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No Papo Antagonista desta sexta-feira, Claudio Dantas entrevistou o presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC). Ele comentou a decisão do ministro do TCU Bruno Dantas de usar as mensagens roubadas da Lava Jato para abrir um processo administrativo sobre o auditor do tribunal Nivaldo Dias Filho.
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No Papo Antagonista desta sexta-feira, Claudio Dantas entrevistou o presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC). Ele comentou a decisão do ministro do TCU Bruno Dantas de usar as mensagens roubadas da Lava Jato para abrir um processo administrativo sobre o auditor do tribunal Nivaldo Dias Filho.
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NotíciasTranscrição
00:00Olha só, é justamente neste cerco que está havendo, STJ com o inquérito de bolso do Humberto Martins, o STF com o Lewandowski liberando as mensagens para o Lula, o Gilmar com a história da suspensão do Moro que ainda vai à votação.
00:16Agora temos também o TCU, o TCU resolveu fechar o cerco, entrar nessa ciranda para investigar a partir de um processo administrativo o auditor Nivaldo Dias Filho, quem resolveu abrir esse processo administrativo foi o Bruno Dantas, que nós sabemos que é apadrinhado, indicado político do Renan Calheiros.
00:41Então assim, o Bruno Dantas abriu simplesmente por quê? Porque tem uma mensagem de uma conversa do auditor com o Deltan Dallagnol em 2015, em que ele teria dito que precisava de algum fato contundente contra o ministro Haroldo Cedrais, que pudesse convencer os ministros a não reelegi-lo.
00:59Isso porque, gente, olha, o Cedrais, que foi reeleito presidente do TCU, no mesmo ano ele passou a ser investigado no Supremo no âmbito da Lava Jato.
01:10Segundo a PGR, o Tiago Cedrais, o filho, agindo com o pai, teria solicitado e recebido 50 mil reais mensais e um aporte extra de um milhão em espécie de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, naquela ocasião,
01:22para influir em dois processos de interesse da empresa no TCU relacionados à Angra 3.
01:28Em setembro de 2019, a denúncia foi rejeitada pela segunda turma do STF, pela segundona.
01:35Bruno Dantas, então, abriu esse procedimento para apurar se o auditor, Nivaldo Dias Filho, cometeu desvio funcional ao procurado Deltan.
01:42Bom, aí eu chamo o Ismar Viana, que já está conosco em linha, mestre em Direito, Auditor de Controle Externo,
01:50professor, advogado e presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil, tá?
01:57Além de membro do Instituto de Direito Administrativo, sancionador brasileiro, especialista em Direito Administrativo,
02:03combate à corrupção e em Direito Educacional, autor do livro Fundamentos do Processo de Controle Externo.
02:08Acertei aqui no currículo, hein?
02:10Ismar, boa noite, bem-vindo ao Papo Antagonista. Por favor, seu comentário a respeito desta iniciativa do ministro de investigar o auditor.
02:24Boa noite, Claudio Dantas, boa noite aos seus, aos internautas, todos aqueles que realmente nos acompanham aí,
02:30e dizer que é um prazer para nós aceitar o honroso convite para bater um papo aqui com vocês.
02:38Na verdade, assim, a gente teve acesso às matérias jornalísticas, né, que indicam que houve uma suposta instauração de um procedimento,
02:49a gente, assim, não teve nenhum conhecimento formal da instauração, mas o que se noticia é que essa apuração na esfera administrativa
02:58se deu com base em provas obtidas por meios ilícitos, ou seja, são mensagens hackeadas, não há assim conhecimento de que essas mensagens
03:07tenham sido obtidas por meios ilícitos, e a nosso sentir nos preocupa, o uso dessas mensagens,
03:15para instaurar um procedimento investigativo em desfavor de um agente de controle.
03:20Há uma preocupação muito grande, porque isso pode, na verdade, sinalizar, pode até induzir, eu diria que é o Estado controlador do medo.
