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Em entrevista ao Direto Ao Ponto, o Secretário Nacional de Segurança Pública, Mairo Luiz Sarrubbo, avalia os riscos de infiltração do crime organizado nas polícias brasileiras. Ele detalha como as facções criminosas tentam expandir sua influência dentro das instituições, os desafios de controle interno e a necessidade de reforçar mecanismos de inteligência garantir a segurança pública.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/6lsFYWct8t8

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Transcrição
00:00A sociedade se sente segura?
00:02Nem um pouco.
00:03Pra denunciar?
00:04Não.
00:04Porque ela vê muitas vezes promotores serem ameaçados.
00:09O César também cobriu o Machadinho, que é um juiz que morreu.
00:12Em virtude do PCC.
00:13Assassinado pelo PCC.
00:14Criado na porta do fórum do presidente.
00:15Exatamente.
00:16Então assim, a gente vê situações de autoridades que são ameaçadas muitas vezes.
00:20Lincoln Gaki, que a gente sempre fala aqui também, que é o promotor do Gaeco.
00:23Então assim, diferentes autoridades que são ameaçadas muitas vezes perdem realmente a vida, né?
00:27Por isso.
00:27Descredibiliza. E aí tem o vazamento de informações de pessoas que estão foragidas.
00:31Então isso vai descredibilizando também a sua.
00:33E sobre o vazamento, secretário, eu queria te perguntar sobre essa questão da infiltração,
00:36só pra a gente arrematar pelo menos essa parte aqui do debate.
00:39Quando se fala em infiltrados, nas forças de segurança, naqueles que deveriam cuidar
00:44pra que as investigações acontecessem da melhor maneira possível,
00:47o número de detecções desses casos até agora chama muito a atenção?
00:51É um número muito elevado, digamos assim, pra algo que seja aceitável aqui no país?
00:56Eu não acho que é um número elevado.
00:58Ele existe, mas acho que o país tem um grande déficit com as forças policiais.
01:03Nós precisamos entender que segurança pública, ela tem um custo.
01:06Eu gosto sempre de dizer isso.
01:09Governadores, e não é ABC, não é política, é técnico.
01:12Governadores têm mania de quando assumem o governo de um outro partido,
01:17a mudança na segurança pública é pintar o carro da polícia militar diferente.
01:23Não é isso?
01:24Ao invés de efetivamente se investir na carreira policial.
01:27O Brasil tem um problema que o policial, ele continua sendo mal remunerado,
01:32ainda se inventam outros métodos pra ele trabalhar mais, pra ele ganhar mais.
01:37O policial de folga faz o bico, institucionalizar o bico, e tá tudo errado.
01:42Ou você investe na carreira policial pra ela se tornar uma carreira atrativa,
01:47em que ele é bem remunerado.
01:48Por que a Polícia Federal hoje vai tão bem?
01:52Porque em algum momento mudaram a chave lá atrás,
01:55e eu sei que momento foi esse, tem que se dizer um nome aqui,
01:57Márcio Tomás Bastos, que mudou a Polícia Federal de uma forma,
02:01que hoje ela é bem remunerada, um delegado federal...
02:05O agente pensa antes de aceitar...
02:08É muito mais difícil isso acontecer, porque ela é uma instituição hoje...
02:14Agora, é muito difícil você falar em polícias militares aqui em todo o Brasil,
02:18ainda muito mal remuneradas, muito aquém daquilo que se exige.
02:22Então, isso prejudica na formação e tudo mais.
02:25Tudo isso vai colaborando pra essa infiltração.
02:28que não é, olha, eu digo, que ela ainda é pequena,
02:34quando nós consideramos essa desestruturação do sistema de segurança do país.
02:39Nós precisamos olhar pro sistema de segurança do país.
02:42É o que eu costumo dizer, a gente tem trabalhado demais pra fortalecer os policiais.
02:46Como, por exemplo, um programa que nós vamos rever, que é o Habito Seguro.
02:49O policial tem que morar.
02:51Ele não pode morar na comunidade.
02:52Qualquer policial civil e militar?
02:54Ele tem que morar e tem que morar bem.
02:56Policial civil e militar?
02:57Sim, nós temos um programa, o Habito Seguro, que não tá funcionando.
