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NotíciasTranscrição
00:00Então, nessa ação penal 506-31-30-17, continuidade do depoimento do mestre Alberto Bresch, continuidade da palavra da defesa.
00:11Não é desculpe do Ministério Público?
00:13Pois não. No termo de colaboração número 3, acho que o senhor referiu aqui, mas eu gostaria de ficar claro com o Ministério Público,
00:21o senhor disse que é importante ver que os créditos, como se refere a planilha, não tem necessariamente vínculo direto com os pagamentos.
00:29Fontes e usos não tem vínculos diretos. O senhor confirma isso?
00:34Confirma, é o que eu falei. Os créditos eram acertados, tive aqueles dois pedidos contra a partir específico,
00:39os três foram alocações internas, com uma gera mais ampla, os desembolsos e saques não tinham nada a ver com o crédito.
00:47Então, eu estou aqui defendendo porque não se pode aqui dizer, por exemplo, um político recebeu dinheiro da planilha,
00:57ele não necessariamente sabe da planilha, sabe qual foi a fonte, ele foi para a Palocci, a Palocci pediu para mim e eu autorizei.
01:03É porque aqui a gente tem que ser justo, por exemplo, até me esqueci, num ponto que eu queria ser justo, é o seguinte,
01:07o PROSUB, eu falei muito, o PROSUB foi uma locação interna. Por que eu digo isso?
01:14Eu acho que a Operação Lava Jato, ela tem um peso público muito grande.
01:22Então, por exemplo, o PROSUB, eu quero afinar, não foi um acerto de propina vinculado ao PROSUB.
01:29Eu digo isso para fazer justiça, inclusive, à Marinha do Brasil, pela seriedade e competência dela.
01:34Quer dizer, não houve nenhum acerto, que eu saiba, de propina envolvendo o PROSUB.
01:41O que houve sim, foi uma locação interna minha com o Júnior.
01:45Sei que houve até um pagamento com o consultor a pedido do nosso parceiro,
01:49o Marquinhos de Abreu e a Marinha do Brasil.
01:51Eu digo isso porque, às vezes, por que é que eu quero descasar o crédito do saque?
01:55Quem recebeu o saque pode ter referido em Caixa 2, mas não necessariamente ele sabia
02:00de como se originou o crédito. Diferentemente do problema de Lula, que sabia, certo?
02:07Até porque Paulo Bernardo, por exemplo, foi a orientação dele para conversar comigo
02:10sobre o assunto da linha de crédito.
02:13E, por exemplo, quando Paulo Bernardo também pediu o assunto para a mulher dele,
02:17lógico que ele sabia, porque ele tinha...
02:18Então, tinha alguns saques que a pessoa sabia a ilicitude da origem.
02:23Mas tinha várias pessoas que recebiam o saque que não sabiam da ilicitude.
02:27Mas não estavam necessariamente ligados àquela fonte.
02:30Porque era uma agenda ampla, é isso?
02:32Era para entender uma agenda ampla?
02:34Teve dois créditos de contrapartida específica e três que eram frutos de uma agenda geral,
02:38alocação interna.
02:39Os saques não têm nada a ver com os créditos.
02:42Eles são exaurimentos, digamos assim.
02:45E os primeiros 18 milhões sequer tinham fonte?
02:48Sequer tinham fonte.
02:49Mas já estava acertado que ia se descontar do valor que acertasse no futuro.
02:54Então, a minha moda de ver, pode ter ilicitude eleitoral.
02:57Mas a ilicitude está mais na fonte do que no uso.
03:03A menos que quem usou, sabe.
03:06Como era o caso, por exemplo, do amigo, quer dizer, do Lula,
03:09que sabia que eu estava usando o recurso de um provisionamento feito com fonte ilícita.
03:15Então, essa planilha italiana, o senhor diz, no termo de colaboração 3,
03:22aquilo que o senhor chamou de projeto político, está inserida a planilha italiana nesse conceito,
03:27naquele tripé, no projeto político?
03:29Na minha relação com o Paló seguido, tinha a questão de que eu sempre aparecia lá
03:36levando interesses legítimos, defendendo coisas do setor, muitas vezes de outros empresários e tudo mais.
03:44Mas eu tinha, procurei estabelecer uma relação com eles, de confiança pessoal,
03:51mas tinha também que eu estava atendendo o interesse financeiro.
03:55Então, por exemplo, quando o Guido ou o Paló se me chamava para uma reunião,
03:58muitas vezes eles faziam pedido de pagamento e eu, na mesma reunião, já levava coisas minhas.
