- há 2 meses
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DiversãoTranscrição
00:00Bom dia, Arnaldo.
00:03Oi, Tatalo. Como é que estão os gêmeos?
00:06Olha, situação é preocupante, viu?
00:10As crianças não falam, só usam a linguagem corporal
00:13que aprenderam com a chimpanzé que toma conta deles.
00:16Aí eu tentei explicar pra Gelda que ela não pode deixar as crianças
00:19o dia todo por conta da macaca.
00:21E ela entendeu?
00:23A Gelda entendeu. A macaca é que criou o problema.
00:26Assim que eu quis passar o dia todo com gêmeos,
00:29olha o que ela me fez.
00:31Que livro é esse?
00:33Não reclame, resolva.
00:36É um clássico da autoajuda.
00:38Imagina que a autora estava prestes a se suicidar
00:40quando resolveu escrever esse livro.
00:42Vendeu milhões de exemplares no mundo inteiro.
00:45Olha só que interessante, olha.
00:47Não peça um copo d'água.
00:49Vá direto à fonte.
00:52Hein?
00:53Eu não entendi.
00:56Mas como que você não entendeu o objetivo desse livro
00:59é você tomar a rédea da sua vida na mão.
01:02Olha aqui.
01:03Eu tô sendo muito beneficiado por essa leitura, olha só.
01:06Se você entender que o cabelo tem um ciclo de vida próprio,
01:12aceitará com tranquilidade a calvície.
01:14O filhão já voltou?
01:18Voltei.
01:18E aí como é que tem umas crianças já aprender a falar?
01:20Só usam linguagem corporal.
01:22Mas eu já aprendi a me comunicar, olha só.
01:28Significa.
01:29Papai chegou.
01:30Não, Tatalo, não, não.
01:32Você não devia incentivar a linguagem dos gestos.
01:35Olha aqui, o Tatalo tá fazendo a coisa certa.
01:37A autora diz aqui, ó.
01:39Alguém que fala com sotaque é alguém que fala uma língua mais do que você.
01:45É.
01:46E por acaso esmurrar os peitos é ter sotaque?
01:49Meu Deus do céu, essas crianças não falam.
01:50Elas não sabem que são humanas.
01:53O mau humor crônico te impede de avançar.
01:56Agora, qualquer probleminha, Arnaldo saca uma estupidez que ele tira dessa bosta desse livro que ele tá lendo.
02:02Terás na boca o gosto da palavra que pronuncias.
02:07Arnaldo, eu vou acabar perdendo a minha paciência contigo.
02:10Você tá me entendendo?
02:12Me dê licença agora que eu vou dar uma saídinha.
02:14Eu vou levar a Isadora ao médico.
02:17Vou tomar essa atitude.
02:19Essa menina tá perdendo juízo.
02:21Em primeiro lugar, ela não é menina.
02:23Ela é viúva e alegre.
02:25Pior, além de viúva e alegre, é mau caráter.
02:29Que médico que você tá pensando em levar essa menina?
02:33Um neurologista, um psiquiatra, sei lá.
02:37Eu peguei essa moça fazendo o seguinte, segurando a impressora na frente do computador.
02:44Você tá entendendo a gravidade da situação?
02:46Ô mãe, você não entendeu o que aconteceu?
02:48Quer que eu repita?
02:49Por favor.
02:49O computador mostrou uma mensagem dizendo que não reconhecia a impressora.
02:55Eu tava só mostrando pra ele.
02:58Isadora, eu quero que você tenha um jeito nessa sua vida, entendeu?
03:01E quero também que você tenha pena de mim.
03:04Não se preocupa comigo não, tá?
03:07Agora eu tô fazendo parte de um projeto social, meu bem.
03:09Aqui na favela.
03:11Sim.
03:12Daqui a pouco, antes que elas vão começar a acontecer.
03:14Né?
03:14O projeto é esse?
03:15O projeto social do senador Chaveia se chama Infância Mágica.
03:21Esse senador Chaveia, você sabe que ele criou o próprio nome juntando chave com cadeia.
03:29Mas ele paga.
03:31Isso basta.
03:33O projeto se chama Infância Mágica e vai ser a maior bocada, tá?
03:38E onde é que você conheceu esse senador Chaveia, garoto?
03:42Ai, Arnaldo tem os meus contatos da época que eu era vereadora, né?
03:45Agora vocês não sabem da maior, meu bem.
03:48A mulher do senador Chaveia foi amiga da Celinha na época do ginásio, tá?
03:53Agora as coisas vão acontecer, gente.
03:55Vai começar a chover na nossa torta.
03:57Horta.
03:59Isadora.
04:00Hã?
04:00Não chove sobre a torta.
04:02Chove sobre a horta, Isadora.
04:04E horta é o quê?
04:06Uma espécie de guarda-chuva?
04:08Ai, meu...
04:09Ai, meu...
04:10Rita, Rita, Rita, Rita, Rita.
04:16Não reclame.
04:17Resolta.
04:18Tá doendo hoje.
04:40Não, é que eu tava cantando.
04:42Sabe o que é, seu Mário Jorge?
04:44Quem canta seus males espantam, daí.
04:46Será?
04:46Deixa eu ver.
04:49Os sonhos mais lindos sonhei.
04:55Não aconteceu nada.
