Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 25/06/2025
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL​

Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com​

Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista​
https://www.twitter.com/o_antagonista​
https://www.instagram.com/o_antagonista
https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A gente começa esse debate informando que a reforma tributária é tida como uma das principais pautas do Congresso Nacional para esse primeiro semestre.
00:10E o Congresso tem tido muita repercussão em cima desse tema, que vai atingir a sociedade, o mercado, a população, o governo e até os próprios parlamentares.
00:22A necessidade de uma reforma tributária para o Brasil em prol de uma mudança significativa que simplifique o recolhimento de impostos do país,
00:31além de reduzir a tributação sobre o consumo final, é tida como evidente pelos parlamentares e por autoridades.
00:40Essa proposta é, inclusive, tema de grandes impasses dentro do Congresso Nacional e também dentro dos debates jurídicos e tributários do país.
00:50E para entender um pouco mais sobre essa proposta, que vai atingir você, contribuinte, eu, enquanto contribuinte,
00:57nós trouxemos ao meio-dia em Brasília a especialista na área jurídica e tributária, a Gabriela Rosa,
01:05que vai trazer detalhes sobre a reforma e, principalmente, será que a reforma tributária vai aumentar impostos?
01:12Tudo bem, Gabriela?
01:16Todos. Boa tarde, já meio-dia.
01:18É, boa tarde, já, né, meio-dia em Brasília, sempre nesse meio termo aí, entre manhã e tarde.
01:27Gabriela, obrigada por vir ao meio-dia em Brasília, obrigada por lançar a luz sobre esse tema que é tão complexo.
01:32E eu já faço um pedido de antemão, que eu acho que é importante para quem está nos assistindo e nos acompanhando nesse momento.
01:38Gabriela, fale para nós, população que é leiga no assunto, a gente tem dificuldade de entender esse tema.
01:44Reforma tributária, inclusive, eu avalio, enquanto jornalista, que ela vai ter dificuldade de tramitação na Câmara,
01:51justamente porque até mesmo os parlamentares vão ter dificuldade de entender alguns temas e alguns pontos da proposta.
01:57E eu já começo perguntando, quais são as expectativas em relação à reforma, já que a previsão é que ela comece a tramitar na próxima semana?
02:07Bom, esse ponto que você trouxe aqui é muito verdade, assim, eu não digo que vai ter dificuldade de tramitação, porque já teve.
02:15A discussão da reforma tributária, ela é muito antiga no Brasil.
02:19A gente fala que a gente precisa reformar o nosso sistema desde que a Constituição foi criada,
02:23então já nasceu querendo ser reformado.
02:27E aí a gente teve vários momentos, vários ciclos que a reforma tributária poderia ter sido aprovada e ela acabou recuando.
02:34A gente está no mais recente ciclo que começou em 2019,
02:38então a gente tem duas principais propostas que são proposições apresentadas em 2019
02:43e elas tramitam desde então.
02:46Então veja quanta água já rolou e essa discussão ainda não se encerrou.
02:50Agora o que os parlamentares devem fazer, na próxima semana vão começar uma nova fase de discussão,
02:58é continuar, reiniciar essa discussão dada ao novo contexto político.
03:03Então a gente teve uma mudança na presidência da república e uma mudança nos parlamentares eleitos.
03:08E aí a gente tem que pegar aquela velha discussão que já começou na última legislatura
03:13e reiniciar com aqueles novos agentes, novos atores.
03:17Então a gente vai ter uma proposta que vai ser amadurecida,
03:21já teve um avanço bacana na última legislatura,
03:25só que agora é a etapa de fechar os detalhes do texto,
03:30fazer uma série de audiências, reuniões com o setor privado,
03:34com os entes públicos, então com os estados e municípios,
03:39e com o próprio governo federal para fechar os detalhes
03:42e começar a discutir e votar o texto.
03:45Perfeito. Gabriela, um tema que eu acho que é o que mais gera confusão para os brasileiros é
03:53a ideia inicial da reforma tributária é justamente essa,
03:57simplificar a tributação, tirar a burocracia,
04:01facilitar o entendimento dos leigos sobre principalmente os tributos.
04:05Mas na prática isso vai acontecer?
04:07É, então, a simplificação é a meta, né?
04:11A gente já teve uma série de discussões se a reforma vai reduzir o imposto ou não.
