O presidente chinês Xi Jinping recebeu Vladimir Putin e Kim Jong-un em Pequim (CHN). Renan de Souza e Felipe Machado explicam como a aliança trilateral representa um desafio direto à ordem internacional liderada pelos Estados Unidos.
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00:00Voltamos ao vivo com o Fast Money e o presidente chinês Xi Jinping recebeu em Pequim nesta terça-feira os aliados Vladimir Putin da Rússia e Kim Jong-un da Coreia do Norte.
00:16Esse encontro trilateral representa um desafio direto à ordem internacional liderada pelos Estados Unidos.
00:22E claro que esse é um assunto para a gente tratar e escutar com o Renan de Souza, meu parceiro de Fast Money ao vivo direto de Abu Dhabi.
00:31Renan, boa noite para você. Bom, vamos lá. Essa aliança entre nações com interesses comuns pode ser entendida como uma clara oposição ao Ocidente.
00:40Dá para a gente empacotar dessa forma? Boa noite mais uma vez.
00:45Olá, Nath. Muito boa tarde para você e para todos que nos acompanham aqui no Fast Money.
00:50Nath, a gente não pode se enganar. Essa é uma mensagem direta e clara para o Ocidente.
00:57Veja-se, leia-se, Estados Unidos, uma mensagem do presidente chinês Xi Jinping que está recebendo esses líderes que a gente pode dizer assim
01:07que são de nações que foram deixadas de lado pelo Ocidente, lideradas pelos Estados Unidos.
01:13O que Xi Jinping está fazendo neste momento é um tanto quanto histórico, porque ele está reunindo essas nações que têm alguma divergência ali com os Estados Unidos
01:23e dando uma resposta para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e posicionando a China como um país confiável e como uma opção
01:33para o que já se chama, nesse encontro ali que Xi Jinping organizou, da nova ordem global.
01:40Um desafio direto, obviamente, aos Estados Unidos e também aos países do Ocidente.
01:46Agora, houve um encontro bastante importante hoje entre Xi Jinping e também o presidente russo Vladimir Putin,
01:53e Putin disse que as relações entre China e Rússia chegaram ao maior nível da história.
02:01Só para a gente ter uma ideia, na última década, Vladimir Putin e Xi Jinping se encontraram pelo menos 40 vezes.
02:09Então, você vê que essa relação está ficando cada vez mais próxima.
02:14E agora, além desse encontro, houve a assinatura da construção para a construção de um gasoduto
02:20que se chama Power of Siberia II, que vai levar o gás da região ocidental da Sibéria para Pequim
02:28e vai passar também pela Mongólia.
02:31É uma assinatura que estava levando anos, estava um pouco atrasado,
02:35essa iniciativa entre Rússia e também China, mas isso foi acelerado ali justamente pelo motivo
02:43que a União Europeia, por exemplo, deixou de comprar o gás da Rússia depois da invasão à Ucrânia.
02:50Então, a Rússia precisa de novos mercados e a China também, que está nesse franco crescimento,
02:56precisa do gás e também vai tentar ajudar o seu parceiro de longa data, que é a Rússia.
03:02Inclusive, esse gasoduto tem capacidade para fornecer 50 bilhões de metros cúbicos por ano.
03:09E aí, o fornecimento de gás russo para a China foi assinado por três décadas e o preço ainda vai ser definido.
03:18Mas tudo isso aconteceu, a gente está falando sobre aquela Organização para a Cooperação de Xangai,
03:23que foi essa reunião iniciada por Xi Jinping.
03:26E aí, hoje, nesta terça-feira, ele recebeu o líder coreano Kim Jong-un,
03:32que chegou naquele famoso trem dele, que é um trem blindado.
03:37E amanhã, Xi Jinping vai reunir os líderes mundiais mais uma vez para um desfile
03:42que vai celebrar o 80º aniversário, a celebração do fim da Segunda Guerra Mundial.