04:57Meu mal continua aí.
04:58Não espantei nada.
04:59Carvalho.
05:00Cadê Dona Celinha?
05:02Ela ainda não saiu do quarto.
05:03O que foi que o senhor fez com a Dona Celinha?
05:05Tá tomando banho desequilibrada.
05:11Alô, daí.
05:12Atende direito, pode ser cliente.
05:13É daqui, sim.
05:16Tem eu?
05:18Eu sou ruiva.
05:21Pele branca, assim, tipo polaca, compreende?
05:25Ah, quem sou eu?
05:26Sou a secretária do lar.
05:28Que é um jeito disfarçado de dizer que eu sou escravo.
05:30Quem quer falar com ela?
05:33Dona Celinha?
05:35Telefone, é daí!
05:37Ali!
05:39Oi, Dona Celinha.
05:40Telefone.
05:41Uma tal de Muricy Chavez, que quer falar com a senhora.
05:45Quem?
05:46Muricy Chavez.
05:47Muricy não acredita.
05:48Há quanto tempo que eu não falo com ela?
05:50Que isso, gente?
05:52Não acredito.
05:53Alô?
05:54É ela.
05:57Quanto tempo, hein, menina?
06:00Ah, claro, né?
06:02Ficou rica, não liga mais pros pobres.
06:06Hã?
06:06Hoje?
06:09Agora?
06:11Claro, claro, claro.
06:13Você tem o endereço aqui de casa?
06:16Ah, então tá.
06:17Tá bom.
06:18Até já.
06:20Meu bem, calma, meu bem.
06:21Calma, meu bem.
06:22Calma.
06:22Calma, olha que você.
06:24Calma, meu bem.
06:25Essa Muricy Chavez não é a esposa do senador Chavez?
06:27O homem tá no jornal.
06:29Esqueceu de declarar duas mansões no Lago Sul,
06:32três fazendas, um avião a jato
06:33e 14 apartamentos em Brasília.
06:36Ô, sujeito esquecido, é impressionante.
06:39Eu acho até um milagre que ele lembre do próprio nome.
06:42Ele não lembra.
06:43Só é chamado pelo sobrenome, o senhor nunca notou?
06:46É Chaveia pra cá, Chaveia pra lá.
06:49A própria mulher dele, quando dá entrevista,
06:51se refere a ele assim.
06:52Ô, Chaveia daí?
06:53É verdade.
06:54Nunca ninguém soube qual é o nome de batismo do senador Chaveia.
06:57Quando essa mulher chegar aqui, eu vou perguntar.
06:59Não vai perguntar nada.
07:00Ela é minha amiga de ginásio.
07:02Claro que ela não concluiu, né?
07:03Porque ela foi expulsa.
07:05Ah, é? Por quê?
07:05Sabe por quê?
07:06Ela invadiu a sala da diretoria.
07:08Pra roubar as provas finais.
07:10Ela roubou as provas finais?
07:12Então essa mulher, quando casou com o senador Chaveia,
07:15encontrou a alma gêmea.
07:16Será que ela quer comigo?
07:18Ah, deve estar querendo procurar os amigos, né?
07:20Porque a situação tá preta pro lado deles.
07:22Olha lá no jornal.
07:23A coisa tá esquisita.
07:24A mulher não pode mais sair de casa.
07:26Tem manifestante cercando a casa deles.
07:28Ontem eu vi no telejornal, ela saiu de casa e um grupo de manifestantes jogaram um saco de cocô nela.
07:33Ela deve ter vindo pro Rio pra ficar perto da família.
07:35Olá!
07:38Mamãe!
07:39Hein?
07:40Você não acredita quem foi que me telefonou.
07:42Lembra daquela minha amiga do ginásio, a Muricy, que depois casou com o senador Chaveia?
07:48Claro, claro que eu lembro.
07:50Eu tinha até uma certa preocupação com essa tua amizade, com ela, porque essa Muricy nunca valeu nada.
07:55Ô, garota, sem vergonha.
07:58Eu sabia que ela ia longe, porque as garotas boas vão para o céu.
08:03Já as garotas mais, essas, vão a toda parte.
08:07Ela tá vindo pra cá.
08:09Ah, é?
08:10Peraí, vão a toda parte mesmo.
08:12Olha aqui, ó.
08:13Olha aqui o escândalo.
08:15Senador Chaveia faz sua defesa.
08:18Eu apenas esqueci de declarar alguns bens.
08:20E é elegante.
08:22Ele se veste bem, olha.
08:23Se veste bem e rápido.
08:26Como assim?
08:28Rápido, Celinho.
08:29Ah, ele faz tudo rápido, rápido.
08:30Acabava, pulava da cama, em dois tempos já estava vestido.
08:35Mas eu não acredito, você já pegou o senador Chaveia com a pele?
08:39Peguei.
08:40Não, tava passando por uma fase difícil, né?
08:43Precisava dar uma parada.
08:45Aí eu descolei com Chaveia uma diretoria no Senado.
08:49Fui diretora no Senado durante muitos anos, seu Mário Jorge.
08:54Fique o senhor sabendo.
08:56Diretora de quê, mamãe?
08:57Nunca soube, Celinho.
08:58Mas o pagamento ali, ó.