03:00E agora nós estamos propondo uma reforma dele,
03:03uma determinação do ministro Lewandowski,
03:05que é muito preocupado com o ser humano, com o profissional policial.
03:10Daí por que nós estamos reformulando?
03:13Porque você tem que valorizar, tem que ser uma carreira atrativa.
03:15Não pode ficar que nem o Brasil tem grandes problemas.
03:19Então, a gente brincar...
03:20Um amigo meu outro dia brincou,
03:22meu filho disse que vai ser professora.
03:23Disse, não, pelo amor de Deus, o professor ganha muito pouco.
03:26Vai fazer outra coisa.
03:27Acontece o mesmo com o policial.
03:29Você fala, ganha muito pouco.
03:30Tem que ser profissões muito bem remuneradas.
03:34Tem que ser profissão muito valorizada.
03:35Como é que você não pode valorizar o professor no Brasil?
03:38Como é que você não pode valorizar o policial no Brasil?
03:41Então, se há infiltração,
03:42vou focando aqui nas polícias,
03:44é porque nós estamos deixando de lado
03:47os investimentos necessários no profissional,
03:51na carreira dos policiais civis, militares e assim por diante.
03:54Mas eu vou passar a palavra para você?
03:56Vai lá.
03:57Não, vai lá, Salário.
03:58Você e depois o Adam eu passo para você, tá?
04:00Eu queria saber como é que muda essa questão,
04:02além do discurso.
04:03Como mudar?
04:04Olha, eu, por exemplo, só voto em governador
04:08ou alguém que invista no profissional.
04:11Porque é o ser humano que faz a diferença.
04:13Não é a pintura do carro.
04:15Muitas vezes você investe menos no veículo, etc e tal,
04:19e investe mais no ser humano.
04:20Porque é o profissional que faz a diferença.
04:23Um profissional qualificado, um profissional bem remunerado,
04:26ele faz a diferença onde quer que ele esteja.
04:28O Brasil precisa de polícia comunitária.
04:30O Brasil precisa que nas comunidades
04:33o policial seja de confiança da população,
04:35seja um profissional que ele confia.
04:37E para isso ele precisa estar qualificado,
04:39ele precisa estar muito bem remunerado.
04:41Ele tem direito a descansar.
04:43Ele não precisa fazer bico para descansar,
04:45para ganhar um salário razoável.
04:47E é razoável, não é que ele possa ganhar bem.
04:49É razoável.
04:50É, mas a gente se analisou, né?
04:51DGEM, delegada...
04:53Está errado.
04:54Me perdoe.
04:55Está errado, na minha opinião.
04:56E fora quando esse bico
04:57não é no próprio empreendimento do criminalizado.
05:00Tem um dia que o policial está fardado,
05:03no outro dia está fazendo, por exemplo,
05:04a segurança para a empresa de ônibus
05:06com ligação à máfia.
05:07E foi o que nós vimos aqui
05:08no aeroporto de Guarulhos.
05:11Delator do PCC é o Crisba, né?
05:13É.
05:13Agora, não seria o caso
05:15da gente criar uma espécie de SUS
05:16da segurança pública?
05:18Porque a legislação,
05:19ela confere aos estados
05:21toda a responsabilidade da segurança pública.
05:25Entretanto,
05:26ela não tem mais limite de estado,
05:27não tem mais fronteiras.
05:29Não seria o caso da gente
05:30dar mais flexibilidade
05:32para o governo federal
05:33atuar diretamente
05:35na segurança urbana mesmo?
05:37Obrigado.
05:38Te agradeço pela pergunta.
05:39É tudo que eu queria.
05:40É o que o senhor está tentando fazer
05:42desde que entrou?
05:43Esse é o que o ministro Lewandowski...
05:44Aquela palavrinha política que...
05:45E não vazou a pergunta, né?
05:47E não vazou a pergunta.
05:48O ministro Lewandowski, de fato,
05:51desde que nós lá chegamos,
05:54ele tinha isso na cabeça,
05:56a PEC do Lewandowski,
05:58como a gente diz,
05:59do ministro Lewandowski,
06:01porque nós temos,
06:02e ele principalmente,
06:03como um grande condutor lá do ministério,
06:05ele tem justamente essa ideia.