04:06Então, quer dizer, era uma agenda fluida.
04:08Essa agenda fluida, ela era permitida porque você estava falando com a mesma pessoa,
04:14o interlocutor seu é o arrecadador.
04:17Então, não tem como esconder esse fato.
04:21Então, esses valores estão dentro da lógica dívida em relação ao passado e compromisso em relação ao passado?
04:26Justamente, o cara resolve isso e você fica com a dívida com ele.
04:29Ou, ele está resolvendo, você criou uma expectativa futura.
04:36Certo, com relação a...
04:38O senhor disse que tem presente a questão da conta Amigo ser de utilização pelo ex-presidente Lula
04:48em função da compra do terreno, em função das doações eleitorais, não é isso?
04:53Não, veja bem, eu tenho uma consciência do Amigo, você...
04:55O Palocci me disse que era do Lula e quando ele pedia para Bruni pegar os sacos de espécie, ele dizia que era para o Lula.
05:04Eu informei isso a meu pai, que deve ter informado a Lula, pelo que eu sei.
05:07Eu sei por conta de que 4 milhões foram para o Instituto Lula e esse valor foi doado e foi descontado essa planilha,
05:18tanto que os recibos estavam no computador de Fernando Migliatti.
05:20Quer dizer, não tem porquê Fernando Migliatti, que é a operação estrutural, está com um recibo legal do Instituto Lula se não fosse para descontar a planilha.
05:27Eu sei porquê no terreno eu avisei ao Camoto e avisei ao Bulai que ia se tirar desse valor e sei também porquê Lula e Marisa visitaram o terreno.
05:35Quer dizer, é óbvio para mim que Lula era o amigo e pela comunicação que eu tinha com meu pai ficou evidente também que Lula sabia da conta como um todo.
05:46E Paulo Bernardo foi a indicação dele para discutir aquele primeiro tempo.
05:51Então esses 35 milhões estão inseridos no que o senhor chamou apoio ao projeto político.
05:55Então.
05:57Com relação aos programas B4, B5 e B6, que o senhor fez referência na planilha de março de 2014, B, Branislav, Conti, esses valores foram espécie?
06:08Que eu saiba que foram espécie, não entraram em detalhe, mas eu entendo que foi espécie.
06:12Eu acho que o Berto e o Fernando disseram que foram espécie.
06:16Só aqui para, já encerrando, esse e-mail que se refere à marcação de uma reunião do dia 1º de setembro.
06:32O que? É, evento 1, da acção 27, ok, amanhã 8h30, se der merval.
06:38Foi enviada pela secretária Darcy para o senhor, é com o assunto AP. AP é?
06:47De Paloccio.
06:48É, o que na verdade minha secretária está dizendo, eu nem me lembro, na época eu vi, quando eu vi esse e-mail que eu vi.
06:53Parece que essa reunião que eu falei, essa reunião de Paulo Nelo, que eu não sei se derrubal estava presente, com o Roberto Teixeira, foi no escritório de Paloccio.
07:01Se eu me perguntar o porquê, eu não me lembro.
07:04Então a mensagem é, Roberto Teixeira confirmaram na sexta-feira 17, no escritório de AP.
07:08É.
07:09O Paulo Nelo não poderá ir, mas o Rodrigo Salles irá, ok?
07:13É, ok, mas eu não fui.
07:14O Rodrigo Salles, quem é?
07:15O Rodrigo Salles é o responsável jurídico de Paulo Nelo.
07:19E quem tomou mesmo a iniciativa de marcar essa reunião?
07:21Não sei como é que se deu, mas com certeza, eu posso ter dito aí no secretário, agora, coordenei uma reunião de Paulo com essa pessoa.
07:29Eu não sei exatamente como é que se deu, eu acho que o Paulo pode se conhecer.
07:31Quem teve na reunião?
07:32Eu acho que o Paulo teve nessa reunião.
07:34E Demerval esteve?
07:35Não sei se o senhor já falou isso.
07:37É o que eu digo, a partir do momento que eu disse pra ele, eu combinei com ele, faça a Demerval, desconte da pré-italiana, combine com o Huberto,
07:44e depois coloquei a interlocução dele com o Via Alexandreiro, eu não acompanhei os detalhes.
07:50Minha secretária, eu acho que atuou mais pra ajudar eles, porque eles um dia vão se conhecer.
07:58Eu também não conhecia o Huberto.