09:00Todo mês ali, direitinho.
09:03Mas isso foi no começo da carreira dele.
09:06Chaveia ainda era novinho, assim, muito gostosinho, né?
09:09Até antes desse casamento com essa Muricy.
09:12Mamãe, isso é corrupção.
09:14Isso é dinheiro público.
09:15Ah, e aí?
09:16Mas eu sou povão.
09:18Não, não, não, não, não, não.
09:20Você não é povão, não, Copéria.
09:21Você é do povão.
09:23Isso mesmo.
09:24Em questão de sexo, eu sou muito democrática.
09:28Acho que é até demais.
09:30Eu não confio, ela é igual a Neuza Beroli.
09:32Quem é Neuza Beroli?
09:33Neuza Beroli é uma fazendeira muito próspera lá de Pato Branco.
09:36Ah, não, pelo amor de Deus.
09:38Gostava de correr nua pelos campos e não recusava homem.
09:42Olha aí!
09:43Olha aí!
09:45Essa é das minhas...
09:47Gente, não tem homem feio, tem homem mal pegado.
09:51E aí?
09:52O que aconteceu com a Neuza Beroli?
09:55A Neuza Beroli não tinha vergonha na cara daí, né?
09:58Eu também não tenho.
09:59É, ela dizia pros homens assim,
10:01eu faço de tudo, só não faço folhinha verde.
10:06Folhinha verde?
10:07Que diabo é isso?
10:09Esse era exatamente o tipo de questionamento que ela causava nos homens.
10:13Ninguém sabia o que era folhinha verde.
10:14E ela dizia que só ia fazer a folhinha verde com o homem com quem ela se casasse.
10:18E enquanto não aparecia o pretendente, ela ia proitando bem.
10:22Cara, eu nunca na minha...
10:23Olha que eu sou homem já rodado, mas eu nunca na minha vida ouvi falar em folhinha verde.
10:28Nossa, até eu fiquei curiosa.
10:30O que é folhinha verde?
10:31Olha, se for alguma posição nova, mirabolante,
10:35eu quero aprender a técnica, porque eu e Celinha vamos fazer.
10:39Me engana que eu gosto, Mario Jorge.
10:42A única posição nova que eu consigo imaginar com você é a invertida.
10:47Você lavando louça e eu aqui sentada vendo televisão bebendo cerveja.
10:53Termina a história, Mozena.
10:54Bom, um belo dia, os homens, cansados de tentar saber o que era folhinha verde,
11:00eles se juntaram e tiraram a sorte na porrinha.
11:02E um deles, Vivaldo Berente, foi escolhido pra casar com Neuza Beroli.
11:06Pelo amor de Deus, termina essa história de uma vez, Mozena.
11:08Vivaldo casou-se com ela, mas na saída da igreja tiveram um acidente terrível.
11:12Neuza Beroli morreu na hora daí.
11:15Mas e daí?
11:17Daí que ninguém nunca ficou sabendo o que é a folhinha verde.
11:21Eu não acredito que ela nos contou uma história imensa.
11:24Contou essa história toda pra quê?
11:25Dividi minha frustração.
11:29Calma, calma, calma.
11:31Calma, não se preocupe que qualquer dia desse eu vou ensinar pra vocês a técnica da folhinha roxa.
11:39Mamãe, é folhinha verde.
11:40Mas a minha já está roxa.
11:43Roxa.
11:46Nem vou sair pela porta dos fundos porque eu vou ficar três dias fora, tá?
11:51Vai aonde, mamãe?
11:53Eu vou a Varre Sai.
11:55Fica aqui no estado do Rio mesmo, fronteira com o Espírito Santo.
11:58E a senhora pretende fazer o quê em Varre Sai?
12:00Eu vou ver se sai mesmo depois de Varreiro.
12:07Olha, eu vou dizer uma coisa a você.
12:09Viver com a sua mãe não é mole, não.
12:11Eu acho bom ela sair mesmo porque com a mulher do senador chegando,
12:15Copélia pode nos deixar numa saia justa.
12:17Olha, justa é uma coisa que eu não sou, Mário Jorge.
12:19O que eu sou mesmo é rodada.
12:25Ai, deve ser ela, Mário Jorge.
12:26Pelo amor de Deus, bem.
12:28Mude-se.
12:28A Célia Regina.
12:30É Morissi.
12:32É a dona Morissi.
12:32Vai te chamar.
12:35Ai, Célia.
12:37Quanto dia, bovinha.
12:40Que linda.
12:41Meu amor.
12:42Ó, esse aqui é meu marido, Mário Jorge.
12:46Morissi.
12:46Prazer.
12:47Ela é minha colega do ginásio.
12:48Muito prazer.
12:49Mário Jorge da Swan.
12:50Da Swan?
12:51Você, por acaso, é parente de Isadora?
12:53É a minha filha.
12:56Você conhece Isadora de onde?
12:58Meu marido.
12:59O senador.
13:00Ele disse que Isadora tem um grande futuro.
13:03Ela vai muito longe.
13:05Olha, e bota longe.
13:08Vamos sentar?
13:09Vamos.
13:11Bozina, eu tô achando que não vem boa coisa por aí.
13:14Não precisa nem duvidar.
13:17Como você diz lá em Pato Branco,
13:19mau cheiro dá pra sentir.
