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Transcrição
00:00Então, nessa ação penal 506.31.30.17, continuado o depoimento do Dr. Roberto Teixeira.
00:11Tem um e-mail aqui, acho que é esse e-mail que o Dr. se refere, que se encontra no evento 1, anexo 227,
00:18um e-mail que o Sr. Louveira encaminha para o Sr. Demerval Gusmão,
00:26mas ele, na verdade, encaminha uma mensagem que o Dr. teria encaminhado ao Paulo.
00:35Imagino que esse Paulo seja Paulo Melo, que conta lá, segue os valores de TBI, tabelhão, registro, total,
00:43e mais ainda, há necessidade de valor, se possível, em dinheiro no montante de R$ 191,978,
00:51para completar a comissão da corretora Edna Castro.
00:54É essa a mensagem que o Dr. se refere?
01:01Exatamente, é sobre isso que eu me refiro.
01:03Foi um e-mail oficial, a Edna, ela cortava o cheque deste valor,
01:09e pediu que, ao invés de ser em cheque, ela gostaria que fosse dinheiro.
01:13Eu só fiz o favor para ela de solicitar que fosse desta forma,
01:18e não da forma como havia sido paga anteriormente.
01:21Qual foi o valor da comissão da Sra. Edna?
01:26A consta no contrato, eu não saberia dizer agora.
01:30Até porque, inclusive, o corretor pode cobrar, não exatamente,
01:39e somente para os valores que estão postos lá de percentuais no CRECE.
01:44Pode cobrar 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9%, da forma que aproverem função do negócio.
01:52Eu não sei como é que foi isso.
01:54O Dr. não se recorda qual foi o percentual da comissão contratada?
01:59Não, não me recordo.
02:01Isso está no processo.
02:02A quantidade de obrigações do prometente comprador era grande, era um rol grande.
02:10Era uma quantidade enorme, porque nós tínhamos que individualizar todos os valores para todas as pessoas,
02:16os valores que iam para pagar a prefeitura, os valores dos débitos da prefeitura,
02:21os valores que iam para os executores em ações que haviam contra a ASA.
02:27Era uma quantidade grande, aí eu não me lembro, não.
02:30É só consultar.
02:31Perfeito.
02:32Nesse mesmo documento do evento 1, anexo 227, que é um relatório de análise de mídias aprendidas na DAG,
02:41há uma tabela na folha 51, em que aponta comissões para a senhora Edna em duas oportunidades.
02:48Uma comissão de R$ 480.021, que é correspondente à que se encontra no contrato,
02:55e depois abaixo uma referência a um outro valor de R$ 191.978, correspondente àquele valor em espécie mencionado na sua mensagem.
03:08Não era um valor pago adicional em relação àquele contratado?
03:13Excelência, excelência, a única coisa que eu posso afirmar para o senhor é que, enquanto advogado, eu posso me responsabilizar pelos documentos que eu fiz.
03:22Se outros documentos, outras mídias e outras informações que os senhores podem ter obtido de outra forma, não sou responsável.
03:30Eu atuei apenas e tão somente enquanto advogado.
03:33A minha atuação está ali, cingida a essa atuação. O resto, eu não sei absolutamente mais nada.
03:41O senhor conversou a respeito desse imóvel da aquisição com o senhor Marcelo Odebrecht?
03:46Nunca.
03:48O senhor teve conhecimento, eventualmente, que a Odebrecht é que estaria arcando com o custo dessa aquisição?
03:55Não. A única coisa que eu soube é que o Paulo Mello, dessa OR, que seria Odebrecht Realizações, que era o braço imobiliário deles, havia entrado em contato conosco, como eu já relatei, e na hora eles indicaram essa empresa de AG para poder lavrar esses documentos.
04:17Para mim, isso era absolutamente normal. É muito comum você, no final de um processo de uma aquisição de imóvel, aparecer uma segunda pessoa, uma terceira pessoa adquirindo, por conta das negociações que essa pessoa possa ter feito com o permitido de compradores.