07:59Ou talvez até o contato foi através do Palocci, porque o Paulo mesmo não conhecia o Huberto Teixeira, talvez não conhecia o Huberto Teixeira.
08:07Sem mais questões.
08:08Sem mais questões?
08:09Ah, que é isso.
08:10Pode abraçar o meu professor aqui.
08:15Marcelo, por favor.
08:16Eu queria só que o senhor esclarecesse um aspecto.
08:21No início, quando o senhor estava respondendo ao doutor Moro, o senhor disse, em relação ao planilho italiano,
08:28que os valores foram utilizados pra compra do terreno e depois retornaram, e aí o senhor disse assim,
08:34o dinheiro não era meu, não interessava se voltava, e o que o senhor quer dizer que esse dinheiro não era meu?
08:39O que eu queria dizer é o seguinte, na verdade, a partir do momento que eu acertava com ele o crédito, eu guardava, eu era mais, não era mais, o meu era deles.
08:51Como eles gastariam isso?
08:53O que eu ia dizer é o seguinte, a partir do momento que eles me autorizaram a gastar 12 milhões no terreno,
08:58se por um acaso a gente não tivesse perdido o terreno, eu não estornaria de volta, o problema não era meu,
09:03eles que gastaram 12 milhões.
09:04Quer dizer o seguinte, na minha lógica, eu tinha feito a conta, eu ficava comigo, mas era deles.
09:12Eu apenas, é que a orientação do meu pai era gastar os poucos.
09:16Por quê?
09:16Uma das maneiras, inclusive, de você manter a relação, é a pessoa saber que você está com o dinheiro dela.
09:21Quer dizer, isso nunca foi falado assim, mas obviamente, se ele tem comigo um crédito enorme,
09:28de certo modo, ele vai me receber com mais cuidado do que receberia outro, entendeu?
09:35Então, o fato de eu ter prometido um crédito e estar comigo, mas era dele.
09:40Na minha cabeça, ele gastava como ele queria, entendeu?
09:42Muito obrigado.
09:43Mas os valores foram repensados a dar aqui?
09:45Não, é que eu expliquei, eu acho.
09:48Na minha cabeça, os valores por dentro, foram repassados a dar primeiro pelo ProSub,
09:56depois deve ter se acertado com a Copa Oficial.
09:58Agora, o ProSub era fonte da política italiana.
10:00Os valores por fora, eu não sei se foi repassado a dar e ela repassou,
10:05ou se foi Paulo Melo, diretamente, que passou para os vendedores.
10:08E teve também os reembolsos futuros, que foram todos esses valores aqui que eu identifiquei.
10:13É que alguns estão no MyWebDay, mas eu identifiquei, mas não sei se é relevante.
10:19Sim, mas o senhor já falou.
10:21Mais alguma pergunta?
10:23A senha de acusação tem perguntas?
10:25Antes de passar para a defesa, só um esclarecimento aqui que me ocorreu,
10:29o senhor Marcelo do juízo mesmo.
10:30Como que é funcional?
10:33O imóvel foi comprado pela DAG, mas como é que ele ia ser utilizado pelo Instituto Lula?
10:37Ia ser transferido, ia ser alugado?
10:39Como é que isso ia ser operacionalizado?
10:41A gente não funciona isso.
10:42Quer dizer, exatamente o que eu quero dizer.
10:44A ideia que eu conversei, isso foi objeto de conversas com o Paulo Camaroto,
10:49é por isso que eu conversei com ele.
10:50A ideia é que em algum momento, o Instituto Lula receberia as doações oficiais das empresas
10:55e compraria esse terreno da DAG.
11:01Essa era a ideia que ele estava conversando com o Paulo Camaroto.
11:03Quer dizer, ele oficializaria a compra.
11:06Quer dizer, ninguém doaria o terreno da DAG, não doaria o terreno.
11:08Quer dizer, o Instituto Lula receberia as doações oficiais e com esse dinheiro compraria o terreno.
11:13Essa era a ideia.
11:13O problema é que nunca ocorreu as doações.
11:17Mas o dinheiro não era dele já, que foi utilizado para compra?
11:19Por que eles pagariam o terreno?
11:21Não, eles pagariam de maneira oficial.
11:23Necessariamente não precisariam comprar.
11:24A gente não é tão estrangeiro.
11:25Não precisariam comprar pelo mesmo valor.
11:27Podiam comprar por 3 milhões.
11:29Essa conta aqui, lembra que essa conta era dele.