13:22Mas não bosta não vem debaixo.
13:24De sempre que há de cair, daí.
13:28Casamento hoje é isso aí.
13:31Toma lá, dá cá.
13:33E não rola, rola.
13:34Embola o que há aí, aqui.
13:37Entre Copacabana e o sonho de Bacarói.
13:47Vivendo e dançando, dois pra lá e dois pra cá.
13:54Porta a porta o amor fala entre si.
13:57Falsa calma e aí o temporal.
14:00Um relevo baixo, retrato esculástico.
14:04Do amor no país do carnaval.
14:07Toma lá, dá cá.
14:11E não rola, rola.
14:13Embola o que há aí, aqui.
14:15Eu não entendi direito, Maru Jorge.
14:17Essa mulher quer o quê?
14:18Ai, meu Deus.
14:19Colocar a gente pra participar de um projeto social.
14:21Eu já falei.
14:23Ah, e fui eu quem fez a ponte, hein?
14:25Quando ela me disse que era amiga da Celinha,
14:26eu vi que a gente ia ter grandes oportunidades.
14:28E aí?
14:29A mulher tá lá em casa.
14:30Mando trazer ela aqui ou não?
14:31Não.
14:32É claro que não.
14:33Meu pai não vai receber a mulher do senador Chaveia.
14:35Não fecha a tua porta para aquele que bate pedindo entrada.
14:38Meu Deus do céu, Arnaldo, larga esse livro, meu Deus do céu.
14:41Mas que coisa insuportável.
14:42Manda a mulher entrar, chama essa mulher.
14:45Que livro é esse aí?
14:46Isso aí é um compêndio de frases feitas
14:49que agora o Arnaldo usa como bíblia.
14:51Eu mereço.
14:52Aquilo que tu criticas é aquilo que tu temes.
14:56Ô, pai, busca ela lá.
14:57Vamos ver o que ela tem a dizer.
14:58Vocês já imaginaram se sai uma foto nossa
15:01ao lado da mulher do senador Chaveia?
15:03Vocês querem passar mesmo por essa vergonha?
15:05Qual é o problema?
15:06Qual é o problema?
15:07Ah, a tal da Muricy Chaveia tá em todas as colunas sociais,
15:10em todas as revistas,
15:11e todo mundo tá lá pendurado, agarrado nela,
15:13e ninguém tá com vergonha nenhuma.
15:15Ah, ui, Deus nos deu dois ouvidos e uma só boca.
15:19É preciso escutar a todos.
15:22Ah, não, Duardo, não.
15:22Você vai me enlouquecer com esse livro, meu Deus do céu.
15:26Chame essa mulher logo.
15:27Vamos escutar o que ela tem a dizer?
15:28Pois, muito bem.
15:30Vocês podem não ter consciência,
15:32mas a minha eu pretendo manter limpa.
15:34Eu vou protestar.
15:35Ah, é teu direito de adolescente chato, garotucha.
15:38Como esse garoto é chato, hein?
15:40É alegre esse menino, hein?
15:42É alegre?
15:44Faz alguma coisa de útil, criatura do olho junto.
15:47Vai lá e chama a Celinha e a Muricy.
15:49Ai, meu Deus do céu, essa casa tá uma bagunça, né?
15:55Ó só.
15:56Se não arrumas a tua casa,
15:59não arrumarás a tua vida.
16:02Arnaldo, Arnaldo!
16:06Dá licença.
16:08Ó, Muricy, esses são meus vizinhos, Arnaldo.
16:11Oi, oi, oi.
16:12Você já não foi casada com esse homem, Celinha?
16:14É, ele é pai do meu filho, Adonis.
16:16Ai, que bom que você conseguiu se separar aqui.
16:20É a mulher dele, a Rita.
16:22Essa aqui é a Rita, que já foi casada com o Mário Jorge.
16:25Dona Muricy, a nossa situação é tão esdrúxula
16:28que dava até pra fazer uma comédia.
16:30Que bom, isso que tá impressionante.
16:33Pode até ser, mas todo mundo aqui é honesto, dona Muricy.
16:36Senta, senta.
16:37Eu sei, eu sei disso, claro.
16:39Por isso que eu procurei por vocês.
16:41Sim, vocês podem escutar a Muricy, por favor?
16:43Tá, só um instantinho.
16:44O Bozena sempre pretende ficar parada aí na porta ou o quê?
16:48A senhora quer que eu fique onde?
16:49Ele ia no balcão, atrás da porta,
16:51feito um sapatão, que eu quero ouvir também,
16:52eu quero participar.
16:54Bozena, por favor, então entra, entra.
16:57Antes que a dona Álvaro apare...
16:58Agora eu venho com efeitos especiais.
17:22Madame Xavier, é uma honra recebê-la
17:26em nosso modesto condomínio.
17:28Muito prazer.
17:29Sou Álvaro Miranda, a presidenta do Jandalaia.
17:32Devo dizer que seu marido
17:34é uma eterna fonte de inspiração para mim.
17:39Obrigada, querida.
17:41Meu marido tem sido tão mal interpretado, dona Álvaro.
17:44Olha aqui, dona Álvaro, a senhora me desculpe,
17:46mas a senhora está interrompendo
17:47uma reunião particular da nossa família
17:48com Muricy Chaveia.
