Motta nega traição após rejeição da PEC da Blindagem e avança em negociação da isenção do IR

Name: Motta nega traição após rejeição da PEC da Blindagem e avança em negociação da isenção do IR
Uploaded: 2025-09-25T23:17:39+00:00
Duration: 10 min 47 s
Channel: Jovem Pan News

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há 2 meses
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), negou que tenha traído o Centrão após a rejeição da PEC da Blindagem no Senado. A decisão de derrubar a proposta irritou líderes da base aliada do governo e causou um racha na aliança. Além disso, Motta se articula para derrubar o veto de deputados sobre a isenção do Imposto de Renda. Reportagem: Rany Veloso.

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00:00Esquentou no Congresso Nacional, depois da derrubada da PEC e da blindagem, o clima permanece muito tenso.

00:06Os presidentes da Câmara, Hugo Mota e do Senado, Davi Alcolumbre, estão se estranhando.

00:12E também hoje, nós tivemos a oitiva com o careca do NSS na CPMI, que investiga as irregularidades no órgão, os descontos ilegais.

00:23E de novo, o clima esquentou, assim como ontem, na oitiva com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

00:28Nesta quinta-feira, houve um entreveiro entre o advogado do entrevistado, de quem compareceu ao Congresso Nacional,

00:39que acabou explicando, tentando explicar a situação do NSS, mas ele não quis responder a maioria das perguntas.

00:45Mas a gente começa falando sobre o clima entre Davi Alcolumbre e com o presidente da Câmara, Hugo Mota.

00:52Os detalhes com a repórter Rani Veloso. Como é que está, afinal, a relação entre eles?

00:58Você fala aí do túnel do Senado. Boa noite pra você, bem-vinda e bom trabalho.

01:05Obrigada, Tiago Berraes. Boa noite a você e a todos que nos acompanham ao vivo, direto de Brasília.

01:10Olha, o clima segue tenso entre os presidentes das duas casas aqui do Congresso Nacional.

01:15Ontem a gente mostrou aqui ao vivo que eles teriam um encontro por volta das onze horas da noite ou até meia-noite.

01:24Esse encontro foi confirmado pelo relator do projeto da Anistia, o deputado federal Paulinho da Força.

01:31Mas não aconteceu. Ele negociou pessoalmente o encontro, tanto com o Hugo Mota, acompanhei aqui de perto,

01:38e depois, com Davi Alcolumbre, confirmou que iria ocorrer.

01:42Mas, no final das contas, esse clima de guerra fria, de tensão entre os dois,

01:48essa expressão, clima de guerra, foi usada também por Paulinho da Força,

01:52impediu que esse encontro acontecesse.

01:54Isso por causa do desgaste das pautas que vem acontecendo nas últimas semanas.

01:58A PEC da blindagem, a gente mostrou aqui nessa semana, foi uma derrota para a Câmara,

02:04derrota sacramentada aqui pelo Senado Federal.

02:08Claro que muito pressionado pela opinião pública, mas não deixa de ser uma derrota.

02:13Eles também disseram que havia um acordo aqui nos bastidores,

02:18havia um acordo para que Davi Alcolumbre não fizesse o que fez com essa PEC da blindagem.

02:23Ela foi votada na Câmara, mas havia sim uma conversa aqui com o Senado

02:26para que ela fosse votada e até aprovada.

02:30Talvez não tivesse essa repercussão toda.

02:32Outra coisa também é a isenção do imposto de renda.

02:35A gente viu que ontem aqui no Senado, eles aprovaram na Comissão de Assuntos Econômicos

02:40em caráter terminativo, ou seja, já foi para a Câmara dos Deputados,

02:44a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil,

02:47e entre R$ 5.001 e R$ 7.350, de forma parcial.

02:53E esse projeto tem ali dois nomes que são opositores no estado de Alagoas.

03:00Renan Calheiros foi o relator da proposta aqui, foi ele que desintercou essa proposta,

03:05e Arthur Lira relata essa proposta da isenção do imposto de renda na Câmara.

03:09Então, gerou também um desgaste entre as duas casas.

03:13Então, todo esse clima, consequentemente, vai impactar nos próximos passos de projetos,

03:21como, por exemplo, a anistia.

03:24E isso tudo está sendo negociado.

