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NotíciasTranscrição
00:00Eu já vou começar a nossa pauta aqui, nós temos vários entrevistados hoje,
00:05temos três entrevistas aqui especiais, então eu já vou colocar, já vou conectar
00:09com a Fernanda Tortima, advogada criminalista, fundadora, sócia-fundadora
00:15da Tortima, Galvão e Maranhão Advogados. Bem-vinda, Fernanda.
00:21Olá, Cláudio, muito obrigada pelo convite, prazer estar aqui com você.
00:26Maravilha, motivo do meu convite a você para participar aqui do papo tem a ver
00:30com o cartão corporativo, eu vi um artigo que você escreveu hoje mais cedo,
00:35acho que para o Globo, né? E você fez ali uma série de questionamentos sobre,
00:43você pontuou, na verdade, sobre a necessidade de transparência desses gastos,
00:47e que é um tema que está aí na ordem do dia. Hoje, inclusive, nós tivemos aí acesso
00:54através da agência Fiquem Sabendo, agora, às notas fiscais desses gastos.
01:00Há duas semanas, toda a imprensa teve acesso aos gastos dos últimos três governos,
01:07governo Lula, Dilma, Dilma Temer e Bolsonaro. E, naturalmente, quando a gente se debruça,
01:15nós, jornalistas, quando nos debruçamos nesses gastos, percebemos uma série de gastos
01:19que, pelo menos, precisam ser explicados moralmente, né? Então, de cara, eu te pergunto
01:25qual é o grande problema, quer dizer, qual é a finalidade do cartão corporativo
01:30para explicar aos nossos espectadores de uma forma mais geral, para quem não conhece,
01:34e qual o problema dele hoje?
01:37É, pois é, Cláudia, assim, foi engraçado até que eu escrevi esse artigo,
01:40leram esse artigo você também, te agradeço até, e muita gente me ligou falando,
01:45ah, isso pode, isso não pode, olha, eu não sou especialista em gastos de cartão corporativo,
01:52e eu teria até que dizer que mesmo quem é, diante do que se tem de normas atualmente,
01:58ou mesmo de precedentes no Tribunal de Contas, não é tão simples assim saber
02:03o que pode exatamente e o que não pode. A lei não é muito clara nesse sentido,
02:09mas claro que a gente está falando de pequenos gastos, de gastos que sejam pontuais, né?
02:15Não é aquele gasto que tem, por exemplo, toda semana, se toda semana existe determinado gasto
02:20a ser feito que é necessário para o exercício da função, claro que aquilo tem que ser precedido
02:24de licitação. Então, são gastos pontuais que não faz sentido, quando acontece,
02:30você não tem, não é nem que não faz sentido, não tem como fazer uma licitação para aquilo.
02:33E claro que a gente está falando, em geral, de gastos de pequeno vulgo,
02:37até existe, embora a lei não seja tão clara sobre o que pode, não pode,
02:41até tem sim a portaria do Ministério da Fazenda, a portaria 95,
02:45que trabalha algum teto de gasto, né? De valor, eu diria.
02:51Mas o que a lei diz, claramente, é que aquilo que pode ser pago por suprimento de fundos,
02:58e esses são aqueles gastos que não são precedidos de licitação, né?
03:03Claro que no dia a dia vai ter problema, e é por isso que eu quis fazer aquele artigo,
03:09para mudar o foco um pouco da questão.
03:12Claro que é importante examinar quais são esses gastos,
03:16claro que além das normas que não são tão claras,
03:20o administrador, o agente público deve observar todos os princípios do direito administrativo,
03:26moralidade, impessoalidade, eficiência, isso tudo tem que ser observado, claro.
03:32E é claro que a gente está acostumado, no Brasil, acho que a gente tem que mudar muito a cultura ainda,
03:38mas a gente está acostumado a agentes públicos que, por vezes, são fisiologistas, patrimonialistas,
03:44que não fazem muito bem essa separação entre a coisa pública e o privado, lamentavelmente.
03:51Então, claro, os princípios têm que ser observados,
03:53claro que algumas normas estão aí e têm que ser observadas também,
03:58mas é fundamental ter transparência.
