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Com os conflitos se intensificando no Oriente Médio, Israel enfrenta uma guerra em duas frentes: contra o Hamas na Faixa de Gaza e contra o Irã. No Linha de Frente, a bancada analisa se o país tem capacidade militar, econômica e estratégica para sustentar os dois confrontos ao mesmo tempo.
Comentaristas: Alex Vargem, Isadora Brizola, Manuel Furriela e Maria de Carli

Assista ao programa na íntegra: https://youtu.be/kBh9gnZ6sNc

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Transcrição
00:00Quando a gente fala dessa questão dos palestinos,
00:03a situação de violação de direitos humanos que se passa no território
00:07e, consequentemente, essa diáspora palestina no mundo,
00:11inclusive aqui no Brasil, uma diáspora que é fortíssima.
00:15E vale chamar a atenção também que nos últimos dias
00:17nós tivemos mobilizações políticas aqui em São Paulo,
00:21em outras cidades, em outros países,
00:24referente ao que acontece na Palestina.
00:25Então foram mobilizações que prestaram a solidariedade
00:29ao povo palestino e são mobilizações de suma importância.
00:34Mas eu gostaria de destacar aqui também,
00:36quando a gente está nesse ponto de outras guerras,
00:38ao mesmo tempo que é importante, é de suma importância
00:40que a sociedade como um todo compreenda as nuances da guerra
00:44e, enfim, o que acontece na Palestina, Israel,
00:47mas é importante também pensar em outros conflitos
00:49que também são negligenciados e nos questionarmos também
00:51por que outros conflitos não têm a mesma dimensão
00:54e a mesma comoção pública, internacional, inclusive,
00:57do que o que acontece em outros territórios.
01:00Por exemplo, hoje nós temos um conflito gravíssimo
01:03na região do Sudão, no continente africano.
01:06Nós temos hoje na Nigéria a região de Biafra.
01:08Biafra é uma república que se separou na década de 60,
01:12porém há um movimento fortíssimo
01:14que se mobiliza frente às violações que acontecem
01:18no território de origem.
01:19Nós temos hoje a região do Mali, do Níger,
01:23o povo do grupo étnico Tuareg,
01:25que reivindica a situação do território de Azawade,
01:28no deserto de Saara,
01:30e que estão sofrendo uma conjunção de violações de direitos humanos.
01:34Temos hoje na Etiópia a região do Tigrei também,
01:37enfim, outras violações.
01:39Então, há uma conjunção de violações de direitos humanos
01:41em outros territórios.
01:43Até trago um dado importante.
01:46Algumas universidades,
01:48eu cito aqui a Universidade de Uppsala,
01:50que fala que hoje existem mais de 80 conflitos no mundo.
01:53Então, é de suma importância a gente tratar
01:55o que acontece na Palestina,
01:57como as mobilizações estão sendo feitas no Brasil
02:00e em outros países,
02:01mas também é importante nos questionarmos
02:03por que outros conflitos não têm a mesma dimensão
02:05desse engajamento político
02:07e dessa comoção pública nacional e internacional.
02:10E essas diásporas que eu citei anteriormente
02:14estão no Brasil.
02:15Hoje, por exemplo,
02:16é um conflito gravíssimo.
02:17O que acontece no Congo,
02:18a relação Congo-Ruanda,
02:20o norte da República Democrática do Congo,
02:22há milícias de Ruanda que estão ali no Congo
02:25e isso impacta fortemente
02:27também a questão dos fluxos maciços de refugiados,
02:29como algumas organizações internacionais têm apontado,
02:32e, sobretudo,
02:33a diáspora congolesa presente no território brasileiro.
02:37A diáspora aqui já fez um conjunto de mobilizações,
02:39inclusive aqui na Avenida Paulista,
02:41chamando a atenção da sociedade brasileira
02:43e, obviamente, da classe política brasileira
02:45sobre o que acontece no território de origem.
