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Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o estrategista-chefe da Avenue, Will Castro Neves, afirmou que os EUA vivem um momento de redução dos juros, mesmo com a inflação ainda teimosa. Neves explica que o mercado de trabalho dá sinais de enfraquecimento, o que pressiona o FED a cortar taxas para evitar uma recessão.

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Transcrição
00:00Bom, a gente faz um destaque agora dos Estados Unidos, que além da paralisia do governo e da disputa tarifária com a China,
00:08a semana vem sendo marcada pela divulgação de balanços dos grandes bancos do país.
00:14Já o presidente do Fed avalia que a economia americana está mais firme.
00:18Entretanto, ele faz alerta sobre o emprego.
00:22Assunto para o estrategista-chefe da Avenue, Will Castro Alves, direto de Miami, chegando aqui para conversar com a gente.
00:29Salve, Will. Boa noite para você. Bem-vindo mais uma vez.
00:34Boa noite, Tiago. Prazer estar falando aqui contigo.
00:36Bom, a gente destacou esses balanços das empresas, mas hoje tivemos a fala do presidente do Fed.
00:43Quais recados que ele manda para o mercado financeiro, mas com esse ponto que ele deu, esse indicativo,
00:50em relação ao mercado de trabalho aí nos Estados Unidos, Will?
00:53Claro, vamos lá. O presidente do Banco Central americano, ele comentou hoje, né?
01:00Ele fez um discurso no qual o que ele trouxe, eu acho, de essencialmente novo, o que mais chamou atenção
01:06foi a questão do Banco Central americano estar considerando chegar ao fim do que a gente chama de aperto quantitativo, né?
01:14O aperto, que é um aperto monetário, é uma forma do Banco Central controlar a oferta de moeda na economia,
01:20então, ou seja, ele vinha apertando, vinha controlando as condições monetárias na economia,
01:26está chegando ao fim. E por que que chega ao fim?
01:29Porque, novamente, ele ressaltou, né?
01:31Que o balanço de riscos entre inflação e emprego tem pendido mais, obviamente, cada vez mais para a questão do emprego, né?
01:40Que o Banco Central continua preocupado, né?
01:43Que a gente tem tido uma menor criação de postos de trabalho nos Estados Unidos
01:48e já se antecipando a uma eventual desaceleração potencial da economia,
01:54o Banco Central vai começar, de certa forma, a tirar as amarras, né?
01:58Que seguravam a economia. Uma delas é o aperto monetário e outra delas é continuar cortando juros.
02:04Ele não disse que vai cortar os juros, né?
02:07Mas deu indicativos de que o cenário base, aquele que foi traçada na última reunião do FED,
02:13que seja de dois cortes de juros ainda em 2025, continua sendo o cenário base.
02:18Então, a gente vive aqui um momento, nos Estados Unidos, de redução das taxas de juros,
02:24a redução da taxa básica de juros da economia americana.
02:26Oi, Will, e o tal do livro Bege, né?
02:29Muita gente se pergunta o que é o tal do livro Bege, já foi divulgado ou não.
02:33É um conjunto de informações do governo americano, não é isso?
02:38Exato, ele te ajuda a fazer uma leitura da economia, né?
02:42E eu diria que hoje, semana passada eu estava no Brasil fazendo alguns eventos com clientes
02:46e falando, olha, você tem um copo meio cheio e meio vazio na economia americana, né?
02:50Você olha todas essas notícias de tarifas, brigas, os minerais raros, a China, daqui a pouco o Brasil,
02:58tarifa Índia e por aí vai, são várias essas notícias, o mercado de trabalho desacelerando.
03:03Esse é o copo meio vazio da economia americana.
03:05Por outro lado, tem um copo meio cheio, né?
03:10Que é a revolução da inteligência artificial.
03:12Enquanto a gente fica preocupado com essas questões,
03:15a verdade é que as empresas estão investindo bilhões de dólares,
03:19não para maturarem durante o governo Trump,
03:21ou para serem usados somente no governo Trump,
03:23mas para serem usados pelos próximos 20 ou 30 anos.
03:27Um investimento em infraestrutura massivo
03:29que se assemelha a todo aquele investimento que foi feito lá no passado,
03:33quando a gente desenvolveu fibra ótica, torres, 3G, 5G,
03:39todos esses investimentos que foram feitos que propiciam hoje
03:42a gente ter uma internet de mais qualidade.
