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  • há 6 semanas

Categoria

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Diversão
Transcrição
00:00Bozena, esse almoço sai ou não sai? Eu tenho hora.
00:06Hora de quê, Mário Jorge? Hoje é sábado.
00:08É bem lembrado.
00:10E já que hoje é sábado, o pessoal aí da frente
00:13não tem nada pra fazer e nada o que comer.
00:17Vamos falar baixo pra eles não ouvirem
00:20e virem comer nossa comida. Vamos preservar nossa comida.
00:23É verdade, Mário Jorge, você tá certo.
00:24Vamos falar baixo, a gente fala assim, sussurrado.
00:27Eu não quero que o Arnaldo e a Rita venham aqui hoje, não.
00:30Eles não podem notar que a gente tá almoçando.
00:32Que isso, Mário?
00:33Você também, né, Bozena? O que tem que fazer torresmo?
00:36Crocante, faz barulho.
00:37Mas chega baixo.
00:39Não dá. O torresmo tá duro feito um fal.
00:42Tá quase me arrancando um rote.
00:47Hum, o molho desta cara tá com gosto de tesoura velha.
00:52Esse molho realmente tá muito estranho.
00:54Ah, tá enferru... O que foi que enferrujou esse molho?
00:57Foi a maresia?
00:58Foi não, Celinha. Me proibiu de usar as panelas novas.
01:01Eu já avisei que as panelas que eu tô usando já tão velhas demais.
01:05A panela depressão...
01:07Faleceu hoje à tarde.
01:09Ah, coitada.
01:12É que as panelas novas são tão lindas, né?
01:15Tão jovens.
01:17Tenho pena de botar no fogo.
01:19Mas as panelas não estão vivas, Celinha.
01:21Não, não. Isso aí eu de menos.
01:22Outro dia, minha mãe, sem querer, arranhou a mesa com um garfo e achou que a mesa tinha gritado.
01:30Um gemido.
01:32Eu ouvi um gemido.
01:34É no corredor.
01:35Foi a campainha.
01:36Não, não, não. Vai, não, vai.
01:38Pelo amor de Deus.
01:39Aí é o reflexo que tocou o âmbulo daí.
01:43Eu estava descansando, não é?
01:51Quando, de repente, eu falei pra Rita que eu ouvi nitidamente o Mário Jorge gritando os nossos nomes,
01:57convidando a gente pra almoçar.
01:59Você também não ouviu, Tatalo?
02:01É engraçado.
02:02O que é isso?
02:02Eu ouvi o meu pai me chamando.
02:05Não ouvi ele te chamando, não, Arnaldo.
02:07Olha lá, torresmo. Não tem medo de colesterol, não, hein, Celinha?
02:11Pra te ser franca, a Rita tem o mais medo da vizinhança.
02:16Boa tarde, boa tarde, boa tarde.
02:19Olha, ela hoje veio de hindu.
02:23Na frente é tapado e atrás morre com uma roda.
02:28E o vovô, nós estamos comendo.
02:30É, é.
02:31Que roupa é essa, mamãe?
02:32Tá arrumada assim pra ir aonde?
02:34Eu tenho um compromisso importante, Ney.
02:36Ai, meu Deus.
02:39Olha aí, olha aí.
02:41Mais um pouco e eu perco a hora de receber um grande amigo.
02:45Quem é amigo, mamãe?
02:46Um velho amigo que eu conheci na Índia quando fiz o meu retiro espiritual, Celinha.
02:52Você, Copélia, no retiro espiritual, não deve ter sobrado um monge pra contar a história.
02:58Engano seu, protético.
03:00Nesse retiro buscamos a harmonia do espírito através da carne.
03:04O sexo é intencional.
03:06Através dos orgasmos múltiplos.
03:13Atingimos o nirvana.
03:15Mas isso, esse tipo de coisa, essa pequena burguesia aí, não vai entender jamais.
03:21Eu espero ter talento pra escrever um romance quando eu for adulto.
03:25Minhas memórias vão vender milhões de exemplares.
03:27Você pode, inclusive, intitulá-las de
03:30Minha avó era uma jaca.
03:34Boa, Tatalo!
03:36Que isso?
03:37Jaca?
03:39Eu nunca fui gorda, Tatalo.
03:41Ansiado, mas também mato, né?
03:45Isso é verdade.
03:47E você acha, Rita,
03:49que eu me incomodo de...
03:51Chega, mamãe! Chega!
03:53Chega!
03:58Toda vez que esse amigo...
04:00Toda vez que a senhora fala que vai trazer um amigo,
04:02eu chego até a ter um troço.
04:04É o guru...
04:05Xavihara.
04:07Não é possível isso.
04:08Ele vem da Índia especialmente para me ver.
04:11Não é possível uma coisa dessa.
04:13Ô, Coppelha!
04:14Como assim, Xavihara?
04:15Nós já não tivemos o Xonga na Xana.
04:18Com ela tudo é assim.
04:20Com ela é tudo Xonga na Xana,
04:22Xavihara.
04:23Olha, eu vou lhe dizer,
04:24eu não vou nem perguntar
04:25o que é que te une a um homem chamado Xavihara.
04:30Celinha,
04:31sua mãe está cada dia mais óbvia, meu bem.