03:49E aí, a gente vai ver amanhã, lado a lado, Xi Jinping, Vladimir Putin, Kim Jong-un,
03:55o presidente do Irã estará por lá, e Narendra Modi, o primeiro-ministro indiano,
04:00também estará em Pequim para esse grande desfile militar,
04:04que também é uma segunda mensagem da China para o Ocidente,
04:08que a China está pronta para demonstrar para o mundo todo o seu poderio militar.
04:13Nath.
04:13Está agitada a China, hein, Felipe Machado?
04:16Boa tarde para você, bem-vindo aqui.
04:17Boa tarde, boa tarde.
04:18Boa tarde, Rilana, Natália, boa tarde a todos.
04:21Como é que você está vendo, né?
04:22A gente falou bastante ontem sobre a ida do Narendra Modi, né,
04:26que é o presidente da Índia, e de todo o significado que isso traz
04:31e essas visitas de hoje, hein, Felipe?
04:34O que a gente está vendo é mais ou menos isso que o Renan falou, né,
04:36um recado claro para o Ocidente, né?
04:38Olha só a demonstração de força.
04:39E, ó, vamos lembrar o seguinte, o Modi à Índia, né,
04:43estava muito próximo dos Estados Unidos.
04:44Tanto que a Apple, recentemente, fez investimentos bilionários lá,
04:47construiu uma fábrica de iPhones, né, mudou toda a sua,
04:51transferiu toda a sua produção de iPhones da China para a Índia.
04:54Tem muitas empresas americanas com investimentos na Índia.
04:57A Índia é um grande polo de tecnologia também.
05:00E agora a Índia, com esta, o presidente Donald Trump
05:02fez duas coisas que, inaceitáveis para a Índia.
05:05Primeira foi que ele se reuniu com o Paquistão,
05:07que é um inimigo histórico da Índia.
05:09Ele até divulgou que tinha feito a paz entre a Índia e o Paquistão.
05:13Depois de um evento que teve na fronteira,
05:15eles tiveram um problema na fronteira,
05:17e o presidente Donald Trump falou que ele que conseguiu resolver,
05:20tudo se colocou como tendo alcançado a paz.
05:25E o Modi não gostou nada disso,
05:27porque, na verdade, a Índia se vê acima do Paquistão,
05:30ela não precisaria de uma terceira parte para alcançar a paz
05:35ou para resolver os seus problemas.
05:36Então, o Modi já não gostou disso.
05:38Daí vieram as tarifas, 50%.
05:41Nossa, aí é que ele não gostou mesmo.
05:43Aí foi um balde de água fria nessa aproximação da Índia com os Estados Unidos.
05:48E daí a Índia caiu no colo do Xi Jinping
05:51e, de uma maneira, se aproximou muito forte.
05:53A gente está vendo essa visita, marca mais ou menos isso.
05:56É uma demonstração que a Índia agora...
05:59A Índia e a China tinham alguns problemas.
06:00Elas tiveram, em 2020, um problema nas fronteiras,
06:03na fronteira ali, que teve, inclusive, um problema militar ali.
06:07Mas, enfim, pelo que parece,
06:09a Índia, na indecisão ali entre os Estados Unidos e a China,
06:11parece que ela optou, está optando, pelo menos, pela China.
06:15E agora, com a presença do Vladimir Putin,
06:18cadê a paz na Ucrânia, Natália?
06:19Cadê a paz na Ucrânia?
06:21Cadê aquela reunião que o presidente Donald Trump falou que ia ter
06:24entre o Zelensky e o Putin?
06:26Ninguém fala disso.
06:28O Putin foi lá, visitou o Alasca, voltou,
06:30não cumpriu nenhuma das coisas que o presidente Donald Trump
06:33tinha falado que ele ia fazer.
06:35Ou seja, o presidente Putin está fazendo,
06:38jogando o jogo da maneira que ele gosta de jogar
06:40e determinando um pouco a sua própria narrativa.