04:17E foi acordado em algum ponto dessa discussão que o principal modelo agora é simplificar
04:23e não mexer na carga.
04:25Então esse discurso tem sido trazido já no último governo e foi carregado para esse também.
04:32Então não vamos mexer hoje na carga, vamos mexer na simplificação.
04:36Hoje as principais propostas que a gente tem em discussão,
04:39elas pegam alguns impostos que a gente tem hoje,
04:42então notadamente tem o PIS, COFINS, ICMS, ISS e o IPI,
04:48e unificam para criar um ou no máximo dois impostos sobre valor agregado,
04:53que seria o imposto sobre bens e serviços.
04:55Na PEC 45, que é uma das propostas, cria só um imposto sobre bens e serviços.
05:00E na 110, a gente teria o imposto sobre bens e serviços e a contribuição sobre bens e serviços.
05:07Então seriam dois tributos, mas veja que a gente já sai de um cenário de 5 para 2 no máximo.
05:12Então esse movimento de simplificação tende a acontecer.
05:16Do ponto de vista do contribuinte, pessoa física, eu, você,
05:21a gente vai sentir muito mais quando a gente for fazer as nossas operações no dia a dia,
05:26quando a gente for no mercado,
05:27que a gente vai ter um pouco mais de visibilidade daquele tributo,
05:31que ele vai ser mais transparente e a gente vai saber mais quanto que foi pago naquela operação.
05:36Então a gente ganha em cidadania, podendo perceber quanto que a gente paga
05:40e podendo cobrar também se o valor está alto ou se está baixo,
05:44que hoje a gente não tem tanto essa dimensão.
05:47Mas se vai aumentar ou vai reduzir,
05:49vai depender muito do dia seguinte,
05:52depois dessa simplificação,
05:53como é que eu vou calibrar a alíquota que eu vou cobrar para aquela pessoa?
05:58Então é um segundo passo dessa discussão.
06:01E falando também em alíquota,
06:04um tema que eu sempre vejo,
06:05eu sempre vejo que eu imagino que vai ser o ponto principal aí
06:10dos debates em torno da reforma tributária,
06:13é porque há alíquotas diferenciadas.
06:15Há uma alíquota que a população paga,
06:18há uma alíquota que o agro paga,
06:20há uma alíquota que empresas pagam.
06:22E a ideia é justamente talvez uma padronização ou redução,
06:27como você mencionou.
06:28Como é que você avalia que vai ser essa queda de braço?
06:31Já que são vários setores diferentes,
06:33obviamente cada setor vai querer puxar a brasa para a sua sardinha,
06:37vai querer trazer para si o benefício,
06:39não vai querer sair perdendo nessa proposta,
06:42mas ao mesmo tempo a população não pode ser onerada nesse caso.
06:46Como é que você avalia que vai ser esse trabalho de entendimento
06:49entre os setores para construir uma proposta que de fato
06:52venha trazer a simplificação e ao mesmo tempo
06:55não onere a população brasileira ou contribuinte?
06:59Os parlamentares estão ouvindo muito os setores,
07:03então a gente vê já a criação desse grupo de trabalho
07:07pelo presidente da Câmara para conseguir concentrar esse debate,
07:12ter inclusive quais são os atores que vão ouvir
07:15e vão elaborar esse texto.
07:17Então já foi selecionado um grupo de parlamentares
07:19que vão ter acesso a esse contato com o setor privado
07:23para ter essa discussão de quem é que vai pagar mais,
07:26quem vai pagar menos.
07:27Mas é necessário um trabalho anterior desses parlamentares
07:31de verem qual é o melhor equilíbrio possível,
07:34que é evitar com que, como você disse,
07:36a população pague a conta,
07:38mas também que os estados e os municípios
07:40não percam a arrecadação
07:41e tenham dificuldade de fazer as políticas públicas
07:44que eles se destinam
07:45e os setores privados não percam em competitividade.
07:49É uma fina sintonia.
07:52Tudo tem caminhado para a evolução de um debate
07:54que vai considerar a possibilidade
07:57de ter alguns tratamentos diferenciados,
08:00algumas diferenciações mínimas.
08:02Então, o sistema tende a ser mais unificado,
08:06uma alíquota geral para todos os produtos e serviços
08:09e, no máximo, ter uma possibilidade de uma alíquota
08:13ser diferente para o setor de serviços.