04:33Com certeza, dona Coppelha,
04:35deu uma chave no guru daí.
04:37Chave de quê?
04:38Chave de...
04:39Prefiro não comentar.
04:41Mamãe, que hora chega esse voo do Xavihara?
04:44Que voo, Celinha?
04:45Xavihara vai materializar-se no Matagal.
04:50Entendeu, Nem?
04:52Ele vem pelo ar.
04:53Ele jogou a mensagem de lá, eu capitei de cá,
04:55eu já sei o local exato onde vai ser o pozo.
04:58Ele vai pousar no Matagal, na zona da Lapélia.
05:01Vai ser uma epifania, Celinha.
05:04Uma o quê?
05:09Epifania, Celia Regina.
05:12Não admita epifanias aqui!
05:14Ô, mãe, mãe, mãe, epifania,
05:16uma aparição, uma manifestação divina.
05:18Então, Celinha, criado, você não sabia disso?
05:21Que?
05:23Coppelha, você já perdeu,
05:24já passou dos limites da razão, viu?
05:26Esse Xavihara, ele não epifana, ele profana, isso sim.
05:30Então é comigo mesmo.
05:31Querem profanar?
05:32Então vamos profanar.
05:34Cadê a Isadora?
05:35Essa menina disse que ia comigo, cadê?
05:37Isadora, cadê essa garota?
05:39Celinha, sua mãe a cada dia que passa
05:41está ficando cada vez mais tomada.
05:44Isso pra mim é encosto.
05:46Só tem um jeito,
05:47ou faz-se um exorcismo ou pancada.
05:51Pepe!
05:52Cadê?
05:53Cheguei.
05:54Ô, Isadora, tudo bem?
05:55Como vão todos na sua casa?
05:57Pelo visto, todos na sua, né?
05:59E com fome pra variar.
06:01Tem alguma coisa pra comer?
06:02Isadora, a Coppelha nos disse que você vai ser testemunha da epifania?
06:07É ruim, hein?
06:08Não gosta dessa garota?
06:09Garota chata!
06:10Ela é bem como meu pai fala essa epifania, garota.
06:14Mal, cara!
06:16É demais.
06:17Uma está tomada e a outra é fronteiriça.
06:20Isadora, minha filha, epifania quer dizer uma aparição, uma manifestação divina.
06:27Agora, o Jorge é engraçado, ele fala como se soubesse.
06:32Ih, que lenga-lenga, hein?
06:34Epé, vamos embora lá pro Matagal, vai.
06:36Lá em Pato Branco, houve uma mulher exildeta que nunca matou um bicho sequer,
06:41nunca esfaqueou uma galinha, nunca esganou um peru bêbado e nunca enforcou um pato bicudo daí.
06:47Andava com um leque de plumas varrendo a calçada por onde passava
06:52pra não pisar em nenhum inseto que porventura viesse a cruzar seu caminho.
06:56Pois um dia Isildete apareceu com um tapa-olho de pirata.
07:00Tinha perdido nas vistas daí!
07:03Não aguento, vou perguntar.
07:06Não perdeu como?
07:07Foi espiar a vida íntima da Zé Furite.
07:10Meu Deus do céu, mas que história complicada, meu Deus!
07:15Uma coisa louca, Isildete, Zé Furite...
07:17Que que é isso?
07:18Termina essa história, infeliz!
07:19Zé Furite furou o olho da Isildete daí.
07:22Vocês estão notando que ela tá fechando os zês?
07:24Os zês... Isildete, Zé Furite.
07:27E eu já notei que quando a Bozena começa a fechar os zês é que ela tá entrando em surto.
07:32Eu reparei nisso.
07:33Eu tô mais perdido que cego em tiroteio.
07:35Essa história não tem pé nem cabeça, Bozena.
07:37A vida também não tem.
07:39Nós estamos nela, não estamos?
07:42Mamãe, vamos comer!
07:46Vamos comer!
07:47Vem comer!
07:48Não, não, não, não, Celinha!
07:50Não, de jeito nenhum!
07:52Eu estou de jejum!
07:54Eu estou me preparando há três dias para a chegada do Xaverrara.
07:58Eu quero estar pura para receber.
08:00Pera lá, né?
08:01Com a pé, pera lá.
08:02Jejum ainda vá lá, agora pura?
08:04Tô de ter o limite!
08:06São sacrifícios que fazemos por quem amamos, Rita.
08:09No casamento da Celinha com o protético, eu fiz jejum de três meses e me mantive pura por meia hora.
08:18Tentei evitar o desastre.
08:20Ah, eu sabia que ia sobrar para mim. Copélia, você nem esteve no nosso casamento.
08:26Mas, é claro!
08:27Eu não queria ser apunhalada pelas costas.
08:29Como que é isso?
08:30Pera aí!
08:31Ô Copélia, você é alto lá.
08:32Você veja como fala do meu marido, entendeu?
08:34Tuas costas.
08:35Tô na roda há muito tempo.
08:36Quem chega se pendura por aí, não é não?
08:38Isso!
08:42Retire o que você disse!
08:44Ofenda a mamãe!
08:45Deixa, deixa.
08:47Eu gosto de ser ofendida. Aprendi com Chave Rara, o grande mestre, que a ofensa é um elogio ao contrário.
