Renan dos Santos fala em “estado policialesco” - Papo Antagonista com Mario Sabino

Name: Renan dos Santos fala em “estado policialesco” - Papo Antagonista com Mario Sabino
Uploaded: 2025-06-20T23:46:44+00:00
Duration: 9 min 28 s
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há 6 meses

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Renan dos Santos, do MBL, rebateu a denúncia apresentada pelo MP contra ele e falou em estado policialesco. No Papo Antagonista desta segunda-feira, Felipe Moura Brasil e Mario Sabino analisaram a declaração.
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00:00O Ministério Público de São Paulo apresentou uma denúncia por tráfico de influência

00:04e entre os acusados estão Renan dos Santos, um dos líderes do Movimento Brasil Livre, o MBL.

00:10Alessander Mônaco Ferreira, um dos principais doadores do MBL,

00:14e Nourival Pântano Júnior, ex-presidente da Imprensa Oficial de São Paulo.

00:19Os ex-representantes da Fundação Instituto de Pesquisas Econômica, a FIP,

00:23Carlos Antônio Luque e José Ernesto Gonçalves, também.

00:27Segundo a denúncia, Renan dos Santos articulou politicamente a contratação de Alessander Mônaco

00:32pela imprensa oficial de São Paulo.

00:34Em troca, de acordo com a denúncia, Alessander fez doações ao MBL por meio do YouTube.

00:40De acordo com o MP, dentro da imprensa oficial, Alessander, aspas,

00:44trabalhou no sentido de articular fraudes em licitações e contratações de empresas

00:49através de dispensa e inexigibilidade de licitações, fecho aspas.

00:54Uma dessas, aliás, isso inicialmente, a Folha de São Paulo havia dito que foi uma acusação também

01:01contra o Renan dos Santos e depois o jornal corrigiu, mostrando que a acusação em relação a ele

01:07foi sobre tráfico de influência e não sobre essas fraudes.

01:11Uma dessas empresas seria a FIP, que depois contratou a empresa de Alessander,

01:15aspas, pagando-lhe valores milionários por consultorias, fecho aspas.

01:20O deputado federal Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL, afirmou que a denúncia contra Renan é uma piada.

01:26No Twitter, Renan rebateu as acusações.

01:29Ele afirmou,

01:29O máximo que o MP tenta alegar é que sou influente e que foi encontrado um papel na casa de um acusado

01:36com os nomes do FHC, do Daniel José, do Partido Novo, Vinícius Poit, também do Novo,

01:43Kim Kataguiri e Luciano Huck.

01:45E aí ele coloca umas interrogações ali entre parênteses, depois do nome do Luciano Huck.

01:49Por conta dessa indicação sem provas, eu era pago, ele fala que é a mesma coisa de sempre, usando um termo mais chulo,

01:57eu era pago via superchat do YouTube.

02:00Então, eis a engenharia, indico um cara para um governo do qual somos oposição,

02:06num cargo de 16 mil reais e sou pago por superchat no YouTube publicamente e fazendo piada.

02:14Renan garante, esse governo do qual é oposição é o governo de São Paulo,

02:17esse órgão imprensa oficial de São Paulo, por isso que ele está aí ironizando a acusação.

02:22Renan garantiu que não tem qualquer relação profissional com Alessander Mônaco

02:26e que a denúncia tem o objetivo político, claro, de perseguir adversários do governo.

02:31Ele afirmou, aspas, a turma passadora de pano para miliciano e rachadinha virá me atacar,

02:37querem me igualar aos filhos, e aí ele coloca vários adjetivos ali em relação aos filhos do presidente da república,

02:45falando dos filhos do presidente, vão passar vontade, gado.

02:48Posto isso, um alerta, vivemos já um estado policial e muitos de nós, eu incluso,

02:54tem culpa na criação desse monstro.

02:56Fecha o aspas, depois que ele ia falar sobre essa declaração.

02:58Renan ainda reforçou, aspas,

03:00vivo hoje as consequências políticas do estado policialístico e do espetáculo de denúncias

03:04que inconscientemente ajudei a fomentar.

03:07Fecha o aspas, ele continua aí com várias declarações, estão lá disponíveis na página dele.

03:12Mário, eu só queria chamar a atenção para esse final, evidentemente a denúncia está aí disponível

03:19para quem quiser esmiuçar, é que eu vejo com maus olhos a crítica ao estado policialístico

03:29quando a pessoa é alvo e essa declaração de que ajudou a fomentar isso.

03:36Eu só queria separar duas coisas, quem defende, e aí de cada um não estou falando de nenhum caso específico,

03:44o combate à corrupção não ajuda a fomentar estado policialístico nenhum,

03:50se defende o combate à corrupção dentro da lei, dentro dos termos legais.

03:56Nós defendemos aqui, eu defendo desde o começo, que a corrupção seja combatida,

04:02isso não quer dizer que não possa haver eventualmente um promotor, um procurador, um juiz

04:07que tome uma decisão errada e aí se analisa caso a caso.

04:11Então, se um alvo de uma investigação acha que o promotor está sendo parcial,

04:19está cometendo um equívoco, atuando de má fé, que se refute isso.

04:26Mas não é porque isso ocorre que temos um estado policialístico.

04:30Então, são duas questões bastante diferentes, Mário.

04:33Olha, Felipe, eu vou ser muito sincero com você, eu não entendi nada desse troço aí,

04:37porque eu não me interesso, mas não tenho o menor interesse nesse assunto aí, entendeu?