06:44Então, agora, China, Índia e Rússia,
06:47três grandes potências unidas
06:49e o presidente Donald Trump está tendo que explicar
06:52os seus problemas internos,
06:54a questão das tarifas para os juízes que estão questionando isso
06:58e outros problemas internos que ele vai ter que lidar.
07:01Então, o que a gente está vendo é uma aliança do Oriente,
07:03essas três potências,
07:04que são, inclusive, muito próximas geograficamente,
07:07se alinhando cada vez mais.
07:08E agora, com a Coreia do Norte também,
07:10que não é uma grande potência,
07:12mas tem um poderio militar também muito grande.
07:15Então, esses países agora...
07:16E o Irã também,
07:17que também não é uma grande potência militar,
07:19mas tem a sua importância geopolítica
07:22ali na região do Oriente Médio.
07:24Desculpa.
07:24Então, o que a gente vai vendo cada vez mais
07:27são essas potências se alinhando
07:29e mostrando que existe uma forma de se equilibrar
07:33a potência dos Estados Unidos,
07:35que parecia ser hegemônica,
07:36mas, pelo jeito, está longe de ser, Natália.
07:38É, está certo.
07:39Renan, quer trazer algum complemento?
07:41Renan, especificamente sobre isso que o Felipe comentou,
07:45e a guerra entre Rússia e Ucrânia,
07:47que era a conversa mais importante na semana...
07:50Foi na semana passada, não é?
07:52Foi, né?
07:52Foi retrasada, é, e aí, de repente...
07:55Retrasada.
07:55É, e aí, de repente, parece que fica meio de lado,
07:59está de lado, não está?
08:00Que atualizações você traz?
08:04Eu queria justamente tocar nesse ponto, Nat e Felipe,
08:07porque quando a gente olha os três líderes,
08:10da Rússia, Índia e também China,
08:13todos eles têm alguns problemas ali com os Estados Unidos.
08:16Então, neste momento, o presidente russo, Vladimir Putin,
08:19está lá fazendo juras de amor, vamos dizer assim,
08:24em relação à China.
08:26E o Kremlin, a Rússia, basicamente ignorou o prazo dado pelo presidente Donald Trump
08:32de duas semanas e venceu no início dessa semana
08:35para que a Rússia chegasse a uma conclusão,
08:39para que pausasse a guerra.
08:40Pelo contrário, depois da reunião com o presidente Donald Trump,
08:44a gente viu recentemente um dos maiores ataques
08:47que a Rússia já realizou contra a capital Kiev,
08:50foi aquele grande ataque que a gente até falou aqui no Fast Money.
08:53Então, a Rússia, basicamente, deixou essa questão de lado.
08:58A Índia, que está com esse problema das tarifas,
09:00recebeu tarifas de 50%,
09:02porque importa justamente petróleo da Rússia,
09:06apareceu ali na Arendra Boa de primeiro-ministro,
09:09apareceu ontem de mãos dadas com o presidente russo, Vladimir Putin.
09:14Ou seja, uma mensagem que não precisa dizer,
09:16mas a imagem diz mais que palavras,
09:18que ele não está se importando com o presidente Donald Trump.
09:21E, por fim, a própria China,
09:23que tem sua rivalidade com os Estados Unidos.
09:26Ainda não há um acordo comercial entre Estados Unidos e China.
09:29A gente precisa lembrar desse ponto.
09:32Ele está sendo negociado pouco a pouco.
09:34E Xi Jinping está no seu momento de tentar fazer esse maior,
09:39que é o maior evento diplomático realizado pela China esse ano,
09:44justamente num grande desafio aos Estados Unidos.
09:48Eu acho que uma avaliação que a gente pode fazer,
09:50aquele termo que a gente sempre escuta,
09:54o taco, Trump always chickens out,
09:56Trump sempre amarela,
09:58talvez isso reforça a tese que esses líderes
10:01não levam o presidente Donald Trump tanto a sério.
