01Inclusive, que as medidas
47:02só vão ser adotadas
47:03a partir de 1º de agosto.
47:05Vale lembrar.
47:06E para o Trump,
47:07entre hoje e 1º de agosto,
47:08é uma eternidade.
47:09Porque é bom lembrar
47:10que o governo começou
47:11a 20 de janeiro,
47:12salvo engano.
47:12Mas dá a impressão
47:13que começou há 30 anos, né?
47:14Porque morreu tanta coisa.
47:16Então, curto espaço de tempo.
47:17Então, no caso nosso,
47:18aqui do Brasil,
47:19relações com os Estados Unidos,
47:21especialmente.
47:22E a questão que envolve o câmbio,
47:23pressões políticas,
47:25frases infelizes.
47:26Não entende.
47:27Eu vi agora políticos falando.
47:28Eu tenho vergonha
47:29de políticos brasileiros
47:30falando sobre essa questão.
47:31Nem sabem o que estão falando
47:32sobre o Supremo Tribunal Federal.
47:34É de um desconhecimento.
47:35A ignorância hoje
47:36virou empoderamento.
47:38Então, é triste.
47:39Eu digo isso
47:40de forma muito clara
47:40porque eu tenho vergonha
47:41do que eu vejo
47:42no parlamento brasileiro.
47:43Então, eu passo para você,
47:45Roberto,
47:45já caminhando para o nosso final.
47:47Como é que fica, então?
47:49Eu sei que a pior coisa
47:50em economia
47:51é a imprevisibilidade.
47:52Isso é uma coisa
47:53tenebrosa.
47:54Imagina alguém fazer
47:55um plano de médio prazo.
47:57É impossível, né?
47:58Para o seu negócio
47:59ou exportação.
48:01Em suma,
48:01o que ele estiver fazendo
48:02nos vários ramos da economia.
48:03Como é que ficamos?
48:04O governo brasileiro
48:05deve agir como, né?
48:07A sugestão apresentada,
48:08cheia excelente,
48:09do Janete,
48:10do papel do vice-presidente
48:11Geraldo Alck,
48:12que é ministro também,
48:13de uma comissão
48:15de negociação, né?
48:16De conversar
48:18e para buscar
48:19chegar a um acordo.
48:20Como é que você
48:21entende isso agora?
48:23O que que nós,
48:23para onde nós vamos?
48:25Ao menos hoje, né?
48:27Nesse dia aqui,
48:27vou até marcar aqui,
48:29dia 10 de julho
48:29para a gente não esquecer.
48:30Não quer dizer
48:32que nós vamos.
48:33Sim.
48:33Mas eu concordo plenamente
48:34com o que o doutor
48:36Roberto Janete
48:37colocou aqui.
48:38É importante ter um conselho,
48:39um comitê,
48:40o que quer que seja,
48:41liderado pelo vice-presidente,
48:44por setores privados
48:46e tentar negociar.
48:48Olha,
48:48quem está na cadeira de cima
48:50não sabe muito bem
48:51o que está acontecendo.
48:53Perfeito.
48:53Quem está na cadeira de baixo
48:54sabe que nós vamos sofrer.
48:57Como falam,
48:58amor e briga de elefante,
49:02quem sofre é a grama.
49:03Sim.
49:04Então,
49:04a gente precisa saber
49:05que nós dois
49:07vamos perder aqui.
49:08Então,
49:09é importante que vocês
49:10do setor privado
49:12dos Estados Unidos
49:14exerçam o seu
49:15papel moderador
49:17junto a Trump
49:18e falam,
49:19olha,
49:19isso aqui
49:19não está certo.
49:21Não está certo.
49:22Porque partir do STF
49:24isso é inegociável.
49:26Isso não tem
49:27carta na manga.
49:28Não é negociável.
49:29Não é questão
49:30de defender
49:31Bolsonaro
49:32ou defender Lula.
49:34É soberania.
49:34É soberania brasileira.
49:37Muita gente pode
49:38estar ouvindo aqui
49:39e falar,
49:39você está defendendo isso.
49:40Eu não estou defendendo nada.
49:41Estou defendendo a soberania.
49:43Eu não sou advogado,
49:44eu não sou jurista,
49:45eu não sou nada disso
49:46constitucionalista.
