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O novo acordo entre Estados Unidos e Japão movimenta o mercado global. A parceria bilionária prevê tarifas recíprocas reduzidas e investimentos de US$ 550 bilhões em território americano.
Vito Vilar, consultor de política internacional da BMJ, analisa os impactos no Real Time: o que o Japão ganhou, as exigências de Donald Trump, os reflexos na relação com a China e os recados para países como o Brasil.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00O acordo entre Estados Unidos e Japão movimenta o mercado hoje.
00:03O acerto prevê tarifas recíprocas e investimentos de 550 bilhões de dólares nos Estados Unidos.
00:10Para analisar o impacto dessa parceria, a gente conversa agora com o Vito Vilar,
00:14que é consultor em política internacional da BMJ.
00:18Bom dia para você, Vito. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:21Bom dia, Marcelo. Tudo bem? É um prazer estar aqui.
00:25Bom, o Japão tem uma economia muito mais interligada com a economia americana do que a nossa,
00:30por exemplo. Para eles, esse acordo era vital, não é, Vito?
00:34Realmente é muito importante. A gente está falando de uma balança comercial de mais ou menos 200 bilhões de dólares.
00:40O Japão exporta mais de 100 bilhões de dólares para os Estados Unidos, importa 80 bilhões de dólares.
00:45Então, de fato, é um parceiro muito estratégico, especialmente nos últimos 80, 60 anos.
00:51De fato, perder essa economia seria um grande golpe para a economia japonesa.
00:56Então, era a prioridade máxima do governo.
01:00do país asiático nos últimos meses.
01:02Agora, essa eleição também fez o Japão adiar um pouco esse acordo.
01:06O que essa mudança de governo implicou na negociação com o Trump?
01:10Na realidade, essa mudança de governo fez com que o Japão conseguisse ter um novo gás agora, com a troca.
01:17Então, as negociações que foram feitas, especialmente nos últimos 40 dias, 50 dias,
01:22conseguiram um gás novo e o Japão conseguiu, na minha opinião, um melhor acordo até esse momento.
01:29Inclusive, foi o primeiro país com um superávit importante com os Estados Unidos,
01:34conseguir abaixar as tarifas de uma maneira até bastante interessante.
01:38Agora, o Japão consegue acessar o mercado americano com 15%, em contrapartida aos mais de 20% que antes tinha.
01:45Inclusive, conseguiu baixar as tarifas de automóveis para os Estados Unidos para 15%.
01:50O primeiro país conseguiu fazer isso e agora consegue acessar o mercado americano
01:55sem aquelas tarifas de 25% que todos os outros países terão que pagar.
02:01E quais são as condições do investimento de 550 bilhões de dólares do Japão nos Estados Unidos?
02:08De fato, as condições desses investimentos são com que esses investimentos sejam realizados na economia americana
02:14e que fiquem nos Estados Unidos.
02:16Obviamente, nós sabemos que o Japão tem diversos investimentos.
02:19Recentemente, houve a compra por uma empresa japonesa de algumas empresas siderúrgicas lá,
02:26que estavam até sendo bloqueadas pela justiça americana,
02:29mas que agora deve ter um caminho mais facilitado.
02:31Também o Trump tem uma perspectiva muito grande de aumentar o investimento
02:36e construir um tubo de ligação do Alasca para os países asiáticos,
02:41especialmente aqueles parceiros do Leste Asiático, como o Japão, a Área do Sul, Taiwan.
02:45Então, tem uma perspectiva de que o Japão também apoie a construção desse gasoduto
02:49que liga o Alasca aos países asiáticos.
02:52Então, o Trump também solicitou uma maior facilidade de acesso ao mercado japonês,
02:57especialmente para os produtos agrícolas americanos.
03:00Aqui falando do arroz, uma comodidade fundamental para o dia a dia do japonês
03:05e também para os carros dos Estados Unidos.
03:07Uma vez que o Japão é um grande produtor desses dois produtos
03:10se tinha um mercado bastante fechado para a importação de arroz e também de automóveis.
03:15Então, as condições para que esse investimento seja realizado,
03:18para que esse acordo seja cumprido, foi essa.
03:21Investimento nos Estados Unidos, dessa ordem que você comentou em diversos setores,
03:25que esses investimentos fiquem nos Estados Unidos
03:27e que o mercado japonês seja mais aberto às exportações americanas.
03:31Você diria que o Japão, para fazer comércio exterior, é um pouco chato, às vezes?
03:35Um pouco fechado demais?
03:36O Japão, curiosamente, é uma das economias que mais precisa de importação,
03:41mas também é uma das economias mais reguladas para conseguir fazer essas importações.