08:54E saiba, Rita, que o que mais me comoveu em Chave Rara foi ele ter dito na minha despedida que viria atrás de mim, fisicamente.
09:02Iluminei na hora.
09:04Ai, sei bem como é que é.
09:06Lá no baile eu já vi várias garotas iluminando no baile.
09:09E pensar que eu acordava de madrugada pra ninar esta fascínora.
09:19Ai, ô Jorge, toma vergonha nessa cara. Isso é mentira, mentiroso. Nunca acordou pra nada.
09:24Um dia eu deixei tatá-lo bebê pra você tomar conta, o menino gritou tanto que ficou ro.
09:28Perdeu a voz. É roquinho até hoje.
09:31Pera aí, pera aí.
09:33Pera aí, pera aí.
09:37Tá bom.
09:38Mamãe, a mesa tá chamando a senhora pra almoçar.
09:41Deus, mas não é possível.
09:43Célia Regina, você não muda.
09:46A mesa agora fala.
09:48Quando era criança dizia que o ferro de passar ficava fervendo de ódio.
09:52Que o peru saia do forno com febre.
09:55Lá em Pato Branco?
09:56Ai, meu Deus do céu!
09:58Tinha uma mulher de nome Gorete que andava sempre muito maquiada.
10:02Ela achava que os eletrodomésticos da casa dela estavam querendo assassiná-la daí.
10:06Tá aí o quê?
10:07Termina?
10:08Não, daí que ela foi encontrada exageradamente pintada na estrada com um grupo de eletrodomésticos furiosos rosnando atrás de Gorete daí.
10:20Meu Deus do céu, impressionante.
10:22Outra vez, no mesmo episódio, uma outra história complicada.
10:26Sem pé nem cabeça.
10:28Foi como Gorete foi encontrada.
10:30Sem pé nem cabeça.
10:32A faca elétrica foi condenada daí.
10:34Para, para, para!
10:35Cala tua boca, hein!
10:37Eu tô ficando nervoso!
10:38Eu tô perdendo as estribeiras com você!
10:41Como você é doida!
10:43Como você é desequilibrada!
10:45Você come sabão em pó pra cuspir espuma nos outros!
10:48Não quero mais saber de Gorete!
10:50Não quero mais saber de histórias de pasto branco aqui dentro!
10:53Acabou!
10:54Posso contar as histórias de pinto preto?
11:00Rapazinho!
11:01Tá levantando por quê?
11:02Senta!
11:03Nós já acabei de comer.
11:04Não acabou!
11:05Acabou nada!
11:06Já acabei!
11:07Comeu nada, meu filho?
11:08Tá na idade de crescimento!
11:09Come!
11:10Por pouco tempo, aviso que tô tentando reverter o meu crescimento!
11:13Quero encolher!
11:14Vou começar a minguar discretamente até o ponto de morar numa gaveta!
11:18Eu poderia te convidar pra ficar na gaveta das minhas calcinhas, mas não ia pegar bem, né?
11:24Porque, afinal, você é meu parente!
11:28Olha, mas se você chegar tanto, eu te arrumo um emprego no Circo da Gelda!
11:32De domador de pulga!
11:35Lindomar! Adorava ser chamado assim!
11:38Não, Copélia, eu disse domador de pulga!
11:46O que foi, Bozena?
11:47Dona Álvaras, quer falar com vocês!
11:49Falou!
11:52Com licença, amigos, perdão pela invasão, queridos!
11:58O que é isso? Ela tá pedindo perdão pela invasão?
12:01Quem é que escreveu esse episódio?
12:03É porque eu soube que o nosso queridíssimo Matagal está sendo invadido por uma gente estranhíssima
12:11que alega estar vindo para o Matagal para uma reunião espiritual!
12:17Álvaras, fui eu que convidei um grupo de pessoas para testemunhar a epifania do mestre!
12:24Mas o que é uma epifania?
12:26Epifania é mara!
12:29Mas ele também não sabe, Ladir está mentindo!
12:32Eu sei! Deixa eu pensar!
12:36Epifania é de vestir?
12:38Não!
12:39É de comer?
12:40Não!
12:41Machuca?
12:42Não!
12:43Então não me interessa!
12:45Olha aqui, vamos tomar medidas enérgicas contra a epifania do Matagal!
12:51Não te mete com o Matagal que você vai se arrepender, Álvaras!
12:55Vambora, Isadora! Vambora que o mestre está chegando! Vamos embora!
13:00Pelo amor de Deus! Segurem as carteiras!
13:04Vem um novo mestre por aí!
13:06Tu entra cajá e sai caqui
13:11Casamento hoje é isso aí
13:14Toma lá da cá
13:16E não rola rola
13:18Embola o que há aí aqui
13:23Entre Copacabana e o sonho de Bacaroi
13:30Vivendo e dançando dois pra lá e dois pra cá
13:36Um porta a porta o amor fala entre si
13:41Falsa calma e aí o temporal
13:44Um relevo baixo, retrato escolar
13:48O amor no país do carnaval
13:51Tu entra cajá e sai caqui
13:55Casamento hoje é isso aí
13:58Toma lá da cá
14:00E não rola rola
14:01Olha aí Rita, olha aí Rita, bem no sofá
14:13Olha aí o que eu falei
14:15Depois você diz que eu implico
14:17Isadora, Isadora
14:19O que essa mulher está fazendo aí Isadora?