04:33É absolutamente normal dentro do direito imobiliário.
04:36O senhor tratou com o senhor Antônio Palacios sobre esse imóvel?
04:39Não.
04:41Não conversou com ele?
04:43Não.
04:44O senhor mencionou, então, que foi adquirido esse imóvel pela DAG, por venda do senhor Glauco Costa Marques, e como houve desobramento após isso?
04:56Não. Simplesmente, no momento que lavrou-se a escritura a favor da DAG, eu nunca mais tive qualquer relação com esse terreno, com esse negócio.
05:07Eu fui até o momento da lavratura da escritura.
05:09Lavrou-se a escritura, findou-se ali o meu trabalho jurídico, que é aquilo que me vinculava a esse assunto.
05:17E terminou ali e não soube absolutamente mais nada do que teria ocorrido depois ou não com o imóvel.
05:23O doutor teve conhecimento que esse imóvel foi oferecido para a implantação ou instalação do Instituto Lula depois?
05:30Como eu havia dito, quando o Paulo Melo conversou comigo, ele havia aventado essa hipótese de que poderia ser para isso,
05:38e dito que seria feito um pool de empresas que eventualmente iria adquirir, um pool de empresas que iriam fazer um fundo,
05:49e que esse fundo cuidaria da implantação do Instituto Lula e do acervo presidencial.
05:56Essa é a informação que eu tive.
05:58E depois soube mais na frente, depois soube até por conta da própria imprensa, né,
06:07de que o Instituto teria recusado o imóvel.
06:10É isso que eu sei.
06:11Mas a minha atuação, Excelência, foi até a lavratura da escritura.
06:16Lavrou-se a escritura, acabou.
06:17Tanto é verdade, veja bem, surgiu a notícia, a informação, de que foram de 15 a 20 ou 2 ou 3 dezenas de imóveis
06:27que foram oferecidos ao Instituto Lula para esse mesmo objetivo.
06:33O senhor vai encontrar meu nome apenas neste daqui, porque neste é que houve necessidade de trabalho jurídico.
06:38Os demais, eu nunca apareci, nunca ninguém me perguntou.
06:42Eu não soube, até hoje não sei onde foram buscar esses outros imóveis.
06:47Então a minha atuação é isso daqui.
06:49O Instituto Lula só está relacionado com a minha pessoa por conta desse trabalho jurídico que eu fiz neste imóvel.
06:57Se não fosse isso, eu estaria fora.
07:00O doutor chegou a conversar com o ex-presidente Luiz Inácio sobre esse imóvel?
07:04Não senhor, não senhor.
07:07Lembrando que no ano de 2010, o presidente ainda exercia o mandato dele.
07:15Imagine a quantidade de pessoas de trabalho jurídico.
07:18Então ele morava em Brasília e eu morava em São Paulo.
07:22A dificuldade do deputado é muito grande.
07:25O doutor chegou a oferecer esse imóvel, tratar com alguém, vamos dizer, ligado ao ex-presidente, por exemplo,
07:33Não, não senhor, não senhor, não senhor.
07:36Eu não oferecia a ninguém.
07:37Ao contrário, como eu disse, já repeti, já uma vez, eu fui um estado nesse assunto
07:43e o nome Instituto apareceu nesse primeiro momento, quando o Paulo falou e no primeiro momento lá atrás
07:51quando o próprio José Carlos Mouraio falou que estavam buscando alguma coisa nesse sentido.
07:59O doutor chegou a tratar com a senhora Marisa Letícia sobre esse imóvel?
08:05Também não.
08:06O senhor Glau Costa Marques, que esteve depondo aqui dias atrás, mencionou que um desses contratos
08:14de compra e venda teria sido assinado com data retroativa.
08:21Isso aconteceu mesmo?
08:23Absolutamente.
08:25Absolutamente.
08:26A documentação é assinada com a data da execução dele.
08:32Isso não existe.
08:33O doutor tem alguma ideia por que ele teria faltado com a verdade em relação a isso?
