Brasil e México firmaram acordos de cooperação em áreas como agronegócio, biocombustíveis, competitividade e aviação. Liborio Rauber, presidente da Câmara do Brasil no México, analisa os desdobramentos, o impacto nos setores de carne, soja, automóveis e turismo, além do cronograma para atualizar os acordos comerciais ACE 53 e ACE 55.
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00:00A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, descartou nesta quinta-feira a assinatura de um acordo de livre comércio com o Brasil.
00:09Mas a visita ao México do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, terminou com a assinatura de acordos de cooperação entre os dois países.
00:19Brasil e México, as duas maiores economias da América Latina, enfrentam uma forte pressão das políticas comerciais do presidente americano Donald Trump.
00:27Os dois países assinaram acordos de cooperação em áreas como biocombustíveis e competitividade, durante a visita ao México do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin.
00:38Mas Sheinbaum afirmou que um tratado mais amplo não está previsto.
00:42O Brasil enfrenta tarifas de 50% dos Estados Unidos, enquanto o México negocia um acordo de longo prazo com Washington, para evitar a imposição de tarifas alfandegárias.
00:52Durante um telefonema com Sheinbaum, no final de julho, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou a importância de aprofundar a relação comercial com o México
01:02para enfrentar o momento de incerteza que o país passa devido às tarifas alfandegárias.
01:08Desde então, Brasília busca expandir o atual acordo de cooperação com o México e ampliar o fluxo de mercadorias entre os países,
01:14com foco em setores como farmacêutico, agrícola e aeroespacial.
01:19O resultado da conversa foi compartilhado por Lula nas redes sociais.
01:23O secretário de Economia do México, Marcelo Ebrard, anunciou nesta quinta-feira que ambos os governos assinaram um memorando de entendimento
01:31para iniciar os esforços de cooperação que também permitiriam ao México aumentar as suas exportações automotivas para o Brasil.
01:38Também foi proposto um pacto entre as agências reguladoras de saúde de ambos os países para acelerar a aprovação de novos medicamentos
01:46e colaborar na exploração de petróleo em águas profundas.
01:51Após a agenda oficial de dois dias no México, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, detalhou os próximos passos das negociações.
02:01É bom esclarecer que em nenhum momento se pensou em ter livre comércio.
02:09Livre comércio nós temos no Mercosul, que é um tratado.
02:13Então você tem ali o livre comércio e a união aduaneira.
02:18O que nós estamos trabalhando com o México é atualizar, ampliar o acordo de comércio exterior de investimento,
02:32chamado ACS 53 e ACS 55.
02:36Eles têm mais de 20 anos, esses acordos, e no caso do ACS 53, ele cobre praticamente 12% só do setor produtivo.
02:45Então ele tem uma cobertura pequena.
02:49Então foi feito um entendimento, aliás, com a presença da presidenta do México, a presidenta Cláudia,
03:01ela participou, e tem um cronograma que eu vou pedir até para distribuir para vocês.
03:08Então tem um cronograma que começa neste mês, agora de agosto, nesses dias, que é o...
03:18Depois, em setembro, elaboração e adoção de termos de referência.
03:25Outubro, decisão formal em reunião da comissão administradora.
03:30Consultas e obtenção de apoio do setor produtivo nacional, tanto no Brasil quanto no México.
03:39Dezembro, o início oficial das negociações.
03:44Janeiro, intercâmbio de informações.
03:47Fevereiro, relatório e intercâmbio de ofertas tarifárias.
03:52Abril, a primeira rodada de negociação.
03:57Maio, segunda.
03:59Junho, terceira.
04:00Julho, encerramento das negociações.
04:05Em agosto, assinatura do instrumento.
04:08Então, nós vamos, mais de um quarto de século depois, quase 25 anos depois, mais de 20 anos depois,
04:16atualizar e ampliar o ACE 53 e o ACE 55, com o cronograma que vai ser distribuído para vocês,
04:28mas que a gente espera concluí-lo até o mês de julho de 2026, com o encerramento das negociações.
04:39Para me ajudar a analisar os desdobramentos comerciais e quais os contratos foram assinados
04:46durante o encontro entre as duas maiores economias da América Latina,
04:50eu convido para essa conversa o Libório Halber, que é presidente da Câmara do Brasil, no México,
04:57a quem eu agradeço a presença aqui e agradeço, inclusive, a disponibilidade à distância,
05:02porque o senhor Libório está lá no México, participou dessas reuniões
05:06e tem informações aí mais do que privilegiadas.
05:10Senhor Libório, em linhas gerais, quais são as vantagens do Brasil?
05:13O presidente Geraldo Alckmin, de volta aqui à capital Brasília,
05:18vai trazer o quê de boas notícias ali debaixo do braço com os acordos assinados?
05:24Quais os principais instrumentos que Brasil e México concordaram em cooperar,
05:30pelo menos na área comercial?
05:32Boa noite mais uma vez ou final de tarde para o senhor aí no México.
05:36Boa tarde, Marcelo.
05:40Muito obrigado, é um prazer estar conversando com você.
05:43A agenda que o Brasil traz é aumentar a participação no agronegócio.
05:50O Brasil, de tudo o que vem evoluindo na exportação, principalmente de proteína de carne,
05:57representa uma participação só do 12% de tudo o que o México importa.
06:02O país completo, de tudo que é proteína, contando suínos, frangos, o gado,
06:09o México está importando por ano até 7,4 bilhões de dólares
06:13e o Brasil tem uma participação de 886 milhões de dólares.
