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No Visão Crítica, Juliana Inhasz, Jason Vieira e Augusto Teixeira discutem como o conflito entre Israel e Irã expõe os interesses geopolíticos de grandes potências. Avaliam a posição dos países do BRICS, como China, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul, além de nações que evitam envolvimento bélico direto, focando em estabilidade econômica e diplomacia.
Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/vQ7LmS9odhw
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NotíciasTranscrição
00:00Jason, vamos fazer uma relação também de economia e o conflito militar lá no Oriente Médio,
00:08porque nós não estamos nem falando da faixa de Gaza, nem do sul do Libro,
00:12nem do governo inexistente central da Síria, que não controla todo o território.
00:16O Iraque, isso se repete.
00:18No Iêmen, temos problemas graves também.
00:21Veja quem nos acompanha, que nós estamos numa região muito complexa.
00:25Mas, olhando a economia e a presença de duas grandes potências,
00:30a China, foi tocada de passagem aqui, mas gostaria que a gente retomasse,
00:34como é que fica a China, a economia chinesa e a presença geopolítica da China na região,
00:41e um país que também está na Ásia e que nós poucos, muitas vezes, falamos nessas discussões,
00:46mas que está como se fosse um cavalo atropelando por fora.
00:50Sétima economia, sexta economia, quinta economia, quarta economia, que é a Índia.
00:55Afinal, a Índia tem seus interesses econômicos e, obrigatoriamente,
00:59a condição sine qua non, seus interesses geopolíticos.
01:02Como é que fica isso?
01:04Bom, essa é uma situação bem complexa, porque o que pode acontecer no Irã agora
01:08é um vácuo de poder importante, porque nós, através de alguns analistas
01:14com quem nós conversamos na Europa, já há sinalização de que o baixo clero,
01:20digamos, dos militares, especialmente a Guarda Revolucionária e também a Guarda de Costumes,
01:27está fugindo do Irã com medo da queda do Irã.
01:30O regime está indo para o Turcomextão, alguns estão indo para o Paquistão,
01:35alguns em menor número estão indo para o Afeganistão,
01:38mas eles estão invadindo ali, porque eles sabem que,
01:40numa derrubada de regime, eles eram o front dessa situação e eles serão o primeiro alvo.
01:46Mas a coisa mais importante é que o eventual vácuo de poder,
01:50que provavelmente pode acontecer no Irã,
01:53ele precisa ser preenchido de maneira muito rápida e com líderes locais.
01:57Seja, por exemplo, líderes no passado,
01:59que foram líderes, que foram eleitos democraticamente,
02:04mas que acabaram sendo demovidos ali
02:07e que tem potencial de angariar a simpatia do público iraniano,
02:13que foram pessoas que, no passado,
02:15você tem de dois a três presidentes e candidatos a presidentes ali
02:18que têm condições, que ainda que tenham feito parte da Revolução,
02:22são pessoas que são consideradas moderadas
02:24e que querem conexão com o Ocidente
02:27e querem quebrar essa cadeia eterna de luta
02:31porque, por exemplo, para a Arábia Saudita
02:33é interessante um Irã conflitivo,
02:39porque um Irã conflitivo é um Irã que não compete
02:41com a Arábia Saudita em termos mundiais.
02:44Mas aí o importante é que esse vácuo de poder
02:46não vai deixar só um vácuo de poder,
02:48ele vai deixar um vácuo econômico.
02:50E o preenchimento desse vácuo econômico
02:52num país de 109 milhões de pessoas,
02:55com extensão de territorial enorme,
02:57está com as reservas mais fáceis
02:59e mais baratas de petróleo do mundo,
03:01ainda de petróleo leve,
03:03que é um petróleo que a gente chama que é quase refinado,
03:05ou seja, de muito baixo custo,
03:07e que vai ter esse potencial econômico
03:09para uma reconstrução,
03:11você tem a China, você tem a Índia,
03:13que estão na fila ali,
03:15muito mais querendo
03:16este quinhão econômico e não militar
03:20de uma possível e eventual reconstrução ali,
03:23e os próprios Estados Unidos.
03:25Então esses países estão ali
03:27cercando o porco, digamos assim,
03:29ali esperando alguma coisa acontecer.
03:31Se houver um vácuo de poder,
03:33isso pode acontecer,
03:34porque também, se você notar,
03:35os ataques iranianos são
03:38esparsos,
03:41atacam cidades,
03:41atacam pessoas, tudo.
