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O Plano Safra 2025/2026 destinará R$ 89 bilhões para a agricultura familiar. Miguel Daoud, especialista em agronegócio, analisou, em entrevista ao Money Times Brasil, os impactos desse investimento, explicando como os recursos serão aplicados, quais medidas podem beneficiar pequenos produtores e de que forma a iniciativa pode fortalecer a economia rural e garantir segurança alimentar no Brasil.

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Transcrição
00:00O governo federal anunciou mais cedo o Plano Safra 2025-2026 com um montante de R$ 89 bilhões
00:05destinados ao programa que engloba políticas de crédito rural, compras públicas, seguro agrícola,
00:12assistência técnica, garantia de preço mínimo, entre outros mecanismos.
00:18Do valor total, R$ 78,2 bilhões são para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o PRONAF.
00:26Especialista em agronegócio e analista de economia e política Miguel Daúde está aqui para comentar com a gente
00:32sobre essa temporada 2025-2026 do Plano Safra. Tudo bem, Miguel? Ótima tarde, bem-vindo ao Money Times.
00:39Obrigado, Natália. Boa tarde a você, boa tarde a todos.
00:43E aí, Miguel, o que você achou desse valor? Te surpreendeu? Estava dentro do previsto?
00:49É um pouco maior do que da temporada anterior, né?
00:51É, exatamente. Se nós olharmos o plano anterior de R$ 76,00 e corrigindo para esse valor anunciado,
01:02nós temos aí um pouquinho menos de 3% de correção do valor.
01:07Isso, na realidade, é menor que a inflação no período.
01:12Por outro lado, nós temos neste período, nós tivemos nesse período um aumento muito grande dos custos agrícolas.
01:22Mas vamos fazer uma introspecção nesse plano, que eu acho que é importante,
01:25porque ele é um plano, o PRONAF é um plano bem interessante para o pequeno produtor,
01:33é aquele produtor que coloca a comida na mesa do brasileiro,
01:38é o produtor que hoje vem necessitando cada vez mais de crédito.
01:45Quando nós percebemos que o crédito subsidiado, que é aquele crédito em que o governo participa com o custo na formação do empréstimo,
01:57ele diminuiu de R$ 45,00 para R$ 43,00.
02:00E o outro crédito, o outro crédito é aquele crédito que vem dos instrumentos financeiros existentes no mercado
02:11para destinar esses recursos de depósito à vista, em que os bancos teriam que passar a uma taxa controlada.
02:20Então, aí, nós tivemos a perda, o plano do produtor da correção pela inflação,
02:29a perda da diminuição pelo aumento do custo de produção e uma diminuição do crédito ofertado.
02:37A garantia desse seguro também, deste plano, diminuiu.
02:41E dentro do plano, você tem, por exemplo, cesta básica, manteve a taxa de 3%,
02:48aí você tem produtos em que você emprega a sustentabilidade,
02:55esse também manteve, há um incentivo aí em decorrência da COC.
02:59E aí, a distribuição de quase 11 itens,
03:03percebemos que máquinas teve um aumento significativo para comprar máquinas,
03:10a questão da soja, a questão de outros produtos, como mandioca, arroz, feijão,
03:16isso tudo acabou tendo aí uma taxação maior.
03:20Se nós considerarmos tudo isso em decorrência da alta da Selic,
03:26nós vamos perceber que a taxa de juros, na média,
03:31considerando os diversos créditos, chegaria aí quase em torno de 20%,
03:38que hoje, num momento difícil do produtor rural,
03:42a rentabilidade operacional é difícil de você tirar.
03:45Mas não deixa de ser um plano voltado para aqueles que mais precisam
03:50e para aqueles que colocam a comida na mesa do brasileiro.
03:53Certo. Felipe, sua pergunta para o Miguel.
03:55Legal. Miguel, boa tarde.
03:57Miguel, a expectativa, esse de R$ 89 bilhões anunciado para o Plano de Agricultura Familiar,
04:03amanhã vai ser o complemento para as grandes empresas,
04:06para os grandes noves do agronegócio,
04:08deve chegar à expectativa R$ 500 bilhões.
04:11É um valor mais alto que o ano passado,
04:13mas, por outro lado, também a gente tem, como você lembrou bem,
04:15as taxas de juros mais altas
04:17e também temos o problema com a alta do petróleo,
04:19os fertilizantes também são influenciados por esse valor.
04:23Isso daí vai compensar?
04:25R$ 500 bilhões, se chegar a esse número final, vai ser um número bom para os agricultores?
04:31Pois é, Felipe.
04:32Aí nós percebemos que o plano que vai ser anunciado amanhã, o empresarial,
04:38sem dúvida, ele virá com um valor maior.
04:43Mas só que, neste caso especificamente,
04:47aí nós temos o Pronamp, que é o médio produtor,
04:53esse sim vai ter uma perda da capacidade de financiamento,
04:57em decorrência, evidentemente, como você bem colocou, da taxa de juros
05:02e também, como você colocou, dos fertilizantes.
05:06Então, você vai ter um empréstimo um pouco maior,
05:12mas com custos mais elevados,
05:14que a capacidade de você produzir, ela acaba diminuindo.
05:20Tanto que há uma expectativa de uma diminuição,
05:24para essa safra 25, 26, da diminuição da quantidade de hectares produzidos.
05:36E isso, sem dúvida nenhuma, é em decorrência desse plano.
05:39Mas aí nós temos também que entender o seguinte,
05:42o próprio brasileiro, ele precisa começar a entender
05:45que não dá mais para depender de financiamento do governo.
05:49O governo tem mais condições, o governo perdeu toda a capacidade de investimento,
05:552027, 2028, tudo que o governo arrecadar vai ser gasto com despesas obrigatórias.
