Não tem economia que aguente um governo Bolsonaro

O Antagonista

ASSINE O ANTAGONISTA+ COM DESCONTO: https://urless.in/6M3jH -- No Papo Antagonista desta quarta-feira, Claudio Dantas e Mario Sabino comentaram a queda de 4,1% do PIB registrada em 2020.   #JairBolsonaro #PIB #PauloGuedes  -- Cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL   Confira mais notícias em nosso site: https://www.oantagonista.com  Acompanhe nossas redes sociais: https://www.fb.com/oantagonista https://www.twitter.com/o_antagonista https://www.instagram.com/o_antagonista

Transcript

00:00E o PIB caiu 4,1% em 2020. O dado foi divulgado mais cedo pelo IBGE.

00:08O mercado projetava uma queda de 4,2%, caiu 4,1%, diferença muito pequena.

00:15É o pior desempenho da economia desde o início da série histórica do Instituto, iniciada em 1996.

00:21Estatísticas do IPEA e da FGV, no entanto, trazem dados para o PIB brasileiro desde 1901.

00:27Está analisando esse intervalo maior, o resultado de 2020 é o pior desde 1990, quando do confisco de Collor.

00:34Olha a lembrança, hein? Que pesadelo. Naquele ano, o PIB caiu 4,35%.

00:40Bom, a queda, no ano passado, acrescentou aqui o IBGE o seguinte, interrompeu o crescimento de três anos consecutivos, 2017 e 2019,

00:47quando a atividade econômica acumulou alta de 4,6%.

00:50Mesmo sem o país nunca ter decretado um lockdown, propriamente dito, vai e vem das medidas restritivas

00:56para tentar frear o avanço do novo coronavírus, claro, teve impacto na economia.

01:00Após esboçar uma recuperação lenta, a atividade voltou a perder fôlego no quarto trimestre de 2020.

01:06Com o cenário atual, analistas esperam um novo resultado ruim no primeiro trimestre deste ano.

01:11E o Brasil deixou de figurar entre as dez maiores economias do mundo, com a queda do PIB de 4,1%.

01:18Agora, ele foi ultrapassado pela Rússia, pela Coreia do Sul e pelo Canadá.

01:24Mário, o que você acha?

01:26Bom, o fato é o seguinte, o PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país ao longo de um ano,

01:34produto interno bruto, ele espelha uma realidade, não é o único índice da economia de um país,

01:44mas é um índice muito importante, porque ele está espelhando, ele espelha, acaba espelhando a capacidade,

01:52o poder aquisitivo, o poder de compra dos seus cidadãos, de uma maneira ou de outra, da vitalidade de uma economia.

01:59O PIB brasileiro sofreu uma retração menor do que a de outros países,

02:05mas a gente já vinha de uma base muito ruim, né?

02:08Essa aqui é a verdade. Teve crise econômica gerada pela Dilma Rousseff, né?

02:15Antes disso, o Lula numa maluquice, num país que crescia só na base do consumo,

02:21sem investimento, né? Em produção de verdade,

02:26só endividando os cidadãos, principalmente os cidadãos mais pobres, né?

02:33Aquela história da ascensão da classe C e tudo mais.

02:37Na verdade, foi um grande crediário que se abriu no Brasil.

02:40Aí veio a crise, as pedaladas da Dilma, aí o crescimento, o Temer conseguiu ainda fazer com que crescesse,

02:47mas um crescimento muito pífio.

02:50O próprio Bolsonaro, no seu primeiro ano de governo, as expectativas não foram atendidas de crescimento.

02:57E aí você tem uma recessão de 4,1%, né?

03:01Uma porcentagem, não, uma recessão, 4,1% de queda no PIB.

03:07E o que só piora um quadro que já era muito ruim.

03:13Para você ter uma ideia, então, assim, até antes da pandemia,

03:20se você fizer a divisão ali do PIB pelo número de habitantes,

03:23a renda per capita do brasileiro estava por volta de 8 mil e poucos dólares.

03:30Hoje, essa renda per capita está para 6 mil e alguma coisa.

03:37O Brasil esperava, neste momento, todos esperávamos,

03:43que fosse um país que já tivesse superado, se não largamente, mas com alguma folga,

03:48o limite de 10 mil dólares, quer dizer, o piso de 10 mil dólares de renda per capita,

03:54que, historicamente, faz a diferença, né?

03:58Representa um salto a partir desse patamar.

04:01Em geral, os países que fizeram tudo direito, né?

04:03A renda começa a crescer de uma maneira mais contínua, né?

04:08E tranquila, que é o caso, por exemplo, da Coreia.

04:12Então, assim, nós temos um problemaço, porque a gente tem uma massa de miseráveis

04:18que deve ser aí por volta de 50 milhões, né?

04:22Surgiram aí 50 milhões de pessoas correndo atrás do Coronavouch,

04:26precisando do Coronavouch, mesmo que tenha ali no meio gente que não precisava,

04:31a porcentagem não é tão grande assim,

04:34que é fruto, né?

04:36Fruto histórico de um Brasil que não vem dando certo há 500 anos.

04:41E uma crise que começa a bater na...

04:46Se é que já não adentrou, né?

04:48Bater a porta, mas se é que já não adentrou os lares da classe média, né?

04:53Está todo mundo mais pobre, Claudio.

04:56Todo mundo está mais pobre, né?

04:57Com exceção dos muito ricos, né?

04:59E de alguns setores da economia que não sofreram,

05:03aliás, foram beneficiados pela pandemia,

05:06que é o caso da construção civil.

05:07Todos os outros...

05:11Poucos podem comprar uma mansão de 6 milhões de reais, né, mano?

05:14Para não falar...

05:14É, mansão que diminuiu de preço apesar do mercado estar aquecido, né?

05:19Que é uma sorte desgraçada, né, Claudio?

05:22Mas enfim, todos estamos mais pobres.

05:24O que esse PIB está mostrando é isso.

05:27Estamos mais pobres, ficaremos mais pobres.

05:29A projeção mostra que a gente vai...

05:33De décimo segundo colocado, em termos de tamanho de economia,

05:37em 2021, a gente vai baixar para o décimo quarto posto, né?

05:42É o que estão...

05:44É o que está projetando a agência de análise de risco, né?

05:49A Austin Rating, se não me engano.

05:51E aí, com um acelerado na presidência da República,

05:58um ministro da Economia que está fazendo papel de bobo da corte,

06:04a gente sabe disso,

06:05um Congresso pouco interessado em, na verdade, segurar a onda,

06:10e no meio de tudo isso, a gente, né?

06:14Os cidadãos.

06:15Estamos abandonados na própria sorte, né?

06:21E aí, com um acelerado, né?

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