08:40Ou ele teria se equivocado?
08:42Saberia explicar?
08:44Eu fico até...
08:45Não, eu não tenho ideia.
08:47E fico até querendo entender o que possa ter passado na cabeça dele,
08:52para ele fazer uma afirmação desta.
08:54E deve ter algum outro tipo de interesse que não confessável,
08:57para que isso só possa ser vindo.
08:59Eu não tenho ideia do que seja.
09:01Ao contrário.
09:02Aquele contrato de opção de compra entre a ASA e o senhor José Carlos Boulay,
09:08que consta nos autos,
09:10ele está assinado pelo senhor,
09:13mas não pelo...
09:16o senhor José Carlos Boulay.
09:20consta nos autos que esse contrato foi apreendido na residência do ex-presidente?
09:44o doutor sabe explicar como esse contrato foi agora lá?
09:47Não, eu tenho a mínima ideia.
09:52A questão, outra questão dos autos é relativa a esse apartamento em São Bernardo.
09:58O senhor já mencionou ele de passagem durante o seu depoimento.
10:02O senhor pode me relatar agora em relação a essa negociação que aconteceu?
10:06Perfeitamente, perfeitamente.
10:14Deixa eu só verificar a anotação aqui.
10:16E, em março de 2010,
10:20o GSI, o Gabinete de Segurança Institucional,
10:26recebeu uma notificação do proprietário do imóvel vizinho,
10:34vis-à-vis do apartamento do presidente,
10:36que estava alocado para eles
10:38e, nessa notificação,
10:42ele informava que
10:43haviam recebido uma proposta de venda
10:47por um valor fixo
10:48e que eles estavam, então, oferecendo ao GSI
10:51que exercesse o direito de preferência
10:54sobre pena de vender esse imóvel para uma terceira pessoa
10:57que, obviamente, nós não ficamos sabendo quem era naquele momento.
11:00Este documento me foi submetido para análise
11:07enquanto advogado.
11:09Nós, do escritório, fizemos uma análise,
11:12concluímos que era realmente possível
11:15que houvesse esta venda
11:17porque as cautelas que a lei de locações exige
11:24para que, no caso de venda,
11:26tivesse que respeitar o contrato
11:27não haviam sido respeitadas.
11:29Então, a conclusão foi
11:31de que eles poderiam vender
11:33e, vendendo, eles teriam condições
11:35do novo comprador de romper o contrato existente
11:38e, ali, se alojar com aquela outra pessoa.
11:41A preocupação que houve foi nesse sentido
11:43de que, naquele ano, em 2010,
11:46eventualmente, uma terceira pessoa,
11:49até a adversária do próprio presidente,
11:51poderia estar morando vis-à-vis do apartamento dele.
11:54E, por conta disso, que eu fiz esse trabalho.
11:56Feito esse trabalho,
11:58a conclusão foi de que a melhor maneira,
12:05a melhor forma que poderia evitar isso tudo
12:09seria o exercício dessa compra.
12:15E, aí, apareceu o Glaucus,
12:18que, como eu disse, ele estava, naquele momento,
12:20a partir daquele instante,
12:22ou daquele período,
12:23ele estava interessado em investimentos,
12:26ele se interessou pelo negócio,
12:29e nós desenvolvemos, então, toda a documentação
12:31a favor dele.
12:32Por isso que foi feito.
12:33Os valores já haviam sido prefixados
12:36por conta da própria notificação,
12:39por conta do proponente,
12:40e o valor que havia sido imaginado também
12:45era um valor balatável,
12:47era um valor que correspondia, realmente,
12:49ao valor do imóvel.
12:50O doutor auxiliou, então, o senhor Glauco
12:53nessa aquisição?
12:54Sim, eu auxiliei, não,
12:57eu assessorei juridicamente.
12:59O que nós fizemos?
13:00Eu entrei em contato, já por orientação dele,
13:05com o advogado do espólio, então,
13:10vocador.
13:13Estabelecemos, entambulamos,
13:16as negociações jurídicas necessárias
13:20para poder organizar esta aquisição.