03:46Ao tratar-se de uma ilha, obviamente, ele não consegue produzir todos os recursos que ele precisa.
03:51Então, obviamente, alguns produtos fundamentais para a sua indústria,
03:54o Japão é uma indústria de tecnologia de ponta,
03:57produz uma indústria automobilística também de ponta,
04:00precisa de recursos como alumínio, aço, ferro,
04:02que precisam ser importados em complementariedade com o que é produzido localmente.
04:06Mas a importação, muitas vezes, não é tão facilitada.
04:09E aqui, olhando também para o setor agrícola,
04:11o Japão é uma agrícola e também de consumo de alimentos,
04:16é uma economia bastante tradicional nesse sentido.
04:18Então, boa parte da cesta alimentícia do japonês consiste de arroz e também pescado,
04:24que são dois dos produtos muito produzidos na região.
04:27Entretanto, o acesso a essa economia é bastante dificultado.
04:31Então, o próprio Brasil, o presidente Lula esteve no Japão,
04:34dois meses atrás, tentando buscar abertura comercial.
04:38Então, é uma economia que depende bastante também da produção local,
04:43mas que pode ser mais aberta ao consumo externo.
04:46E é por isso que o Donald Trump foi bastante enfático nas negociações com o Japão
04:50e, na opinião dele, conseguiu um acordo bastante favorável para os Estados Unidos.
04:53Agora, esse acordo dos Estados Unidos com o Japão afeta, de alguma maneira,
04:58a relação do Japão com a China?
04:59Porque, apesar dessa discordância histórica que eles tiveram,
05:03nos últimos anos ou décadas, o comércio da China com o Japão aumentou muito.
05:08De fato.
05:10Acho que, obviamente, a China e o Japão eram competitores pelo leste asiático,
05:16pela abertura de mercados no leste asiático,
05:18mas essa competição arrefeceu um pouco,
05:19uma vez que a China cresceu muito nos últimos 20 anos, especialmente.
05:24O Japão acabou ficando estagnado depois dos anos 90.
05:27Então, obviamente, foi uma economia que acabou criando uma complementaridade.
05:32Inclusive, após o Donald Trump anunciar as tarifas,
05:35também houve alguns encontros trilaterais entre o Japão, a Fora do Sul e a China
05:40para tentar construir uma agenda em comum entre os países
05:43para lidar com as tarifas do Trump.
05:45O que, de fato, aconteceu nessas reuniões,
05:47mas a agenda em comum não foi avançada de uma forma tão latente assim.
05:52Então, tanto a China, quanto o Japão, quanto a Fora do Sul
05:54buscaram negociações bilaterais com os Estados Unidos.
05:57Mas, de qualquer forma, eu acredito que, obviamente,
06:00gera uma preocupação no governo chinês
06:03de que o Japão pode se afastar um pouco da China,
06:07mas, obviamente, ainda continuará sendo uma relação de complementaridade entre as partes.
06:12Agora, para outros países que estão na fila,
06:14tentando fechar um acordo com os Estados Unidos,
06:15que é o nosso caso, inclusive, né, Vitor?
06:18O que essa negociação com o Japão manda de recado?
06:22Bem, manda um recado positivo para aquelas economias que têm um superávit como os Estados Unidos.
06:28Então, boa parte dos acordos fechados até agora não foram, de fato, acordos mesmo.
06:32Quando a gente fala um acordo positivo, um acordo de construtivo entre as partes.
06:36O próprio acordo que as Filipinas anunciou no final da semana passada
06:41mudava pouquíssima coisa do que já tinha sido anunciado pelas tarifas recíprocas.
06:47O acordo do Vietnã, embora diminuísse bastante as tarifas,
06:50reduzia de 40% para 20%, que também é uma tarifa bastante alta.
06:54O acordo com o Reino Unido tem pouquíssimas opções feitas.
07:01A única grande conquista do governo britânico foi a redução da tarifa do ácido ferro de 50% para 25%,
07:07fazendo assim como uma cota bastante proibitiva.
07:10Então, para os demais países que estão ainda procurando um acordo,
07:13mostram uma centralização positiva.
07:15O que o Trump quer, ele quer investimento e ele quer abertura de mercado.
07:18Caso esses países consigam atingir essas demandas,
07:22é possível, sim, que seja feito um negócio.
07:25Mas, para o caso do Brasil, ainda a gente tem uma preocupação que é um pouquinho diferente.
07:28Além do Brasil não ter um superávit com os Estados Unidos,
07:31na verdade, a gente tem um déficit histórico com os americanos,
07:33a questão aqui com o Brasil, ela parte por outros caminhos.
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