14:20Ah, sobrou pra mim, né?
14:21O tal do mestre não veio
14:23Não rolou a tal da epidemia
14:25Epifania, Isadora
14:28Isso aí que seja
14:29O que aconteceu?
14:30Que o mestre não apareceu
14:31E mandou essa discípula no lugar dele
14:34Discípula, seria?
14:36É isso!
14:37E olha, a Copélia ficou furiosa com ele
14:40Esperando o mestre, ele não veio
14:41Agora essa moça apareceu
14:42E eu fiquei com pena de deixado no matagal
14:44Que pena?
14:45Que pena?
14:46E lá você tem pena de alguma coisa, né?
14:47De mim você nunca teve
14:49Eu tento ser sumazuna com essa mulher daqui
14:51Ai, a mulher não está incomodando ninguém
14:53Mas Isadora, isso aqui não é abrigo público não, Isadora
14:56Ai gente, mas é um bicho grilo
14:58Ela está parada horas assim sem fazer nada
15:00Essa mulher não tem piolho, não?
15:04Minha filha, se ela tiver, ela tem muito
15:06Porque ela me confessou que a água não chega no couro cabeludo
15:12Essa cabeça não deve água há 10 anos já
15:15Deus me livre
15:17Deve estar pulando o piolho retirante da cabeça
15:20Então vamos deixando ela meditar
15:23Vamos comer agora
15:25Vamos comer? O que temos para hoje?
15:27A pizza de hoje é de banana com canela
15:31Mas pizza de banana com canela é sobremesa?
15:33Sim, o nosso jantar será a sobremesa
15:34Será que a fulana come isso aí?
15:38Não é fulana, o nome dela é moranga
15:40O quê? Moranga?
15:42Mas como assim moranga?
15:44Ué, assim, moranga, o nome dela
15:47A mãe dela que...
15:49Dona Moranga?
15:55Nós vamos nos alimentar e eu tenho meio cheeseburger na geladeira
16:00Na geladeira, você gostaria de compartilhar este alimento conosco?
16:05De jeito nenhum
16:07Seus alimentos são de procedência duvidosa
16:10Vocês comem vacas que soltam gases poluentes
16:14E pastam em áreas desmatadas?
16:17Agora, se você tiver brotos de sementes de trigo, eu aceito
16:21Não, não, broto de sementes de trigo nós não temos
16:27Nós temos o quê? Milho, milho em lata, milho bom
16:30As galinhas gostam muito do milho
16:33A senhora não quer o milho?
16:35Não tem importância, eu como o seu antúrio mesmo
16:38Não, não, é...
16:41Está um pouquinho seco, tem um azeite
16:44Eu não estou acreditando, eu não acredito nisso
16:47A senhora chega na minha casa, a senhora está comendo o antúrio que eu cuido dele há anos
16:52E ainda tem o descaramento de me pedir um pouco de azeite
16:55Azeite não é meu parente?
16:58Mas esse antúrio é como um irmão pra mim?
17:01O que que é isso?
17:03Ela ainda está lambendo os dedos, mãe
17:05Meu Deus do céu
17:08Você tem muitos pelos?
17:10Sabia que pelo demais pesa e te dá essa sensação de culpa?
17:14Ah, então é por isso que os macacos vivem no analista, né?
17:19Vocês são frituras que comem frituras, vocês estão todos fritos
17:22Ah, eu não, eu nunca comi carne vermelha, tá?
17:26Quando eu era criança, minha filha fingia que comia
17:29Eu mastigava, guardava aqui na bochecha quando eles não estavam olhando, eu cuspia
17:32Mas eu não como carne vermelha, nunca comi
17:33Eu sinto, Isadora, você é uma iniciada
17:37É, uma iniciada e deve estar perdendo memória, talvez pelo excesso de tinta amarela na cabeça dela
17:42Porque ontem mesmo tu comiu carne assada no boteco lá do parque aquático
17:46Mas eles me juraram que era berinjela
17:50Rita, se você quiser mudar essa sua aparência careta
17:55Se você quiser assim quebrar um pouco a monotonia desse cabelo liso
18:00Acabar assim com essa sua aparência careta
18:02Eu faço um negócio com você, mana
18:04Compre os seus cabelos
18:05Olha, Diego
18:06Olha, pra começo de conversa, mana é o seguinte, entendeu?
18:11Mana é tuas negas, tá entendendo?
18:14Eu não gostaria que a senhora ficasse falando meu cabelo
18:16Quem a senhora agora é juíza de cabelo?
18:18Quem é você pra implicar com o cabelo alheio?
18:21A senhora já jogou no espelho?
18:23Olha o seu cabelo
18:24Meu cabelo tá ótimo, entendeu?
18:25Que eu dou uma lavada aqui
18:26Jogo pra baixo, jogo pra trás
18:28Faz, faz que eu quero ver
18:31Tenta!
18:33Dona Moranga, eu adorei as joias que a senhora tá usando
18:37Principalmente as pulseiras de balangandãs
18:41São testículos
18:45Mas são testículos... são humanos, dona Moranga?