11:34Se ele depois devolvesse 3 milhões oficiais, devolveria 3 milhões oficiais para a conta deles.
11:38Isso poderia sair via várias coisas, entendeu?
11:41Eu lembro também o seguinte, teve vários pagamentos que foram acertados por Lula com o meu pai,
11:49que não saíram da conta italiana.
11:52Por exemplo, o maior do sítio, que não teve nada a ver.
11:55Aí foi o meu pai direto com o Lula, não saiu dessa conta.
11:59Seguindo aqui na ordem da mesa, a defesa de Antônio Palocci tem perguntas?
12:09Pode alcançar o microfone.
12:11Boa tarde, Marçal.
12:28Eu gostaria de começar justamente pela reunião que foi mencionada agora há pouco pelo Ministério Público Federal.
12:48Ele foi mostrado, o e-mail está nas folhas 129 da denúncia.
12:54Mas é o mesmo e-mail.
12:55O senhor sabe dizer se essa reunião de fato existiu?
13:00Foi a 129 da denúncia.
13:02É, essa reunião do Palmeiro?
13:04Isso.
13:05Aquela que diz, ok, amanhã 8h30, se Demerval quiser, podemos comer algo juntos no escritório.
13:11Eu acho que ocorreu essa reunião.
13:14Pelos e-mails aí, parece que o Demerval participou.
13:16Mas quem pode confirmar direitinho é o Paulo Melo, né, Val?
13:20Mas não foi comigo, eu não participei dessa reunião.
13:22O senhor não participou, mas também não tem elementos para dizer se ela de fato ocorreu.
13:27Se não ocorreu essa, ocorreu outra.
13:29Porque, de alguma maneira, depois Paulo Melo se entendeu com o Roberto Teixeira como é que ia fazer os tratamentos.
13:35Quer dizer, se não foi aí, foi outro.
13:37Tá, mas a minha, porque essa reunião específica teria ocorrido no escritório de Antônio Palocci.
13:44É, eu não sei por que foi no escritório de Palocci.
13:47Eu, realmente, se eu não visse esse e-mail, eu nem me lembraria.
13:50O senhor também não sabe dizer se ele estava presente.
13:52Não.
13:52O que eu sei, a minha relação com o Palocci e o Sistema foi buscar a autorização dele.
13:57Ele foi checar o pedido, se havia consistência.
14:01Aí voltou dizendo que sim.
14:03E teve uma hora que, quando se identificou os riscos jurídicos, eu voltei para ele.
14:07Eu perguntei, Palocci, é para ir em frente?
14:08Ele foi lá e votou e ok.
14:10Eu entendo, o papel de Palocci nesse assunto comigo foi só de autorizar o crédito.
14:16Por que a reunião foi no escritório dele?
14:18Talvez porque a minha secretária marcou, fez o meio de campo, conhecia a secretária dele, conhecia a do outro e marcaram.
14:25Paulo Melo vai poder esclarecer isso junto com o governo Evaldo.
14:28Certo.
14:28O senhor Marcelo, o senhor pode trocar um pouco mais na direção do advogado.
14:35O senhor também pode...
14:37O Palocci sabia de pagamento no exterior?
14:48O senhor mencionou da beluga, contas offshore...
14:53Veja bem, eu e o Palocci, se não conversava sobre onde era o parâmetro, ele autorizava, eu passava para frente.
15:00Então, por exemplo, nesse assunto especificamente, o que eu autorizei com o Palocci foi debitar da conta todo o valor gasto no terreno.
15:08Aí cheguei para Paulo Melo, para Paul Tite e disse, olha, debite todos os custos dessa conta que eu tenho com o italiano e combine com o Humberto.
15:16A partir daí, se foi por fora ou por dentro, nem eu nem ele ficava não acompanhando detalhes.
15:21Essas informações que eu vi, eu levantei há poucos dias porque eu vi que o pessoal não estava esclarecendo.
15:27Tá certo.
15:28Então, o que o senhor recorda dessa operação é o que o senhor viu agora?
15:33Não, não.
15:33É o que eu recordo, eu falo.
15:34Eu disse claramente o que é que eu recordo.
15:36Eu recordo tudo todo.
15:37Em relação aos detalhes dos pagamentos, como se deram, o que saiu do ProSub, os pagamentos por fora, tudo, essa beluga, tudo, estes eu consigo identificar agora.
15:48Esses detalhes eu não acompanhei na época.
15:50Perfeito.