04:01É fundamental ter transparência?
04:03Primeiro, porque isso permite um acesso muito rápido, muito claro, muito evidente,
04:10pelos órgãos de controle, seja interno, seja externo, como o Tribunal de Contas, por exemplo,
04:15isso é evidente.
04:16Segundo, que até o Ministério Público,
04:19que poderia eventualmente instaurar procedimentos de natureza até criminal,
04:23ou mesmo inquérito civil para apurar determinados atos ímprobos do administrador,
04:29com simples visita ao portal da transparência.
04:33Quer dizer, ele não precisa instaurar uma investigação e ter uma justa causa qualquer
04:37para instaurar uma investigação e aí sim poder ter acesso, ter analisado.
04:42Não, ele vai lá no portal da transparência e se entender, se tiver atribuição para fazer aquela investigação,
04:48ele vai fazer aquela investigação sobre aqueles gastos
04:50e o agente público vai responder por isso, vai se defender, vai explicar por que aquele gasto foi necessário,
04:57vai explicar por que não foi precedido de licitação e, eventualmente, até ter que ressarcir.
05:05Pelo que você está me falando, eu estou entendendo que, por exemplo,
05:10gastos como esses pontuais aí, de uma motocicleta, por exemplo,
05:16talvez ok, gastos de recorrentes numa determinada lanchonete,
05:22como a gente publicou há duas semanas, inclusive fizemos uma reportagem em vídeo sobre isso,
05:27o nosso repórter, o José Brito, esteve até na lanchonete,
05:30descobrimos que a lanchonete serve kits de lanche e quentinhas para o governo federal,
05:36desde o governo Lula, quer dizer, ele começou a servir em 2003 e passou por todos os governos,
05:43governo Lula, Dilma, etc. e tal, até hoje, passou pelo governo Bolsonaro.
05:47Então, assim, esse é o tipo do caso em que você tem que fazer uma licitação.
05:52Aqui também, em Brasília, tem o Mercadinho La Palma, que é um empório gastronômico,
05:58aliás, tem alimentos ali, coisas bem interessantes, assim, bem gourmetizadas, né?
06:08O pessoal de Brasília gosta muito de lá.
06:10E também é um fornecedor constante do governo, dos governos,
06:18entra governo, sai governo, permanece sendo como fornecedor.
06:20Esses casos são casos de você licitar para que haja, sempre que necessário,
06:26o fornecimento de um alimento, de um suprimento qualquer,
06:31de uso contínuo, como você está mencionando isso?
06:34É, eu não quero entrar, assim, em detalhes e exemplos concretos,
06:38porque eu não quero transformar isso aqui em uma questão política, né?
06:41Eu estou falando em tese.
06:41Então, não vou falar exatamente da motossiata ou do butiquim tal ou qual,
06:45ou do mercadinho tal ou qual,
06:47até que eu realmente não tenho os nomes na cabeça,
06:50eu não me fixei muito qual foi o mercadinho tal,
06:52mas sim, o que você está falando é importante, quer dizer.
06:55E você vê muito, Cláudio, se você perceber,
06:58você vê muita publicação em diário oficial
07:00com edital para adquirir, para comprar,
07:05não sei quantos quilos de camarão, sei lá das quantas, né?
07:09Para eventos, né?
07:10Que eventualmente, né?
07:11Pessoas que são recebidas nos palácios.
07:15Então, você tem, sim.
07:16Agora, se pontualmente, em determinada padaria ou determinado mercado,
07:22há um gasto que não é, e acima de tudo, não é só de ser contínuo ou não,
07:26ele é ou não é compatível com o exercício da função?
07:30Ele é ou não é compatível com a rotina daquele administrador?
07:35Eu estou falando tudo em tese, tá?
07:36Eu não estou falando de determinado caso.
07:38Ele é compatível com a rotina daquele administrador?
07:41Ele é compatível com o exercício da função?
07:43Ele é compatível com os princípios da moralidade e pessoalidade?
07:47Se sim, poderia ter, e não é um gasto contínuo,
07:50que poderia ser precedido de licitação?