18:49Não, são de boi
18:52Futuramente serão humanos
18:54Por incrível que pareça, tem muito homem perdendo seus ovos por aí
18:59E de que material são feitos os braceletes?
19:03São cabelos humanos
19:06Tatalo, você quer me vender um pouquinho do seu?
19:10Olha, eu tô vendendo tudo
19:14Cabelo, cílios, se quiser até depil a perna
19:18É que eu tenho dois filhos pra criar e muito cabelo pra vender
19:21Olha o tamanho das sobrancelhas
19:23Isso
19:24Isso
19:25Tatalo, eu li proíbo de vender os seus cabelos
19:26O que que é isso?
19:27Eu ainda não morri
19:28Os seus pelos me pertencem
19:31Rita, eu também faço pulseirinhas de cabelos de axilas de amigos meus
19:35Meu Deus
19:36Eu tranço e prego pequeninas pedras expelida do rim deles
19:41Que eu considero assim uma verdadeira preciosidade
19:45As minhas joias são orgânicas
19:47É
19:48E a pulseirinha você usa com desodorante
19:53Mãe, mãe
19:55O que você acha ainda ela passar a noite aqui?
19:58Eu prefiro nem comentar
20:01Não, eu descobri uma impossibilidade
20:03Você sabe que o seu padrasto está atravessando um problema muito grave de piolhos
20:08Não é?
20:09Meu bem
20:10Piolhos
20:11Mas quem que está com piolhos?
20:13Você está com piolhos?
20:15Pelo amor de Deus, você vai dizer que está com piolhos
20:16Começa a se coçar, por favor
20:18É uma loucura
20:19Estou vendo uma aqui enorme
20:20Gordão mesmo
20:21Ele não se coça por... ele acha deselegante se coçar na frente dos outros
20:25Mas eu coço para vocês
20:32Pronto, chegaram sem terra
20:35Eu pergunto a vocês
20:38Onde se esconde o horizonte?
20:40Atrás das montanhas ou atrás de nós mesmos?
20:43Bom, aí depende da pessoa, né?
20:48Que a minha sogra, por exemplo, é capaz de esconder um morro
20:52Mas que tipo de pergunta é essa?
20:55Não é?
20:56Celinha, você vai me fazer um favor essa noite
20:59Ela vai passar a noite aqui
21:02Por favor
21:03Porque nós somos acometidos de um surto terrível de piolhos
21:06E como ela tem muito cabelo
21:08Não é?
21:09Vem, vem a mantra
21:10Achamos que é melhor
21:11Celinha, Celinha
21:13Celinha, você perdeu a presepada
21:16Que essa hippie cabeluda fez lá no Matagal
21:19Uma palhaçada
21:21Oh, mas que belo casal
21:24Eu nunca tinha visto duas lésbicas assumidas
21:32Me contem uma coisa
21:35Há quanto tempo vocês desafiam a sociedade juntas?
21:38Nós não somos sapatas lésbicas
21:41Aham
21:43Será que não dá pra ver
21:45Que meu marido lá de
21:47Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
21:50Vale por dez homens?
21:52Oh, aonde tem uma flor do campo
21:56Pode se transformar num lírio campestre
21:58Também debaixo de uma noite de estrelas
22:00Me desculpe
22:01É
22:02Eu não percebi que você é um metro sexual
22:05Eu não sou
22:07Eu sou mara sexual
22:10Eu sinto que aqui nesse andar
22:13Todos querem subir
22:15Subir aonde?
22:16Que história é essa?
22:17Afinal de contas, quem é essa cabeluda?
22:19Ô, Mário Jorge, chega aqui
22:22Chega aqui, olha o seguinte
22:23A moranga é discípula do mestre Savihara
22:26Ela vem no lugar dele
22:28Buranga?
22:31E a troco de que vocês querem desovar aquela cafurinha aqui dentro?
22:35Não, bom, é o seguinte
22:36Querido Mário Jorge, eu estou exausto
22:37Nós estamos cansados, entendeu?
22:39Eu não sou dessa seita
22:41Isso é coisa da Copélia
22:42Então nada mais justo que ela passe a noite dela aqui
22:44Exatamente
22:45A Copélia trouxe essa mulher pra cá
22:46Então ninguém sabe onde ela vai dormir
22:49Se vocês quiserem, na minha cama sobra lugar
22:51Repara só como eu estou encolhendo
22:53Meu Deus me livre
22:55Se eu pensar nessa mulher cabelo na sua cama
22:57Me dá até um troço
23:01Deixa eu ver minha TV em paz
23:03Será possível que eu não posso nem ver negócio da China?
23:09Se esse moranga está precisando
23:12Ela pode dormir conosco lá em casa na nossa cama
23:15O que você acha, meu bem?
23:16Eu acho que você sabe tudo
23:18Eu realmente estou assim, vara
23:21Mas afinal, esta mulher veio fazer o que aqui?
23:24Mestre Xavihara
23:25Recebeu uma informação divina
23:27De que aqui é o local escolhido
23:30Ele quer comprar parte do Jambalaia
23:32Para construir o Templo do Amor Perfeito
23:35Nossa, mas logo aqui?
23:40Tem dinheiro pra isso?
23:41Temos uma verba de dois milhões de reais
23:44Ai, eu vendo, eu vendo
23:47Moranguinha
23:49Moranguinha, eu vendo
23:50A quadra poliesportiva toda
23:53Para você montar o seu templo
23:56Mas como? A senhora não pode vender?