13:24E, depois, como eu disse, estava no espólio,
13:26foi feito um instrumento de cessão
13:28de direitos hereditários a favor do Glaucus.
13:31E por que tanto tempo para fazer...
13:34Parece que essa compra foi em 2010, né?
13:37A regularização de seu espólio não foi...
13:40Vem aí, novamente, o direito civil, Excelência.
13:43Porque a obrigação de fazer essa comunicação,
13:47essa juntada de documentação,
13:49é do inventariante.
13:51O inventariante não o fez.
13:53A tal ponto, em dado momento,
13:54nós, inclusive, entranhamos essa sessão
14:00sem requerimento, porque, na verdade, dependia dele.
14:03Então, é uma obrigação do inventariante.
14:04E o inventariante, infelizmente, dentro do processo do inventário,
14:09não estava cumprindo com todas as suas obrigações,
14:12dentre elas, o não pagamento do imposto de causa-mortes,
14:17bem como das custas processuais.
14:19E isso que atrasou o processo.
14:21Quando você está aqui no processo, no evento 1,
14:24a Night Sub-254,
14:26uma petição no inventário do Sr. Glaucus Costa Marques,
14:29representada por seu escritório,
14:31que é de 23 de junho de 2016.
14:35A aquisição foi em 2010 e demorou tanto tempo assim para regularizar?
14:38Como eu disse, não era obrigação nossa.
14:40Se fosse a minha obrigação, eu teria feito antes.
14:42A obrigação era do inventariante, que ele não o fez.
14:46Então, com uma forma, inclusive, de pressionar,
14:48é que nós fizemos isso nesse período.
14:50Não foi por falta de insistir com eles.
14:52Nós, várias vezes, insistimos com eles
14:54para que eles regularizassem essa situação.
14:58Mas a obrigação era deles.
15:00Eles deveriam ter feito isso logo na sequência.
15:03É o inventariante que dirige o processo do inventário.
15:06Certo. Mas não era do interesse do seu cliente essa regularização?
15:11É evidente que era do interesse.
15:13Ele várias vezes me perguntou a respeito disso,
15:15só que nós estávamos dependentes do quê?
15:18De eles cumprirem com a obrigação de recolhimento dos impostos devidos.
15:22Eles teriam que recolher o causa-morte
15:25e teriam que recolher também as cruzes processuais.
15:28Só que esse inventário, ele não tinha só esse imóvel.
15:33Eles haviam feito, ao longo do tempo,
15:35várias outras seções de direitos hereditários.
15:38Então, eles devem ter um valor relativamente grande
15:42de causa-morte por resolver.
15:44Eles estavam, obviamente, sem condições de fazê-lo.
15:47Então, foi isso que deve ter sido isso que aconteceu.
15:50De minha parte, a nossa parte,
15:52era apenas esse imóvel.
15:53Mas o esporte e outros imóveis
15:55que eles haviam também
15:56feito o instrumento de cessão de direitos hereditários.
16:01Mas aí, não foi visto isso lá em 2010,
16:04que haviam esses empecilhos
16:06para a efetivação da transferência?
16:09Não entendi a pergunta, excelência.
16:11Não foi visto em 2010
16:12que haviam esses empecilhos
16:14para, então, formalizar a transferência?
16:16Isso não era empecilho.
16:17Porque não foi visto isso lá em 2010.
16:18Isso não era empecilho, excelência.
16:20Isso não era empecilho.
16:21Isso ocorreu depois.
16:22A obrigação deles era cumprir isso.
16:24E não cumpriram.
16:25Isso foi coisa depois.
16:27Não é algo que existia
16:28e que poderia inviabilizar o negócio.
16:31Ao contrário, eu posso até afirmar
16:34que se tivesse um ou outro problema menor,
16:37mesmo assim, por conta do interesse logístico,
16:41nós teríamos feito o negócio de qualquer maneira.
16:44Por quê?
16:45Porque o interesse era de outra ordem.