03:31Eu me recordo, Claudio, que na época das apreensões de malas de dinheiro, ouvia-se muito falar,
03:36uma mala de dinheiro por si só no Estado de Direito é só uma mala de dinheiro.
03:40Eu dizia que, e eu digo agora que mensagens descontextualizadas no ambiente privado,
03:45são mensagens, apenas mensagens, porque no Estado de Direito a gente tem que respeitar o devido processo legal formal,
03:52o devido processo legal substantivo, certo? Respeitar, inclusive, honra de agentes públicos.
03:56Então, quando se leva ao público notícias de jornalistas, no sentido de que foi deflagrada uma apuração administrativa
04:03contra um agente público, passa essa impressão de que há, em tese ali, algum ilícito funcional a ser apurado.
04:10Então, pelo próprio conteúdo da mensagem, a gente não consegue, assim, extrair a suposta prática de algum ilícito funcional.
04:18Para além de outras questões, digo, reitero, né, tudo a partir das notícias jornalísticas que foram aí veiculadas.
04:26Então, me parece que não houve, por exemplo, uma requisição de instauração por parte da presidência do TCU.
04:34Então, da mesma forma que o processo judicial, ou seja, se exige a segregação de funções,
04:41até para fins de imparcialidade de atuação de quem apura e de quem julga, certo?
04:47De quem relata o processo em si, o desenho regimental em relação à apuração dessa natureza do âmbito do TCU,
04:54ela se dá a partir de uma provocação da presidência do TCU.
04:57E o corrigidor, ele acaba sendo o relator dos processos administrativos.
05:01Mas, volto a dizer, nós já tivemos acesso ainda às informações oficiais,
05:05tudo que se está aqui a dizer é fruto de notícias jornalísticas.
05:12Então, o que se quer é que respeite o processo legal e que respeite a honra de agentes públicos
05:17que agem dentro da sua esfera funcional em prol de garantir o bom e regular controle da administração pública brasileira.
05:28Claro. É interessante notar que você tem logo uma abertura de um processo administrativo contra um auditor
05:52que está fazendo o seu trabalho perseguindo, vamos dizer assim, suspeitas fundamentadas ali de uma investigação
06:00envolvendo ministros da própria corte.
06:03Quer dizer, e você às vezes tem a citação de integrantes da própria corte sendo investigados
06:08e o TCU não toma providência nenhuma.
06:10Eu estou vendo agora, e aí a minha segunda pergunta para você é o seguinte,
06:13o mesmo ministro Bruno Dantas, que aliás, naquela história lá da Receita Federal,
06:21dos auditores da Receita, também usou o TCU para entrar numa investigação.
06:25E agora está querendo investigar também a consultoria do Sérgio Moro,
06:29a legalidade da consultoria que o Sérgio Moro agora assinou lá com a tal da Alvarez.
06:33O Sérgio Moro não está extrapolando das atribuições.
06:38É bom lembrar para que serve o Tribunal de Contas da União, né?
06:42Ou agora cada um tem o seu próprio tribunal de bolso e pode usar a lei do jeito que quiser,
06:48a máquina do jeito que quiser.
06:49Pois bem, Cláudio, na verdade, é o seguinte, eu diria que os procedimentos, certo,
06:57ambos eles guardam algum tipo de assimilitude aí,
06:59tanto esse procedimento na esfera administrativa, quanto esse processo de controle externo,
07:04porque nas duas situações a gente está na fase preliminar,
07:07então o sigilo acaba sendo essencial até para proteger a imagem funcional
07:13daquele agente público envolvido, ou daquele agente que no manejo de recursos públicos ali
07:18acaba sendo responsável processual no âmbito do tribunal,
07:22e a inobservância desse sigilo que compromete, volto a dizer,
07:26a imagem funcional daquele agente público,
07:28ela pode comprometer reflexamente a própria credibilidade institucional, certo?
07:33É em razão disso, essa fase preliminar,
07:36inclusive na representação no âmbito do controle externo,
07:39e essa representação sobre a qual você falou aí,
07:41é uma representação que foi oferecida pelo Ministério Público
07:45que atuou junto ao Tribunal de Contas da União.