23:57É propriedade do condomínio
23:58Mas era, agora não é mais
24:00Venha, Moranguinha
24:01Vamos consultar os meus advogados
24:03Eu desmembro um pedaço do terreno
24:06E dou para você
24:07Vendo para você
24:08Não, não, não, não
24:09É assim não
24:10Não é assim não
24:11O que é que eu vou levar
24:12Como corretor nessa história?
24:14Porque senão quem vai ser desmembrado
24:16É a senhora
24:17E eu jogo seu corpo no matagal
24:19Para que os cachorros do mato
24:21Dê em cabo deles
24:22Mas então calma
24:23Vocês não estão interessados?
24:24Vou me colocar na rua?
24:26Não, não, absolutamente
24:27A senhora é minha convidada
24:29Quem está lhe colocando na rua
24:31Quero deixar claro
24:32É aquela mulher
24:34Aquela mulher que mora aqui em frente
24:36E que Moranguinha cá pra nós
24:38É um espírito baixo
24:41É uma mulher sem nenhuma luz
24:43É uma coisa violenta
24:45É ela quem está lhe botando na rua
24:47Eu mato você
24:48Mário Jorge
24:49Ela vai ficar aqui?
24:50Vai ficar aqui?
24:51Vai
24:52Ficará hospedada
24:53Na casa do próprio corretor
24:57Agora sim
24:58Uma vez minha comissão assegurada
25:02Podemos
25:04Desmembrar o Xambalaia
25:09O Xambalaia
25:13O Xambalaia
25:20O Xambalaia
25:21O Xambalaia
25:22O Xambalaia
25:23Esse Humbaa
25:25O Xambalaia
25:26Transcrição e Legendas Pedro Negri
25:56Transcrição e Legendas Pedro Negri
26:26Transcrição e Legendas Pedro Negri
26:56Transcrição e Legendas Pedro Negri
26:58Transcrição e Legendas Pedro Negri
27:00Transcrição e Legendas Pedro Negri
27:02Bom dia.
27:03Mamãe.
27:05Mamãe, por acaso você tem perdido o cabelo?
27:07Celinha, eu costumo perder a cabeça e a vergonha.
27:11O resto anda comigo.
27:13É que eu, Mário Jorge e Adonis, nós tivemos uma queda de cabelo essa noite.
27:17Agora que você comentou, realmente eu senti que perdi um pouco de cabelo.
27:22Mas eu achei que era por causa de tanto esforço.
27:26Vamos achar que você eu não tô vendo nada.
27:28Mas não foi na cabeça, Celia Regina.
27:32Vou tomar café.
27:37Olha, eu tô achando muito engraçado como tudo isso é igualzinho o que aconteceu com o Rose Odente.
27:43Sai de cena!
27:45Sai de cena!
27:47Ninguém te quer aqui.
27:49Vai atesanar a vida do Arnaldo e da Rita.
27:50Vai embora.
27:51Que aí, Mário Jorge? Hoje é dia dela aqui.
27:53Mas eu tô te dando de presente hoje pro Arnaldo e pra Rita.
27:56Você vai ser mais útil lá do que cá.
27:58E a moranga?
27:59Cadê a moranga?
28:00Tá vendendo as joias orgânicas lá no salão de festas.
28:03Parece que fez negócio com a dona Álvora.
28:05Olha, antes de ir, eu quero avisar que a dona Rita comprou duas gargantilhas de cabelo
28:11e uma pulseirinha de pelo de sovaco.
28:15Tudo pra agradar a dona moranga.
28:17Sabe por quê?
28:18Porque ela vai ganhar a comissão da venda de parte do terreno do jambalaia.
28:22Peraí.
28:23Mas como pode a dona...
28:24A dona Álvora não pode fazer isso.
28:26Ela não pode vender o terreno.
28:28A dona Álvora pode tudo, mãe.
28:29É uma déspota.
28:30Dizem que ela acorrentou uma criança no balanço e balançou durante seis horas.
28:33Só porque a criança botou a língua pra ela.
28:35Meu Deus, mas a mãe dessa criança tava onde?
28:38Aí que tá.
28:39Dona Álvora era a mãe.
28:41Dona Álvora tem filhos?
28:43Com seu ladir?
28:45A ciência ainda não chegou a esse ponto.
28:48Mas aonde estão os filhos de dona Álvora?
28:50Fugiram.
28:51Nunca mais se soube deles.
28:53A mais velha ameaçou publicar um livro sobre a vida dela com a mãe e depois disso nunca
28:57mais foi vista.
28:58Olha, eu só quero te avisar.
29:00Abre o olho que dona Rita vai bater tua carteira daí.
29:05Poxa bozena.
29:06Eu gritei com você e agora tô até me sentindo mal, porque você veio e adiantou o meu lado.
29:14Vai.
29:16Não precisa ir pra lá.
29:18Eu te perdoo.
29:19Pode voltar.
29:20Tarde demais.
29:21Agora eu faço questão de ir daí.
29:23Mas por que, bozena?
29:25Prefiro não comentar daí.
29:30Daí.
29:32Daí.
29:35Daí.
29:36Bom dia.