08:16Em relação aos benefícios fiscais que a gente tem hoje,
08:19é muito complicado,
08:20porque o Brasil beneficia muitos setores
08:23e muitos deles não têm, inclusive,
08:25a clareza de se a tomada de decisão deles
08:28é voltada ao impacto econômico
08:30ou redução do impacto tributário.
08:33Então, a ideia é tornar mais eficiente o sistema
08:36de uma forma em que não seja tão necessário
08:39para as empresas usarem esses benefícios fiscais,
08:42mas fazerem decisões que alocam melhor economicamente
08:45as suas necessidades.
08:47Então, essa é a mudança de posicionamento
08:49que a reforma tributária visa trazer.
08:52Eu depender menos do benefício fiscal
08:54e ter um sistema melhor,
08:56que funcione economicamente melhor
08:58para o imposto não ser o elemento principal
09:01na minha tomada de decisão.
09:02Gabriela, eu aproveito aqui,
09:06a gente sempre interage com as pessoas
09:07que estão aqui ao vivo com a gente,
09:09conversando e trazendo seus pontos de vista,
09:11e é legal ouvir o que a sociedade acha desse assunto.
09:14Como eu te falei, é um assunto complexo, de fato,
09:17que a sociedade tem dificuldade de entender,
09:19e principalmente, o que eu sinto muitas vezes
09:21é uma descrença na possibilidade do contribuinte
09:25ser beneficiado com essa proposta.
09:27A Regina Moura, por exemplo, botou aqui,
09:30tributos só aumentam e essa reforma não passa.
09:35Melhorar para o contribuinte? Nunca.
09:37Ela pontuou aqui com essa sensação, obviamente,
09:40de descrença que a população tem
09:42em relação à possibilidade de melhoria para a população.
09:45O Mário Jorge, M. Jorge, acho que é Mário,
09:48colocou assim,
09:50a carga já é altíssima
09:52e o pobre já é onerado no consumo e no salário.
09:55Ele está falando aí sobre essa percepção da sociedade
09:59em relação a essa reforma.
10:01Não há uma expectativa positiva por parte da sociedade
10:04dessa proposta que está em tramitação no Congresso Nacional,
10:08muito embora tenha essa expectativa
10:09de ser uma proposta para simplificar,
10:12para tirar a burocracia
10:13e para trazer alguns benefícios.
10:16Mas um ponto que eu quero trazer aqui,
10:19que eu li alguns veículos,
10:21inclusive foi divulgado no UOL também,
10:24que alguns setores da sociedade
10:27têm pedido para tributar o PIX,
10:32que é uma coisa que a gente não quer e não espera
10:35em troca para financiar,
10:38para sustentar alguns tributos federais.
10:42Como é que está isso, Gabriela?
10:43Há essa possibilidade, talvez,
10:44de tributação do PIX na reforma tributária?
10:47Então, Kiz, essa questão de tributar o PIX,
10:51ela vem justamente desse local que você falou,
10:54de descrença e de muito medo
10:56de setores e de áreas econômicas
10:59de terem um aumento de tributação muito grande.
11:02Quando o governo fala,
11:04o governo e os parlamentares falam,
11:05vamos manter a carga estável
11:07sem aumentar nem diminuir,
11:09quem paga menos hoje vai pagar mais,
11:11porque para chegar no estável,
11:12a gente tem que chegar no meio.
11:13Então, existem alguns setores
11:15que vão sentir um aumento de carga tributária.
11:18Como reação, eles fazem mobilizações
11:21para outros tributos virem
11:23ou para outras bases serem tributadas.
11:26E aí, a gente tem as movimentações financeiras,
11:29os recursos, as plataformas como o PIX
11:32entrando na mira.
11:34Então, eu não quero que a tributação aumente para mim,
11:37então eu quero que tributo o PIX,
11:39porque todo mundo paga PIX,
11:40todo mundo usa,
11:41então dilui para todo mundo.
11:44Só que o resultado final de tributar o PIX
11:46é onerar muito a população,
11:49que é quem usa e, de certa forma,
11:51o PIX democratizou muito o acesso
11:53aos serviços bancários e financeiros.
11:55E se a gente tributa,
11:57a gente está aumentando a carga tributária
11:59para algo que a população usa todo dia.
12:02Então, não é um movimento
12:03que tende a ter muita abertura dentro do Congresso,
12:08porque hoje a linha é vamos mexer no consumo,
12:11em produto final,
12:15e aí não vamos observar as movimentações financeiras.
