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Um relatório de direitos humanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos aponta uma série de supostas violações no Brasil. O documento, divulgado pelo jornal The Washington Post, critica restrições à liberdade de expressão e cita casos de abusos policiais, com exemplos nos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul. O relatório pode aprofundar a crise diplomática entre os dois países.

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Transcrição
00:00Eu quero conversar agora com Eliseu Caetano, porque de acordo com o jornal The Washington Post,
00:04o relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos
00:09tem trechos em que o presidente Donald Trump condena ou critica a atuação do governo brasileiro
00:15e também do Supremo Tribunal Federal.
00:17Traga os detalhes pra gente, Eliseu, seja muito bem-vindo.
00:21Oi, Evandro, muito boa tarde pra você, pros nossos colegas debatedores
00:25e pra todo mundo que acompanha o 3 em 1.
00:27A gente fala ao vivo direto dos Estados Unidos.
00:29Aliás, o The Washington Post trouxe essa matéria de manhãzinha com exclusividade,
00:34mas agora de tarde a nossa equipe da Jovem Pan aqui nos Estados Unidos também já teve acesso ao documento.
00:40Depois olha o seu WhatsApp, Evandro, que tá bem aí, viu?
00:42O relatório de direitos humanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos
00:46destaca nele várias e sérias preocupações sobre violações de direitos no Brasil.
00:53O documento aponta execuções extrajudiciais e abusos policiais
00:59e cita exemplos que aconteceram, por exemplo, no estado de São Paulo e também no Rio Grande do Sul.
01:04Em São Paulo, eles citaram a Operação Overlord, realizada em outubro de 2024,
01:11que prendeu membros de um grupo neonazista acusado de incitar violência,
01:16refletindo aí os esforços, obviamente, pra combater o antissemitismo que cresceu, né,
01:22após os ataques do Hamas, especialmente de outubro de 2023.
01:27No Rio Grande do Sul, por exemplo, cita o caso Vladimir Oliveira,
01:31que foi torturado por policiais militares em maio de 2024, resultando na morte dele.
01:37O relatório ainda critica as restrições à liberdade de expressão e dá exemplos,
01:44como, por exemplo, em 2024, o Supremo Tribunal Federal do Brasil,
01:48que impôs multas no valor de 50 mil reais por dia a empresas e indivíduos
01:54por acessarem plataformas via VPN após ordens de remoção de conteúdo.
02:00Essa medida, ainda segundo o relatório, Evandro, que incluiu a proibição temporária de VPNs,
02:05foi vista como um ataque à privacidade e também à capacidade de denunciar corrupção anonimamente.
02:13O aumento de casos de antissemitismo no Brasil também foi citado, viu?
02:20Um aumento, segundo o relatório, quase seis vezes a mais do que do ano anterior, de 2023.
02:26Embora o relatório não mencione nominalmente Alexandre de Moraes, presidente do STF,
02:34as ações do tribunal, descritas, sugerem ali uma conexão com as suas decisões.
02:41Então, ele traz esse relatório, feito pelo Departamento de Estado, Evandro, alguns exemplos.
02:45O exemplo um foi, em 29 de julho de 2025, o Departamento de Estado sancionou Moraes
02:52por supostos abusos de direitos humanos, reforçando críticas ao judiciário brasileiro.
02:57Isso está citado lá, assim também como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
03:02que foi citado algumas vezes por comparações controversas entre a situação da faixa de Gaza
03:10e o Holocausto, repudiadas pela Confederação Israelita do Brasil.
03:16Esses pontos refletem desafios persistentes no Brasil, ainda segundo o relatório,
03:22como violência policial, censura, discriminação e exige, de acordo com o documento,
03:30atenção contínua de autoridades e também da sociedade civil.
03:37Esses foram os pontos mais fortes de trechos desse relatório do Departamento de Estado,
03:44que a nossa equipe de reportagem da Jovem Pan aqui nos Estados Unidos
03:46também teve acesso na tarde dessa terça-feira.
03:50Obrigado pelas informações, Eliseu. Ótimo trabalho aí nos Estados Unidos.
03:54Fábio Piperno, como é que você avalia o interesse e a crítica do governo
03:58em mais esse, digamos assim, mais essa camada aí da relação entre Brasil e Estados Unidos?
04:04Bom, primeiro que eu acho que o deputado Eduardo Bolsonaro deveria informar melhor
04:08o Departamento de Estado americano, porque, por exemplo,
04:11as críticas à polícia de São Paulo são críticas a um aliado aí, que, afinal de contas,
04:18usou o boné vermelho do Maga e também a polícia do secretário de Henrique.