03:43Os ataques israelenses,
03:44eles são cirúrgicos,
03:45porque uma das coisas que
03:47dizem as especulações
03:49que as conversas entre o Israel
03:52e parte dessas lideranças
03:55que não podem se manifestar no Irã,
03:57se não serão eliminadas,
03:59levam em conta o pedido
04:01de que não haja baixas civis,
04:03para que essas baixas civis
04:04não se voltem contra Israel.
04:07Mas um ponto importante
04:08é o erro que Israel está cometendo
04:11há muitos anos,
04:12especialmente na figura do Netanyahu,
04:15que é um erro crasso,
04:17que é criar vácuos de poder,
04:20tentar colocar grupos
04:21para cumprir esses vácuos de poder
04:23e criar desastres em cima disso.
04:26O primeiro que apoiou o Hamas
04:29na substituição do Abbas ali em Gaza
04:34foi o próprio Netanyahu.
04:36E isso foi aquela cobra
04:38que voltou e se voltou contra ele.
04:40E Israel não pode fazer parte
04:43da tentativa de reconstrução do Irã
04:46por conta dessas políticas desastrosas.
04:50Porque numa dessas,
04:51o Netanyahu vai querer deixar
04:53esse vácuo de poder
04:54e qualquer vácuo de poder
04:55a gente sabe
04:56que está acontecendo na Síria,
04:58que está acontecendo nos países,
04:59são muito perigosos.
05:00Mas o mais importante,
05:01vai haver um vácuo econômico
05:03em muitos países.
05:04A Índia e a China
05:04podem ter certeza.
05:06São dois que estão na fila ali
05:07para tentar pegar um quinhão daquilo.
05:11porque eles têm demandas.
05:13Vamos lembrar o seguinte,
05:14o Irã é um país com demandas sofisticadas,
05:16provavelmente o mundo persa
05:17é o mais educado que tem na região,
05:20com as pessoas com nível universitário,
05:23esse tipo de coisa.
05:24Tem pessoas, tem boas universidades,
05:27tem bons centros de pesquisa
05:28que podem ser aproveitados naquela região
05:31a detrimento do que os árabes querem.
05:33Então, olha, nós estamos aqui
05:35conversando o tempo todo
05:36e cada vez a coisa parece
05:37que vai ficando mais complexa.
05:39A gente vai adicionando fatores.
05:41Então, eu vejo isso.
05:42Eu vejo a Índia hoje em dia
05:44é impressionante o crescimento indiano.
05:47A Índia é um país simpático
05:48aos Estados Unidos.
05:50Ainda que esteja mais quietinho,
05:52mas que está indo ali
05:53na área de inovação muito pesada,
05:55é o Japão.
05:56Ele vai comendo na beirada a cada hora,
05:58o Japão está lançando uma coisa nova,
05:59está dominando o mundo de um jeito,
06:01mas eles estão naquele voo de cruzeiro,
06:04de economia que não cresce muito
06:05e fica daquele jeito.
06:07E a China, obviamente, pelo seu tamanho.
06:09E a China, ela está numa posição
06:11que ela precisa mais desse vácuo econômico
06:13do que o vácuo geopolítico militar.
06:17Por conta dos problemas econômicos
06:18que a China ainda está inserida,
06:19especialmente questões do sistema imobiliário
06:22que desde a Evergrande não se resolveram.
06:24A própria atividade econômica interna
06:26que sofreu muito com o mínimo período
06:29que teve da guerra de tarifas.
06:30A China sofreu muito.
06:32Então, mostra que ela está
06:33com uma economia extremamente sensibilizada
06:35e precisaria desse impulso agora.
06:37Seria um impulso importante para o mundo.
06:39Nós estamos, como vocês falam,
06:41dos maiores países do mundo
06:43em termos de população,
06:44em termos de tamanho.
06:47Juliano, justamente pegando esse gancho,
06:49então, de China, Índia e Oriente Médio,
06:52quer dizer, especialmente quando a gente esquece
06:55de falar e agora nós estamos entrando
06:57na discussão da Índia,
06:58lembrar que é o país mais populoso,
07:02tem os seus interesses geopolíticos,
07:03que é inevitável no Oceano Índico,
07:06e quando nós discutimos muito,
07:07falamos de China,
07:08a gente lembra a questão de Taiwan,
07:11de algumas ilhas lá,
07:12problemas com as Filipinas, etc.
07:14e parece que a Índia não existe no mundo.
07:17É curioso nas nossas análises gerais.
07:19Se muitos superficiais, é verdade,
07:20a gente esquece daí.
07:22Então, pensar Índia, China
07:23e os conflitos ali no Oriente Médio,
07:26especialmente Irã e Israel
07:27e seus aspectos econômicos.
07:30E aí?
07:31Então, eu concordo bastante com o Jason
07:32na questão de que esses países,
07:35eles não estão interessados na questão bélica.