12:18Isso é uma linha que já foi, de certa forma,
12:20cortada pelo Arthur Lira,
12:22que é o presidente da Câmara,
12:23Rodrigo Pacheco,
12:24não vamos tributar movimentações financeiras,
12:27hoje não é o nosso foco.
12:28E se os serviços, o agro,
12:30qualquer outro setor que precisa
12:32de algum equilíbrio melhor
12:34para não ser muito tributado,
12:35quiser uma saída,
12:37vamos trabalhar nesse texto
12:38e não em estratégias diferentes de tributação.
12:42Para a população, isso é positivo.
12:46Gabriela, e quais serão os setores,
12:48talvez, onerados com essa reforma tributária?
12:53É, bom, os setores vão sentir mais em cheio,
12:56digamos assim,
12:57o aumento da tributação,
12:59deve ser o setor de serviços.
13:01Hoje é um dos setores que mais tem criticado
13:05o texto da proposta,
13:06justamente porque,
13:08quando a gente está falando
13:09de um imposto sob valor agregado,
13:11que é a base da reforma tributária,
13:14a gente precisa pensar
13:15em quais são as matérias-primas
13:17que eu utilizo no meu processo produtivo.
13:20Então, a cada matéria-prima que eu adquiro,
13:23eu ganho um crédito
13:24que vai reduzir o quanto eu vou pagar de imposto,
13:27e assim funciona a cadeia.
13:29Só que, quando a gente está falando de serviços,
13:32essa dinâmica de matéria-prima
13:34não funciona tanto.
13:35A gente está falando de mão de obra.
13:37E mão de obra não sofre a incidência de um IVA,
13:41porque não é um produto,
13:42não tem o valor agregado,
13:44é força de trabalho.
13:46Então, se eu não sou tributado por esse IVA,
13:48eu também não gero crédito.
13:50E aí, eu não reduzo o valor final
13:53de tributo que eu tenho que pagar.
13:54Então, o setor de serviços
13:55acaba tendo um peso maior na tributação.
13:58Hoje, o sistema é tributado pelo imposto sobre serviços,
14:02que é um que tem alíquotas mais baixas,
14:04o ISS.
14:06E aí, ele vai passar a pagar uma conta unificada,
14:09que vai trazer o ICMS para a conta,
14:11que é cerca de 18%, muito mais do que o ISS.
14:14Então, os serviços devem sentir,
14:16no primeiro momento,
14:17esse aumento da carga.
14:19A expectativa das autoridades
14:21é que, calibrando o sistema inteiro,
14:23e tendo alguns setores que hoje não pagam,
14:25que pagam menos,
14:27todo mundo pagando um pouco mais,
14:29seja possível reduzir essa alíquota total
14:31para que o setor de serviços não seja tão penalizado.
14:34Mas, no primeiro momento,
14:35a gente vai, sim, ver esse setor sendo afetado.
14:38Setores vinculados à tecnologia também,
14:41que tem alto uso de mão de obra,
14:43infraestrutura,
14:44todos esses serviços logística.
14:47E aí, de certa forma,
14:48vai ter um aumento,
14:49um peso econômico para todo o sistema.
14:51Então, é por isso que se dizem,
14:53é por isso que se diz,
14:54ninguém vai suportar isso sozinho,
14:56porque, de certa forma,
14:57todo mundo vai suportar economicamente num ciclo.
15:00Mas, quem vai sentir, no primeiro momento,
15:02são esses setores.
15:05Interessante.
15:06Esperamos mesmo que não seja diretamente contribuinte,
15:08a população que acaba tendo que arcar,
15:11na maioria das vezes,
15:12com essas mudanças drásticas.
15:14A gente viu, por exemplo,
15:15a reforma trabalhista,
15:16que foi aprovada aproximadamente dois anos atrás,
15:19que já onerou o trabalhador aí,
15:23com diversos benefícios que foram retirados.
15:26E agora, mais uma reforma
15:27para tirar direitos do trabalhador,
15:29não é justo.
15:30E eu falo que, enquanto trabalhadora também, né?
15:32Acho que, nesse momento,
15:34nada mais justo do que o governo olhar para a população
15:37e, pelo menos uma vez,
15:40beneficiar quem está ali pagando impostos,
15:43quem está ali o tempo todo,
15:44oito barra sete,
15:46trabalhando e sustentando,
15:49fazendo a máquina girar.