04:43Na boa, olha, sinceramente, com todo o respeito, eu nem sei quem é Renan dos Santos.

04:50Eu sei quem é o Kim Kataguiri.

04:52Que é deputado federal.

04:53Que é deputado federal, que aliás, uma vez, quando começou o Antagonista,

04:56eu fui convidado aí para ir a um evento de um Instituto Liberal,

05:00que eu já não lembro mais qual.

05:01Esse é o Renan dos Santos.

05:03Eu vi o Kim Kataguiri lá, veio conversar comigo, estava conversando o Antagonista,

05:07se apresentou, me apresentei, enfim, falou, olha, eu sou do MBL.

05:11Eu achei que fosse, inclusive, uma associação estudantil,

05:14porque eu estava meio por fora, estava chegando no Brasil,

05:18e não sabia muito bem das coisas.

05:20Depois é que eu fui entender que era um movimento, como vem para a rua e tudo mais.

05:24Mas eu não acompanho.

05:27Eu acho só o seguinte, Estado policialesco, não sei, cara.

05:32Eu não acho que existe Estado policialesco.

05:35Eu já fui parar na Polícia Federal por causa de matéria da Cruzoé.

05:37Eu acho que existem, sim, gente que está usando o Estado de uma maneira indevida.

05:41Agora, Estado policialesco...

05:42Exatamente, parece a distinção.

05:44Eu não vejo Estado policialesco.

05:46Aliás, o que eu acho é que falta a polícia no Brasil, inclusive.

05:50Basta ver o que acontece nas ruas e basta ver o que acontece lá em Brasília e também nos estados.

05:56Agora, se ele tem como se defender, entendi muito bem.

06:02Ele fazia dinheiro no YouTube?

06:04É um milagre fazer dinheiro no YouTube.

06:06A gente não faz dinheiro nenhum aqui no YouTube.

06:08Muito pouco.

06:08Me ensina a fazer dinheiro no YouTube.

06:11Eu não entendo como é que faz.

06:12Para fazer no YouTube...

06:14Agora, o negócio de milhão, milhão por consultoria.

06:17Bom, eu acho que consultoria é um problema e tanto, né?

06:22Porque são poucos os verdadeiros consultoria.

06:24Não estou aqui julgando o caso específico.

06:26Mas consultoria é um guarda-chuva que serve para repassar muito dinheiro impróprio, indevido.

06:33Agora, se ele está ridicularizando a denúncia, então é porque ele tem elementos suficientes para provar a sua inocência.

06:40Agora, enfim...

06:42É, eu acho que não é...

06:44Recair num discurso de Renan Calheiros, eu acho que não faz bem para ninguém.

06:49Ele continua até o Renan dos Santos.

06:50Não é essa a justiça que imaginava defender quando saía às ruas para defender o próprio MP em 2013.

06:57Ironias de um país maluco.

06:59Essas foram palavras dele.

07:00Está aí na imagem para vocês que estão assistindo.

07:03E eu só queria completar, Mário, que as instituições, esses órgãos de fiscalização e controle,

07:08eles estão sujeitos a aparelhamento político, a interferência.

07:13A gente denuncia quando isso acontece.

07:15Não estou falando aqui sobre o caso específico.

07:17A gente vai analisar isso conforme forem saindo aí as notícias, a denúncia, o conteúdo, todas as alegações.

07:24Isso sempre houve e a gente aponta.

07:27Mas isso não quer dizer que há aí um Estado policialesco em todos os sentidos.

07:32Muitas denúncias de corrupção são feitas com base em provas que a gente, lendo a denúncia,

07:39a gente vê que realmente houve um trabalho investigativo, houve coleta de depoimentos de delatores.

07:45Essas denúncias derivadas da delação da Odebrecht, que atingiu, que teve uma menção ao Dias Toffoli,

07:50que atingiu petistas como Lula, que atingiu tucanos como José Serra, Geraldo Alckmin,

07:54que atingiu o pessoal do Centrão, são denúncias bastante consistentes,

07:59que você vê ali todo um detalhamento.

08:02Então é preciso separar aí essas questões.

08:04Tem muita denúncia vazia.

08:06Exatamente, isso acontece, que se mostra.

08:09Olha, por exemplo, vamos lembrar de casos grandes, né?

08:12Operação Sateagra, o delegado, né?

08:15Quando você abriu lá, abriu o processo e vi e tal,

08:18era uma palhaçada sem tamanho.

08:20Tinha peixe grande que devia ter sido pescado,

08:23mas o inquérito era tão ridículo, né?

08:27Que acabou livrando um monte de gente culpada, né?

08:31Ou muito suspeita.

08:33Nesse caso aí, sinceramente, eu não estou por dentro mesmo,

08:35mas eu aconselho ao rapaz de ter calma, né?

08:40Eu entendo, ainda mais se você é inocente, que isso incomode muito.

08:44Pode ter, sim, um fundo político, né?

08:46Imagino que sim.

08:47Afinal de contas, o MBL é um movimento político, né?

08:51Que agora, inclusive, alguns dos seus integrantes estão na política formal.

08:56Mas tem calma, rapaz.

08:57Isso aí, se você não tiver nada a temer, se resolve, viu?

09:01Estou falando mesmo, não estou sendo irônico, não.

09:03Estou sendo bastante sincero.

09:05Take a crise.

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