16:48E se resolveria isso depois com o tempo.
16:50Só que não foi isso o que aconteceu.
16:52De nossa parte, foi lavrada a escritura
16:55de cessão de referência de TAPS,
16:57recolhido as taxas do carto horário,
17:01e aí o resto ficou por conta deles.
17:04E também, qual é o problema de ter demorado isso daí?
17:10Em inventário, excelência.
17:11Eu tenho inventário lá que tem 30, 35 anos,
17:15com providências ainda e não terminadas.
17:18Isso é muito comum no direito civil,
17:22no direito de sucessões,
17:25haver esse problema.
17:27Com uma série de outras razões.
17:28Não há maior preocupação de via parte sobre isso.
17:31O doutor também intermediou a alocação desse imóvel?
17:34O imóvel, ele já estava alocado, excelência.
17:39Ele estava alocado.
17:41Ocorre que a alocação do espólio,
17:44do então, à época já espólio,
17:47a favor do GSI,
17:49iria até o dia 31 de janeiro de 2011.
17:57A partir de então,
17:59é que nós havíamos combinado com o Glaucus
18:01e com os locatários,
18:07e que haveria então o prosseguimento
18:09desse...
18:10desse...
18:11desse...
18:13desse sistema de alocação.
18:16Foi isso que nós fizemos.
18:17Quando o senhor fala locatário,
18:18o senhor se refere a quem?
18:19Com quem o senhor...
18:20Marisa Letícia.
18:21Marisa Letícia Lula da Silva.
18:24E o doutor fez aí o contrato de alocação?
18:27Como é que foi?
18:27Fiz o contrato de alocação,
18:28colhe as assinaturas do locatário
18:30do meu advogatário
18:31e entreguei a ela.
18:33E o doutor acompanhou depois essa...
18:35Absolutamente, excelência.
18:37É como eu digo,
18:38eu sou advogado,
18:39eu me primo
18:39e tenho orgulho de ser advogado.
18:41Eu não sou imobiliário,
18:42eu não vou ficar cobrando,
18:44deixar de cobrar qualquer outra coisa
18:45pelo cumprimento do contrato de alocação.
18:47Isso não cabe a mim
18:48e não era de meu interesse.
18:51O senhor Glauco,
18:54que esteve depondo aqui,
18:55disse que...
18:59não recebeu os aluguéis,
19:01salvo a partir do final de 2015.
19:04O doutor teve conhecimento desse fato?
19:07Ah, não.
19:08Não tenho conhecimento nenhum disso daí.
19:10Esse é o problema.
19:10Eu fiquei alheio a esse assunto, excelência.
19:12É como eu disse,
19:13não cabe a mim
19:14ficar fiscalizando
19:16o cumprimento ou não
19:17do contrato de alocação.
19:20O senhor Glauco,
19:21os depondo aqui,
19:23declarou que
19:24teria sido procurado pelo doutor
19:26no final de 2015,
19:29no sentido de que os pagamentos
19:31seriam feitos a partir dali,
19:33depósito em conta.
19:35Isso aconteceu mesmo?
19:36Não aconteceu.
19:38Não aconteceu.
19:39Apenas eu me lembro
19:40que certa vez
19:41eu estava no hospital
19:42quando...
19:44O ano passado eu tive...
19:45Você já deve saber,
19:48eu sou cardiopata,
19:49tenho uma série de problemas
19:50de coração
19:53e de quando em quando
19:54eu vou baixo no hospital.
19:57Eu até brinco de dizer
19:58que eu sou freguês de caderneta lá.
20:00E no ano passado
20:01eu fui fazer um cateterismo
20:03e tive uma infelicidade
20:05de furarem a minha artéria
20:07e eu fiquei 15 dias
20:09lá paralisado praticamente
20:10e depois tive ainda
20:12uma infecção hospitalar.
20:14Fiquei 30 dias
20:14hospitalizado no cirúrgico de Valência.
20:17E quando eu voltei
20:18para fazer uma...