15:51Agora, Gabriela,
15:51mais um ponto que eu trago aqui
15:53do nosso debate,
15:54para a nossa conversa,
15:56é que há um grupo de trabalho
15:57que foi instituído no âmbito da Câmara dos Deputados
15:59para estudar o assunto.
16:02Mas uma coisa que me chamou muita atenção
16:04é que, pelo visto,
16:06não é um grupo de trabalho muito técnico, né?
16:08Nesse grupo de trabalho,
16:09tem médicos, radialistas,
16:12tem administradores de empresa.
16:14Como é que você avalia que esse grupo
16:16vai conseguir construir uma proposta
16:18que venha atender o anseio da população,
16:22mas, ao mesmo tempo,
16:23venha trazer um conhecimento técnico
16:26em cima da proposta,
16:27mas com perfis tão diversos?
16:29O ideal seria trazer, talvez,
16:31deputados com esse perfil mais técnico,
16:33talvez economistas, juristas,
16:35ou esse grupo de trabalho
16:37pode, sim, atender
16:38o que a reforma tributária precisa?
16:40Esse ponto é importante, né?
16:44É sempre bom lembrar que os trabalhos
16:46que são feitos no Congresso Nacional,
16:49eles são feitos pelos parlamentares,
16:50mas eles possuem uma equipe atrás.
16:53Os parlamentares têm assessores
16:54e também utilizam os consultores legislativos,
16:58que são técnicos altamente especializados
17:01nas matérias que eles atuam.
17:03Só a gente vê aqueles concursos
17:05para a Câmara e para o Senado,
17:07os requisitos para entrar são altíssimos,
17:09são muito exigentes, professores universitários
17:11disputam para entrar como consultores tributários.
17:15Então, eles gozam do serviço
17:17desses profissionais especializados
17:18para fazer essas análises.
17:20O próprio deputado Agnaldo Ribeiro,
17:22que é o relator da proposta de reforma tributária
17:25já tem um tempinho,
17:26ele montou uma equipe de especialistas,
17:28principalmente quando ele estava bem à frente
17:30da discussão em 2020, 2019,
17:33ele montou um time com pessoas de alto gabarito
17:36para ajudar a estruturar esse texto.
17:38Então, ele pessoalmente pode não ser a figura
17:41que tem mais especialidade no tema,
17:44mas reconhecendo as limitações da sua formação,
17:47ele monta esse time multidisciplinar
17:49para assessorar ele.
17:51E hoje, no GT que a gente tem,
17:53embora a gente tenha formações múltiplas,
17:57a gente consegue ver que são parlamentares
17:59que já têm um histórico relacionado
18:01ao tema da tributação.
18:02Então, mesmo aqueles que são médicos
18:06já foram membros por muito tempo da CFT,
18:09que é a Comissão de Finanças e Tributação,
18:11então foram construindo essa expertise com os anos.
18:14Tem muitos parlamentares,
18:16muitos experientes de casa.
18:18Então, isso é um ponto importante,
18:20parlamentares com quatro,
18:21cinco legislaturas que já foram eleitos tantas vezes,
18:25é sinal que a população confia no trabalho deles,
18:28são parlamentares que sabem muito de uma dinâmica
18:32que falta muito para a reforma tributária,
18:34que é a expertise política.
18:36A parte técnica, a gente convida pessoas especialistas
18:40para discutir, mas o real entrave da reforma tributária
18:44nos últimos anos é atender os interesses políticos,
18:48é conseguir fazer com que todos os atores concordem.
18:51Então, nesse ponto, é mais interessante
18:54eu ter um parlamentar experiente em política
18:57do que em tributação para garantir
18:59que esse texto efetivamente saia do papel.
19:04Tranquilo.
19:05Gabriela, quais são os próximos passos?
19:07Eu estou acompanhando esse tema aqui
19:09junto ao antagonista,
19:11e eu tenho visto que a previsão é que terça-feira
19:14esse grupo de trabalho já comece a se movimentar,
19:17acabou o carnaval, acabou a folga dos deputados,
19:20agora é voltar e trabalhar efetivamente,
19:23e deram um prazo de aproximadamente 90 dias
19:26para a entrega aí do relatório inicial.
19:28Como é que vai ser o trabalho a partir dos próximos dias?