17:50Ela veio nos fazer uma proposta.
17:51Olha aqui, quem manda aqui neste condomínio sou eu, viu, Mário Jorge?
17:55Tudo que se passa aqui neste condomínio
17:57tem que ter a minha aprovação.
18:00Jorge, pelo amor de Deus, deixa ela ouvir.
18:02Deixa a dona Álvaro ouvir.
18:03Fala de uma vez, Muricy.
18:04Obrigada, Celinha.
18:07Vocês não sabem
18:08pelas coisas ruins que eu tenho passado.
18:12Eu e meu marido, senador Chaveia,
18:14estamos comendo pão que o diabo amassou.
18:16Vocês estão apenas escolhendo o que plantaram.
18:18Entra, garoto.
18:19É, mas de fato, não se passa um dia
18:22sem que saia uma coisinha no sonar, né?
18:24Gente, eu posso ser franca com vocês.
18:27A nossa situação é muito grave.
18:28Eu só estou de pé, porque eu sou uma mulher forte.
18:31Eu tenho passado por coisas inacreditáveis.
18:34Não diga, Muricy.
18:36Você imagina, Celinha?
18:38Vocês podem até não acreditar.
18:40Mas eu vim pra cá
18:41num avião comum.
18:43O Chaveia, ele proibiu o uso de jatinhos e...
18:48Eu sentei ao lado de gente, Celinha.
18:52Mas, Muricy, as pessoas viajam assim.
18:55Não, mas eu não sou as pessoas, querida.
18:59Eu sou Muricy Chaveia.
19:01Eu estou tão abalada.
19:03Nós tínhamos um patrimônio de 800 milhões.
19:06800 milhões.
19:08Nossa.
19:08E agora, o que nós temos?
19:11Um patrimônio de 400?
19:12400 milhões?
19:14É, 400 milhões.
19:15Mas, peraí, ô, ô, ô, ô, Muricy.
19:18Você tem 400 milhões, está reclamando de quê?
19:21Mário Jorge, você é pobre, né, filho?
19:25Viver uma vida sempre pobre, agora eu não.
19:28Você não pode imaginar os golpes que eu passei.
19:31Eu sou uma mulher rica, gente, riquíssima.
19:33E agora eu sou o quê?
19:34Uma remediada?
19:35Remediada?
19:36Mas remediada como?
19:37A senhora tem 400 milhões?
19:39Eu tenho certeza que o senador esqueceu também de declarar esse dinheiro.
19:43O senador é um homem muito esquecido, coitado.
19:46Imaginem que ele esquece até as chaves de casa quando sai.
19:48Peraí, aí também já é demais, Muricy.
19:51Esquecer as chaves de casa é uma coisa.
19:53Agora, esquecer de declarar três fazendas é demais.
19:56Senta, Mário Jorge, senta.
19:59Vocês me desculpem, mas eu não quero ouvir o que essa mulher tem a dizer.
20:03Ela pode ser sua amiga, mãe, mas não é minha amiga e nem amiga do povo.
20:07E eu acho de muito mau gosto você receber esse tipo de gente aqui na nossa casa, pai.
20:12Escrevam o que eu estou dizendo.
20:14Quando souberem que essa mulher está aqui em casa, vou fazer piquete aí na porta.
20:17O que é isso, filho?
20:18Com licença.
20:18Que menino agora é possível, Camila?
20:21Ô, menino genuco.
20:22Ele está brincando.
20:24Ele está brincando.
20:26Olha, ele sempre foi meio esquisito.
20:29Bom, gente, é o seguinte.
20:30Eu e Xavê estamos tentando limpar a nossa imagem.
20:34E por isso nós estamos fazendo um projeto.
20:37Nós vamos montar uma peça para trazer mensagens positivas a toda a comunidade carente.
20:43Ah, mas então você bateu na porta certa, Xavêia.
20:48Nós já temos a nossa própria favela.
20:52Ainda não é uma mega favela, mas nós chegamos lá, graças a Deus.
20:57É só você fazer um repasse para o Jambalaya que nós entramos no projeto, não entramos.
21:03Não, mas eu quero que vocês participem do projeto.
21:06Eu quero que vocês participem da peça para as crianças carentes.
21:10Mas vem cá, que peça é essa?
21:14Bicharada em festa.
21:17Foi o Xavêia mesmo que escreveu.
21:19Ele quer mostrar para as crianças a realidade verdadeira desse povo.
21:24E tem cachê, não é?
21:26Aham.
21:27Tem cachê, eu faço.
21:29Faço qualquer coisa.
21:30Mas você é o seguinte, de quanto seria esse cachê?
21:34É, é.
21:35É simbólico, tá?
21:36Mas vamos esclarecer esse simbolismo.
21:40Quanto exatamente, Muricy?
21:43Cinco mil.
21:43Ai, eu para cada um!
21:45Peraí, peraí, peraí.
21:46Cinco mil reais para fazer uma peça infantil?
21:48Eu faço qualquer papel.
21:50Eu também.
21:51Dona Muricy, tem que fazer...
21:55Todo mundo tem que fazer papel de bicho?
21:57É, todo mundo tem que fazer papel de bicho.
21:59As fantasias já estão no caminhão.