15:51O senhor mencionou que o senhor disse que preferia fazer essa doação, aliás, preferia tratar essa questão do Instituto Lula fazendo uma doação e o Palocci disse que também preferia seguir nessa linha.
16:19É isso?
16:19Então, nesse ponto, eu e o Palocci tivemos muito entendimento.
16:22Para a gente, até porque era menos exposição para a gente, para a gente o ideal é que uma vez que ele tenha tido acertado esses 35 milhões por Lula,
16:31que este valor fosse doado diretamente para o Instituto, feito uma doação e a partir daí, ou seja, o desgaste era de uma vez só e nós não entrávamos nesse meio.
16:42Mas, foi o Paulo Okamoto, que nunca conseguiu, e Lula, nunca conseguiram aceitar essa ideia e foram enrolando, enrolando, enrolando e foram pedir.
16:54Tanto que, até para o Instituto Lula, os nossos pagamentos vieram quase, eu acho que em 2012, 2013, quer dizer, ele demorou.
17:02Aí veio aquela conta de palestra, quer dizer, aí você entrava num varejo que eu era contra, o Palocci também era contra.
17:09A gente preferia fazer uma doação e ponto.
17:14Então, do que seja do seu conhecimento, a operacionalização dos repasses, a respeito do Instituto Lula, não...
17:22A operacionalização dos repasses, o que se deu com...
17:25Não passou por o Dr. Palocci.
17:26O Palocci autorizava, o Palocci autorizou o débito das contas do terreno na planilha.
17:33Isso ele autorizou os detalhes, nem eu, nem ele acompanhava, quer dizer, eu passei para a pessoa e ele também nunca acompanhou, que eu saiba.
17:43Pelo menos comigo ele nunca acompanhou.
17:45O senhor mencionou que teve aquela história que o senhor disse a seu pai que tinha um crédito que foi gerado
18:07e que essa história chegou, teria chegado no presidente Lula.
18:13E depois o Palocci veio conversar com o senhor, que história é essa de 200 milhões?
18:18O senhor se lembra a época dessa conversa?
18:20Foi antes de 2010, porque a gente não...
18:22Provavelmente primeiro semestre de 2010.
18:24Bom, é, primeiro semestre de 2010, por quê?
18:27Porque eu estava preocupado que para a doação de 2010 nós não íamos fazer grandes doações, porque eu já tinha gasto tudo.
18:32E o que eu não tinha gasto estava sendo provisionado na conta do amigo.
18:37Aí eu falei, Palocci, aí eu falei para meu pai, sim, meu pai, avise a Lula, porque quando ele for ver a contribuição para a campanha da Dilma,
18:45nós não vamos aparecer.
18:47E de fato nós não contribuímos muito para a campanha de 2010, porque ele já tinha gasto e o resto estava provisionado na conta dele.
18:52Então eu falei para meu pai, avise a Palocci, ou avise a Lula, que apesar de que a gente não vai aparecer do nada,
19:00nós já demos, desde 2008, 100 milhões, mais 100 de outros executivos.
19:06Aí Palocci veio para mim e disse, Marcelo, que história é essa que Lula me disse, que seu pai disse que tinha dado 200 milhões?
19:13Eu falei, não foi 200 milhões, 200 milhões e o valor que eu acertei com o rolê e o valor que meus executivos acertaram.
19:20E aí ficou esse ir, disse, não disse, e o assunto morreu.
19:23Eu detalho isso bem no meu...
19:25E essa conversa foi em que época?
19:27Com certeza antes da eleição de 2010, porque era para avisar que a gente não ia participar e de fato a gente não participou.
19:33Porque o que aconteceu?
19:34O saldo que eu tinha, grande parte dele, quando chegou em 2010, antes da campanha,
19:41eu já tinha contribuído com todos aqueles pagamentos que eles pediram antes.
19:45E aí o saldo eu coloquei na conta amigo.
19:48Então a gente acabou não fazendo muita doação para a Dilma do 2010.
19:54E eu queria deixar avisado o porquê disso.
19:58Alguma vez o senhor conversou com ele sobre essa planilha?
20:01Não valores.
20:03Valores, é óbvio que os senhores conversaram, mas a planilha.
20:08Ele sabia que eu tinha um acompanhamento.
20:09Eu acho que eu mostrei para ele uma vez, duas talvez, o saque, só para mostrar como é que a gente foi fazendo.
20:16Ele sabia que eu tinha um controle dos valores que eu acertava.