20:21um juntamento com a minha esposa
20:23para fazer um curativo,
20:26encontrei no saguão
20:27com o Glaucus.
20:29Ele na época
20:30mostrou interesse apenas
20:32em saber como é que estaria
20:33regularizada
20:34a titulação desse imóvel.
20:36Exatamente esse assunto
20:37que nós falamos
20:38a respeito do...
20:40do...
20:41do inventário.
20:44Porque ele também
20:45havia sofrido
20:46uma série de percalços
20:48físicos
20:50e ele estava preocupado
20:51em deixar
20:51essas situações
20:53desses imóveis
20:54todos regularizados
20:55para a família.
20:56Mais ou menos foi isso
20:57o teor da cobertos
20:58que nós tivemos.
20:59É um tratado de aluguel, então?
21:00Não, senhor.
21:02O doutor conversou
21:03sobre essa questão
21:04dos aluguéis
21:05por acaso
21:06com o senhor
21:07ex-presidente?
21:09Também não.
21:10Também não.
21:12É como eu volto a dizer
21:14e repetidamente
21:16eu tenho dito.
21:17A minha atuação
21:17é enquanto advogado.
21:19Apenas e tão somente
21:20como advogado.
21:21Eu não sou gestor,
21:22não sou administrador,
21:24não sou...
21:24Eu sou amigo,
21:25então somente amigo.
21:26A amizade não estende
21:28para essas outras
21:28informações todas.
21:29O doutor
21:31cuida de alguma forma
21:33da declaração
21:35de imposto de renda
21:36do senhor
21:37ex-presidente?
21:39A Marisa,
21:42até 2010,
21:432011,
21:44eles tinham,
21:46obviamente,
21:48toda a entourage
21:50própria
21:50de quem é presidente
21:51da República
21:52cuidar dos assuntos deles.
21:53depois de 2011,
21:56a Marisa me solicitou
21:57que eu examinasse
21:59o imposto de renda
22:00deles
22:00por aspecto jurídico.
22:02E foi o que eu fiz
22:03ao longo de três,
22:04quatro anos.
22:05Três anos,
22:06quatro anos seguintes,
22:07não sei quantos anos.
22:08Fui eu quem
22:09cuidei dessa parte.
22:10Eu fazia
22:10um exame
22:12do ponto de vista
22:13jurídico,
22:13tributário,
22:14para verificar
22:15se a declaração
22:16estava correta,
22:17se os valores
22:18estavam sendo
22:18recorrentes
22:19de imposto
22:20são corretos.
22:21Mas quem fazia,
22:22por exemplo,
22:22o preenchimento
22:23das informações,
22:25dos rendimentos,
22:26da renda,
22:27era o doutor
22:28ou era outra pessoa?
22:29Não,
22:30eu tinha um,
22:31nós temos,
22:31há um contador
22:32que nós,
22:33que me presta
22:34serviços eventuais,
22:36e eu chamava
22:37esse contador
22:38e ele fazia
22:40esses preenchimentos
22:41todos,
22:41porque eu,
22:42como brinco
22:43de plano em plano,
22:44eu sou do século passado,
22:45mas sou da primeira
22:46metade do século passado.
22:48Ou seja,
22:48essa tecnologia toda
22:49eu não consigo
22:50alcançar completamente.
22:54Então,
22:55esse contador
22:55que fazia
22:56essa parte,
22:57eu examinava
22:58o aspecto legal,
23:00principalmente
23:00tributário,
23:01e imediatamente
23:02era protocolado,
23:06receita,
23:07a declaração
23:08de imposto de renda
23:08deles.
23:09Quem que é
23:09esse contador?
23:11É de uma empresa
23:12chamada
23:13JML.
23:15E o nome dele
23:17é algum contador
23:18específico?
23:18João.
23:21Consta na declaração
23:23de imposto de renda
23:23do senhor
23:24ex-presidente
23:25o pagamento
23:26desses aluguéis
23:28relativamente
23:29a esse imóvel?