07:37A questão deles não é militar.
07:41Porque tanto China quanto Índia
07:43estão preocupados em conseguir
07:46aumentar a sua influência econômica
07:49dentro do mundo.
07:50A China, em outros momentos,
07:52talvez tivesse essa disposição
07:53de entrar de uma forma mais bélica
07:56dentro do conflito,
07:57de entrar militarmente dentro do conflito.
07:59Mas a China tem questões hoje
08:01e problemas internos
08:02que fazem com que as atenções delas
08:04se voltem para essas questões.
08:06A China já percebeu
08:07que o caminho para que ela consiga
08:09pegar a dianteira no mundo
08:11é crescer
08:12e, na verdade, voltar a crescer
08:14de uma forma mais forte.
08:15Porque, como o Jason muito bem falou,
08:17a gente hoje tem questões
08:18que trazem dúvidas
08:20sobre o potencial de crescimento chinês.
08:22A gente via uma China
08:24que chegou a crescer 15, quase 20% ao ano,
08:28está certo que em outros momentos
08:30num acúmulo de capital humano,
08:32com uma base de capital humano
08:34e capital físico muito diferente
08:36tecnologia muito diferente
08:37do que eles têm hoje.
08:38O processo de crescimento
08:39faz com que essas taxas
08:41naturalmente caiam ao longo do tempo.
08:43Mas, no caso da China,
08:45parece que essa queda foi rápida.
08:46E a China hoje tem questões
08:48que ela ainda precisa resolver.
08:50A questão do mercado imobiliário
08:51é uma questão muito séria.
08:52Mas, fora isso,
08:54é como que ela consegue
08:55se posicionar dentro desse mercado,
08:57aproveitando mais
08:58as suas potencialidades.
09:00Então, naturalmente,
09:01a China ainda é muito agrária.
09:02A China ainda busca
09:04esse caminho
09:05para uma economia mais moderna,
09:07uma economia mais sofisticada,
09:09que é o que pode colocar
09:10essa China
09:11que a gente hoje vê
09:12ainda atrás dos Estados Unidos,
09:14à frente deles.
09:16Existem, claro,
09:16inúmeras pesquisas,
09:17e a gente falou bastante disso
09:19no começo desse ano,
09:20que mostram que, talvez,
09:21em 2030,
09:23alguns falam antes,
09:25outros falam um pouco depois,
09:26a China esteja ali
09:27para e passo
09:28com a economia americana.
09:29Então, a preocupação da China,
09:32e eu acho que isso se estende
09:33muito à Índia,
09:34que continua ali
09:35pegando um pouco do vácuo,
09:37do crescimento da China
09:38e tentando chegar mais perto
09:40dessas grandes potências,
09:41dessas grandes economias,
09:43claro.
09:43Eles não estão pegando
09:44só o vácuo,
09:45eles estão pegando
09:46um pequinhão da China.
09:48Literalmente.
09:49Está grudado na China
09:50e seguindo.
09:51Estão ali tirando
09:51indústrias da China.
09:52Isso mesmo.
09:53Hoje em dia,
09:54eu acho que talvez
09:55a maior disputa
09:57seja exatamente
09:58entre China e Índia.
09:59Isso mesmo.
10:00E é ali que eles estão brigando
10:02para ver quem é que consegue
10:04chegar cada vez mais perto
10:05da economia americana.
10:06Então, a Índia,
10:08ela tem se aproveitado muito
10:09desse espaço
10:11e da proximidade
10:13e de parcerias
10:14que, no geral,
10:15parecem ser muito menos
10:16vantajosas
10:17para a economia chinesa
10:18do que para a economia indiana.
10:20Então, eles têm questões
10:21e eu acho que já virou a chave
10:24e acho que na economia chinesa
10:26isso fica muito claro
10:27de que a briga deles,
10:29o tabuleiro deles mudou.
10:31O tabuleiro deles
10:31não é jogar o war.
10:33Eles não estão olhando
10:34para a questão bélica.
10:36Eles, na verdade,
10:37estão tentando achar
10:37os espaços que possibilitam
10:39que eles deem passos à frente.
10:41Então, nesse aspecto,
10:42a China e a Índia,
10:44eles vão continuar tentando
10:45e acho que,
10:46nesse aspecto,
10:47a neutralidade bélica
10:48é o grande passo,
10:50é ficar fora da questão
10:52do conflito bélico
10:53e tentar minimizar os custos.