03:25Agora, Tiago, para devolver para você, eu vou para uma apuração que eu fiz de bastidor.

03:29O que eu ouvi aqui de fontes do Congresso Nacional?

03:33Que o presidente da Câmara, Hugo Mota, diante dessa repercussão negativa contra o Congresso Nacional,

03:41especialmente contra a Câmara dos Deputados, ele quer pautar sim pautas,

03:46quer ali colocar em votação pautas positivas, como a isenção do imposto de renda,

03:50que é uma coisa que interessa aos brasileiros e foi promessa de campanha do presidente Lula.

03:54Mas ele está negociando com a pauta de interesse dele.

03:58Claro que é um pacote, foi isso que eu ouvi de uma fonte, é um pacote de pautas,

04:04não é só a isenção do imposto de renda.

04:06E ele está negociando para derrubar o veto daquele projeto de lei complementar

04:11que aumenta o número de deputados de 513 para 531.

04:15Isso porque o Estado dele, o Estado da Paraíba, seria um dos afetados

04:20se, de fato, eles não conseguirem derrubar esse veto.

04:24É uma pauta negativa, mas o Gumota está tentando garantir o apoio desses parlamentares também.

04:32Pois é, o clima, então, azedou e você vai voltar daqui a pouquinho

04:35para falar sobre o processo no Conselho de Ética contra o deputado Eduardo Bolsonaro.

04:40Até daqui a pouquinho, Rani, vou chamar os nossos comentaristas,

04:43hoje três comentaristas aqui no Jornal João Empan,

04:45aqui nos estúdios chegando Deise Siocari, Adora Kramer e aqui é o meio, o nosso Fernando Capês.

04:51Bom, bem-vindo a todos, eu começo aqui pela Deise, que está nos estúdios,

04:55o clima azedou, será que isso vai fazer com que as pautas subam no telhado,

05:00como a própria Anistia, que agora mudou de nome para a dosimetria?

05:04Bem-vinda, Deise.

05:07Boa noite, Tiago, boa noite aos meus colegas, boa noite à audiência da Jovem Pan.

05:12Eu quero chamar a atenção para um ponto no meio dessa confusão toda

05:16entre o Mota e o Alcolumbre, que sem querer o Congresso Nacional

05:22acabou fornecendo uma trégua involuntária para o presidente Lula,

05:26porque enquanto eles ali se digladiam e sofrem esse desgaste

05:31por causa da pressão popular, o presidente Lula consegue respirar.

05:35Obviamente essa trégua é muito frágil, Tiago, ela não deve durar muito,

05:39mas ele pode ali agora usar o argumento de que ele vai pautar,

05:43ele quer pautar o imposto de renda, que o Brasil tem que começar a olhar para frente,

05:46então provavelmente ele vai utilizar esse discurso.

05:50Agora, só para lembrar que, óbvio, não quero chover no molhado,

05:54mas o Davi Alcolumbre, quando ele recebeu a PEC da blindagem,

05:58ele encaminhou para a CCJ em três minutos.

06:01Isso já indicava, a CCJ, como ela tem esse costume de analisar a pauta

06:06com mais calma, de forma mais demorada,

06:10a gente já entendia que ali ela poderia ser enterrada.

06:12O que a gente vai ver agora no Congresso Nacional

06:15provavelmente vai ser de novo uma tentativa de pautar assuntos populares,

06:21mas o problema é o tempo, né, Tiago?

06:22Porque daqui a pouco é novembro, dezembro eles começam a pensar no recesso,

06:25tem que votar o orçamento e aí já é reeleição.

06:28Então eu duvido que o Congresso Nacional consiga, nesse ano,

06:31colocar alguma coisa de interesse popular adiante.

06:33Odora, será que é mesmo um clima azedo entre os presidentes das duas casas

06:37ou é mais, talvez, uma irritação de Hugo Mota com o relator da PEC da dosimetria?

06:43Bem-vinda, Dora.

06:45Boa noite, Tiago. Boa noite, Deise.

06:47Boa noite, Carpejo. Boa noite a todos.

06:50Olha só.

06:51Não, é uma irritação geral.

06:52Porque, claro, gente, o Senado deixou a Câmara com a bróxia na mão

06:57e muito bem deixado, tá certo?