06:17Já com essas reuniões, essas mesas que teve de negociação e ampliação,
06:25a gente vai ver nos próximos meses já uma maior participação.
06:30A ampliação de uma cota preferencial que o Brasil tem já para exportação de carne para o México
06:36e o México vai aumentar a participação da importação da parte de proteína.
06:41Entra também outros produtos do agronegócio, como o caso da soja, o caso do milho.
06:47Mas também foram assinados dois memorandos de entendimento, MOU,
06:51onde o Brasil vai ter uma maior participação em transferir tecnologia
06:56para aumentar o nível de competitividade do México, nesse caso,
07:00e pelo lado também da transferência de tecnologia nos biocombustíveis,
07:08onde o México depende 100% do que é petróleo.
07:11E, nesse caso, o Brasil já tem um melhor desenvolvimento desde os anos 80
07:15com a parte do álcool, o etanol.
07:18Então, a ideia do Tratado Livre Comércio está,
07:23mas o que se vai ampliar são os acordos de cooperação econômica, o acesso.
07:29Libório, claro que a gente pensa em América Latina,
07:32embora nós estamos em eixos diferentes,
07:36o México é um representante da América Latina na América do Norte
07:40e nós, aqui no Brasil, somos a maior porção da América do Sul,
07:44existem algumas semelhanças.
07:46Entre elas, a gente estava falando aqui de commodities,
07:49a primeira coisa que vem à cabeça de todo mundo,
07:51a agropecuária e até alguns elementos do plantio
07:55que podem ser parecidos e pode haver essa cooperação,
07:58mas eu queria falar, Libório, de produtos de alto valor agregado.
08:02Eu tenho uma ideia de que a nossa indústria automobilística
08:05tenha certos paralelos.
08:07Ela é super importante no Brasil,
08:09tem uma parceria fundamental com a Argentina
08:12e nem se fala da indústria automobilística mexicana
08:16por causa dos Estados Unidos.
08:18Marcas que circulam aqui, também circulam no México,
08:21vão para os Estados Unidos,
08:23assim como a gente fabrica em parceria com a Argentina.
08:26Nesse setor, não necessariamente de automóveis,
08:29mas quando a gente fala de indústria,
08:31do produto do alto valor agregado,
08:33como automóvel, ou então peças industriais,
08:36até softwares de computador,
08:38onde que a gente pode cooperar também com o México?
08:40Bem, Marcelo, para a parte automotiva,
08:46já existe um acordo que é o AC55.
08:49Esse está exclusivo e não tem tarifas de proteção
08:54contra a importação ou exportação,
08:56tanto o veículo quanto a auto-peça.
08:58No caso, a balança comercial no setor automotivo,
09:02o Brasil é um cliente do México,
09:03ele compra mais do que nós exportamos.
09:06Agora, as montadoras, elas têm estratégia
09:09de ter localizada, bem centralizada,
09:12as produções de determinados veículos
09:14e fazem toda a importação e exportação
09:16entre as plantas que estão pelo mundo.
09:18Então, você encontra vários veículos aqui
09:21e é o caso, os que são do grupo Stellantis.
09:26No Brasil, é uma marca, citando marca, Fiat,
09:28só que ele chega aqui no México como Dodge Ram.
09:31A marca aqui, Dodge, é mais conhecida para carga,
09:33não a Fiat, mas é do mesmo grupo.
09:35Essa é a diferença que tem.
09:37Então, o Brasil tem uma participação aí,
09:39também nesse segmento.
09:40O AC-55 também engloba a parte aeronáutica.
09:44O Brasil, cada vez mais,
09:46tem maior participação no México
09:47por transferência de know-how,
09:50da tecnologia e de venda de aeronaves também.
09:52O governo mexicano acaba de comprar
09:5420 aeronaves Embraer
09:55para a companhia aérea
09:58que pertence ao governo chamado mexicano de aviação.
10:01Então, o AC-55 vem abrir muito
10:04a agenda de negócios.
10:06O Brasil teve essa diferença nos últimos dois anos
10:10derivado do que é o agronegócio,
10:13da proteína, da carne.
10:15Mas, no sentido já de produto valor agregado,
10:18como você menciona,
10:19um produto manufaturado,
10:21ainda o México continua exportando mais para o Brasil
10:24que o Brasil para cá.
10:26Libório, tem um outro setor
10:29que também é muito sensível,
10:32no melhor sentido da palavra,
10:33tanto para o México quanto para o Brasil.
10:35E eu me deparei com essa notícia
10:37e eu falei, olha que interessante,
10:38eu não tinha parado para pensar isso.
10:40Eu vou apresentar um argumento,
10:42uma premissa,
10:43não é nenhum tipo de preconceito,
10:44mas está baseado nos fatos.
10:47Os latinos não estão lá
10:48sendo muito bem vistos agora
10:50na gestão atual do presidente Donald Trump,
10:53existe um esforço para a retirada
10:55daqueles que não estão 100% legalizados
10:58ou até aqueles que estão
10:59em processo de permanência.
11:01O fato é que a indústria turística americana
11:05já está calculando algo em torno
11:07de 12 bilhões de dólares em prejuízo
11:11até o final do ano
11:13de turistas que tenham desistido
11:16ou que venham a desistir
11:18de passar férias
11:19ou um turismo de negócios
11:22nos Estados Unidos.
11:23Mas vamos pensar no turismo de lazer.
11:26E aí abre-se uma hipótese
11:28de Brasil e México
11:29fazer uma espécie de uma propaganda conjunta,
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