22:01E assim, a gente sempre faz a mesma peça com elenco voluntário, tá?
22:05E vocês podem ficar tranquilos, porque é tudo certinho com o contrato.
22:10Tudo dentro dos conformes.
22:12E os contratos já estão aqui.
22:13Quem quiser já pode assinar agora mesmo.
22:15Eu assino, eu assino.
22:16Quando é que a gente vai receber?
22:17Depois que vocês apresentarem a peça, claro.
22:19Olha, cadê o contrato?
22:20Manda um contrato.
22:21Aqui, tá aqui, tá aqui.
22:22Toma.
22:23Seu.
22:23É, tá todo mundo.
22:24Toma aqui pra vocês.
22:26Já tem a caneta aqui, tá?
22:27Tem até um pra você, não.
22:29Ai, nossa, meu Deus.
22:30Eu tinha esquecido de mim, tava aqui quietinha, né?
22:33Olha só, vocês podem assinar, está tudo muito certo.
22:38Os meus advogados já viram tudo.
22:40Eu também.
22:41Li cláusia por cláusia.
22:44Li o quê?
22:45Cláusia por cláusia.
22:46Cláusula.
22:48Cláusula, não é cláusia.
22:49Cláusula.
22:50Ah, logo vi.
22:52Cláusia é nome de gente, né?
22:54Lá em Pato Branco, todo rapaz que se chama Cláudio sonha em se casar com uma moça
22:59que se chama Isa.
23:00Assim, eles vão manter a tradição e a primeira filha mulher vai se chamar Cláusula Bernadette.
23:05Bernadette por causa da santa?
23:07Não sei, não sou Cláusula daí.
23:12Cala essa boca, polaca.
23:14Então, Arnaldo, o que você acha?
23:15Vamos assinar ou não vamos?
23:17Eu já assinei.
23:18Eu não tenho condição de recusar cinco mil reais.
23:21Então, quem não assinou, que assine já.
23:23Não sei lá, mas claro que eu acho.
23:37Vamos fazer um ensaio corrido pra saber se todos vocês sabem o texto, tá?
23:41Eu não sei se eu decorei tudo, não.
23:43Ah, Celinha.
23:45Improvisa, amor, improvisa.
23:47Você tem que sentir a ararinha azul, entendeu?
23:49Se você sentir o personagem, tudo flui organicamente.
23:53Agora, uma foto.
23:54Vou ficar lindas.
23:56Ô, dona Muricy, numa boa, não tira a foto minha vestida assim, não.
24:00Que esses meus filhos me virem vestido assim, vão pensar de vez que são macacos.
24:05Contra.
24:06Contra a cabeça.
24:07Sorrindo pra mim.
24:08E eu, vou ficar em pé aqui o tempo todo?
24:13Mas onde já se viu o Jequitibá sentado, dona Deise?
24:16Ah, mas eu não vou aguentar, não.
24:19Eu quero uma cadeira.
24:21O Jequitibá está prestes a ser abatido.
24:24Ô, dona Muricy, eu tenho umas considerações a fazer sobre o Zé Capivara.
24:29Eu não acredito.
24:30Você vai fazer questionamentos psicológicos sobre como interpretar uma capivara, Arnaldo?
24:34Não, não é nada disso.
24:35Eu quero saber por que que eu vou fazer o Zé Capivara e o Mário Jorge vai fazer o Jaguar.
24:41Por quê?
24:41Porque a Muricy acha que eu levo mais jeito pra fazer o papel do rei da floresta.
24:46Ah, mas o rei da floresta não é o leão?
24:49Anta!
24:50E desde quando tem leão na América do Sul?
24:52Ué, não sei.
24:53Como é que eu vou saber?
24:54Nunca fui lá?
24:55Lá onde?
24:56Na América do Sul.
24:57Seu pelo amor de Deus.
24:58Essa garota é capaz até de ganhar um prêmio representando uma anta.
25:02Não, eu quero entender porque da outra vez o Mário Jorge fez Doutor Peri e eu era o contínuo Aracauê.
25:07Ai, meu Deus.
25:08Agora eu sou o Zé Capivara e ele é o Jaguar.
25:12Eu quero saber por quê.
25:13Eu só quero entender isso.
25:14Pelo amor de Deus, mas que coisa chata.
25:17Mas não basta o mico que nós estamos pagando aqui.
25:19Vem cá.
25:19Você é o Zé Capivara, eu sou a bicha preguiça.
25:22Você quer trocar?
25:23Bicha?
25:23Depois de representar a papagaia civuca, não tenho mais degraus a descer.
25:30Para mim sobrou o papel de vilã da história.
25:34Coitada da dona Jacaroa, ela não tem amigos, Ararinha.
25:37Claro, comeu todos os amigos.
25:40Ai, finalmente vocês estão entendendo o espírito da peça.
25:44A dona Jacaroa é má.
25:46É a vilã da história.
25:48Para ela ser transformada em bolsa, não tem nenhum problema.
25:52Peraí, em termos, né, Maurício?
25:54Em termos.
25:54Porque daí até incentivar uma criança a matar um bicho, isso aí é um absurdo.
25:58Não, isso sem falar que o marido dela é o rei do desmatamento.
26:02O cara quis desmatar o Jardim Botânico e o Parque do Ibirapuera.