19:31Isso mesmo, o ano começou,
19:34terça-feira agora tem essa primeira reunião,
19:36eles vão se encontrar, vão ver quais são as prioridades
19:40que cada parlamentar vai dar nesse texto, nessa discussão,
19:44e aí eles têm uma outra reunião marcada já para o dia 1º,
19:47que nesse momento o relator Agnaldo Ribeiro
19:50vai apresentar um plano de trabalho para esse grupo,
19:53então ele vai dizer quem ele vai se reunir,
19:56quantas reuniões vão acontecer,
19:58quem são os agentes que devem participar,
20:02e aí nesse meio tempo eles devem fazer
20:03algumas pequenas audiências públicas ou reuniões,
20:07e aí vai ser construído um debate,
20:09e o texto deve ser entregue dentro dessa janela
20:12de 90 dias que você mencionou.
20:14É bem esperado que a gente tenha pelo menos
20:16umas três reuniões com o seguinte perfil,
20:19uma para falar com o governo,
20:20então quais são os anseios do governo,
20:22quais são as propostas deles,
20:24então a gente pode ter a figura do Bernapi,
20:26que é o secretário especial da reforma tributária
20:29dentro do Ministério da Fazenda,
20:31atuando e participando desse debate,
20:34e vale lembrar que o Bernapi
20:35é um dos que contribuiu
20:38para escrever a proposta que hoje a gente tem em discussão,
20:41que é a PEC 45,
20:42então ele não é nenhum estranho para esse grupo,
20:45e aí a gente tem também a possibilidade
20:48de uma audiência com estados e municípios,
20:50que também são grandes elementos importantes
20:54para essa discussão,
20:55então talvez o estado de São Paulo entre para discutir,
20:58o estado do Amazonas também deve ser convocado
21:01para essa conversa,
21:02porque no GT tem quatro membros,
21:05quatro deputados que são do estado do Amazonas,
21:07e existe uma preocupação com manter
21:09a Zona Franca de Manaus competitiva ali,
21:12e também uma reunião para falar com o setor produtivo,
21:16setor privado,
21:17então alguns setores devem acabar sendo envolvidos,
21:20então a CNI, que é a indústria,
21:23também a CNA, que é do agro,
21:26pode ser envolvida,
21:27então a gente pode esperar pelo menos esse ciclo
21:30com esses três grandes eixos
21:32sendo abordados nos próximos passos.
21:35Encerrado o grupo de trabalho,
21:37aí continua a tramitação.
21:38Perfeito, Gabriela.
21:43E para a gente encerrar,
21:44que eu acho que é uma coisa interessante aqui
21:46de quem está nos assistindo acompanhar,
21:48eu sei que ao longo da tramitação dessa proposta,
21:51virão pontos que vão de encontro ao interesse da população,
21:55que vão contra o interesse da população,
21:57eu sei que muita gente vai ficar indignada,
21:59vai ficar revoltada,
22:01há várias propostas ventiladas,
22:03inclusive a taxação do PIX é uma delas,
22:08que a gente imagina que não vai acontecer,
22:09mas pode ser que venha a acontecer,
22:11dependendo do lobby que for feito
22:13pelas próprias empresas e pelos próprios setores.
22:17E como é que a população pode, de fato,
22:20auxiliar ou contribuir ou opinar
22:23na construção dessa proposta, Gabriela?
22:26Isso é um ponto importante, né?
22:28Tributação falta muito em cidadania,
22:30justamente por ser um assunto muito técnico,
22:34é natural que o povo sinta que não é para si
22:36e que não pode ser compreendido.
22:39A verdade é que existem instrumentos,
22:41existem publicações diversas
22:43que têm explicado a reforma tributária.
22:46Se você não compreende o assunto,
22:48uma boa pesquisa, assim,
22:50o que está sendo discutido na reforma tributária
22:52já vai levar para uma série de textos
22:54que muitas vezes já dizem, assim,
22:56o que muda na PEC 45,
22:58o que muda na PEC 110.
22:59Então, buscar, se educar, se instruir
23:02no que está sendo discutido
23:04é o primeiro passo,
23:05porque evita que a gente se perca em ruído.
23:08É muito natural a gente ouvir
23:10a tal discussão que está acontecendo,
23:12tem gente querendo isso, aquilo.
23:14Mas o que está em discussão?
