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  • 20/06/2025
Mario Sabino e Diogo Mainardi estão na Reunião de Pauta.
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00:00Bom dia!
00:02Bom dia!
00:03Bom, em primeiro lugar, as boas notícias.
00:05É tão raro que neste período a gente possa comentar a queda de número de contaminados,
00:11de mortos.
00:12Estou felicíssimo porque aqui na Itália o movimento foi bastante claro, bastante significativo
00:22também.
00:23A queda em relação ao pico de 400 mortos por dia.
00:27Domingo é sempre meio, não é o dado mais confiável.
00:32Normalmente diminui um pouquinho porque eu acho que tem menos gente contando.
00:36Mas a tendência que era de estabilização e ligeira queda parece ter tomado a direção
00:46certa, que é uma queda desse número, e os caras começam a olhar para o que vai acontecer
00:53ali na frente.
00:54Já tem...
00:56Agora, por exemplo, tem decreto falando algo que me diz respeito diretamente, que é a
01:00escola dos meus filhos.
01:03Não vai ter aula mais este ano.
01:06Vamos recomeçar só em setembro as aulas, com toda probabilidade.
01:11Não se sabe se as aulas vão ser na escola ou vão continuar sendo pelo computador, em setembro.
01:20Mas as fábricas daqui a pouco vão, provavelmente depois da Páscoa, algumas vão abrir.
01:28Isso já estava programado.
01:30E no dia 2 de maio é possível que a Itália tenha um pouco, consiga afrouxar essa quarentena.
01:40A preocupação do governo italiano é não abrir o país antes do feriado.
01:49Porque se abrir antes do feriado, todo mundo viaja.
01:54Tem muito italiano que tem uma segunda casa na montanha, na praia, etc.
02:00Todo mundo vai viajar, a infecção vai voltar.
02:03Então, para impedir essa recaída do contágio, a ideia é retomar a circulação controlada das
02:13pessoas em 2 de maio.
02:15O plano é mais ou menos esse em qualquer país da Europa, não vão fazer uma abertura
02:25completa, vai ser gradual, já foi avisado.
02:29Lá eles fizeram isso bem sério.
02:31Então, a curva está, aparentemente, já começa a descer.
02:37A Espanha parece ter alguma esperança também, não é?
02:40Sufoco foi.
02:41Os Estados Unidos teve uma boa notícia ontem, não sei se isso configura uma tendência
02:45ou não, que foi uma queda de 50% na entrada de pacientes em UTI.
02:51Se bem que eles esperam as duas semanas antes agora, né?
02:55Exato.
02:57Mas, de qualquer maneira, se tem menos gente morrendo, já é alguma coisa.
03:01É verdade, é tudo o que a gente espera.
03:03Aqui no Brasil, a gente tem o drama do governo federal, que continua o presidente dizendo uma
03:17coisa, a ministra da saúde dizendo outra, apesar da comunicação feita ao STF pelo advogado
03:23geral da União, de que o governo é pelo isolamento.
03:28Vamos lembrar que o STF, em função de uma ação de um partido político, eu não me lembro
03:34mais qual, de oposição, claro, perguntou, enfim, que iria o planalto a respeito da política,
03:43de qual, afinal, era a política do governo, se o governo estava contra o isolamento.
03:48E o governo, prudentemente, respondeu que era a favor do isolamento.
03:54Mas a ambiguidade, os sinais continuam muito, muito dispares.
03:58O presidente da república dizendo, neste fim de semana, que vai usar caneta, que vai
04:03demitir o ministro da saúde.
04:05E ele estimula as pessoas a saírem às ruas, né?
04:08Ele estimula as pessoas a saírem às ruas.
04:09Se há um aumento de movimento, é, em grande parte, a responsabilidade do próprio presidente
04:15da república, né?
04:16Aqui as favelas de São Paulo, por exemplo, estavam, no fim de semana, como nós noticiamos,
04:22algumas favelas, como Paraisópolis, estavam com um movimento próximo do normal, um movimento
04:28de rua.