20:20Isso, os senhores conversavam sobre os valores, mas a planilha em si o senhor não se lembra se mostrou.
20:25Eu acho que eu mostrei, eu não garanto, mas eu acho que eu mostrei para ele uma ou duas vezes.
20:29E o senhor saberia precisar da data?
20:30Não, não.
20:31Estou dizendo que eu acho que eu mostrei para ele uma ou duas vezes, eu não tenho certeza.
20:34Mas ele sabia que eu tinha um controle.
20:35Eu estou satisfeito, silêncio.
20:41Seguindo na ordem do que, Bramislav, contigo.
20:45Eu sou o Marcelo, boa tarde.
20:47Deixa eu ver se eu entendi bem.
20:49O senhor mencionou que essa planilha aí, a fonte de recursos dela eram, palavras suas, duas contrapartidas específicas, três alocações internas e o resto era o quê?
21:02O resto era o quê? Doação eleitoral?
21:05Não, os créditos eram só esses.
21:07Só esses?
21:08Que totalizavam 200 e pouco dinheiro.
21:10Então, duas contrapartidas específicas e três alocações internas suas, é isso?
21:14É, essas alocações internas, como é que elas nasciam?
21:16Não, não perguntei, eu só quero saber se a fonte delas era só isso.
21:20Essas alocações internas eram fruto de uma relação ampla.
21:22Tá bom, ótimo.
21:23O senhor mencionou também, em determinado momento do seu depoimento, que houve omissões, mentiras de réus colaboradores.
21:31O senhor faz referência a essas mentiras e omissões de réus colaboradores destes autos?
21:35Não.
21:36De quais autos?
21:37Nesse caso específico, eu acho que teve a omissão desse levantamento aqui, que teve que ser feito por mim.
21:43Certo.
21:44Então, nesse caso desse auto específico, realmente eu fiquei chateado, porque nas últimas semanas eu tive que me virar para buscar as informações que eu não sabia na época, porque o pessoal não estava vindo com as informações.
21:53Então, foi omissão.
21:55Perfeito.
21:55A outra coisa, não tem nada a ver, é que, por exemplo...
21:57O senhor falou que teve mentira, que mentiras foram as?
22:00Aí é coisa de responsabilidade, porque eu acho o seguinte, as pessoas precisam virar a chave.
22:04Uma coisa é quando você está em um ambiente de defesa, certo?
22:09Mas isso são considerações do senhor.
22:11O senhor falou, houve mentiras de réus colaboradores, isso são palavras suas.
22:14Não, não, só uma mentira, senhor Marcelo.
22:15O senhor não vai ficar rodando, rodando, não vamos sair do lugar aqui.
22:18Nós devemos ser objetivos.
22:19Mentira em relação a responsabilidades internas, e aí...
22:23De quem, de quem, em que contexto?
22:26Mentiras de quem?
22:27Eu queria que o senhor apontasse para o juízo, o juízo precisa saber se alguém mentiu.
22:30Não tem nada, eu estou à disposição.
22:31Pois não, então diga.
22:32Inclusive, eu estou à disposição, mas não tem nada a ver com essa ação.
22:35E com qual ação tem a ver, então?
22:36Não tem nada a ver, tem a ver com questão de responsabilidades internas, onde as pessoas...
22:41Volto a afirmar o seguinte.
22:43Não tem.
22:44Vou dar um exemplo aqui.
22:45Eu quero saber que pessoas, o senhor pode apontar as pessoas, quais são as pessoas?
22:48Silêncio, eu quero aferir a legalidade...
22:52Só um minutinho, Marcelo, só um minutinho.
22:53Silêncio, com todo respeito, com todo respeito.
22:55Eu quero aferir a legalidade dos termos de colaboração premiada.
22:59Se ele disse que houve réus...
23:00Só um momentinho.
23:01Me permita, por favor.
23:02Não, me permita, por favor.
23:04Não, mas eu estava com a palavra, Silêncio.
23:05Eu estava com a palavra e vou usar dali.
23:07Eu sou advogado.
23:08Eu sou advogado.
23:09Ele disse que houve réus colaboradores que mentiram.
23:11Isso é de extrema relevância, não só para essa causa, como para todas as outras.
23:15Então, ele que aponte quais foram os réus colaboradores que mentiram.
23:18Certo.
23:19Então, eu vou falar agora.
23:20Pois não.
23:20Doutor, eu tenho estilo...
23:23Não vai ser vossa excelência que vai fazer juízo de valor sobre o meu estilo.