07:47Então, houve esse oferecimento da representação,
07:50e é bem verdade, Cláudio, que para esse oferecimento se exige uma devida justificação.
07:54Eu não tenho acesso também a esse procedimento,
07:57mas o que tenho visto aí pela imprensa,
07:59é que o procurador, ao oferecer essa representação,
08:02ele de alguma forma vislumbra um dano ocorrido aí no âmbito da atuação na Lava Jato,
08:09que pode ter comprometido aí, pode ter lesado o erário, certo?
08:14Então, assim, para essa fase inicial de oferecimento de representação,
08:17se exige uma devida justificação.
08:20E aí, o Tribunal de Contas da União,
08:21ele faz o controle de bens, valores e dinheiros públicos.
08:24Então, toda a celeuma se dá em razão à rota de alcance e sentido,
08:29o que seria bem público,
08:30se queria bens e valores e dinheiros públicos.
08:32Então, às vezes há uma confusão,
08:34no sentido de que essa atuação pode ter incorrido no ativismo,
08:38realmente, do TCU,
08:39mas, por outro lado, pode ser que existam elementos
08:44que dêem sejo a que essa representação possa ter sido ofertada.
08:48Eu sinto com isso.
08:49Agora, há uma segunda fase,
08:50que é a fase do recebimento da representação.
08:53E aí se exige um juízo mais acurado
08:56para se verificar se realmente justifica a atuação do TCU,
09:00naquele momento ali,
09:02se realmente há um bem, um valor público a ser protegido,
09:06porque, assim, há distintas esferas de responsabilização.
09:10Elas são independentes entre si, certo?
09:12Às vezes, a atuação no TCU,
09:15ela pode também desencadear uma atuação
09:16na esfera judicial, no campo de assinamento de propriedade,
09:20e na esfera penal.
09:21Então, essa fase inicial que se deu,
09:23para a oferta do procurador,
09:25junto ao TCU,
09:26ela não se exige um juízo mais acurado
09:29para fins de oferecimento.
09:31Agora, para o recebimento que cabe
09:33ao colegiado judicante, certo?
09:35Isso aí vai se exigir uma análise mais acurada
09:38para se verificar se realmente
09:39aquele objeto que foi denunciado
09:41atrai a competência do TCU
09:43e, atraindo, se realmente se justifica
09:45a atuação e a processualização
09:47como representação na Corte de Contas Federal.
09:51Talvez seja necessário também
09:53uma reflexão do próprio tribunal
09:55em relação ao Ministério Público
09:57junto ao tribunal,
09:59porque o que se vê é um procurador,
10:02nesse caso, a gente vê a cada semana
10:05um pedido de investigação,
10:07um pedido de investigação.
10:08Então, há uma queixa geral
10:10de que determinado Ministério Público
10:12está extrapolando nas suas funções
10:14e, de repente, você tem um outro aqui
10:16fazendo a mesma coisa,
10:18mas não há reflexão.
10:19Quer dizer, são dois pesos e duas medidas.
10:20Eu me lembrei de uma entrevista
10:23que eu fiz aqui,
10:24lá atrás, no ano passado,
10:27com o então presidente
10:29do Tribunal de Contas,
10:30o José Múcio.
10:32Fizemos uma entrevista,
10:33inclusive, com a participação também
10:35do CGU,
10:37do Wagner Rosário,
10:39e o meu questionamento foi todo
10:41em função do que o TCU poderia fazer,
10:44se atualizar em termos de procedimento
10:46para evitar que esse orçamento de guerra
10:49que foi usado para a compra de respiradores,
10:53de remédios, de oxigênio, de tudo.
10:56Durante a pandemia,
10:57como que o TCU poderia fazer
10:59uma fiscalização mais em tempo real,
11:01para evitar efetivamente
11:03o dano ao erário,
11:06porque essa atuação a posteriori
11:08do Tribunal de Contas,
11:10ela acaba sendo realmente tardia.