06:59Porque todo acordo que está acontecendo, Tiago, é o seguinte,

07:03acordo tem limite.

07:05E o limite, no caso de política, eu acho que de qualquer pessoa,

07:08é a sobrevivência.

07:10A sobrevivência política.

07:12Eu acho que o limite, acho, não tenho certeza,

07:15do Alcolumbre se esgotou lá na história do aumento do número de deputados.

07:21Então não tem razão dessa irritação do Mota com ele,

07:25que ele colocou a cara para bater.

07:28Aquela proposta só passou no Senado porque ele levantou da mesa e foi votar.

07:34Coisa que não é tarefa, não é missão.

07:38O presidente da casa não é obrigado a votar.

07:42Ele foi votar porque passou raspando com 41 votos.

07:46Se não fosse o voto do Alcolumbre,

07:50eles não teriam agora oportunidade de tentar derrubar o veto do presidente Lula.

07:55Então, a Câmara reclama,

07:58mas a conta que ela estava tentando espetar no Senado

08:02era uma conta absolutamente impossível de ser paga.

08:07Então é isso, os deputados reclamam

08:11e o reclamo, a queixa, já é uma indecência em si.

08:17Porque uma PEC daquela, que teve a reação que teve,

08:21agora os deputados dizerem,

08:24reclamarem que não passou,

08:27não é porque era indecente, não.

08:29É porque o outro rompeu o acordo.

08:31Ué, quem rompeu o acordo é que está certo.

08:33Não tinha que ter o acordo, é que era uma indecência.

08:37Então, está tudo errado de lado a lado.

08:39A PEC da blindagem já ficou pelo caminho.

08:43Agora, essa discussão da dosimetria,

08:44se não for muito bem amarrada,

08:46vai parar no Supremo,

08:48como a PEC da blindagem poderia ter parado, não é isso?

08:51Bem-vindo, muito bom te rever aqui na Jovem Pan.

08:53Boa noite, Capês.

08:54Boa noite, Tiago, Dora, Deise,

08:57nossos queridos espectadores.

08:59O Brasil está ficando um país engraçado, né?

09:02Quer dizer, o Supremo Tribunal Federal,

09:04através da invocação de princípios constitucionais,

09:08toma decisões que saem da estrita legalidade.

09:11Passa quase que opções políticas quando ele toma a decisão.

09:15E agora, o Legislativo que dosa a pena,

09:17faz dosimetria de pena.

09:19Realmente é algo muito engraçado.

09:21Na questão, no entanto,

09:23eu acredito que deva se buscar um caminho.

09:26Entre o mínimo que é previsto no Código Penal

09:29e o máximo,

09:31tá, na minha opinião,

09:32a dosagem da pena

09:33dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro

09:36foi uma dosagem errada

09:38do ponto de vista da lei.

09:40Do ponto de vista...

09:41É equivocada juridicamente.

09:42Ela precisa ser corrigida.

09:44Não dá pra aplicar 14 anos em quem picha uma estátua

09:46ou passa um batom numa estátua.

09:48Então é preciso fazer individualização de responsabilidade

09:51e da dosimetria da pena também.

09:53Espero que seja construído um acordo

09:55que essas penas possam ser reduzidas

09:58aos patamares da estrita legalidade,

10:01ou seja, crime de dano,

10:04violação de domicílio,

10:05invasão de local público e assim por diante,

10:08e aí se consiga construir um raciocínio.

10:09Agora, só pra encerrar,

10:11a questão da rejeição dessa PEC inútil

10:14inoportuna que é a PEC da blindagem,

10:18não surpreende.

10:19O que surpreende é praticamente o passa-moleque

10:22que o Senado dá na Câmara dos Deputados.

10:24Podiam enrolar um pouco mais,

10:26ser um pouco mais delicados,

10:28brincadeira de maneira de dizer,

10:30de rejeitar essa PEC dando um tempo maior.

10:33A rejeição em tempo recorde

10:35é praticamente um puxão de orelha.

10:37Você não só derrota,

10:39você goleia,

10:40você humilha.

10:41Isso que deve ter incomodando a Câmara dos Deputados.

10:44Ficaram, como disse a Dora Cramer,

10:46com a brocha na mão.

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