03:45Ora, esse é o momento que a gente vive hoje na inteligência artificial,
03:49com muitas empresas desenvolvendo essa infraestrutura
03:52que vai ser necessária para depois você desenvolver
03:56e aperfeiçoar os modelos de AI.
03:59Então tem essas duas economias atuando em paralelo,
04:03e na qual o cocumeio cheio dessa revolução da inteligência artificial
04:09já vem ajudando bastante o próprio crescimento da economia,
04:13ainda que com uma menor geração de empregos.
04:16E sobre o balanço das empresas,
04:18de que forma o investidor fica de olho nisso,
04:20isso mexe com o mercado financeiro, de que forma?
04:23Perfeito, é super importante isso, a gente fala muito desses receios,
04:30taifas, impactos daqui e dali, mas e o que as empresas estão falando?
04:35Bom, hoje a gente teve o começo, o pontapé inicial da safra de balanços corporativos
04:41do terceiro trimestre aqui nos Estados Unidos,
04:43aquele período que pega o fim de junho ao fim de setembro.
04:47Como que foram os resultados das empresas, como que elas estão vendo e por aí vai.
04:52Bom, e a notícia que a gente teve foi uma notícia positiva,
04:54hoje a gente teve o maior banco do mundo, o JP Morgan,
04:57a gente teve o Citigroup,
04:59a gente teve um banco de atacado, o Goldman Sachs,
05:01a gente teve também outras instituições financeiras e outras empresas.
05:07Nos bancos, super relevante analisar o resultado de banco,
05:10porque o banco está sempre olhando para frente,
05:12ele tem que fazer o que a gente chama de provisões.
05:14Ora, se eu tiver calotes lá na frente,
05:17se o consumidor, o meu cliente não pagar o meu crédito,
05:22eu tenho que ainda assim honrar com esse compromisso,
05:25eu tenho que ter dinheiro no caixa do banco
05:26para continuar honrando os depósitos,
05:29daqueles que depositam seus recursos comigo.
05:32Então o banco sempre provisiona na frente.
05:34Então se o banco sente que vai ter problema lá na frente,
05:36ele provisiona antes.
05:38Bom, quando você olha o resultado dos bancos agora,
05:41nesse trimestre, hoje, você não viu grandes provisões.
05:44Isso quer dizer que os bancos não estão preocupados
05:46ou projetando uma desaceleração muito forte,
05:49um aumento da inadimplência nos Estados Unidos,
05:52uma preocupação muito alta com o consumidor
05:54ou mesmo com as empresas.
05:56Então resultados foram melhores do que esperado pelo mercado,
06:00receitas crescendo, lucros crescendo.
06:03E olhando à frente, a verdade é que você não tem tantas preocupações.
06:06A economia americana segue rodando.
06:08Oi, eu acho que dois pontos são interessantes da gente tocar
06:11e falar para a nossa audiência.
06:13Primeiro, esse novo estresse em relação à China.
06:16De que forma isso agita o mercado aí nos Estados Unidos?
06:20Mais desconfianças com o governo americano retalhando a China.
06:24E um outro ponto, é bom lembrar,
06:26que há essa paralisia, o tal do shutdown,
06:28porque o Congresso não aprovou o orçamento
06:30e o governo está todo paralisado, o setor público.
06:35Será que isso destrava?
06:36O que os analistas falam aí?
06:40Claro.
06:41O shutdown, de fato, é um negócio que,
06:43para a imagem dos Estados Unidos, não é bom.
06:45Mas em termos de impactos econômicos,
06:47tende a ser limitado com o quanto que seja resolvido.
06:51Como assim, William?
06:53Se a gente estiver falando de shutdown daqui a um mês,
06:56Tiago, aí é um problema.
06:57Você começa a ter impacto material, de fato, no PIB.
07:00Falta dados na economia,
07:02os empresários têm dificuldade de tomar suas decisões,
07:04menos pessoas trabalhando também,
07:07os trabalhadores que vão sendo demitidos
07:08ou licenciados ou que não têm salários.
07:11Então, se esse negócio durar muito tempo,
07:13aí sim você começa a ter um impacto.
07:15Por hora, o mercado tem deixado isso de lado,
07:18não tem afetado preços,
07:20tanto no mercado de juros, câmbios ou bolsas de valores.
07:24Agora, se esse negócio continuar, pode sim afetar.
07:27Agora, China, China sim é um vetor muito importante para o mercado.
07:32Sexta-feira passada, estava voltando ainda de Porto Alegre,
07:35deu aquela sacudida toda.