02:48Portanto, nós estamos falando de um ativismo transnacional
02:51e esse ativismo é de suma importância
02:53para nós nos solidarizarmos,
02:55entendermos as complexidades
02:57do que acontece nos países ou territórios de origem.
03:00Maria, o que explica esse questionamento
03:02que o Alex trouxe para a gente?
03:03A gente está falando mais de um confronto nesse momento.
03:06Por que ele é novo, começou agora?
03:09Por que ele tem a ver com questões econômicas,
03:11como a gente já colocou aqui na mesa?
03:12Tem a ver com o petróleo na jogada?
03:14Por que as potências estão mais ligadas nesse?
03:17O que a gente pode tirar de análise disso?
03:19É, eu acho que...
03:21Desculpa, só ajeitando.
03:22Eu acho que é só...
03:23Eu vou fazer coro ao que eu disse mais cedo
03:26na minha última fala,
03:27que é, de fato, a gente ver um cenário de reversão
03:30de tudo que foi construído mutuamente
03:32após a Segunda Guerra Mundial,
03:34que é justamente esse consenso de países
03:38em prol de uma cooperação multa,
03:42uma governança global baseada no multilateralismo cooperativo,
03:48com a instituição da ONU como pilar principal disso,
03:51junto com o sistema Bretton Woods,
03:53que veio aí trazendo mais uma internacionalização
03:56dessas nações.
03:57Então, a gente vê uma decadência desse cenário,
04:01que, como o próprio professor mencionou aqui,
04:04demonstrou-se muito ineficiente
04:06na resolução do que ele foi construído para ser.
04:09Resolver conflitos,
04:11garantir a estabilidade econômica do mundo,
04:13garantir a estabilidade, enfim, política,
04:16e não está acontecendo.
04:17A gente vê a ONU em descrédito.
04:20Quem aqui não acompanhou, inclusive,
04:22as próprias missões de paz,
04:23que não foram nem tão de paz aqui,
04:24relembro aqui a questão da guerra da Bósnia,
04:27que os capacetes azuis faziam violências sexuais
04:32contra as refugiadas da Bósnia lá.
04:35Então, a própria instituição,
04:36que era ali mantida para proteger a sociedade civil,
04:40não conseguiu fazer.
04:41Então, é um descrédito.
04:43Então, a gente entra numa nova ordem mundial,
04:46uma ordem do cada um por si,
04:48uma ordem onde o realismo vai imperar,
04:50que o Hobbes deve estar muito feliz ali no túmulo dele,
04:54e é justamente a dinâmica onde os países
04:58vão cada vez mais buscar maximizar os seus interesses,
05:01e isso vai fortalecer cada vez mais o hard power,
05:04que é o uso do poder duro,
05:06que é o uso do poder militar.
05:07Então, acho que é consequência disso,
05:09dos conflitos que a gente disse aqui,
05:11que o Alex mencionou,
05:13e, enfim, é um cenário de uma nova atualidade global.
05:19E o que a gente pode fazer, infelizmente,
05:22é informar, é criar a consciência
05:25para a problemática que tem crescido,
05:27para esses conflitos que vão ampliar,
05:28ninguém consegue encontrar um senso comum,
05:31e, infelizmente, reverter tudo o que foi construído
05:34com a missão, as missões da ONU,
05:36que, em tese, não serviram para muita coisa.
05:39Professora, no caso especificamente de Israel,
05:42então, eles estão mantendo agora duas frentes, né?
05:45Tem a frente ali na faixa de Gaza,
05:46tem a frente com o Irã.
05:48Israel tem potência para manter isso por muito tempo?
05:52É, tem essas que você mencionou,
05:55ainda tem risco aí para sofrer ataques do Hezbollah
05:59e também de outros grupos ali,
06:03principalmente no Iêmen.
06:04Mas, de qualquer forma,
06:05o que Israel fez foi uma grande e organizada
06:08operação militar desde 2023,
06:11de outubro de 2023.
06:12Se a gente acompanhar,
06:14houve uma sequência de decisões, né?