04:29Agora, em relação à questão toda, você percebe que o Brasil, que nunca foi uma federação,
04:40está se comportando como federação neste momento em que não deveria se comportar como
04:43federação. Ou seja, cada estado com uma política um pouco diferente da outra, né?
04:49Você tem gente já soltando, o governador já soltando um pouco do comércio.
04:54O mesmo Dória, aqui em São Paulo, ele ensaiou, abriu os escritórios de advocacia e contabilidade,
05:00flexibilizar e voltou atrás.
05:03Isso demonstra que ele também recebe muita pressão.
05:06O Brasil, evidentemente que o lockdown é necessário, é preciso, é a única forma de conter essa
05:15epidemia, essa pandemia, como já se demonstrou.
05:20Mas o Brasil tem um problema muito sério, que são esses 40, 50 milhões de trabalhadores
05:25informais que estão completamente amados dentro do sistema.
05:28De fato, o governo, eu acho que o presidente da República deveria estar mais preocupado
05:34em atender as necessidades desse cidadão, mas é, ao mesmo tempo, e aqui eu não estou
05:41dando crédito a ninguém, porque eu estou analisando a situação, é um pouco difícil
05:46às vezes você atender a uma boa parte desse pessoal, porque esse pessoal, como eu disse,
05:52está completamente à margem.
05:53Então, não tem cadastro algum nos programas assistenciais do governo, o que coloca uma
06:00grande dificuldade.
06:02Tudo se torna mais dramático, obviamente, num país como o Brasil, que tem um bom sistema
06:09único de saúde, é importante que se diga, com todas as disparidades, o SUS é um bom sistema,
06:14só que é um sistema sem condições de atender as pessoas nesse momento, como todos.
06:23Mas aqui, mais do que nunca, porque roubam, essa que é a verdade, a gente está pagando,
06:31neste momento, o preço da corrupção em vidas.
06:35Aquilo que o pessoal da Lava Jato dizia, no início da operação, a corrupção marcas,
06:40se tornou muito mais do que uma figura de retórica, mata agora, está matando neste
06:47momento, está adoecendo neste momento.
06:49Já vinha adoecendo, dengue, chikungunha, sarampo, todas as epidemias ou endemias que
06:57nós vivemos é fruto de falta de política sanitária e falta de dinheiro.
07:03E por que falta dinheiro?
07:04O Brasil tem dinheiro, mas o Brasil não tem saneamento básico.
07:07Por que não tem saneamento básico?
07:08Porque roubaram dinheiro, porque não tem planejamento.
07:12E agora, diante desta pandemia, desta epidemia, que está colocando em xeque todos os sistemas
07:18de saúde, sejam europeus, sejam asiáticos, sejam americanos, imagine então o brasileiro.
07:26A gente ainda não chegou, eu espero que não chegue, à situação que está vivendo, por
07:31exemplo, o Equador, em que corpos, corpos de mortos estão sendo colocados, jogados, deixados
07:38na rua.
07:39Eu espero que isso não ocorra no Brasil, mas de qualquer maneira é uma situação muito,
07:45muito, muito delicada em função da pobreza, em função da corrupção, que detonou o sistema,
07:53que não deixa ele andar, eu digo o sistema de saúde, e da informalidade do...
07:59E um presidente que tem uma mensagem anárquica, que vai contrária da presença do Estado.
08:06Você está pedindo a presença do Estado em setores essenciais para a população, em
08:12geral, e para a população pobre em particular, e ele está se eximindo de cumprir essa função
08:20por incapacidade, por desespero, porque tem um cálculo eleitoral aloprado, que podem,
08:33podem, realmente podem provocar um desastre muito maior do que nós vimos até agora.
08:40Olha, eu vou repetir, agora com outras palavras, eu acho que o papel de um presidente neste
08:47momento era conduzir, conduzir e criar uma perspectiva para o Brasil.
08:54Então, por exemplo, esse debate ficou burro, ficou burro, porque foi ideologizado, tanto
09:03de um lado como de outro.