26:06Não, meu marido só quis limpar os parques.
26:09Tá, agora vamos parar com essa falação e vamos ensaiar.
26:13Certo?
26:13Certo.
26:14Vocês vão para os seus lugares.
26:16Pode ser isso aí mesmo.
26:19Isso é zona 10.
26:21Sentei.
26:22Começado, Ana Deixe, por favor.
26:24Olá, amigos.
26:28Eu sou o Jequitibar, a árvore frondosa da floresta,
26:32aonde a bicharada se reúne embaixo da minha sombra
26:36para discutir seus problemas.
26:39Oh, compadre Jaguar, o que o senhor estava fazendo aí atrás?
26:47Eu estava me aliviando, porque eu saí cedo de casa e não tive tempo de usar a casinha.
26:53Ah, isso se faz.
26:55Urinar nas minhas costas.
26:56E, olha lá, que lindo, que lindo, ararinha azul.
27:03E a papagaia subuca.
27:05Bom dia, meninas.
27:18Que bons ventos as trazem.
27:20Fomos convocadas para uma reunião com os bichos da floresta.
27:24Mas eu tenho muito medo do Jaguar.
27:27Ora, não tenha medo, ararinha.
27:30Eu sou gente boa.
27:32Dê uma lata de cerveja para ele que não tem problema, viu, ararinha?
27:36Essa onça é pingus.
27:38Jequitibá, eu não entendo o que está acontecendo.
27:42Um Jequitibá tão forte, tão frondoso e tão troncudo, já não se aguenta de pé.
27:48Sentou?
27:50Sentei.
27:51Falam muita coisa desse Jequitibá.
27:54Nós, por via das dúvidas, não posamos nos seus galhos.
27:58Ih, vem aí, Zeca Pivara.
28:02Oh, compadre Zeca Pivara, também veio para a reunião?
28:05Vim, nós temos que resolver o que nós vamos fazer com o Homem Branco que está acabando com o nosso ecossistema.
28:12Ih, lá vem Macaco Tião e Anta Dorinha.
28:15Eu só vim fazer presença, porque eu nunca entendo nada.
28:18Vamos deter o Homem Branco!
28:22Cadê a bicha? A bicha, a preguiça, a bicha.
28:25Calma, mas eu estou chegando, Mona.
28:27Eu vim bem devagar, curtindo o que sobrou ainda da floresta amazônica.
28:32Tudo bom, Mona? Como é que está?
28:34Minha senhora, é a senhora da sua vida.
28:35Bicha, a preguiça.
28:36A sua vida, você pode ir.
28:38Tudo bem, bichona preguiça.
28:39Vai, meu rabi.
28:44Será verdade que o Homem Branco quer mesmo acabar com a floresta?
28:47Ih, será?
28:48Será?
28:51Vou perguntar para a dona Jacaroa, que já está chegando.
28:56Dona Jacaroa, será mesmo verdade que o Homem Branco quer terminar com a floresta?
29:00Sim, sim, é verdade, ele quer sim.
29:04Mas isso vai ser muito bom para nós, selvagens, porque deixaremos de ser selvagens e nos tornaremos
29:11civilizados, não é?
29:13Nós vamos morar, sabe?
29:14Vamos morar em condomínios luxuosos e vamos assistir aos nossos amigos em TV a cabo.
29:21É, eu ouvi dizer que tem vários programas sobre nós.
29:25É, mas enquanto, quando o Homem Branco botar abaixo toda a natureza, vamos mandar para o
29:30Rio de Janeiro, tá?
29:32Vou morar com o meu amigo Capivara.
29:33É, meu primo, meu tio mandou o Capivarinha para o Rio de Janeiro, porque ele está achando
29:39ele meio esquisito, sabe?
29:40Então, ele está morando lá na lagoa.
29:42Ele nunca foi esquisito, o Pivarinha.
29:45Ele era uma capivara muito, muito...
29:51Sensível.
29:53Sensível.
29:54Dizem que foi comido.
29:57Nossa, essa língua da bicha arada e nem tem outro.
30:00Ah, não tem.
30:01Como falam mal da vida alheia.
30:03E eu, olha aqui, eu já entrei em contato com um grande comprador amigo meu, né?
30:09Ele fabrica bolsas de couro, não é?
30:13E eu já, inclusive, estou mandando vários amigos...
30:16Vendi vários amigos meus para eles, não é?
30:19Estou ficando riquíssima.
30:21Essa dona jacaroa é de morte.
30:26Mas antes, bicharada, de decidir o que faremos com o Homem Branco, vamos cantar a canção
30:32da bicharada.
30:33Vem ver outra na floresta, nossos bichos fazem a festa.
30:42Mãos, os bichos, meus amigos, também gostam de dançar.
30:48Um, dois, três, vai.
30:49O macaco, a ararinha, o jaguara, a cantorinha.
30:55A breguiça, a camivara, a breguiça, a jacarola, toda a festa numa voa, junto ao bom jequichibá.
31:09Se reúne a bicharada, todos os caras vão dançar.
31:17Muito bem, muito bem, muito bem.
31:28Vocês foram ótimos, parabéns.
31:31Agora podem descansar um pouquinho.
31:33Eu vou à toalete e já volto logo.
31:35Ai, graças a Deus.