06:07E é preciso estabelecer parâmetros mínimos
06:10em termos de Brasil
06:11sem interferir na autonomia dos estados.
06:13Eu acho que nem precisa fazer interferir
06:16no policiamento e etc.
06:18Não é nada disso.
06:19Mas é muito mais parâmetros mínimos.
06:21Não dá para o estado hoje
06:22ter um sistema prisional ígido
06:25e o estado ao lado
06:26não estar com um sistema prisional abandonado.
06:29Então a PEC, ela vem nesse sentido.
06:31Não dá para o estado ter uma polícia
06:33totalmente destroçada,
06:36um salário ruim, etc e tal,
06:38e o estado investir.
06:39O estado ao lado,
06:40ou nem precisa ser ao lado
06:41com a tecnologia hoje,
06:43a gente vê do estado do sul
06:45o crime organizado dando ordens
06:47para matar alguém no estado do norte.
06:49Então nós precisamos ter um Brasil
06:50mais unificado,
06:51com padrões mínimos.
06:53E essa questão da profissionalização,
06:55do salário do policial,
06:56essa pode ser uma vertente importante.
06:58Claro que o governo federal
06:59tem que entrar com recursos também,
07:01não é tão simples.
07:02E a ideia da PEC,
07:03ela é, na verdade,
07:05a ideia de construir
07:07as políticas públicas
07:08através do diálogo.
07:09A PEC era centralizada
07:11no Conselho Nacional de Segurança Pública
07:13com representatividade de todos.
07:16Então não é que o ministro Levandros
07:17vai sentar comigo lá
07:18e nós vamos decidir
07:19quais são os parâmetros.
07:20Ao contrário,
07:21isso vai ser discutido.
07:22E como é que o senhor apalha
07:23a resistência de alguns governadores?
07:25Acho que é político, né?
07:26É muito mais político
07:27porque a PEC,
07:29o ministro foi muito habilidoso
07:30nesse debate,
07:31e ele conversou com os governadores,
07:33participei de algumas reuniões,
07:35o ministro foi,
07:36inclusive inseriu
07:39parágrafos,
07:41artigos,
07:41por sugestão dos governadores.
07:43Eu acho que, no fundo,
07:44todos eles concordam
07:45e eu tenho dito que
07:46não acho que vai haver resistência
07:48no Congresso Nacional, não.
07:50Eu acho que ela vai ser aprovada
07:51porque ela é algo necessário hoje,
07:53como disse o nosso amigo aqui
07:55dos transportes.
07:55Depois vai você, tá, Galvão?
07:57Não, mas a pergunta que fica aí,
07:59então por que o governo volta atrás?
08:00Porque uma questão
08:01que foi trazida agora
08:02é em relação ao PIX,
08:03porque o PIX
08:05ele não consegue ter um rastreio.
08:06Aí, vários políticos foram,
08:08se manifestaram,
08:09falaram que iria verificar
08:12aquilo que a pessoa tá gastando
08:14pra depois tributar e tudo mais.
08:15O governo criou uma medida
08:16pra tentar gerar uma rastreabilidade
08:18em relação aos recursos,
08:19porque hoje,
08:20ninguém hoje usa dinheiro em papel,
08:22e o governo foi e voltou atrás.
08:24Então por que que volta atrás
08:24das medidas que às vezes
08:25vão ser benéficas
08:26pra favorecer a segurança pública?
08:28Olha, essa questão política,
08:30eu realmente,
08:31eu procuro ficar de fora.
08:33Eu tô na questão muito mais...
08:34Mas não é importante também?
08:36Mas o que eu digo a você
08:37é o seguinte,
08:38eu sempre fui
08:41um dos que mais lutou
08:43pra que a gente pudesse
08:45ter a fiscalização,
08:47em especial das fintechs.
08:48A gente já tava conversando
08:49com o Banco Central,
08:51e eu até dei uma declaração
08:52numa das entrevistas
08:53que eu dei esses dias,
08:54falando o seguinte,
08:54pra mim a melhor notícia
08:55foi a do ministro Haddad
08:58que declarou que agora sim
09:01as fintechs estarão
09:02no radar, né,
09:03do Banco Central,
09:05da Fazenda...