09:05Então, assim, tá, o Brasil não pode parar, vamos lá, país nenhum pode parar, mas o Brasil
09:09não pode parar.
09:10No entanto, é preciso fazer a quarentena, é preciso respeitar e tudo mais.
09:16Era preciso que ele chamasse, além dos seus ministros, setores empresariais, né, que
09:24pudessem colaborar nesse esforço.
09:26Claro, tinha que estar fazendo mutirão.
09:29Exato.
09:29Para que você criasse uma perspectiva.
09:36O que é absurdo aqui no Brasil é que a gente tendo a experiência pelas quais a Europa
09:44está passando, as experiências, dá mais ou menos, apesar de todas as diferenças, dá
09:52para imaginar quanto tempo, a partir de agora, né, vamos imaginar, com o que tudo indica,
09:59que a Itália chegou ao ápice, né, ao topo da curva.
10:06Bom, em quanto tempo essa curva pode descer?
10:10Já dá para calcular.
10:11Quanto tempo ela demorou para subir?
10:13Quanto tempo ela pode descer?
10:14Ela desce mais devagar do que sobe.
10:16Então, era preciso que, neste momento, o presidente da República dissesse, olha, pessoal, é difícil,
10:22vamos tentar resolver a vida da melhor maneira possível, vamos despejar comida onde precisa
10:29de comida, certo?
10:30É isso.
10:31Com a ajuda das empresas, tem muitos empresários querendo ajudar, e aí criam, olha, vamos ficar
10:39dois meses, vamos ficar três meses, é mais ou menos isso que vai durar essa crise.
10:44Agora, você tem um presidente completamente desnorteado no sentido de não ter norte.
10:52Não, e você fala em um problema de ideologização, mas o conflito dele com o Mandetta não tem
10:59nada de ideológico, né?
11:02Não, não, eu estou falando de outro...
11:03Não, não, isso é um conflito mesmo do governo.
11:06Isso é um desvio, realmente, é um desvio psicológico.
11:09Só que virou essa...
11:11E você tem, a verdade é que você tem também, do outro lado, governadores vendo uma oportunidade
11:19política muito clara, né?
11:22De fazer a coisa certa.
11:23De fazer a melhor oportunidade possível.
11:26Fazer a coisa certa, fazer a coisa certa tem que fazer, só que não pode ter que fazer
11:30a coisa certa de uma vez.
11:32Esse negócio de fazer a coisa certa do pingadinho para aparecer na televisão também está errado,
11:37de outro.
11:37Também está errado, você entende?
11:39E é isso que está sendo feito.
11:40É isso.
11:41Todo mundo, sabia?
11:43Todo mundo...
11:44O político é que a gente abriu...
11:45Você está de bandeja ao político, a oportunidade de fazer a coisa certa...
11:49Não, não.
11:49É óbvio que ele vai fazer a coisa certa.
11:51Não, não é fazer a coisa certa.
11:52Vai ficar recebendo os louros, olha.
11:54Não, não, não.
11:55Fazer a coisa certa, fazer a coisa certa, fazer a coisa certa aqui em São Paulo era ter
12:00decretado o mês inteiro.
12:02Não é fazer pingado.
12:03Porque, obviamente, 15 dias já está mais do que demonstrado que não é um tempo suficiente
12:10para baixar a curva ou estabilizar a curva.
12:13Mas todo mundo fez isso.
12:14Aqui na Itália fizeram...
12:15Não, não, não, não.
12:16Na França fizeram um mês.
12:18Na França fizeram 15 dias e depois estenderam até mais um mês.
12:20Então, não é assim.
12:21Aqui ficam 15 e 15.
12:22Pois é, mas a gente já tem experiência da Itália.
12:25Já tem experiência da França.
12:27Não é uma experiência inédita.
12:30Entende?
12:31Porque eu acho que esse aproveitamento político também, do outro lado, está errado.
12:37Eu acho que o político tem que fazer a coisa certa e deve ser louvado por isso.
12:39Se ele vê, como você falou, se ele vê uma oportunidade de fazer a coisa certa e está
12:42fazendo, palmas para ele.