07:54Se a resposta é sim, sim, pode usar o cartão corporativo.
07:57Mas volto a dizer que, para mim, é o mais importante,
08:00porque os órgãos de controle estão aí para funcionar,
08:03o Ministério Público também.
08:05Então, para mim, o mais importante é transparência.
08:07E não só para os órgãos de controle,
08:09e não só para o Ministério Público.
08:11Mas também porque eu e você, Cláudia,
08:13a gente tem direito de entrar no portal da transparência
08:16e votar no gestor público,
08:19que a gente entenda que gasta corretamente o cartão corporativo.
08:22O eleitor tem esse direito também.
08:25É uma forma de controle.
08:26A imprensa tem que ter esse direito
08:28de buscar as informações e levar os seus leitores,
08:33aos seus telespectadores,
08:34o que eles entendem que é relevante
08:36em relação aos gastos corporativos
08:38de determinados gestores.
08:40Então, por isso que a transparência é o mais importante.
08:42Volto a dizer, eu não quero me debruçar
08:44sobre casos particulares.
08:46Eu estou falando da questão em tese.
08:48Mas sim, tudo isso tem que ser observado.
08:50A norma é caso de cartão corporativo,
08:54atende, porque às vezes você tem lá na norma,
08:57em tese, o que pode ser,
08:59mesmo gastos não vultosos,
09:02que a norma fala nisso.
09:04Mas, às vezes, é algo que é absolutamente estranho
09:07o exercício da função.
09:09Então, o que não pode ser...
09:10A gente está...
09:13Os exemplos abundam.
09:15A gente tem até caso de saque
09:17para pagamento de cartão de crédito
09:19de primeira dama.
09:21Enfim, esse é um outro problema.
09:24Os saques também não têm controle nenhum.
09:26Eu te pergunto, do ponto de vista jurídico,
09:28bastaria uma resolução da CGU
09:31ou teria de ser um decreto do presidente
09:33ou precisa o Congresso estar envolvido
09:34para se dar mais transparência.
09:37Porque uma coisa foi feita agora
09:38de estar sendo disponibilizado
09:41esse acesso histórico.
09:43Isso não aconteceu nunca.
09:45Aliás, já tivemos até CPI,
09:46na época do governo Lula,
09:48no primeiro governo,
09:48CPI para apurar gasto de cartão corporativo,
09:52quando, na época, o escândalo
09:53era a compra de uma tapioca.
09:55Hoje, a coisa escalou de maneira
09:58que a gente já não se surpreende
10:00com gastos pequenos,
10:01muitas vezes gastos imorais.
10:03O que precisa para dar essa transparência?
10:06O arcabouço jurídico já está presente
10:09e o que precisa é uma vontade administrativa.
10:12É por decreto, sim.
10:14Você tem decretos e portarias,
10:16então é suficiente, sim.
10:18Claro, poderia ser um pouco mais específico,
10:21poderia ter critérios um pouco mais definidos.
10:25Agora, em termos de transparência,
10:27existe, é só não decretar sigilo.
10:29Ela está lá, a previsão
10:31de levar aquilo ao conhecimento da CGU.
10:35Existe uma previsão de controle interno.
10:37Em tese, aquilo tem que estar tudo
10:39no portal da transparência,
10:41como efetivamente é o normal.
10:44Está, normalmente está.
10:46Então, o que tem que ser feito é isso,
10:48não decretar sigilo,
10:49salvo em caso de situações
10:52que demandem segredo de Estado.
10:54Eu te dou como exemplo, sei lá,
10:55a segurança do presidente da República.
10:57Você não vai votar no portal da transparência
10:59como e quando você está gastando
11:01com a segurança de determinadas autoridades.
11:04Então, tem alguns casos, sim,
11:06que demandam o sigilo
11:08por uma questão de segurança nacional,
11:11segurança do agente público,
11:13mas, não sendo isso,
11:15é simplesmente tornar público como deve ser.
11:19E acho que sim, como você falou,
11:21esses decretos e essas normas
11:22poderiam ser um pouco mais criteriosos,
11:25trazer um pouco mais especificidade
11:27para essas previsões.
11:45para essas previsões.
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