49:47mas eu sou brasileiro
49:49e o que o STF
49:50determinou
49:51está determinado.
49:53Não vai chegar
49:54alguém lá de fora
49:54e falar,
49:55olha,
49:55a democracia é isso.
49:57É o choque
49:57de poderes.
49:59É o choque
49:59de poderes.
50:00Que, aliás,
50:01diga-se de passagem,
50:02só,
50:02eu já sei que
50:03meu tempo está acabando,
50:04a questão do IOF,
50:06só um paralelo aqui.
50:08O Alexandre de Marais
50:09falou que precisamos
50:09de uma conciliação
50:11do executivo
50:11e do legislativo.
50:12não.
50:13O executivo
50:14tem uma força,
50:15o legislativo
50:16tem outra.
50:17Eles precisam
50:17debater
50:18para atender
50:19as necessidades
50:20da população.
50:22Então,
50:23o desacordo
50:24é importante.
50:27A conciliação
50:28com o desacordo.
50:30Veja o parlamento
50:31britânico
50:32como que é a briga.
50:34Alguém assistir
50:35à Câmara dos Comuns
50:36fica assustado
50:38com os reuniões,
50:39porque as pessoas
50:39imaginam que é
50:40o Congresso Brasileiro.
50:41É uma piada, né?
50:42Agora,
50:43e aí disse o ministro
50:44Flávio Dino,
50:45eu passo para o Janete
50:46consertação
50:47com C,
50:48não com S.
50:50Então,
50:51essa questão,
50:53como é que
50:54nós vamos,
50:55afinal,
50:56dar o passo adiante?
50:57Porque é um choque,
50:58claro.
50:58Eu nunca vi
50:59o Departamento de Estado,
51:00nós conversamos
51:01até pouco antes,
51:02provavelmente nem tenha
51:03tomado originalmente
51:05conhecimento
51:05dessa correspondência,
51:07que não é nem correspondência,
51:08foi colocado
51:08numa rede social.
51:09Isso.
51:10porque o Departamento de Estado,
51:11a tradição norte-americana,
51:13são de excelentes quadros,
51:14né?
51:15E eu não sei o que aconteceu.
51:17Claro que o secretário de Estado
51:18é uma pessoa limitada,
51:19Marco Rubio,
51:20de uma limitação muito grande,
51:21mas,
51:22mesmo outras vezes,
51:23teve secretário de Estado
51:24limitados,
51:25mas com quadros excelentes
51:26que o senhor Cabo.
51:27Não parece agora.
51:29E aí,
51:29como é que nós ficamos,
51:30então,
51:31nessa consertação,
51:33nessa negociação
51:34entre nós
51:35e os Estados Unidos?
51:36Primeiro,
51:37eu quero fazer
51:37uma observação,
51:38Vila,
51:39é o seguinte,
51:40eu desconfio,
51:42percepção pessoal minha,
51:44de que essa carta
51:45nem passou
51:46pelo Departamento de Estado.
51:48Ela foi
51:49enviada e assinada
51:51na Casa Branca
51:51para a rede social
51:52e o Departamento de Estado
51:54tomou conhecimento
51:55pela rede social,
51:56assim como o Brasil.
51:57Possivelmente.
51:58Então,
51:58isso é de uma loucura
51:59do ponto de vista
52:00de...
52:01E a explicação...
52:02Formalidade.
52:03Tem que ter um ritual,
52:04um formalismo
52:05entre os países.
52:06Não se faz isso.
52:07Foi um cut and paste.
52:09Agora,
52:10essa questão
52:10da cegueira
52:12das pessoas
52:13que você estava falando
52:14há pouco,
52:14de não entenderem
52:15o que está acontecendo.
52:17Tem uma frase aqui
52:18que eu até capturei
52:19para trazer aqui
52:20para o programa
52:20para lembrar dela,
52:22de um brasileiro
52:22que eu admiro muito,
52:23que é o Ariano Suassuma,
52:25que falou o dia
52:25o seguinte.
52:27Não é possível
52:28convencer um fanático
52:30de coisa alguma,
52:32pois suas crenças
52:33não se baseiam
52:34em evidências,
52:36baseiam-se
52:37numa profunda necessidade
52:38de acreditar
52:40no que quer.