12:44Agora, tem que fazer sem muita exploração.
12:48Porque também fica...
12:48De um lado fica aloprado e do outro lado fica irresponsável.
12:51O bom político consegue esconder um pouco essa exploração.
12:55Mas não estão conseguindo.
12:57Deixa transparecer isso daí, esse entusiasmo.
13:00Mas não estão conseguindo, não.
13:02Tem um aspecto...
13:03Não, mas aí é uma questão...
13:05Sabe, aceita pressão para flexibilizar, depois na semana, no dia seguinte, percebe que
13:11cagou, né?
13:12Desculpa o teiro.
13:13Estão num...
13:15Mas eu não vejo...
13:16Sabe, olha, eu não vejo aqui...
13:18Quem está realmente se comportando bem é a população que apoia maciçamente o isolamento
13:26social, entendeu como é que funciona, entendeu para que ela serve.
13:30Sabe que vai sofrer por causa disso, que é um empobrecimento para todos nós.
13:35Todo mundo empobrecimento.
13:36Mas imagina um aplicativo.
13:38Um aplicativo.
13:39Receita de publicidade para a imprensa despencou no mundo inteiro.
13:43Está toda a imprensa ferrada.
13:45Então, todo mundo quer sair desse buraco.
13:47Olha, isso aí é o seguinte...
13:52A ideia de que a imprensa tem algum tipo de interesse...
13:56Não, isso é absurdo, porque os jornais estão perdendo, nós estamos perdendo, os sites
13:59estão perdendo, porque não tem publicidade.
14:01Não tem eleitor se a gente não tem...
14:03As pessoas não têm dinheiro, as pessoas não compram jornal, não anunciam.
14:06Então, isso é uma bobagem sem tamanho, esse discurso aloprado.
14:11Agora, você tem aqui um lado que a gente vai ver depois, eu já escrevi isso, depois
14:20do Mensalão e do Petrolão, a gente vai ter o Covidão, porque todo esse dinheiro que
14:26está sendo liberado, e justamente liberado, fora do âmbito da lei de responsabilidade
14:32fiscal, esse orçamento de guerra, a gente tem que lembrar que agora nós temos dois
14:37orçamentos, mas o dinheiro vem do mesmo lugar, é só um governo, é só uma arrecadação
14:43que está em queda.
14:45A gente vai pagar uma conta muito salgada lá na frente, obviamente, e além dessa conta
14:52que por si só seria salgada, você vai ter também, conhecendo bem o Brasil, uma conta
14:57de corrupção, ou então, digamos assim, de certos exageros.
15:03O antagonista deu a história, por exemplo, do aplicativo do Witzel, que foi, que ele cancelou
15:10depois que o antagonista noticiou, 10 milhões, custaria, acho que uma coisa de 10 milhões e
15:16meio, fazer um aplicativo para informar as pessoas, para as pessoas atualizadas com respeito
15:21de epidemia e assistência social, enfim, essas coisas todas, e aí você fala, aí você
15:27vê, poxa vida, quer dizer, neste momento em que o Brasil precisa desesperadamente desse
15:33dinheiro, que vai custar caríssimo, vai custar ainda mais caro, porque algumas coisas não
15:39serão feitas como deveriam, e ainda estão superfaturadas, não dá, né?
15:44E os efeitos disso vão se estender por muitos e muitos meses, talvez até anos.
15:54A gente, por exemplo, hoje assistiu ao calote argentino das dívidas internas emitidas em
16:03dólar, o poste já deu um calote, já deu uma tungada em quem acreditou, nos argentinos
16:11que acreditaram que aqueles títulos valiam alguma coisa, ele já adiou o pagamento desses
16:17títulos, e isso pode acontecer no Brasil eventualmente também.
16:23Pode, pode.
16:24Essa dívida pode ser paga com inflação também, que é a maneira sempre mais simples de pagar
16:28uma dívida estratosférica e impagável, nós podemos seguir por esse caminho também,
16:34mas o mundo inteiro está afundado, então vai ser um desastre bastante coletivo, só
16:43que no caso de um país relativamente pobre como o nosso, os efeitos tendem a ser sentidos
16:49de maneira mais profunda.