10:04Então, eles decidem desafiar as ordens do presidente Donald Trump,
10:08o que ele fala, justamente porque eles não acreditam
10:11que o presidente Donald Trump vai chegar às últimas consequências
10:14para alguns assuntos.
10:16E aí, a gente vê uma imagem como essa,
10:18uma imagem extremamente poderosa,
10:21que é uma resposta,
10:22é uma mensagem muito clara para o Ocidente.
10:25leia-se diretamente Estados Unidos, Nath e Felipe.
10:29É, Natália, uma coisa que é curiosa,
10:31quando a gente vê Índia e China,
10:33olha só o tamanho desses países combinados,
10:36o tamanho da população.
10:38Tem quase 3 bilhões de pessoas,
10:40quase metade do mundo, se for ver,
10:42está ali naquela região.
10:43Então, realmente uma aliança muito interessante.
10:45E o próprio Xi Jinping falou,
10:47ele falou que é o seguinte,
10:48que é a hora do elefante e do dragão se unirem.
10:51O elefante é o símbolo da Índia,
10:53e o dragão, o símbolo da China.
10:54Então, tem um simbolismo muito grande
10:56essa aliança entre Índia e China.
10:58Se eles se mobilizarem e criarem algum tipo de,
11:01por exemplo, levarem mais a sério o BRICS,
11:03por exemplo, uma zona de livre comércio em Índia e China,
11:05imagina o potencial que tem isso para os consumidores.
11:08Então, está se desenhando uma aliança.
11:10O presidente Donald Trump conseguiu o que ele não queria,
11:13que era justamente unir todos os BRICS
11:16e transformar o BRICS num bloco que existe de verdade.
11:18Porque o BRICS, até pouco tempo atrás,
11:20era só ali alguns países que tinham uma espécie de acrônimo
11:26que era um trocadilho, BRICS, tijolos em inglês,
11:29sem o K ali.
11:31Era um trocadilho, era um acrônimo que fazia um certo sentido,
11:33era divertido ali, BRICS e tal.
11:35Mas agora parece que está se tornando meio que um bloco
11:38que vai desafiar os Estados Unidos de maneira cada vez mais séria,
11:42não só na econômica, como política também.
11:44E só para concluir, Nath,
11:45uma coisa que eu acho que é interessante,
11:47é que é o seguinte, o presidente Donald Trump,
11:49para ele, a geopolítica é um palco,
11:53é uma cena, ele atua ali.
11:56Só que o Vladimir Putin, o Xi Jinping,
11:58os outros líderes mundiais não veem aquilo como palco,
12:01eles veem aquilo como um palco de guerra,
12:03quer dizer, como um cenário real.
12:05Então, o presidente Donald Trump se encontra com o Putin,
12:08faz ali a foto e tal,
12:09e acha que só por isso o Putin vai também levar
12:11como uma cena de TV, como o presidente Donald Trump.
12:14Não, o presidente Putin não leva aquilo como um reality show,
12:18ele leva aquilo como um reality só,
12:20só a realidade mesmo.
12:21Então, é uma postura muito diferente,
12:24que é justamente por isso que a gente vê
12:26que o presidente Putin não está ligando para os prazos,
12:30para as datas ali, para os prazos que o Donald Trump colocou,
12:33e está tocando a narrativa dele, a vida dele,
12:36que continua com a guerra da Ucrânia,
12:37como se nada tivesse acontecido.
12:38Aquele encontro foi mais um encontro para as fotos e tudo mais,
12:43no caso do Donald Trump,
12:44e para o Putin também sentir um pouco
12:46como é que o presidente americano estava pensando.
12:49Mas parece que não evoluiu muito a partir daquilo.
12:52Vamos ver o que vai acontecer daqui para frente.
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