23:26Eu tenho um órgão de classe que é responsável por isso, excelência.
23:28Agradeço muito...
23:30Agradeço muito a sua...
23:31E vossa excelência respeite a defesa.
23:33Agradeço muito a sua preocupação.
23:34Não vai ser vossa excelência que vai fazer juízo de valor sobre o meu estilo.
23:37Esse tom, doutor, não é possível.
23:39O doutor não trata de maneira adequada a testemunha.
23:42Eu estou dizendo que o doutor está sendo agressivo.
23:44O que você está dizendo é vossa excelência.
23:45É, o juízo...
23:45Eu preciso da audiência.
23:47Eu sei que o doutor tem...
23:48Está sendo agressivo até comigo.
23:50Pois não.
23:50Então, seja educado.
23:51Eu sou o pinto.
23:52Eu vou reformular a pergunta de uma maneira adequada para o senhor.
23:55O senhor mencionou que teria ouvido, eventualmente, mentira.
23:58O senhor pode explicar?
24:00Posso.
24:00Vou dar um exemplo aqui para o senhor.
24:02Eu fiz um depoimento agora para a Polícia Federal.
24:05Tem a ver com o inquérito.
24:06E o colaborador tinha direcionado a Polícia Federal para que um assunto de uma obstrução
24:13de um determinado parlamentar tinha sido feito para o reiki.
24:17Isso fez com que...
24:18É, tinha sido feito por uma questão de uma medida provisória.
24:23E aí, o delegado estava me falando que o trabalho que ele teve monumental, certo?
24:28De ficar procurando tal obstrução.
24:30E aí, quando eu fui ver o material, eu disse, não, o cara está mentindo.
24:33Isso aqui não tem nada a ver com esse assunto.
24:34Tem a ver com outro.
24:35Então, o que eu quero dizer é o seguinte.
24:36O que eu quero dizer é, na fase agora que eu estou procurando colaborar, o que acontece
24:40muitas vezes é o seguinte.
24:41Muitas vezes tem a ver...
24:42Isso está bem claro.
24:43Então, eu pedi o seguinte.
24:45Neste fato específico, e eu posso afirmar o seguinte.
24:48No fato específico que envolveu o senhor cliente das sombras, neste aqui, certo?
24:53Se houve omissão como essa aqui, eu estou corrigindo.
24:56A omissão que houve de outros colaboradores, eu estou corrigindo.
24:59Está certo.
24:59Houve omissão?
25:00Essa é a minha pergunta.
25:00Nesse caso aqui, acho que houve sim até agora.
25:03Não sei como ele vai se comportar no depoimento.
25:05Ele quem, senhor Marcelo?
25:07Vai ver gente agora.
25:08Mas ele quem?
25:08Eu quero saber quem é que emitiu ou emitiu.
25:10Eu acho que, por exemplo, Paulo Mello e Potite vai ter que esclarecer esses assuntos
25:15que eu trouxe agora.
25:16Eu fui obrigado agora a trazer informações que eu não sabia a época.
25:20Agora, veja bem.
25:21A omissão vai depender de como ele se comportar no depoimento dele.
25:24Ele quem, senhor Marcelo?
25:25Ele quem?
25:25Ele acabou de mencionar.
25:27Ele acabou de mencionar.
25:28Paulo Mello e Paulo Tite.
25:31São essas as pessoas?
25:32É só isso que eu queria saber, senhor Marcelo.
25:35Doutor, eu vou pedir para o doutor se dirigir a testemunha de maneira adequada, doutor.
25:39É só nominar, é só isso.
25:40Não é possível.
25:41É simples.
25:41O senhor não tem condições.
25:43É só opinião do nosso senhor.
25:44Doutor, seja educado com a testemunha com as pessoas.
25:47Tem alguma pergunta e eu peço que seja colocado de maneira educada.
25:49Tenho sim, senhor.
25:50Então, de maneira educada, doutor.
25:51Estou exercendo uma missão constitucional e não vou abrir mão dela, senhor.
25:54Então, o senhor seja educado com as pessoas do processo, tanto ao juízo como à testemunha.
25:57Eu estou sendo educado com o senhor.
26:00O senhor que está levantando a voz desde o início.
26:01Está certo.
26:02Estou levantando agora.
26:03Está certo.
26:03O senhor não sabe se comportar e fazer uma pergunta educada.
26:05Já digo que não é a voz excelência que vai dizer se eu sei me comportar ou não.