16:51sem dúvida, basta ver a quantia dos pacotes na Europa, do pacote americano e comparar com
17:02o pacote brasileiro, é um país que realmente está na penúria total.
17:08E você sabe qual é a coisa mais nojenta, é ver a mesquinharia desses caras, o presidente
17:16da república, governador, todo mundo tentando, pensando na próxima eleição, em vez de tentar
17:26combinar um treco aí que possa salvar o maior número de pessoas neste momento imediatamente
17:33do vírus e mais tarde salvá-las também da ruína econômica, tem uma disputa tão mesquinha,
17:42tão vagabunda, tão rasteira para tentar manter um certo capital político que é incompatível
17:49com a dramaticidade do...
17:51Não há explicação para, neste momento, um ministro da saúde, e aqui no assunto só do
17:59Bandeira, a menos que o ministro da saúde tenha cometido uma grande besteira na área
18:02de saúde, e que não ocorreu...
18:05O que não ocorreu, nesse caso não ocorreu, é um absurdo, o país está discutindo se
18:11o ministro vai ser demitido ou não...
18:14O país não, o presidente está discutindo, publicamente, queimando o cara publicamente,
18:20falando com os pastores que ele recebeu ontem no Planalto, eu vou dar uma canetada...
18:24Uma canetada...
18:26É, o país discutindo, eu quis dizer, o país se perguntando se o ministro vai ser demitido
18:32ou não vai ser demitido...
18:33Porque o presidente encanou que o sujeito é um concorrente eleitoral...
18:42Não, eu não acredito, a pequenez do Bolsonaro é espantosa, e se manifestou de maneira
18:48tão clara e, infelizmente, com uma consequência tão dramática neste momento que eu dizia...
18:58Eu ainda vou escrever sobre isso, em relação ao Mandetta, especificamente, porque fazem
19:03circular aí um post que o antagonista deu em 2018, criticando, mais de um, criticando
19:10a escolha do Mandetta para a pasta de saúde.
19:15Ah, eu não vi isso.
19:16É óbvio, é óbvio que as circunstâncias são diferentes, né?
19:20Você tinha ali um sujeito que tinha um passado, que tem um passado um pouco complicado, indo
19:29para um governo que pretendia ser um novo governo, uma nova forma de governar, né?
19:36Aquele discurso de ideia política, nova política e tudo mais, e escolhendo um ministro da saúde
19:42ligado ao DEM, ao Centrão, com um passado, como eu disse, um pouco complicado.
19:49Então, ali, a gente estava fazendo o correto, né?
19:53Agora, o fato é que certos personagens, eles adquirem uma estatura de acordo com as circunstâncias.
20:00É o famoso, o homem e as suas circunstâncias.
20:02É o que nós estávamos falando em relação aos governadores, né?
20:05Foi a coisa certa, a gente...
20:07Pois é, então, o Mandetta, aparentemente, está fazendo a coisa certa, porque ele foi muito
20:10claro na sexta-feira, dizendo que a gente não tinha nada.
20:15A gente não tem máscara, não tem equipamento hospitalar, não tem respirador, é um estado
20:23de penúria total.
20:26E eu acho importante quando um governante diz isso, um governante ou um membro do governo
20:30diz isso claramente, não tenta enganar a freguesia, né?
20:35Mas, assim, voltando a essa história, o Mandetta é um político que tinha lá umas ligações
20:42que nós jogamos perigosas, com algumas questões no seu currículo político, mas que diante
20:49de uma situação como esta que estamos vivendo, ele se mostrou, ele cresceu, as pessoas podem
20:57crescer.
20:57É o homem e suas circunstâncias, eu volto a dizer, é a circunstância que faz o homem.
21:02Então, mudaram as circunstâncias do homem.
21:05Então, isso não...
21:06Ele cresceu, o Bolsonaro se miniaturizou.
