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  • há 4 meses
Sergio Moro foi entrevistado por Claudio Dantas no Papo Antagonista desta terça-feira (10) e listou quais seriam as mudanças necessárias para elevar o nível dos indicados a ministros no STF. Para o ex-ministro de Bolsonaro, no Brasil falta "aplicar a lei".
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Transcrição
00:00Você falou do Supremo, e aí a gente passou aquele vídeo no início da nossa conversa aqui,
00:07e você foi cobrado a nominar, até em entrevista recente, você nominou o Gilmar como um dos ministros
00:14que você avalia que tem se posicionado contra a Lava Jato, não é segredo para ninguém.
00:21Não é segredo para ninguém.
00:25Se você pudesse substituir ministro do Supremo, se você tivesse esse poder,
00:29você trocaria quem de lá?
00:31Essa é uma pergunta complicada, você quer me botar em apuros aqui, olha lá, vamos censurar essa última pergunta dele.
00:39Ele já quer me censurar, está vendo?
00:41Olha só, não, eu sei, isso é difícil, eu pergunto mesmo para...
00:45Não, o que eu acho que deveria ser feito, indicação de juízes magistrados com uma carreira...
00:52Então vamos falar assim, para quem está nos assistindo, vamos falar então de critérios
00:56para melhorar o nível dos ministros do Supremo.
01:00Primeiro, um pressuposto, você tem que acabar com o foro privilegiado.
01:04O foro privilegiado é uma blindagem, mas também gera uma relação não muito saudável entre os poderes.
01:11Então acaba com isso, isso é importante, porque aí é uma reforma institucional.
01:15Dois, você indica magistrados de carreira, por que isso é relevante?
01:23Porque você consegue rastrear o histórico de decisões.
01:29Ah, você quer saber o que aquele juiz pensa sobre corrupção?
01:32Se ele é rigoroso ou se é aquele juiz carreirista?
01:36Que às vezes, ah, vou preferir uma decisão aqui mais leve para eu não prejudicar a minha carreira.
01:43Porque isso acontece.
01:46Então você consegue fazer essa identificação.
01:49Ah, você quer um juiz que seja... que respeite os contratos.
01:55Que é importante para a segurança jurídica e previsibilidade.
01:58Ou você quer um juiz com uma visão mais intervencionista.
02:03São várias opções legítimas.
02:04Se você nomeia um juiz de carreira, você tem condições de rastrear o histórico dele.
02:10E ver se ele tem coerência também, esse é um ponto essencial.
02:13Que não adianta você ser rigoroso na aplicação da lei penal, por exemplo, quando é conveniente.
02:19E quando é inconveniente, você simplesmente muda de posição.
02:24E aí você consegue fazer boas escolhas e vai formando um tribunal técnico,
02:29um espírito um pouco mais de autorrestrição, de apego à lei.
02:35Porque o que falta muitas vezes no Brasil, na minha opinião, Cláudio, é aplicar a lei.
02:41E aqui não é ativismo judicial, não.
02:44Aplicar a lei é o que mais precisa ser feito pelos tribunais, pelo judiciário.
02:50Porque aplicar a lei, às vezes, é desafiador.
02:53Você fazer valer a lei num país que muitas vezes não está acostumado.
02:57Num país que se acostumou até com aquela expressão, lei para inglês ver.
03:02Então, você aplicar a lei é algo que é um ato, muitas vezes, de coragem.
03:06Foi o que a gente fez na Lava Jato.
03:08E é o que a gente esperava, o que a gente espera do poder judiciário em geral.
03:12E é o que a gente quer, por exemplo, do Supremo Tribunal Federal.
03:18Nesse caso, se o Supremo Tribunal Federal tem responsabilidade em aplicar a lei em caso concreto,
03:25tem que ter uma atitude mais legalista nesse ponto.
03:29Então, você acha que advogado de partido, integrante do Ministério Público, não deveria ser ministro?
03:37Não, eu não digo que não deveria.
03:39São escolhas a serem feitas, mas é normalmente uma incógnita.
03:42Porque o advogado, ele está lá para defender o interesse do cliente dele.
03:46Então, ele vai dar a melhor defesa, vai dar a melhor representação para o cliente dele.
03:51E isso está dentro da ética da profissão.
03:54Agora, é difícil, muitas vezes, você saber, tá, mas qual que é a posição dele mesmo?
03:58Se ele tivesse independência para decidir um caso, como é que ele ia fazer?
04:03A mesma coisa, um professor, um jurista.
04:05Como é que ele vai se posicionar se ele for chamado a julgar casos?
04:10E, de certa maneira, o próprio Ministério Público.
04:13Pode ser indicado, isso aqui não é um critério absoluto.
04:16Eu só acho que as escolhas mais seguras são feitas em cima de magistrados profissionais,
04:23que têm um histórico.
04:24Foi a opção que foi realizada lá nos Estados Unidos, principalmente a partir da década de 70.
04:30Os presidentes preferiram começar a indicar pessoas que já estavam na magistratura.
04:37Por quê?
04:38São melhores que os outros?
04:39Não, não são melhores.
04:41Nem piores.
04:42Mas porque você consegue identificar o perfil profissional.
04:47A nossa Suprema Corte mesmo, o Supremo Tribunal Federal,
04:51antes, principalmente, de 88,
04:53ele tinha uma composição, normalmente, que eram indicados lá,
04:56magistrados de carreira, né, vamos lembrar aqui o ministro Carlos Veloso, por exemplo,
05:02e o Mar Galvão.
05:05E aí você tinha um pouco mais de previsibilidade em relação às decisões.
05:09E aí
05:15E aí
05:27E aí
05:29E aí
05:30Legenda Adriana Zanotto
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