26:08Presidindo a audiência, sou eu que digo sim, senhor.
26:10Não, senhor.
26:10Então, o senhor se dirige educadamente à testemunha ou eu vou indeferir a pergunta.
26:13As vossas excelências se indefiram.
26:15Não tenho nenhum problema com relação a isso.
26:16Seja educado.
26:17Indefira, excelência.
26:18Qual que é a pergunta?
26:18Marcelo, alguma vez o senhor Branislav recebeu dinheiro das mãos do senhor?
26:23Das minhas mãos, não.
26:25Muito obrigado.
26:25Muito obrigado.
26:29O senhor mencionou que as pessoas que faziam parte do setor de operações estruturadas
26:35abriram contas correntes no exterior.
26:38O senhor sabe dizer para que fim que eles abriram essas contas correntes?
26:43Podia.
26:44O objetivo, como tinha sido estruturado e que a gente pensava que existia,
26:48é o seguinte, eles não deveriam ter essas contas.
26:51Por quê?
26:51Eles deviam fazer simplesmente através de doleiros.
26:55Certo?
26:56O que acontece é que por alguma razão, eu não sei explicar até porquê,
27:00essa razão você não sabe dizer o que é.
27:01Veja bem, na minha opinião, na minha opinião, pelo que a gente está levantando, é o seguinte,
27:06quando você faz via doleiros, e era exatamente um dos objetivos que eu indicava o check-in-balance,
27:13porque todo sistema que você não controla, você cria um check-in-balance natural.
27:17O check-in-balance deveria ser feito pelo sistema financeiro.
27:20Um doleiro que movimenta 5, 10 milhões, ele está limitado a 5, 10 milhões.
27:26Na minha opinião, quando eles começaram a movimentar valores maiores, para dar um bypass no sistema,
27:32eles começaram a apoiar os doleiros, a abrir essas contas, dizendo para o finance office que por trás tinha uma empresa maior.
27:40Aí, os finance offices ficaram mais confortáveis em abrir as contas.
27:45Na minha opinião, na minha opinião, ocorreu por conta disso, quer dizer, eles através de um processo de desalinhamento,
27:51destruíram o check-in-balance do sistema.
27:53E, ao que tudo indica, por exemplo, eles acabaram abrindo nesse processo, ajudando, que não deveriam fazer, contas para os destinatários.
28:02Ou seja, alguns destinatários que tinham problema de abertura de conta, eles, com as connivenças dos finance offices, começaram a fazer isso.
28:10Então, eles se miscuíram em uma coisa que não deveriam fazer.
28:13O senhor chegou a detectar algum desvio por parte dessas pessoas?
28:17A informação que eu tive é que houve alguns desvios.
28:22O senhor sabe dizer por parte de quem e qual o valor?
28:24Não, veja bem, não. A informação que eu tive, já preso, essa é uma coisa que, obviamente, não é dizer que a gente nunca imaginava.
28:32Na hora que você tem um sistema de sem controle, você, obviamente, que imagina, apesar da confiança que você tem, que algum desvio possa haver.
28:40E eu fui informado pelo autorado que teve algum desvio, entendeu?
28:44Dessas pessoas que eram parte integrante desse setor de operações.
28:48Não necessariamente, eu soube que teve aí algum desvio.
28:50Sim, mas de dentro do setor de operações estruturado, essa é a minha pergunta.
28:54Esses desvios saíram daí.
28:54De dentro da operação estruturada, a informação que eu tive foi que teve desvio.
28:59O senhor sabe dizer se dessa planilha, programa especial italiano que o senhor fez referência, pode ter havido algum desvio dessa planilha por parte dessas pessoas?
29:08Não, porque eu autorizava o Palocci.
29:10Quer dizer, na verdade...
29:11Então o senhor tinha controle absoluto sobre os valores?
29:14Não, veja bem, é o que eu estou dizendo. Se eu autorizava o Palocci 10, eu autorizava 10.
29:19Tá, entendi.
29:20Então, eu...
29:21A pergunta é a seguinte, acho que eu não me expressei bem.
29:22Se dentro dessa planilha, pode ter havido algum desvio desses ao que o senhor fez referência anteriormente?
29:26Ele já respondeu, doutor. Está indeferida a questão.
29:28Não adianta repetir.
29:29Só se o desvio ter sido feito por mim.
29:31Eu vou interromper aqui o tamanho do outro.
29:38Não adianta repetir.
29:38Não adianta repetir.
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