21:10É o que eu ia dizer, exato.
21:11Quando se esperava de um presidente da república uma condução mais firme, mais positiva, mais
21:18propositiva e tudo mais, você...
21:21E aí transforma aquilo que eu disse, o debate fica burro, porque é óbvio que o Brasil
21:25não pode parar, né?
21:27Mas o Brasil tem que parar neste momento.
21:30Então, como é que a gente vai parar da melhor maneira possível para depois...
21:34Mas em doloroso.
21:35Andar de uma maneira mais tranquila.
21:38Porque também, ninguém aqui é tolo de achar que a economia é uma chavezinha, que você
21:42liga e desliga, tudo volta ao normal de repente.
21:45Não é assim, né?
21:47Não é assim.
21:48Isso pode acontecer, por exemplo, em relação a empresas, em relação...
21:51Mas é o trabalho informal, os 40, 50 milhões de brasileiros que vivem informalmente,
21:56trabalham informalmente, não vai ser tão fácil.
21:59Não.
22:00E alguns setores não vão voltar...
22:02Mesmo para empresas, vai ser difícil.
22:05Porque quando todo mundo volta, você precisa também que a logística dê conta.
22:10E a logística não vai dar conta.
22:11Não vai ter caminhão, navio, avião suficiente para transportar tudo que ainda precisa ser
22:17transportado, por exemplo.
22:20É uma questão complicada.
22:22Então, vai demorar.
22:24Mesmo para a economia formal.
22:26Deve demorar.
22:28Para a economia formal, então nem se faz.
22:29Então, é preciso que se criem condições políticas, psicológicas, concretas, para
22:38que a economia possa voltar o mais rápido possível, para socorrer quem está passando
22:44fome.
22:45Lógico, lógico.
22:46É um discurso coordenado.
22:49Coordenado.
22:50É o mínimo.
22:50É o mínimo.
22:51Pera, né?
22:52O que não dá é para achar que não existe o problema.
22:56O problema existe.
22:57E, mais uma vez, o problema, embora muitas vidas estejam sendo perdidas, a questão maior,
23:03e isso todo mundo com o mínimo de cérebro percebeu, a questão maior é o sistema de
23:12saúde, que já não aguenta, aí colapsa de vez, não vai ter leito para todo mundo,
23:17não vai ter...
23:18E mesmo, não adianta você ser rico, não vai ter, ponto.
23:22Ninguém cria...
23:24Não tem maquininha de respirador, que você põe lá mil dólares e sai um respirador, certo?
23:29Mas só um imbecil pode pensar uma coisa dessas, tendo visto as imagens assustadoras,
23:37tenebrosas, que saíram aqui da Europa, ou mesmo já dos Estados Unidos também, quer
23:42dizer, filha de caminhão do exército levando cadáver de Bérgamo para Ferrara, porque não
23:51tinha nem forno para queimar aquela gente toda.
23:54filhas de corpos nos corredores dos hospitais de Madrid, como nós...
24:02Ah, Nova Iorque também, Nova Iorque.
24:04Nova Iorque, pilhas empilhados, cadáveres empilhados em sacos plásticos pretos, como
24:13aquele de... como se... como numa devastação, como num terremoto, como num... como num maremoto,
24:21num troço desses.
24:23Agora tem saída.
24:25Né?
24:26A saída tá aí, né?
24:28Tá nesse...
24:29Lógico que tem saída.
24:30É evidente que tem saída.
24:32A gente sabe qual é a saída, ela está sendo praticada no resto do mundo.
24:37O Brasil não está sozinho nessa.
24:40Pelo contrário, o mundo inteiro está junto nessa mesma... com esse mesmo pepino na mão.
24:48E...
24:51O que...
24:52O que foi indicado, inclusive, pelos países que vieram antes de nós.
24:56Isso é uma conversa mais longa, mas assim, eu acho importante registrar este mundo que
25:03nós achávamos que vivíamos, né?
25:06Em que as fronteiras haviam sido praticamente abolidas, existiam interesses comuns das várias
25:13nações.