29:39O que você tá fazendo aqui?
29:41Tomando uma fresca.
29:42Na hora que a senhora enfrentar a realidade, a senhora tá perdendo seus cabelos.
29:46Não, é verdade.
29:48É verdade.
29:48Pela frente, ainda dá pra disfarçar.
29:50Mas do lado, eu tô com um rombo acima da orelha esquerda.
29:53Olha aqui.
29:54Esse meu lado tá completamente desmatado.
29:56Olha aí, Rita.
29:57Olha só.
29:58Aqui.
29:59Eu também tô com uma queda de cabelo.
30:01Olha isso, gente.
30:03Mas eu acho que é estresse.
30:04Não, só pode ser.
30:05Assim que eu coloco as minhas mãozinhas da comissãozinha da moranga, vai voltar a crescer.
30:09Pode apostar.
30:11Mas, gente, olha aqui.
30:12Ih, a minha clientela, minha clientela, ela vai rir de mim.
30:15Olha, vou logo avisando, hein.
30:16Se alguém rir, eu não anestesio.
30:19Mãe.
30:20Mãe.
30:21Eu tô sentindo falta de tufos de cabelo, ó.
30:24Ih, olá, gente.
30:26Eu também.
30:27Eu também.
30:28Já perdi trufos e mais trufos, mãe, ó.
30:31Aqui, ó.
30:32Não são trufos, Isadora.
30:34São trufos.
30:35Ah, e os trufos são quem, então?
30:37São os maridos das trufas daí.
30:41Mas eu já não tenho problema demais.
30:43Não mereço perder cabelo tão cedo.
30:45Eu ainda sou jovem.
30:47Isso deve ser preocupação por causa das crianças.
30:50A Reli e a Mariri estão levando meus últimos fios de cabelo.
30:53Gente, você não vai acreditar.
30:55Alguma coisa muito estranha tá acontecendo aqui no Jambalaya.
30:57Nós estamos sendo vítimas de uma psicopata.
31:00Mas o que você quer dizer com isso, Celinha?
31:02Essa mulher, essa mulher que a Isadora enfiou aqui dentro.
31:05Ela está roubando o nosso cabelo.
31:07Pra fazer as joias dela.
31:10Ah, eu botei aqui dentro.
31:11Quem botou foi a senhora sua mãe.
31:13Não, não, não.
31:13É, foi.
31:14Não, não. Coisa nenhuma.
31:16Eu estava esperando o Xaviara.
31:18E depois aquela mulher também me atacou.
31:20Eu estou quase completamente careca.
31:22Estou me sentindo uma menina.
31:25E o que é que você pretende fazer a respeito disso, Copér?
31:29Botaram uma sainha curta e viveram a fantasia.
31:34Isadora.
31:34Quem trouxe essa cabeluda aqui pra dentro foi você.
31:38E a troco de quê?
31:40É isso que eu quero saber.
31:40Confessa.
31:41Confessa mal caráter do olho junto.
31:43A troco de cem reais.
31:46Eu que é o Isadora.
31:47Olha, é um absurdo isso.
31:49Eu estou sendo prejudicado profissionalmente.
31:51Essa mulher vai responder na corte.
31:53Por isso, tá?
31:54Eu estou sofrendo danos morais, danos psicológicos.
31:57Eu odeio essa mulher, Rita.
31:59Eu odeio.
32:00Eu preciso falar com a dona Alva.
32:01Não, não, não.
32:03Fomos saqueados.
32:05Mário Jorge, todos os moradores do Djambalaya foram atacados e tiveram trufos de cabelos rodados.
32:11É isso?
32:11É isso.
32:12Os poucos que tiveram seus cabelos intactos estão trancados em casa, Mário Jorge.
32:17Dona Alvora.
32:18Não, mas então nós estamos lidando com uma serial cabelo.
32:27Olha, gente, vamos falar sério.
32:28Temos que processar.
32:30Não processem, não processem.
32:31A justiça não foi feita para vocês.
32:33Vocês vão gastar dinheiro, vão perder no final.
32:35Sabe quem vai se dar mal?
32:36Eu, que sou empregada.
32:37Ela estava tentando...
32:40me dar um...
32:41um golpe.
32:43Mentira!
32:44Acabou essa palhaçada.
32:48A senhora estava tentando desmembrar o terreno para vender o que não é seu.
32:52É verdade.
32:54E a senhora admite isso assim?
32:56Dimito.
32:57Mas que nome a senhora dá isso?
32:59Corrupção.
33:01Abuso de poder e mal-caraquismo.
33:04Ela admite isso na maior cara lavada, meu Deus do céu.
33:08Lá em Pato Branco
33:09teve uma mulher que uma vez recebeu uma amiga em casa
33:13e dois dias depois começou a dar pela falta dos cabelos.
33:15O nome dela era Rose Odente.
33:17Olha aqui, olha aqui.
33:19Eu vou dar na cara dela.
33:20Eu vou dar na cara dela.
33:22Eu já te disse
33:23que eu não quero ouvir falar em Rose Odente.
33:27Calma, que é a cara que eu...
33:28Deixa a vozena falar.
33:29Vai, fala a vozena.
33:30E aí?
33:30Uma semana depois,
33:32o Rose já estava completamente careca.
33:34Não tinha mãe nem cílio.