52:42Exato.
52:43Então, é isso.
52:43Então, eles acreditam
52:44no que eles querem.
52:45E tem outra também,
52:47desculpa,
52:47que eu gostava muito
52:49do Paulo Francis.
52:50Não deixe os fatos
52:51mudarem sua opinião.
52:55Mas é isso.
52:57E quando nós vamos
52:58para o campo
52:59da irracionalidade,
53:00fica muito difícil
53:01discutir racionalmente
53:03essas questões.
53:04Pois é.
53:04É bom lembrar.
53:05Porque o fanático
53:06você não consegue discutir.
53:07Ele tem uma visão cega.
53:09Ele não acredita
53:10em qualquer outro fato
53:12a não ser aquele
53:13que ele crê
53:13por fanatismo,
53:15por polarização.
53:16E infelizmente,
53:18nós estamos vivendo hoje
53:19num mundo cheio
53:19de fanáticos.
53:21E não há melhor exemplo
53:22de fanático hoje
53:23no mundo
53:23do que o Trump.
53:24Sim.
53:25que acredita em si mesmo,
53:26na sua verdade absoluta.
53:29E daí ele,
53:30com a prepotência
53:31que tem,
53:33seja como empresário,
53:34já tinha e continua
53:35agora no governo,
53:37querendo impor
53:38a sua vontade
53:38de forma agressiva,
53:40unilateral,
53:42sem menor preocupação
53:44com as consequências.
53:47Hoje,
53:48a presidente
53:49do Conselho
53:50da União Europeia
53:51fez um discurso
53:51também importante,
53:53acho que numa reunião
53:54entre França e Itália,
53:55se ouviu ou não.
53:55Sim.
53:56E que falou o seguinte,
53:57esse homem não sabe
53:59quantos milhões de pessoas
54:00ele está afetando.
54:02Quantas milhões de pessoas
54:03estão sendo desempregadas?
54:05Quantos milhões de consumidores
54:07estão sendo prejudicados?
54:09porque os produtos
54:10ficarão mais caros,
54:11os empregos
54:12desaparecerão.
54:13Quer dizer,
54:14nós estávamos tentando
54:15construir um mundo
54:16multilateral,
54:18cada vez com mais
54:19livre comércio,
54:20com vantagens comparativas,
54:21trazendo benefícios
54:23para o conjunto
54:24da humanidade.
54:25De repente,
54:26vem um cara
54:26que puxa o tapete,
54:27joga tudo para o ar.
54:28e erra na concepção
54:30macroeconômica.
54:31Um retrocesso.
54:33Nós estamos vivendo
54:33um retrocesso
54:34gravíssimo.
54:37Por isso,
54:37a nova ordem econômica mundial
54:39é o único caminho
54:41que eu vejo
54:41de colocar de novo
54:43a casa em ordem.
54:44E aí,
54:44não é pelos Estados Unidos,
54:46é pelos BRICS.
54:47Nós vamos ter que fazer
54:48a lição de casa.
54:50E junto com China,
54:51com Índia,
54:52com Rússia,
54:53eu sei que somos
54:53todos heterogêneos,
54:55não temos a mesma opinião,
54:56não temos os mesmos regimes
54:58e nem devemos ter,
55:00porque cada um
55:00tem sua cultura.
55:01Nós falamos há pouco,
55:02a reclama é que a China
55:03não tem democracia,
55:05mas a China nunca
55:06teve democracia,
55:07porque agora,
55:08e nem quer democracia,
55:10temos que respeitar
55:10a cultura deles.
55:12Então,
55:13eu acho que o que nós
55:13temos que buscar
55:14é uma nova ordem
55:16de entendimento
55:16dos países,
55:17porque nós temos
55:18um conjunto de pessoas,
55:20os oito,
55:21sete,
55:22oito bilhões de pessoas
55:23que seremos logo mais,
55:24e dentro do outro ponto
55:25que nós não falamos
55:26essa palavra ainda aqui,
55:28da questão do meio ambiente.
55:30Claro.
55:30Que esse é um problema
55:31transversal de todos
55:32e que os Estados Unidos
55:33também se retirou do jogo.