10:55Se esse conflito escalar,
10:57e eu também acho
10:58que ainda tenho bastante dúvida
10:59se realmente escala,
11:00porque eu acho
11:00que são muitas nuances,
11:02a gente já mostrou
11:03várias delas aqui,
11:04são muitas nuances,
11:05a gente está falando
11:06de questões muito complexas,
11:08de formas de pensar
11:09o conflito,
11:10no caso de Israel
11:11e de Irã,
11:12muito diferentes.
11:13A gente,
11:14de um lado,
11:15tem um país
11:16que ataca
11:17de uma forma deliberada,
11:19do outro,
11:19de uma forma estratégica.
11:21Então, parece que eles
11:21não estão ainda jogando
11:23ou entendendo
11:24que jogam o mesmo jogo.
11:25Para países como Índia,
11:27China
11:27e até a economia americana,
11:29tentar ficar neutro
11:30dentro dessa história
11:31parece ser o jeito
11:32que mitiga
11:33ou minimiza custos.
11:35Custo todo mundo vai ter.
11:37É natural
11:38que se esses conflitos
11:39cresçam,
11:40caso eles cresçam
11:41e gerem problemas maiores,
11:43e acho que hoje
11:44o problema maior
11:44é tentar pegar
11:46os canais ali,
11:47tanto o canal de Suez,
11:48quanto o Estreito de Hormuz,
11:50Hormuz, perdão,
11:51e gerar paradas
11:53ou então
11:53navios que são bombardeados,
11:56como a gente já
11:57andou vendo acontecer,
11:58esse é o maior problema
11:59para essas economias.
12:00Então,
12:01elas tentam evitar
12:02esse cenário.
12:03E eu acho que é nesse espaço,
12:04inclusive,
12:05que a economia americana
12:05pode entrar.
12:07Ela vai se sentir ameaçada,
12:08não porque ela vai ser
12:09diretamente bombardeada,
12:10mas porque ela vai ter
12:11os interesses dela
12:12provavelmente prejudicados.
12:15Agora,
12:16tirando esse cenário,
12:17acho que o melhor para eles
12:18e provavelmente
12:19é como eles pensam
12:20estrategicamente,
12:21é tentar ficar neutro.
12:23A Rússia também percebeu isso,
12:25porque Vladimir Putin
12:26quer agora virar
12:27o grande negociador
12:29da paz
12:29num conflito
12:30quando ele não consegue
12:31e não tem o interesse
12:32de fazer isso
12:33no próprio conflito.
12:34Mas ele já percebeu
12:35e ele verbaliza muito isso,
12:37que o ideal
12:38é tentar acalmar
12:39a situação
12:40porque aparentemente
12:41o conflito lá
12:42acaba atrapalhando
12:44todo mundo.
12:44Então,
12:45se a gente não consegue
12:46contê-los,
12:46a gente tenta
12:47pelo menos
12:48ficar de fora.
12:49É jogar o menos possível
12:50de lenha nessa fogueira.
12:52E lembrando
12:53que a Rússia
12:53tem um pequeno problema
12:55com a Ucrânia, né?
12:56Bem pequeno.
12:57Exato.
12:58E lembrar
13:00que a Rússia
13:01tem base naval
13:02na Síria,
13:03que continua lá.
13:04Aí eu passo
13:05para o Augusto,
13:07para o professor Augusto.
13:08Vamos só lembrar
13:09quem nos acompanha,
13:10Augusto,
13:11que eu estava
13:12perguntando
13:13sobre China e Índia.
13:14coincidentemente
13:15fazem parte
13:16do BRICS.
13:17O Irã
13:18entrou no BRICS
13:20também
13:20e nós falamos
13:21na Rússia
13:22e pelo jeito
13:23o Brasil faz parte,
13:24o B é de Brasil.
13:25E aí,
13:26como é que fica
13:27essa questão econômica
13:28do conflito bélico
13:30no interior do BRICS
13:31que vão se reunir
13:32logo, logo
13:32aqui em Pidorama,
13:34aqui no Brasil?
13:36Mila,
13:37eu considero
13:38que
13:38para os países
13:39do BRICS
13:40em geral,
13:41em particular
13:41Brasil,
13:42Rússia e China,
13:44não existe
13:45interesse
13:46algum
13:46na escalada
13:47do conflito
13:48entre Israel
13:48e Irã.
13:49Concordo
13:50com os colegas
13:51ao afirmar
13:51que esse conflito
13:53promove
13:53instabilidade,
13:54ele pode criar
13:55danos
13:56para a economia
13:57global,
13:57não obstante
13:58potenciais
13:58oportunidades
13:59para alguns
14:00atores isolados.