25:14Este mundo se mostrou um mundo dividido, né?
25:17Um mundo em que países roubam dos outros máscaras, respiradores.
25:22Que quem paga mais leva, ou seja, tem leilão, né?
25:26Um mundo em que economicamente cada um está fechado em si mesmo, não quer saber de ajudar
25:33o outro.
25:34Não é...
25:35Este mundo sairá...
25:36Eu tendo a crer que sairá muito diferente.
25:38Ah, sim.
25:39Vai ficar na cabeça das pessoas por muito tempo.
25:41Vai ficar, vai.
25:42Inclusive porque isso...
25:43Você vê, por exemplo, o Ocidente entregou a China e a Índia, também em certa medida.
25:49A Índia, no caso de insumos, né?
25:51Para remédios.
25:52É uma produção de coisas básicas.
25:54Então, você tem hoje um Ocidente que está desindustrializado.
25:58Incapaz.
25:59Incapaz de fabricar...
26:01Materiais essenciais.
26:02Máscara.
26:03Máscara.
26:04Quer dizer, você pode imaginar os Estados Unidos da América tendo que pedir máscara
26:08para a China?
26:09Inacreditável.
26:10É inacreditável.
26:11Aqui na Itália mostraram um industrial italiano que comprou uma máquina da China, uma maquininha
26:21do tamanho da minha escrivaninha, um pouco maior, que faz 270 mil máscaras por dia.
26:28Com três máquinas dessas, quatro máquinas dessas, a Itália supriria toda a sua necessidade
26:35diária de máscaras.
26:37Então, não é uma questão tão complexa assim?
26:39Não, não é.
26:40Não pode ser resolvida com um pouco de organização, um pouco de empenho, com menos burocracia.
26:47Agora, tem também, se compara, eu estou aqui dando uma no cravo, outra na naverrador,
26:55e eu entendo também que esse esforço está exigindo que ele seja feito de uma maneira
27:02muito rápida.
27:03Não é um esforço de guerra.
27:04Então, por exemplo, as indústrias americanas da Segunda Guerra Mundial se transformaram
27:08em indústrias de armamentos, basicamente todas.
27:10Ok.
27:11Esse foi um esforço que demorou um certo tempo.
27:13Era uma guerra lutada ao longo de meses, ao longo de anos.
27:17Aqui, você está tendo, emergencialmente, em questão de semanas.
27:22Eu entendo.
27:23Agora, o problema não é a transformação de indústrias em indústrias capazes de fabricar
27:31remédio, máscara, respirador.
27:33É o que mostrou.
27:36Mostrou que o Ocidente está praticamente entregue, e aqui não vai nenhuma paranoia
27:43minha, muito pelo contrário, entregue a países como a China, em função de mão
27:51de obra mais barata.
27:52Claro.
27:53Então, isso...
27:54E é uma desagregação absoluta.
27:56É uma desagregação absoluta.
27:59Isso não pode acontecer.
28:01Só para terminar com uma nota positiva, que é também um contraponto a isso, a gente
28:06vê, hoje, nessa pandemia, uma união dos cientistas do mundo inteiro, segundo os testemunhos
28:18dos cientistas que são entrevistados aqui, que nunca houve, nunca existiu algo assim.
28:24Todos os cientistas estão trocando informações 24 horas por dia.
28:29Eu tenho WhatsApp que reúne cientistas do mundo inteiro e todos eles trocando dados
28:35de pesquisa sobre novos remédios, sobre vacinas, etc.
28:39Óbvio que existe o interesse das empresas também, das grandes empresas, de indústria
28:43farmacêutica, etc.
28:44Que bom, né?
28:45Tenho certeza que, óbvio, sem dúvida, mas eu tenho certeza também que quando uma
28:49delas descobrir uma vacina, vai haver um esforço global para produzir essa vacina em quantidade
28:56suficiente, a um preço acessível para todos os países e vai haver uma vacinação em massa.