04:23Puxa vida, até eles foram alvos aí dessas críticas todas.
04:27Em relação ao comentário que o presidente Lula fez na comparação com o Holocausto,
04:31a comparação foi muito ruim e a gente falou sobre isso naquele momento,
04:35só que o presidente acertou quando ele falava de genocídio em Israel,
04:40de assassinatos em série, coisa que, aliás, depois de um ano, um ano e pouco,
04:45boa parte do mundo e principalmente os países da Europa
04:49concordam com a posição do governo brasileiro.
04:52A Europa está fazendo críticas ainda mais severas.
04:56E eu imagino o seguinte, que se há um documento com críticas à violência policial
05:00aqui do estado de São Paulo, do sul do país, enfim,
05:05eu imagino que o departamento de estado também não deva ter produzido
05:08toneladas de documentos sobre o que acontece na faixa de Gaza.
05:14E, por fim, eu acho que, já que eles criticam, por exemplo,
05:19ações da justiça aqui do Brasil,
05:22eu tenho a impressão que o Itamaraty e o governo brasileiro
05:24também deveriam emitir aí um documento com críticas
05:28às demissões de promotores que, por exemplo, investigavam o presidente Trump
05:32aos pedidos de prisão de deputados do Texas
05:37que não queriam votar aí a mudança no mapeamento dos distritos eleitorais.
05:42E, rapidamente, Piper, você acha que pode haver alguma reação do Brasil
05:45no caso desse documento? 20 segundos.
05:48Ah, eu acho que vai haver alguma reação protocolar.
05:50E agora eu estou ansioso para saber qual vai ser a reação do governo de São Paulo,
05:55que foi citado.
05:56Eu tenho aqui mais uma participação antes da gente fazer um breve intervalo
05:59aqui no nosso 3 em 1.
06:00Pode jogar aqui no nosso telão, por favor.
06:02Cadê?
06:02A Imaculada Moura.
06:04O tarifácio é resultado de palavras do presidente contra Trump
06:07e seu desejo de substituir o dólar.
06:10Daqui a pouco a gente vai analisar, então, a opinião da Imaculada.
06:13Obrigado pela tua participação, viu, Imaculada?
06:15Bruno Musa, como é que você avalia os vários pontos que os Estados Unidos,
06:21a partir do governo de Donald Trump, têm buscado criticar na política,
06:27no comércio e, inclusive, na justiça brasileira?
06:32Principalmente essa estaria meio que fora ali de uma atuação
06:37ou de uma sanção norte-americana.
06:39Mas o movimento agora é o contrário, inclusive com punição por meio da lei Magnitsky
06:45de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
06:48Pois é, eu vejo muito parecido com o que a nossa telespectadora ouvinte
06:52colocou aí no quadro antes de irmos para o intervalo, Evandro.
06:57Eu acho que a lei Magnitsky, ela é uma lei nos Estados Unidos.
07:03E ela foi criada num governo democrata, sancionada num governo democrata.
07:08E, portanto, isso traz algumas reflexões.
07:12A lei é lá para aqueles que transgridem os seus direitos em outros locais,
07:17ou até mesmo nos Estados Unidos, como de direitos humanos,
07:20mas que têm como pano de fundo colocar americanos e empresas americanas em problemas.
07:29E os problemas aqui nesse caso foram justamente as censuras,
07:33as eventuais censuras a empresas americanas e a cidadãos americanos.
07:38Lembremos que a Starlink passou por problemas no Brasil.
07:41O X ficou fora do ar e são pouquíssimos países onde o X não fica no ar.
07:48Chegamos ao ponto de proibir VPN.
07:51Veja, algumas atividades importantes da economia precisam do VPN.
07:56Nós chegamos ao ponto de aplicar uma multa de 50 mil reais por dia
08:01para quem aplicasse VPN, para quem usasse o VPN aqui no Brasil.
08:05Um despropósito por completo, um excesso que já foi colocado, não por mim, que não sou advogado,
08:10mas por tantas pessoas operadores do direito.
08:14Portanto, fica muito claro para mim que parece que queremos, mais uma vez,
08:19terceirizar ou nos vitimizarmos das ações que nós mesmos estamos fazendo.
08:24O Alan fala uma coisa que eu gosto muito.
08:26A realidade é como é.
08:28O mundo é como é e tem certas coisas que, por mais que hoje em dia queiram relativizar,
08:33certas coisas não se relativizam.