06:16Em relação, principalmente, à faixa de Gaza,
06:19controlar a faixa de Gaza,
06:21desmobilizar o Hamas,
06:23desarmar o Hamas,
06:25matar suas principais lideranças.
06:28Depois, também foi a mesma coisa do Hezbollah,
06:30que, aliás, é o principal grupo da região,
06:33que não é estatal, para-estatal,
06:35que você tem ali também muito armado.
06:38Israel teve muito sucesso militar
06:40em relação a essas operações realizadas,
06:45e também no Iêmen e em outras regiões.
06:48Aí, na sequência, realizou operações pontuais
06:51dentro do território iraniano,
06:53e também, como eu disse, inéditas.
06:55Se a gente pegar desde 79 para cá,
06:57só a partir de agora,
06:59as questões foram diretamente envolvidas,
07:02os ataques foram diretos.
07:03E aí, nessa sequência, se organizou
07:05para que, quando realizasse esta operação
07:07de agora, dessas últimas semanas,
07:10de grandes proporções,
07:12já tivesse os outros grupos enfraquecidos.
07:15Então, sim, respondendo diretamente
07:17à tua pergunta, ele ainda está em risco
07:19de sofrer ataque de outras frentes,
07:22mas num grau muito menor
07:24do que tinha há dois anos e pouco atrás.
07:27Então, isso também favoreceu
07:30a tomada dessa posição,
07:32que é a mais difícil em relação ao Irã,
07:35num momento onde ele está mais
07:37guarnecido pelas operações
07:40realizadas anteriormente.
07:42Então, um aspecto curioso disso tudo,
07:45que a gente, às vezes, não entende,
07:48que está fora aqui do contexto lá,
07:50por que a população israelense
07:52critica o governo de lá
07:54com tantos sucessos militares?
07:57É porque falta um outro.
07:58Primeiro, tem questões internas lá
08:00que a gente pode até discutir,
08:01mas tem outra.
08:03Depois, como vai ser o dia de amanhã
08:05com essas operações?
08:07Muito sucesso militar,
08:09muitas conquistas,
08:11é um encaminhamento que se pode dar
08:13a enfrentamento do problema,
08:15mas vem o dia de amanhã,
08:17como é que vai se lidar depois com o Irã?
08:20Está se apostando na queda do governo?
08:22Está se apostando num novo regime?
08:25Como é que vai tratar a questão
08:26dos palestinos, muito complexa?
08:28Como é que vai continuar tratando
08:30as questões que envolvem o Líbano,
08:32onde está o Hezbollah?
08:33Então, tem um desafio, digamos assim,
08:36mais de uma agenda de política internacional
08:38no segundo momento.
08:39Mas, neste de agora,
08:41as operações militares têm sido um sucesso
08:44e a do Irã, principalmente,
08:46por conta de ter enfraquecido
08:48as outras origens de ataques,
08:50de hostilidades.
08:52Isadora, a gente citou aqui
08:54a situação da faixa de Gaza.
08:55Tem alguns dados aqui interessantes.
08:57Olha, que existem mais de 6 milhões
08:59de refugiados palestinos,
09:01o que faz com que eles sejam
09:02um dos maiores grupos de refugiados do mundo.
09:05E que, de acordo com as Nações Unidas,
09:08depois que Israel começou ali a fazer
09:12esse conflito,
09:13a participar desse conflito com a faixa de Gaza,
09:16a movimentação ali chegou
09:17a quase 2 milhões de pessoas.
09:20Então, a gente tem, nesse território,
09:23nesses conflitos no Oriente Médio,
09:25hoje, um problema muito grande.
09:29Alex citou outras partes do mundo
09:31que também sofrem disso,
09:34mas os olhos, como a gente está falando,
09:36estão voltados para essa população em especial.
09:38Mesmo assim, quando os olhos,
09:40as atenções estão mais voltadas
09:41para um do que da outra,
09:42essas pessoas são assistidas o suficiente?