55:35Vem aí a COP30,
55:37nós vamos ter que negociar
55:38as regras de meio ambiente
55:39sem os Estados Unidos
55:40na mesa.
55:41Isso é um absurdo.
55:42A falta da maior economia
55:43do mundo
55:44num negacionismo
55:45que prejudica
55:46toda a humanidade.
55:47Nelson,
55:48desculpe,
55:49mas um minuto
55:50de você com a sua brevidade
55:52vai fazer uma síntese
55:53do que nós discutimos hoje.
55:54É,
55:55o que a gente está vendo
55:57é que é uma situação
55:59onde você tem
56:00um governante
56:01com muito poder,
56:02absolutamente
56:02deslocado,
56:04que a gente não sabe
56:05o que ele vai poder fazer.
56:06Para nós
56:07é um problema,
56:08mas acho que para o mundo
56:08todo você está colocando isso.
56:10Quer dizer,
56:11e tem quatro anos
56:13pela frente.
56:13Se é que estão a ser
56:14quatro anos só,
56:15a gente não sabe
56:16politicamente
56:16o que ele vai fazer
56:17com os Estados Unidos.
56:18Invadir o capitório
56:19de novo.
56:19Então,
56:20pode querer transformar
56:22os Estados Unidos
56:22em uma autocracia,
56:23ele sim transformar
56:24em uma autocracia,
56:25os Estados Unidos,
56:25é uma coisa muito perigosa.
56:28Enfim,
56:29e agora aqui,
56:30o que a gente tem que fazer?
56:31A gente tem que olhar
56:32para isso
56:32e primeiro defender
56:33os nossos interesses sempre.
56:35Os nossos interesses,
56:36quais são?
56:36Eu acho que foram colocados
56:38aqui vários deles
56:38nesse caso.
56:40Você taxar os serviços,
56:41vamos taxar os filmes americanos,
56:43eu quero sim um filme americano,
56:44tudo bem,
56:45mas está certo,
56:45o soft power deles,
56:46vamos,
56:47não tenho nada
56:48contra os produtores americanos,
56:49nem nada,
56:49mas tem que fazer isso,
56:50tem que conversar
56:51com os BRICS,
56:52é isso.
56:53Você vai ter que,
56:53desse arranjo,
56:55procurar outros países
56:56para fazer essas coisas,
56:57porque realmente
56:59os Estados Unidos
57:00não vão ser mais
57:01um parceiro confiável
57:02durante a fase do Trump
57:03para ninguém,
57:04não tenho nada
57:04contra os americanos,
57:05eu acho que só o governo
57:06do Trump
57:06vai realmente causar problemas
57:09para todo mundo.
57:10Pode piorar
57:11que pode ver o J.D. Vance.
57:13É, exato.
57:13É pior ainda.
57:14Espero ter sido rápido.
57:15Não, foi ótimo
57:16e fez uma bela síntese.
57:19Eu queria agradecer muito,
57:21mas muito mesmo,
57:22a participação hoje
57:23dos nossos convidados,
57:24Roberto Dumas,
57:25Roberto Gianetti da Fonseca,
57:27Nelson Marconi,
57:28eu fico orgulhoso do programa,
57:29viu,
57:30porque eu sinto que vocês
57:31que nos acompanharam,
57:32eu tenho certeza,
57:33aprenderam muito,
57:34viram como é complexa
57:35essa discussão,
57:36como tem questões difíceis,
57:38sei que vocês podem
57:38algumas vezes
57:39não ter compreendido
57:40algumas questões,
57:41usem site de busca,
57:42procurem,
57:43conversem e assistam
57:44outra vez a Visão Crítica
57:46na semana que vem.
57:47Nós continuaremos
57:48nesse debate.
57:48E amanhã,
57:49às 22 horas,
57:50portanto,
57:51nesse mesmo horário
57:51que inicia o Visão Crítica,
57:53nós temos o
57:54Só Vale a Verdade.
57:55Até amanhã
57:56e o Visão Crítica
57:57até a semana que vem.
57:59A opinião
58:00dos nossos comentaristas
58:02não reflete necessariamente
58:03a opinião
58:04do Grupo Jovem Pan
58:05de Comunicação.
58:06Realização Jovem Pan
Recomendado
59:52
58:17
51:46