29:02E isso vai redimir um pouquinho essa rede que foi desmontada de relações de pessoas
29:14que raciocinam direito, ela pode redimir um pouquinho dessa desconfiança que existe.
29:23Já que você falou em ciência, só na minha última intervenção, para demonstrar minha
29:32perplexidade e minha indignação com a ONS, Organização Mundial de Saúde.
29:37Porque ela se mostrou absolutamente incompetente e ainda demonstra sua incompetência.
29:45ela primeiro...
29:46A lentidão...
29:47Ainda não disse que a epidemia não se transmitia, que a doença não se transmitia, o vírus
29:52entre humanos.
29:53Sempre base para isso.
29:55Depois, não tem pânico, isso está absolutamente isolado, não está.
30:02E atualmente, neste momento, dia 6 de abril de 2020, a questão das máscaras.
30:10Ela recomendou, digamos assim, o uso de máscaras por todos.
30:17E agora, é óbvio, é óbvio que máscara pode não evitar completamente, mas ajuda a
30:24proteger o sujeito que não tem a doença, que não é assintomático.
30:29É um absurdo, quer dizer...
30:31Veja, há 100 anos, na gripe espanhola, as pessoas usavam máscara.
30:35Por quê?
30:36Qual a diferença entre o vírus da influência e o vírus do novo coronavírus, o vírus
30:44da Covid-19?
30:45Os países, por decreto, estão passando por cima, estão ignorando...
30:48Estão ignorando.
30:49A OMS se mostrou mais uma organização, mais uma organização dessas internacionais,
30:57que está na mão de gente incompetente, ideologizada, despreparada para toda e qualquer emergência.
31:06Isso para ficar evidente.
31:08Esses grandes aparatos burocráticos ligados ao...
31:14Isso não funciona, a gente sabe que não funciona.
31:16Não funciona, não funciona.
31:18É o pior tipo de funcionalismo público.
31:20Eu não estou atacando o funcionalismo público, o funcionalismo público é uma coisa necessária,
31:24importante...
31:25Mas é o contrário dessa rede de cientistas.
31:27É o contrário.
31:28Exatamente.
31:29É o contrário dessa rede de cientistas da Covid-19.
31:30É o contrário dos médicos, o contrário dos enfermeiros.
31:33Gente maravilhosa, corajosa.
31:36Morreu uma coitada agora lá.
31:38Com casos de gente que voltou da aposentadoria e foi para o hospital, pegou a doença e morreu,
31:45sabendo que podia correr esse risco e foi até lá.
31:50A Cruzão entrevistou um médico, já relativamente idoso, que voltou ativo para combater a doença
31:58e nem para ali.
31:59É uma ótima entrevista.
32:01Você morreu uma coitada aqui também, com 38 anos, uma técnica de enfermagem em Goiás.
32:07O Ronaldo Caiado anunciou no Twitter.
32:10Participou, inclusive, de uma campanha para as pessoas ficarem em casa.
32:15Acho que foi lá semana passada.
32:17Ele foi um dos que cresceu nessa crise, por exemplo.
32:20Sem dúvida.
32:21Sem dúvida.
32:22É médico, né?
32:23É médico.
32:24Bom, o Mandetta também é médico.
32:26Quem é médico sabe.
32:28O Osmar Terra também é médico.
32:31E cresceu na cabeça de um monte de mentecaptos.
32:36O Mr. Hyde também era médico, né?
32:38O Frankenstein também.
32:41O Frankenstein, né?
32:42O Frankenstein, né?
32:43O Frankenstein, né?
32:44O Billy Wilder.
32:45É, o Billy Wilder.
32:47Não, o Billy Wilder.
32:48O Gene Wilder.
32:49Gene Wilder é o maior diretor da história.
32:53O Frankenstein, o Frankenstein.
32:58Bom, é isso aí.
32:59Vamos adiante.
33:00Vamos.
33:01Tá bom.
33:02Médico e o Monstro.
33:03Abraço.
33:04E outro.
33:05Abraço.
33:06E outro.
33:07Tchau.
33:08Tchau.
33:09Tchau.

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