06:03E é evidente que hoje o mercado financeiro tem instrumentos
06:08que os produtores poderiam se organizar para ter acesso a esse crédito.
06:16O governo, ele perdeu toda essa capacidade.
06:18E isso nós vamos perceber amanhã no anúncio do plano,
06:22porque com uma taxa de 15%,
06:24o plano, ele cobre com taxas subsidiadas,
06:30ou seja, quando o governo põe dinheiro,
06:33em média aí vai cobrir 120 milhões.
06:36Quer dizer, mas não é dinheiro do governo.
06:39Lembra-se bem que todo esse montante de 500 bilhões
06:42são recursos existentes,
06:44são depósitos compulsórios à vista,
06:46são LCAs que tem no mercado,
06:50são a poupança verde,
06:52aquela do Banco do Brasil,
06:54mas todos esses recursos
06:55são de terceiros.
06:59Agora, o que o governo vai dar?
07:01Ele vai dar aí, na casa de 12 bilhões,
07:05mantendo a média anterior,
07:07para fazer o diferencial de juros
07:09que os bancos tiram do depósito compulsório
07:12e pagam e têm uma taxa mais acessível
07:17em um quarto do valor que está sendo anunciado.
07:20Então, essa é a despesa do governo.
07:23E mais o seguro,
07:24que a gente viu que o governo,
07:26nesse plano atual,
07:28ele acabou cortando 40% da verba
07:32para dar o seguro.
07:32Então, nós não temos seguro que gera perdas,
07:35perdas geram dívidas,
07:36dívidas geram inadimplência
07:38de imprensa e diminuem a produção.
07:40Então, o plano safra,
07:41ele está fora do contexto
07:43da nossa macroeconomia.
07:45Mas, eu aí acho que o protor rural,
07:48ele tem que começar a se conscientizar
07:50que ele tem que depender cada vez menos do governo.
07:53Já existe uma grande parte que faz isso,
07:55porque o governo, infelizmente,
07:58ele perdeu toda a capacidade de investimento,
08:01não só no agronegócio,
08:02em todos os setores da economia.
08:04Nós estamos presenciando essa briga
08:06com o Congresso e essa polarização.
08:09O governo quer gastar,
08:11o Congresso quer gastar,
08:12e aí não tem dinheiro,
08:14aí fica a guerra ideológica,
08:17pobre contra rico,
08:19e tudo isso acaba não fazendo bem
08:21para a atividade econômica,
08:23não só no agronegócio,
08:24como também em outras atividades.
08:27É, Miguel, ponto bem importante mesmo
08:29que você trouxe,
08:30uma reflexão.
08:32Agora, acesso à tecnologia,
08:34eu queria te ouvir sobre isso,
08:36porque é uma das prioridades,
08:37trazidas aí nesse plano.
08:40Quando a gente olha para a agricultura familiar,
08:42para pequenos produtores,
08:44o que você enxerga de benefício
08:46que a tecnologia pode trazer,
08:48do que a gente está falando na prática?
08:51Olha, ainda nenhuma,
08:53porque hoje a conectividade do campo existe,
08:59porque na realidade tem esses 89 bilhões,
09:01bilhões, mas o plano safra mesmo,
09:03o Pronaf,
09:04seria ali o 78,2.
09:07E essa diferença seria para programas
09:09como a conectividade no campo.
09:12Mas aí não há uma obrigatoriedade
09:14ou uma forma de você avaliar
09:17se foi investido ou não.
09:19Existem outras também atividades.
09:21A conectividade no campo,
09:23ela hoje é uma grande barreira
09:26para o pequeno produtor,
09:27porque você pode ter a necessidade
09:31de acompanhar determinados equipamentos,
09:35de você ter uma forma de analisar solo,
09:38de analisar...
09:38E tudo isso o pequeno produtor não tem.
09:41E outra coisa que ele não tem
09:42é a extensão rural,
09:44que é levar para ele
09:46a técnica de cultivo,
09:48de tecnologia,
09:50para que ele possa melhorar
09:52a sua produtividade
09:53e mudar de patamar.
09:54possa também ter uma inserção
09:57mais na comercialização.
10:00Então, a conectividade no campo hoje
10:02é lastimável.
10:05O grande produtor tem lá
10:07suas antenas diretas com satélites,
10:10enfim, mas o pequeno não tem isso.
10:12É comum, você sai de São Paulo,
10:14você vai para uma cidade do interior,
10:16daqui a pouco você não tem mais sinal de celular.
10:18Você imagina onde tem milhões
10:21de pequenas propriedades no Nordeste,
10:24em que produtores ali vivem,
10:28tem a subsistência.
10:30Então, portanto, é um bom começo,
10:32mas eu não vejo que a conectividade
10:35que é importante para você agregar tecnologia,
10:39você vai ter ela satisfatoriamente para isso.
10:42Você vai ter satisfatoriamente para isso.
10:44É bem lembrado,
10:45se no estado de São Paulo mesmo
10:47você pega algumas rodovias
10:48e ainda na rodovia já perde o sinal,
10:50já fica um tempo ali num limbo,
10:52imagina pelo Brasil,
10:56adentro aí.
10:58Bom, quero agradecer demais,
10:59Miguel Daúde,
11:00especialista em agronegócio
11:01e analista de economia e política,
11:03pela participação,
11:04pela entrevista e análise
11:05do Plano Safra,
11:06ao vivo aqui no Money Times.
11:08Muito obrigada, viu, Miguel?
11:09Ótima tarde, volto sempre.
11:10Obrigado, Natália,
11:12obrigado, Felipe,
11:13e um abraço a todos.
11:14É sempre um prazer estar aqui com vocês.
11:16Outro abraço para você.
11:17Um abraço.
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