31:36Que chamei, toma pra vocês.
31:37Que chamei, toma pra vocês.
31:37Que chamei, toma pra vocês.
31:38Que chamei, toma pra vocês.
31:39Que chamei, toma pra vocês.
31:41Eu errei aquela hora.
31:43Vai lá, filho.
31:44Pai, ridículo.
31:45Vocês sabem o que foi que vocês assinaram?
31:47O quê?
31:48Peraí, menino, dá um tempo.
31:49Já não basta esse mico aqui que nós estamos pagando.
31:51É dois minutinhos mico, é cinco mil reais no bolso e voltamos à nossa vidinha.
31:54Meu filho, pelo amor de Deus, a Rita tem razão.
31:56Aonde que nós vamos arrumar esse dinheiro todo?
31:59Cinco mil mais cinco mil, meu de Mário Jorge, dá dez mil.
32:01Onde a gente vai arrumar dez mil?
32:03Vocês não vão ver a cor do dinheiro.
32:05Vocês abriram contas nas Ilhas Caimã.
32:07São laranjas da Murici do Senador Chaveia.
32:11Eu aposto que ninguém leu o que assinou.
32:13É verdade.
32:13Na pressa, aquela letrinha miúda, eu confesso que passei nisso também.
32:18Essas contas vão receber depósitos milionários depois que vocês morrerem.
32:22Porque a beneficiária de tudo é a Murici.
32:25E morrer, meu filho? Que história essa de morrer?
32:27Como assim morrer?
32:28Vocês não acreditam que é esse o plano?
32:31Olha aqui, eu vou resolver isso com a dona Murici assim que ela saía desse banheiro, sabe?
32:35Aliás, eu vou resolver isso é agora.
32:37Vamos lá.
32:38Vamos lá.
32:38Vamos lá.
32:38Vamos lá.
32:39Vamos lá.
32:40Vamos lá.
32:43O que foi?
32:44A porta está trancada.
32:45Meu Deus do céu, meu Deus do céu, cadê essa mulher?
32:47Ela abusiu.
32:48Silêncio.
32:51Escutem.
32:53A minha fantasia está fazendo tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
32:56Meu Deus do céu, gente, eu acho que tem uma bomba aqui dentro.
33:00Puxa, meu sapato não vai explodir.
33:04Desarmem essa bomba.
33:06É verdade.
33:06Vem, pai.
33:07Vem, Arnaldo.
33:08Vem, vem, vem, vem.
33:09Calma.
33:10Jequitibá.
33:12Nós vamos salvá-la.
33:13Vamos.
33:14Tentei achar a bomba aí atrás.
33:16Procurem.
33:16Procurem.
33:17Para onde está aqui?
33:21E aí, Mário Jorge?
33:24E aí.
33:25Está aqui.
33:26Tem três fios, dois, um vermelho, um verde, o terceiro ficou agarrado na roupa dela.
33:32Puxa o vermelho.
33:34Agora não sei se eu puxo o branco ou o vermelho.
33:37O vermelho, Mário.
33:37Não, o branco.
33:38Os dois.
33:40Eu vou puxar.
33:41Não, não, não, não, não, vamos fazer o seguinte.
33:43Eu acho melhor detonarmos a bomba à distância, não é?
33:48Porque assim só teremos uma baixa.
33:51Um sapatão, um chão de barco.
33:53Pelo amor de Deus, não me deixem morrer.
33:56Calma, Riquitibá.
33:58Olha, eu já vi isso num filme.
34:01Eu sei como desarmar esse poderoso mecanismo.
34:05Vai, Mário Jorge.
34:07Não consegue.
34:09Calma.
34:09Eu tenho técnica pra isso.
34:11Preciso me concentrar.
34:13Me concentrarei violentamente.
34:15Vai lá.
34:15Bonito, bonito, me deixe.
34:19Você me engueijo.
34:21Correio de polorego.
34:22Escolhido foi você.
34:23Adeus, mundo brulho.
34:31Jorge, você conseguiu, meu amor.
34:34Eu não acredito.
34:35Que orgulho.
34:36Olha, só você sabe que até eu tenho que dar a mão palmatória.
34:39Foi muito bonito o gesto, viu, Mário Jorge?
34:42Olha aqui, é o que diz aqui no meu livro.
34:44Olha, se ages com boa intenção, nunca lhe deixam na mão.
34:48Pode salvar a vida de um sapatão.
34:51Sabe como que a gente vai comemorar o final feliz?
34:57Dançando, que afinal de contas nós somos a bicharada em festa.
35:01Elegria, meninos!
35:02Se eu voltar na floresta, nossos bichos fazem a festa.
35:09Pois os bichos, meus amigos, também gostam de dançar.
35:18Você acredita que ela invadiu a sala da diretoria?
35:21E robrou, rorobrou.
35:25Diretora de quê, mamãe?
35:27Nunca soube rejeitar.
35:33Vivalda casou-se com ele.
35:36Não, mas vamos, vamos, vamos, qual é a palavra?
35:40Ok.
35:41Posso daqui?
35:43Eu não tenho nem mão.
35:44Alguém me socorre.
35:48Quebra aqui pra mim, quebra aqui pra mim.
35:51Socorro!
35:51Socorro!
35:52Obrigado.
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