07:38Voltar a falar de tarifa de 100% para a China é um retrocesso.
07:42Quando isso aconteceu lá em abril,
07:44bolsa caiu,
07:45o mercado entrou num certo modo de pânico durante algum tempo
07:49e depois as coisas foram se ajustando.
07:53Aparentemente, o que parece estar acontecendo
07:56é uma postura mais aguerrida da China,
08:00usando a sua principal alavanca de negociação,
08:03que é a questão dos minerais raros.
08:06A China hoje exporta 70% daquilo que é consumido
08:09de minerais raros do mundo vem da China.
08:11A maior reserva de minerais raros do mundo é da China.
08:15E os Estados Unidos precisam e são dependentes disso.
08:17Ora, tarifas afetam muito a economia chinesa,
08:22que não vai lá tão bem,
08:23já não cresce mais do que crescia no passado.
08:26Tarifas são muito ruins para a economia chinesa.
08:29Agora, falta de acesso aos minerais raros
08:31também é muito ruim para a economia americana.
08:34Então, os dois parecem que estão se alavancando
08:37para chegar e tentar aí sim negociar
08:40de uma forma mais dura no dia 1º de novembro,
08:43onde é estimado que vai ter um encontro
08:45entre o Trump e o Xi.
08:46O Xi ainda não confirmou.
08:48O Trump disse que vai estar lá na Coreia
08:50e que os dois podem conversar e resolver isso.
08:54Enquanto isso, a gente vai seguindo,
08:55tendo volatilidade e isso vai sim impactando
08:58o mercado financeiro.
08:59Deixa eu só fazer mais uma pergunta,
09:01puxando agora o lado do Brasil,
09:03porque o ministro das Relações Exteriores
09:05já está nos Estados Unidos
09:07para conversar com o Marco Rubio
09:10e há uma expectativa de que,
09:12além de ser a primeira conversa frente a frente,
09:16existe a expectativa de uma marcação efetivamente
09:20de um encontro entre o presidente Lula e Donald Trump.
09:22Agora, em relação ao tarifácio aqui no Brasil,
09:25é possível esperar?
09:27Há uma mudança já de expectativas
09:30em relação às últimas semanas, não é, Will?
09:33Olha, eu diria que a negociação vai ser dura.
09:38O Marco Rubio é sabidamente um cara
09:40bastante contrário à ideologia atual dominante
09:45no governo, à posição do governo
09:47em relação a diversas questões.
09:49Então, em tese, é um negociador
09:51que tende a ser bastante duro com o atual governo.
09:54A ideologia deve bater ali.
09:56Agora, por outro lado,
09:57os americanos, em geral,
09:59são bastante pragmáticos
10:01e o que o governo Trump tem feito até então
10:05é a estratégia, aquela arte do deal,
10:08a arte da negociação dele
10:10é colocar o elefante na sala
10:12e depois tirar,
10:13mas deixa ali um burrinho na sala
10:15e o pessoal já se acostumou,
10:16estava acostumado com o elefante
10:17e o burrinho já não incomoda.
10:19O que eu estou querendo dizer com isso?
10:21Olha, jogou as tarifas em vários lugares lá em cima,
10:24sentou para negociar
10:25e fechou, por exemplo, com a Europa em 15%.
10:27Ora, 15% um tempo atrás era algo muito ruim,
10:31mas depois de você estar falando em números muito maiores,
10:33acabou que não ficou tão ruim para a Europa.
10:36E com o Brasil, eu acho que pode ser, sim,
10:38algo nessa linha.
10:39O Donald Trump já deu aqueles comentários
10:41falando da química entre ele e o presidente Dula
10:43e tudo mais.
10:45Então, penso eu, sim,
10:46que essas tarifas podem ser reduzidas
10:48para o caso brasileiro,
10:49uma negociação melhor,
10:51mas ainda assim com tarifas maiores
10:54do que inicialmente se previa
10:56e esse é um pouco do modus operandi
10:58desse atual governo aqui nos Estados Unidos.
11:00Will Castro Alves,
11:02estrategista-chefe da Avenue,
11:04direto dos Estados Unidos,
11:05como sempre,
11:06muito obrigado pela participação na Jovem Pan,
11:08bom descanso para você,
11:09a gente volta a se falar.
11:10Um abração.
11:12Obrigado, tchau.
11:12Tchau.
11:13Tchau.
11:13Tchau.
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