33:35Depois a cidade toda foi atacada daí.
33:37Bozena, sintetiza.
33:39O nome da amiga de Rose Odente
33:41era Moranga daí.
33:44Por que você não falou?
33:46Eu tentei, mas o cavalo não me deixou.
33:50Olha a Moranga aí.
33:51Vamos linchar ela.
33:52Como é que a senhora teve coragem
33:56de escapelar todos nós?
33:58Você me arrancou trunfos e trunfos de cabelo, sua vaca.
34:01É verdade.
34:02É?
34:03E o dinheiro?
34:04Cadê os dois milhões do guru, Xavihara?
34:07É mentira.
34:08Ah, mas como é que é isso?
34:09Eu vou dar na cara dela.
34:10Eu vou dar na cara dela.
34:10Não, não, não.
34:11Não, não, não.
34:12Segura a Isadora.
34:13Isadora, segura a vaca que eu vou revistar ela.
34:16Vamos lá.
34:16O que é isso?
34:18A Isadora, minha irmã, não seja minha carrasca.
34:21Ah, vai depender do cachê, minha filha.
34:23Se você pagar bem, eu sou irmã.
34:24Se pagar mal, eu sou carrasca.
34:26Dólares, dólares, dólares.
34:28Eu explico, eu explico, eu explico.
34:32É que eu explico as minhas joias orgânicas eu vendo para a Escandinávia.
34:40Lá elas têm muita saída.
34:42E eles me fizeram uma encomenda enorme para o Natal e eu estava sem matéria-prima.
34:46Mas não é possível.
34:48E esse seu cabelo todo?
34:49É verdade.
34:50A senhora não me leve a mal, viu, dona Moranga?
34:51Mas a primeira vez que eu lhe vi, eu achei até que estava vendo um tucumã.
34:55Com meu cabelo, eu faço arame orgânico.
34:58Mas então, colega, esse dinheiro é nosso.
35:02Eu vou te dar um troco pela mão de obra.
35:05E o resto, vamos dividir.
35:07E se ela não cooperar o corpo, a gente desova no matagal.
35:13O que é isso?
35:16Por favor, me ajude.
35:18Me ajude que eu estou sendo assaltada.
35:19Eles estão pegando todos os meus dólares, olha.
35:22Isso é verdade?
35:23É!
35:24Isso não é exemplo que se deu um rapaz de 15 anos.
35:27Olha aqui, Adonis, no jambalaia de graças a Deus por você ter chegado aos 15 anos.
35:33Ai, Lazile, graças a Deus, meu amor, você foi poupado.
35:37Só cabeleira, olha.
35:40Eu estou me sentindo um moicano.
35:43É, é.
35:45Mas escuta aqui, vocês vão me deixar assim, sem um dólar, sem nada?
35:49Ué, você pode começar outra vez.
35:52Você não disse que o que produz, vende?
35:54Disse.
35:55E vendo, mas acontece que eu estou sem matéria-prima.
35:57Mas seus problemas acabaram.
36:00E os nossos também.
36:02Quem se habilita?
36:04É, meu.
36:05Eu vendo.
36:06Eu vendo meu cabelo.
36:07Não, mas Jorge, eu te proíbo de vender o próprio cabelo.
36:10Infelizmente.
36:11Olha, Moranga, o cabelo que eu tinha pra ceder, eu já cedi.
36:14Olha aqui, ô Moranga, eu também tenho cabelo no peito, eu aceito a depilação.
36:21Eu vendo tudo.
36:24Cara, Jorge, eu já falei, eu vou repetir.
36:26Eu te proíbo de vender o próprio cabelo.
36:28Mas, meu bem, eu estava até pensando em vender o teu, que é um cabelo bom, escorrido.
36:33Você vai ficar uma teteia de Joãozinho.
36:36Eu, meu filho, por dinheiro, eu fico até careca.
36:39Por dinheiro, eu mostro a careca.
36:41E eu, gente, será que eu fico bem com o cabelinho curto?
36:46Resista, Rita, resista.
36:48Mas eu não sei, é que eu não estou resistindo à maciez, ao perfume dos dólares, e está
36:53muito difícil.
36:54Depois sou eu, tá, tá, tá, vamos lá.
36:56Quando eu contar isso para os meus netos, eles não vão acreditar.
36:59Pode deixar, que eu conto para os parentes.
37:03É isso aí, é assim que se fala, irmã.
37:06Vamos lá, agora eu quero todo mundo careca.
37:10E o careca, Ladi, nós sabemos que é mara.
37:16É mara.
37:19Vamos lá, Tatalo.
37:20Mário Jorge, não, meu amor, por favor.
37:21Seja o que Deus quiser.
37:23Não, eu não acredito que você vai ficar careca.
37:25Boa, meu bem.
37:26E não tem problema, sabe por quê?
37:28O que é tesoura velha?
37:50Tá com gosto de queijo, pano velho, né?
37:56Pano chão.
37:56Ah, por causa da Ferruja.
37:57Ah, é?
37:59Quem escreve é ele.
38:04Fazemos, nós precisamos fazer, nós fazemos, quem tem o texto.
38:07Pois um dia você acordou e estava com um tapa-olho.
38:13Tchau, tchau, tchau, tchau.

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Eriglebeson
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