09:05Terão as mesmas regras
09:05dos bancos tradicionais.
09:06As mesmas regras dos bancos,
09:08e isso é necessário,
09:10porque veja,
09:11o cara tem um, dois milhões,
09:13três milhões de reais,
09:14ele abre uma fintech,
09:15e a partir daí
09:15circula quanto ele quiser,
09:17abaixo,
09:18ou melhor,
09:19nas profundezas,
09:20como eu gosto de dizer.
09:21Não pode ser...
09:22Não tem problema de comunicação
09:23também, secretário,
09:24porque aí virou uma questão
09:26política de novo, né,
09:27aí alguns políticos
09:28usaram isso,
09:29ah, tá vendo,
09:30aqueles que foram contra o PIX
09:32estão contribuindo com o PCC,
09:33e lá atrás,
09:34a mesma coisa,
09:35então,
09:35campos ideológicos,
09:36direita e esquerda
09:37ficam nessa briga,
09:38e quando a gente tem
09:39alguma coisa pra resolver
09:40a segurança pública,
09:41ou pelo menos criar um avanço,
09:43é desfeito.
09:44O crime organizado,
09:46ele agradece.
09:47Exatamente.
09:48Ficam nessas guerras
09:49de narrativas e...
09:50O ministro Levandóvis
09:51sempre diz,
09:52nós somos técnicos
09:53e segurança pública
09:54é uma questão de Estado
09:56e não de governo,
09:57e é assim que a gente
09:57tem tratado essa questão,
10:00não é?
10:00Então,
10:01é preciso que haja
10:02um consenso nacional,
10:04porque segurança pública
10:05é hoje
10:06a preocupação
10:07de todas as pessoas,
10:08não é?
10:09Eu ando na rua,
10:10encontro com os amigos
10:10e tal,
10:11e todos indagam,
10:12olham pra mim,
10:12falam,
10:13e aí,
10:13como é que as coisas,
10:15não é?
10:15E tudo mais,
10:16e eu digo,
10:16estamos trabalhando lá.
10:18Secretário,
10:18os ministérios se convertem?
10:20Os ministérios se conversam?
10:22Porque a gente fala
10:22tanto que os governadores,
10:24perdão,
10:24a gente fala tanto que os governadores,
10:26as polícias não se conversam,
10:28mas os ministérios,
10:29por exemplo,
10:30o senhor citou
10:30uma medida
10:32que o ministro Haddad fez.
10:34Por exemplo,
10:35a gente tem,
10:36já está discutindo,
10:37ainda na questão do transporte,
10:38mas sem sair do foco,
10:40o novo marco regulatório
10:42do transporte público,
10:43que vai determinar,
10:44por exemplo,
10:45regras de licitação.
10:47A gente teve em São Paulo
10:48um problema de uma licitação
10:49aparentemente viciada.
10:52Os ministérios
10:52estão se conversando?
10:55Olha,
10:55bastante.
10:56A gente passa a semana
10:57fazendo reuniões,
10:59os técnicos,
11:00os secretários,
11:01eu vivo conversando,
11:03por exemplo,
11:04trazendo aqui
11:05a questão das bets,
11:07nós trabalhamos direto,
11:08muito próximos lá
11:09daquela secretaria
11:10que cuida das bets,
11:12e essas questões regulatórias,
11:15a gente está sempre
11:16muito próximo.
11:17O ministro Lewandowski
11:18conversa demais
11:19com todos os outros ministros,
11:21essa é uma constante.
11:22Agora,
11:22o Brasil é complexo,
11:24nós trabalhamos
11:25num país continente,
11:27e são muitas coisas.
11:31E a gente tem tentado,
11:33o que eu posso dizer,
11:34e aqui eu vou fazer
11:35a defesa explícita
11:36dos nossos ministros,
11:38do ministro Lewandowski,
11:39e de todos os técnicos
11:40ali que estão trabalhando.
11:42Na verdade,
11:42a gente conversa sempre.
11:44Agora,
11:44a gente não acerta sempre,
11:46e às vezes,
11:47uma coisa ou outra
11:47vai acabar escapando,
11:49como é comum
11:49em qualquer ato da vida.
11:51Mas a gente conversa bastante.
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