23:30Esse dado,
23:31essa informação
23:32passou pelo doutor
23:33de alguma forma?
23:34constou no imposto de renda
23:38porque existe.
23:40Como é que?
23:40Desculpe?
23:42Constou no imposto de renda
23:43porque existe,
23:44porque o contador,
23:46a pessoa,
23:48quando ele vai
23:49montar o imposto de renda,
23:51ele recolhe
23:51todas as informações
23:54que são importantes
23:56para a declaração
23:57de voo de renda.
23:58Com certeza,
23:59isso também
23:59é uma
24:00informação importante.
24:04Eu me lembro
24:04perfeitamente,
24:05por exemplo,
24:06que o presidente
24:07tinha,
24:07a presidente,
24:08mais a dona Marisa,
24:09porque o presidente
24:10não se envolvia nisso,
24:12ela tinha dois imóveis
24:13em São Bernardo
24:14que eram alocados
24:14e a imobiliária
24:15oferecia para eles
24:17no final do ano
24:18um reporte
24:19de quanto que havia
24:20sido recolhido
24:21ou não
24:21de locações.
24:25Perfeito.
24:25Mas a pergunta
24:27que eu fiz ao doutor
24:28é se essa informação
24:29relativa ao pagamento
24:32desses aluguéis,
24:32se esses documentos
24:33passaram pelo doutor
24:35até o contador
24:36ou o doutor
24:37preencheu
24:38essas declarações?
24:39Isso é juntado,
24:39essa documentação
24:40é reunida
24:41e há um só tempo
24:42posto na mão
24:43do contador.
24:44O contador
24:45faz a declaração
24:48de imposto de renda
24:49e eu examino
24:49por esse aspecto,
24:51como eu digo,
24:52do ponto de vista
24:53tributário
24:53e é protocolado.
24:56Então,
24:56se constou
24:58é porque existe
24:58e porque passou
24:59pela mão do contador.
25:01Perfeito.
25:01E era o doutor
25:02que...
25:02A quantidade de informações
25:03são grandes,
25:04excelência.
25:05Eu não me lembro
25:06a quantidade de papéis
25:07que estavam lá dentro.
25:08Mas com certeza
25:09estava dentro, sim.
25:09Certo.
25:10Não sei se eu entendi bem,
25:11mas então era o doutor
25:12que reunia essa documentação
25:14antes de encarar?
25:15Não, não era eu
25:15que reunia, excelência.
25:17Várias pessoas
25:18que tinham informes
25:19e que participavam
25:21direto e diretamente
25:22dessas questões
25:24da baliza
25:25é que encaminhavam
25:26a documentação.
25:27Você põe uma pasta,
25:28no momento certo,
25:29você abre aquela pasta
25:30e a pessoa
25:31e a pessoa
25:31vai
25:31montar,
25:34vai organizar
25:37aqueles documentos
25:37e organizar
25:38a declaração
25:39do imposto de renda.
25:41É isso que é feito.
25:42Essa pasta...
25:42Como eu faço
25:43na minha casa,
25:44eu pessoalmente
25:45o que eu faço?
25:45Ao longo do ano
25:46eu vou juntando
25:47essa documentação
25:48e no final do ano
25:49eu entrego
25:49para o contador
25:50para ele fazer
25:50essa parte...
25:51Essa pasta,
25:52esses documentos
25:53da declaração
25:54do ex-presidente,
25:55passavam pelo doutor
25:56ou não?
25:58Passavam.
26:00Passavam
26:01sem uma análise
26:05mais aprofundada
26:06de minha parte.
26:07Apenas a existência
26:08deles e a entrega
26:09para o contador
26:10para ele que organizasse
26:11e arquivasse
26:12corretamente.
26:14É isso.
26:16Os princípios
26:16são esses
26:17clarecimentos do juízo
26:18e eu passo
26:18ao Ministério Público.
26:21Eu vou interromper
26:22pelo tamanho do vídeo
26:23e daí nós...
26:25Pode.
26:26Nós abrimos...
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