Acordo Mercosul-EFTA promete impulsionar exportações brasileiras; Mariana Almeida analisa

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O Mercosul e a EFTA, bloco com Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, assinam nesta terça-feira (16), acordo de livre comércio. Fernanda Sette, repórter em Brasília, detalhou impactos estimados de R$ 3,3 bilhões para o Brasil até 2044, ampliando oportunidades para produtos agroindustriais e industrializados. Acompanhe a análise de Mariana Almeida.

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00:00Dia decisivo para a economia. Isso porque o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio,

00:06composta por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, assinam nesta terça-feira, no Rio de Janeiro,

00:13um acordo de livre comércio entre os dois blocos. Segundo o Ministério das Relações Exteriores,

00:19a iniciativa deve impulsionar a diversificação das exportações do Mercosul, atualmente,

00:24sob a presidência temporária do Brasil. E quem chega ao vivo, direto de Brasília,

00:29com as informações, é a repórter Fernanda Sete. Oi, Fernanda, muito bom dia para você.

00:35Nada como, no momento de guerra comercial e de tarifas a 50%, ter um outro acordo

00:40e ampliar os mercados para os produtos brasileiros. Não é isso? Seja bem-vinda ao Agora.

00:50Muito obrigada, Eric Klein. É isso mesmo. Bom dia para você e para todo mundo que nos acompanha.

00:55O Mercosul e a EFTA, Associação Europeia de Livre Comércio, formada por quatro países,

01:02Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, assinam nesta terça-feira, no Rio de Janeiro,

01:09o acordo de livre comércio entre os blocos. E olha, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores,

01:16esse acordo vai contribuir para a diversificação do comércio do Mercosul,

01:21cuja presidência temporária está, de fato, sob a responsabilidade do Brasil.

01:26E os quatro países da EFTA somam cerca de 15 milhões de habitantes,

01:32com o PIB superior a um trilhão de dólares.

01:37Além disso, as estimativas apontam um impacto positivo no PIB brasileiro com esse acordo.

01:44De acordo com as estimativas, há um salto aí do PIB de 2,69 bilhões de reais no PIB brasileiro.

01:55Ou seja, um aumento aí de 660 milhões de reais em investimentos

02:01e mais de 3 bilhões de reais em exportações até 2044.

02:08Além disso, Eric Klein, só em 2024, o Brasil exportou mais de 3 bilhões de dólares para o EFTA.

02:19E importou aí mais de 4 bilhões de dólares para o EFTA.

02:24Em relação aí aos produtos enviados pela EFTA ao Brasil,

02:29os principais setores foram máquinas, equipamentos, setor químico e também farmacêutico.

02:34E olha, o acordo tem várias cláusulas ali, mas uma das principais premissas que está nesse acordo,

02:42que será assinado nesta terça-feira no Rio de Janeiro,

02:45é que a EFTA vai eliminar 100% das tarifas de importação dos setores industrial e também pesqueiro.

02:54Além disso, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e também Serviços,

03:00o acordo abre novas oportunidades para o Brasil, especialmente para aqueles produtos agroindustriais.

03:09E de maior valor agregado, como por exemplo, o milho, a carne, frutas, café torrado, sucos, etanol, mel,

03:17dentre outros produtos.

03:19Então, assim, a partir de agora, a partir da assinatura desse acordo,

03:23lembrando, não significa que os termos que estarão ali no acordo entrarão em vigor de imediato.

03:30Não, depois que o acordo é assinado, ele precisa ser traduzido para os idiomas,

03:36para os idiomas dos quatro países que formam a EFTA e também o Mercosul.

03:43Após a tradução desse documento para os idiomas dos países respectivos,

03:50tem que passar ali pela aprovação, pelo processo interno de cada país.

03:55No caso do Brasil, vai precisar aí do apoio, digamos assim, do Poder Executivo e também do Legislativo,

04:03ou seja, vai precisar da aprovação dos parlamentares, aprovação no Congresso Nacional.