09:45Essa é uma questão muito complexa,
09:49porque a gente está falando de um território,
09:51Israel, esse refugiado,
09:52ele é o refugiado interno,
09:53o refugiado palestino,
09:55que está ali dentro do território israelense.
09:57Então, os que conseguiram,
10:00nos últimos tempos, fugir da faixa de Gaza,
10:02porque ela tem um bloqueio ali,
10:04feito por Israel, das estradas,
10:07então, esse acesso,
10:09ele literalmente é um refugiado,
10:10que ele é um refugiado palestino,
10:11que vai para dentro de Israel.
10:13E ele acaba se tornando uma grande questão,
10:16porque Israel está numa luta contra ali,
10:19a esse espaço,
10:19contra a faixa de Gaza, o Hamas, o Hezbollah,
10:22e se fortaleceu em cima desse discurso,
10:26mas também coloca em xeque
10:27como é tratado esse refugiado,
10:29porque a gente está falando de civil,
10:30a gente está falando de pessoas,
10:31de mulheres, de crianças.
10:32Então, existe a questão ali pertinente
10:35na faixa de Gaza,
10:36mas existe o restante do palestino também
10:39que está inserido em Israel.
10:40E ali a gente tem o espaço da Cisjordânia,
10:43que foi, existe uma questão territorial ali
10:45dos últimos anos,
10:46desde 1948,
10:48Israel foi se fortalecendo como Estado,
10:50como território,
10:51e a Palestina foi perdendo espaço,
10:53a Cisjordânia foi diminuindo,
10:55então, esse espaço da Cisjordânia também,
10:57que era um espaço, digamos que seguro
10:58para o povo palestino,
11:00também hoje se encontra um pouco travado ali,
11:04porque o próprio acesso aos espaços da Cisjordânia
11:06estão em controle do governo de Israel.
11:08Então, o palestino, ele fica,
11:10o próprio civil palestino,
11:12ele está um pouco de mãos atadas
11:13e é um refugiado que não tem
11:15nenhum tipo de apoio político,
11:16nenhum apoio jurídico,
11:18até a questão da ajuda humanitária.
11:20A gente teve a questão dos ativistas
11:22que tentaram chegar, não chegaram,
11:24o Israel bloqueou,
11:24foi um conflito ali,
11:26sem saber exatamente
11:27o que era para ser feito,
11:28qual era a intenção ali,
11:30mas a questão é,
11:31o palestino, ele está ali
11:32literalmente sem apoio.
11:34E eu acho que isso entra um pouco em xeque
11:36do porquê, talvez,
11:37a gente começou a conversa falando
11:39do porquê que essa guerra,
11:40ela acaba tendo um pouco mais de visibilidade
11:43do que outras,
11:44e eu acho que essa é uma questão muito pertinente,
11:46porque a Palestina hoje,
11:48ela se encontra sem esse suporte,
11:50então, o que acaba despertando
11:51uma compaixão institucionalizada
11:54aí de outros países,
11:55de movimentos,
11:56de pessoas que acompanham a situação,
11:58e também essa questão de,
12:01ela hoje não ter nenhum acesso,
12:02o Israel está nesse controle.
12:04Então, por mais que exista
12:05uma justificativa
12:06que envolva o Hamas,
12:08que envolva o Hezbollah,
12:09e é uma luta, assim, necessária,
12:11a gente não quer um governo autoritário,
12:12a gente não quer um governo iraniano
12:14tomando conta
12:15do Oriente Médio como um todo,
12:17mas também bate de frente
12:18um pouco sobre as políticas,
12:20que não acho que não é somente
12:22especificamente sobre Israel,
12:23mas sim sobre o primeiro-ministro em si.
12:25Acho que o primeiro-ministro,
12:26ele tem algumas políticas
12:28um pouquinho mais extremistas,
12:29então, a Palestina fica ali
12:31sem apoio,
12:32o que coloca a visibilidade
12:33do mundo todo
12:34um pouco para esse olhar
12:35desse conflito.
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