23:16Busca o site da Câmara dos Deputados,
23:19busca o site do Senado Federal
23:21e entenda a proposta em si.
23:23O que é aquilo que está sendo mudado
23:25e não o que é ruído?
23:26Esse é o primeiro passo para adquirir
23:28essa cidadania em termos de tributação.
23:31E depois, você pode buscar
23:33os seus parlamentares do seu estado
23:35para acionar.
23:36Aqui no Distrito Federal,
23:38a gente tem parlamentares que já
23:40tiveram um relacionamento bom
23:42com a discussão da reforma tributária.
23:44E nos outros estados também.
23:46em que, pese não tenha ninguém do DF,
23:48no GT,
23:49todos os parlamentares vão ter que ser ouvidos,
23:52porque para aprovar uma PEC,
23:54eu preciso de dois terços
23:55do Congresso,
23:58da Câmara dos Deputados
23:59para votar favoravelmente.
24:01Então, o meu parlamentar,
24:03o voto dele conta.
24:05E a posição que ele vai trazer
24:06pode ser motivada também
24:08pelos espaços que eu busco.
24:10Se eu busco tratar com esse parlamentar
24:12e trago para ele que isso afeta a população,
24:14ele, como eleito por mim,
24:15deve me ouvir.
24:17Então, o primeiro passo
24:19que eu sugeriria é isso,
24:20buscar se educar, se informar
24:22e buscar quem são os parlamentares
24:24da minha região
24:25que vão ter que se mobilizar nesse tema.
24:28Inclusive, Gabriela,
24:29esse é um ponto importante
24:31que você visou aqui,
24:32buscar se educar
24:33e se informar sobre o tema.
24:35Quem está aqui no Meio de Brasília
24:37já vem acompanhando esse tema
24:38há bastante tempo,
24:39a gente já trouxe alguns especialistas
24:40para falar sobre isso.
24:42A gente sabe que esse é o tema
24:43do momento
24:44e esse é o tema
24:45que vai atingir diretamente você
24:48enquanto contribuinte.
24:49Por isso que quem assiste o Meio Dia,
24:51quem assiste e acompanha o Antagonista,
24:53tem sempre a informação em primeira mão
24:55e a gente tenta trazer,
24:56obviamente,
24:57um especialista
24:58para falar do assunto
24:59com o máximo de isenção
25:01e também com o máximo de clareza
25:03para você que está acompanhando.
25:04Então, você que está acompanhando,
25:06já sai na frente,
25:07já está acompanhando aí
25:08o tema
25:09antes dele começar a tramitar
25:11no Congresso,
25:11já está tramitando há bastante tempo,
25:13mas agora nessa legislatura
25:15vai começar agora,
25:16terça-feira.
25:16Então, terça-feira
25:17começam as discussões
25:18em torno da reforma tributária.
25:21Se você tem alguma dúvida,
25:22já manda para a gente,
25:23para a gente esclarecer
25:24que você possa estar por dentro
25:26e principalmente
25:26para que você possa cobrar
25:28o seu parlamentar,
25:29senador,
25:30deputado,
25:31sobre a proposta,
25:32sobre pontos que afetam você.
25:34Um ponto importante aqui,
25:35deixa eu só trazer um dado interessante,
25:38a proposta de taxação do PIX
25:42é apoiada, inclusive,
25:43pela Frente Parlamentar
25:44do Empreendedorismo,
25:46a FPE,
25:48que traz essa proposta aí
25:50como talvez uma possibilidade.
25:52Então, se você tem interesse
25:53em saber mais
25:54ou cobrar do seu parlamentar,
25:56já tem aí uma possibilidade
25:58de entrar em contato
25:59com os parlamentares
26:00da Frente do Empreendedorismo.
26:02Gabriela,
26:02obrigada pela gentileza,
26:04obrigada por vir ao Meio de Brasília
26:05e trazer esse tema
26:07que é tão importante
26:08e principalmente esclarecer
26:09para a gente,
26:10sociedade,
26:11que é leigo,
26:12que quer entender mais
26:13sobre a reforma
26:14e ainda tem muita dúvida
26:15e sem saber ao certo
26:16como é que ela vai atingir
26:17a gente enquanto população.
26:19Obrigada pela gentileza.
26:20Obrigada, Kis.
26:21Fico à disposição
26:22para uma próxima.
26:24Obrigada.
26:35Obrigada.

Recomendado