08:35E uma delas é que nós sofremos as consequências dos nossos próprios atos.
08:40Os atos que nós praticamos aqui, quando eu falo nós,
08:44estamos falando de alguns poucos burocratas de turno.
08:47Colocaram americanos em problemas,
08:50desrespeitando uma lei importante para o americano.
08:53Infelizmente, no Brasil, nós não temos essa questão cultural
08:57de respeitar a liberdade de expressão no outro.
09:00Eu não estou falando só agora, não.
09:01Estou falando historicamente no Brasil aqui.
09:04Me parece que nós não levamos em consideração, não é respeitada,
09:08essa propriedade privada que é a liberdade de expressão das pessoas,
09:11diferente dos Estados Unidos.
09:12E nós acabamos com isso de diversos atores, cidadãos e empresas americanas.
09:18Portanto, a lei lá respinga aqui.
09:21E justamente quando ela começa a ir no CPF, nas pessoas,
09:26ela é, na minha opinião, extremamente efetiva.
09:29Vale lembrar da reunião que banqueiros importantes tiveram essa semana
09:32lá em Brasília com ministros do STF,
09:35falando que eles não conseguem não rastrear o PIX,
09:39ou seja, automaticamente o sistema PIX rastreia
09:42se alguém é sancionado pela lei Magnitsky,
09:44e acaba colocando uma posição dos bancos
09:48onde eles não conseguem sequer atuar.
09:51É automático esse rastreamento.
09:54Portanto, a coisa está escalando,
09:55está partindo para outros países.
09:58Se aqui internamente a gente não consegue mais recorrer a ninguém,
10:02porque, de novo, quem vigia o vigilante
10:04e quem vigia o vigilante aqui é o próprio vigilante,
10:07a gente recorre a organismos internacionais
10:11ou países internacionais e começa a reverberar em jornais
10:15que, veja bem, sequer apoiaram o Donald Trump
10:18ou sequer apoiaram Jair Bolsonaro nas últimas eleições.
10:22Então, a coisa está escalando e, reitero mais uma vez,
10:26passaram todos do ponto de não retorno.
10:28Agora é ver a coisa crescer e quem é mais forte.
10:32Eu tenho o meu palpite.
10:33Qual é o seu palpite, hein, Bruno Moussa?
10:35O meu palpite é que o Brasil é a ponta mais fraca na corda indiscutivelmente
10:41e que, mais cedo ou mais tarde,
10:44eles começarão a ceder de uma maneira ou de outra.
10:47Lembra poucos dias atrás, Evandro,
10:48quando começaram as tarifas que o Lula vinha a público
10:51e falava muito forte sobre a retaliação?
10:54Agora não se fala mais tanto assim, né?
10:56Talvez tenham começado a pensar que a possibilidade,
10:59o chance de ganhar de alguém muito mais forte
11:01é praticamente nula.
11:03E para você, Zé Maria Trindade?
11:05Olha, a Constituição Brasileira, ela é muito clara
11:10quando fala das relações institucionais, né?
11:13Preservando a autodeterminação dos povos e a paz.
11:17Então, esta é a nossa cultura e sempre foi.
11:20É uma novidade esse desgaste internacional
11:23e, principalmente, com relação aos Estados Unidos.
11:26Já houve momentos tensos de suspensão
11:29até de acordos militares e tal,
11:32mas esse momento é complexo
11:34porque o presidente dos Estados Unidos
11:36recebe um relatório mostrando ali
11:39de que o Brasil tem dificuldades.
11:41E ele vai acreditar em quem?
11:43No relatório.
11:44É por isso que todas as negociações
11:46estão concentradas exatamente na Casa Branca.
11:49E essas críticas não são aleatórias
11:53ou do desentendimento, como sempre, né?
11:57Sempre houve muito desentendimento, né?
11:59E, para se ter uma ideia,
12:00quando decretou a intervenção na segurança de Washington,
12:05o presidente norte-americano citou Brasília.
12:07Então, ele tem dados sobre o Brasil.
12:10Aliás, isso provocou uma grande reação aqui.
12:13Há dados equivocados lá sobre segurança.
12:16Segurança tem que ser por 100 mil habitantes, né?
12:19Aí, Brasília é muito mais segura,
12:21inclusive, do que o Washington.
12:22Então, assim, mas, enfim,
12:24ele tem conhecimento do Brasil
12:26e vai acreditar nesse relatório.
12:29Ou seja, aumentam as dificuldades.
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