11:13Você até localizar,
11:16aí você tem uma série de recursos
11:18dentro do próprio tribunal,
11:19muitas vezes,
11:20o que os auditores,
11:21o trabalho técnico que os auditores fazem,
11:23muitas vezes,
11:23vezes, quando ele vai ao plenário
11:26para análise dos ministros,
11:28ele passa a ter uma análise política,
11:30porque esses ministros são indicados
11:31politicamente, a maioria,
11:33e você tem uma,
11:35muitas vezes,
11:36você tem, às vezes,
11:37aquele,
11:37um relatório de auditoria
11:39fortíssimo,
11:40que vai para a gaveta,
11:42ou que acaba não dando em nada,
11:43não dando em punição nenhuma,
11:44ou em multinhas pequenininhas.
11:46Eu não vi a atuação,
11:49essa atuação realmente do TCU,
11:51evoluir,
11:52apesar da gente ter o que teve aí,
11:54vários covidões,
11:56eu vi agora que a gente vai mencionar
11:59aqui hoje no programa,
12:00anteontem o tribunal soltou o relatório
12:03identificando aí mais 54 bilhões
12:06de desvios no coronavals,
12:07mais uma vez também,
12:09recuperação,
12:10em uma identificação a posteriori,
12:11você não acha que precisaria,
12:13o que seria possível para instrumentalizar
12:17efetivamente o tribunal de contas
12:19para que ele atue
12:20quando precisa atuar
12:22para evitar o dano ao erário?
12:24É possível?
12:25Está dentro da atribuição?
12:27Poderia ser feito?
12:28Você tem alguma sugestão?
12:31Cláudio, eu diria que no Brasil
12:32a gente tem um sistema constitucional
12:34de controle da administração pública,
12:36certo?
12:36Então, esse sistema,
12:38ele precisa agir de forma coordenada,
12:40de forma colaborativa,
12:41de forma a se comunicar,
12:42em si.
12:43Até para evitar questionamentos críticos
12:46em relação à superposição de competências,
12:49a dúvida quanto assim a atuação,
12:52em que ponto começa,
12:53em que ponto se encerra a atuação
12:54de cada homem.
12:55Então, nesse momento,
12:57realmente momento de crise,
12:59certo?
12:59Crise assim que o Brasil passa,
13:01uma crise pandêmica,
13:02isso exige por maior razão
13:04uma atuação colaborativa,
13:05uma atuação em sistema de rede,
13:07entre tribunais de contas,
13:08entre Ministério Público,
13:09entre Polícia Judiciária,
13:10até com a colaboração
13:12do controle interno em si.
13:14Então, essa atuação coordenada,
13:15nacionalmente articulada,
13:17ela constitui um eficiente
13:19meio preventivo, certo?
13:20Você falou muito bem,
13:21a gente precisa
13:22intensificar,
13:26eu diria que o controle,
13:28a biópsia em si,
13:29não sem trabalhar com a autópsia,
13:30que é o controle a pouco exterior.
13:31Então, o Tribunal de Contas,
13:33o Tribunal de Contas tem feito
13:34um trabalho preventivo,
13:36como até da suspensão
13:38de processos licitatórios,
13:41identificando ali na ponto,
13:42ou seja,
13:43o ato sendo praticado
13:46e o TCU e também os TCS
13:48acabam atuando.
13:50Então,
13:50mas essa atuação colaborativa,
13:52esse sistema de rede,
13:53eu diria que contribui
13:53de forma significativa
13:55para que o dano ao erário,
13:57ou seja,
13:58para que a malversação
13:59dos recursos públicos,
14:01ela venha a ser estancada
14:02na ponta,
14:03sem que precise,
14:03mais adiante,
14:04a gente trabalhar com autópsia,
14:05ou seja,
14:06sem que precisamos trabalhar
14:07com controle a posterior.
14:09Então,
14:09tem sido feito um trabalho
14:10nesse sentido
14:11e eu diria que a saída
14:12é essa,
14:13é a atuação
14:14em sistema de rede.
14:29e a atuação
14:31em sistema de rede.
14:32Obrigado.
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