04:10Então, já é um grande passo, já é um avanço, mas lembrando que o acordo não entra, de fato, em vigor de forma imediata.

04:18Ele precisa ser traduzido e logo depois ser apreciado aqui, tanto pelo Poder Executivo,

04:25tanto também para o Poder Legislativo.

04:27Lembrando que a assinatura deste acordo acontece hoje, ao meio-dia, no Rio de Janeiro

04:34e vai contar aí com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin.

04:39Ou seja, um avanço aí para a economia brasileira e, claro, para as exportações brasileiras.

04:46Eric Klein, volto com você.

04:47Obrigado, viu, Fernanda Sete, pelas suas informações.

04:50Já, já a gente volta a conversar, porque ainda hoje a Fernanda volta ao vivo com mais informações sobre este acordo

04:57e daqui a pouco você vai ver uma análise completa sobre o assunto com o apresentador do Conexão,

05:03Marcelo Favalli.

05:04Continue conosco aqui, porque agora eu vou falar com a Mariana Almeida, nossa analista, que já está aqui conosco.

05:09Bom dia, Mari. Tudo bem?

05:10Tudo bom, Eric. Bom dia para você. Bom dia para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora.

05:14Maria Almeida, no momento de guerra comercial, tarifácio para lá, tarifácio para cá,

05:19é sempre importante você diversificar os players, diversificar os mercados.

05:23No entanto, esse acordo sendo importante, mas a receita é diminuta em relação à balança comercial brasileira,

05:33às exportações brasileiras.

05:35Nos próximos 20 anos, deve trazer só para o Brasil pouco mais de R$ 3,3 bilhões de reais com esse acordo.

05:43Pois é, Cláudia, acho que o volume de comércio esperado ainda é pequeno,

05:47o que mostra ter uma dificuldade, em alguns casos, o Brasil, aqui a gente está falando de um acordo com o Mercosul,

05:52mas falando especificamente do Brasil, de conseguir navegar bem numa situação como essa,

05:56porque são quatro países só, também é um bloco pequeno, mas é um bloco com altíssima renda.

06:02Quando você está de patamar de consumo, é um consumo per capita bastante significativo.

06:07Acontece que a gente não tem necessariamente uma capacidade de conseguir aproveitar essa capacidade de consumo

06:14num processo de diversificação e de conseguir colocar alto valor agregado nas exportações.

06:19Até porque também são países bastante industrializados, são países que têm eles próprios também uma capacidade de,

06:25de fato, prover aí o seu consumo alta.

06:29Então, achar espaço, achar brechas, tentar navegar de maneira mais robusta nesse tipo de acordo,

06:34ainda é um esforço que muitos dos industriais brasileiros, muitos dos produtores brasileiros têm um pouco de dificuldade.

06:40Tem a distância, não é uma cultura tão tradicional com relação a cada um deles, mas é isso, é alta renda.

06:46São países, inclusive, alguns deles são os países, alguns dos poucos países que realmente não são endividados no mundo,

06:51a gente vai falar bastante sobre dívida, aqui eles estão, alguns dos poucos que não são.

06:56Então, tem capacidade de pagamento, tem uma alta entrada líquida de recursos nesses países.

07:01Resta saber se, de fato, o que nos cabe, a nossa porção é sempre tão pequenininha mesmo,

07:06porque é isso, capacidade de consumir, ali tem, e como a gente vem falando, não dá pra agora ir na contramão, né?

07:11É importante diversificar.

07:12Claro, o esforço pra diversificação, a gente nunca negou aqui, ele é grande, porque tem isso,

07:17entender cada mercado, quando os mercados são bastante pulverizados, à exceção dos grandes, Estados Unidos, China,

07:24mas o resto é pulverizado e aí tem que aprender a lidar com diferentes realidades,

07:28diferentes perfis de consumo e saber aproveitar cada um deles.

07:31Exige investimento, viu, Klein?

07:32É, tá certo, Mário Almeida, até já, já.

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