14:01Mas para os atores
14:02dos quais estamos
14:03falando no BRICS,
14:04o conflito
14:05entre Israel
14:06e Irã,
14:07ele tem um potencial
14:08não apenas
14:09disruptivo
14:10em relação
14:10a potenciais
14:11de comercialização
14:12de commodities
14:13energéticas
14:14na região,
14:15mas especialmente
14:17de gerar
14:18uma conflagração
14:18não controlável.
14:20E por que eu digo
14:20isso,
14:21Vila?
14:21Porque hoje em dia,
14:23quando nós discutimos
14:23Israel e Irã,
14:25temos basicamente
14:26duas escalas
14:26de objetivos
14:27potenciais
14:28para o Parque
14:28de Israel,
14:29que são essencialmente
14:31de um lado
14:31aquilo que a gente
14:32chamaria de um
14:33objetivo minimalista
14:34que consisteria
14:35na destruição
14:36do programa
14:36nuclear iraniano,
14:38levando isso
14:39para a idade
14:40das trevas,
14:41ou seja,
14:41o Irã não teria
14:42mais um programa
14:43nuclear,
14:44então o elemento
14:44material
14:45da ameaça
14:46existencial
14:46vista por Israel
14:47deixaria de estar
14:49na mesa,
14:50e uma opção
14:50maximalista,
14:51que seria a mudança
14:52de regime
14:53no Irã.
14:54E esses objetivos
14:56também contemplam,
14:57podem contemplar
14:58a lista de opções
14:59dos Estados Unidos,
15:00que podem pensar
15:01de um sentido
15:02minimalista,
15:03uma intervenção
15:04voltada à destruição
15:05do programa
15:05nuclear iraniano,
15:06forçando a negociar
15:08a sua manutenção
15:09no TNP
15:10e o processo
15:11de não enriquecimento
15:13de uranomais,
15:14inclusive em virtude
15:15da destruição
15:15das capacidades materiais,
15:17ou o objetivo
15:18maximalista
15:19de mudança
15:20de regime.
15:21Agora,
15:21Vila,
15:21é importante
15:22que nós lembremos
15:23algumas questões.
15:24Primeiro,
15:24o Iraque,
15:25apesar de fazer
15:26quase mais de 20 anos
15:27da guerra do Iraque,
15:28da segunda guerra do Iraque,
15:30ainda é uma lembrança
15:31muito viva,
15:32porque é um país
15:33que ainda vivencia
15:34a catástrofe
15:35do que foi
15:36uma guerra
15:36não autorizada
15:37pelo Conselho de Segurança,
15:38que até hoje
15:39não encontraram
15:39armas de destruição
15:40em massa.
15:41E a promessa
15:42de invadir o Iraque,
15:44retirar uma ditadura,
15:46instalar uma democracia
15:47liberal,
15:48gerar um polo
15:48de estabilidade
15:49na região,
15:50fracassou de forma
15:50muito clara.
15:52E se nós considerarmos
15:53o Irã,
15:54não obstante tenha
15:55oposições
15:57ao regime
15:57muito bem controladas
15:59pelo aparato
15:59repressivo,
16:00o Irã tem uma peculiaridade
16:02muito relevante,
16:03que é o fato
16:04de que a sua guarda
16:05revolucionária,
16:05que tem um matiz
16:06ideológico
16:07barra religioso
16:09como elemento
16:10ordenador da disciplina
16:11e hierarquia,
16:12é muito mais forte
16:13do que os componentes
16:14das forças armadas.
16:15E ele é diretamente
16:17vinculado ao regime,
16:18à concepção
16:19ideológica do regime.
16:20Ou seja,
16:21julgar que
16:22uma ação de força
16:24que não tem
16:25ação terrestre
16:26no Irã
16:27para derrubar o regime
16:28que isso vai dar certo,
16:30é talvez
16:31desconsiderar
16:32o que aconteceu
16:32no Iraque,
16:33porque no Iraque
16:33mesmo a derrubada
16:35do regime
16:35mediante rápido
16:36uso da força,
16:37invasão,
16:38estabilização,
16:39governo civil,
16:40inclusive governo local,
16:42não deu certo.
16:43Imagine no Irã
16:44que você tem
16:45uma revolução
16:45desde 79
16:46com uma penetração
16:48política ideológica
16:49relevante do clero
16:50e a dimensão paramilitar
16:51e um amplo controle
16:53repressivo
16:54da população
16:55que é
16:56um flagrante
16:57dimensão
16:57de ilegitimidade.
16:59Então,
17:00mudança de regime
17:01que é um mecanismo
17:02de engenharia social
17:03tem um risco
17:04absurdo,
17:05não apenas relacionado
17:07a lutas fratecidas
17:08que podem gerar
17:09dentro do próprio Irã,
17:10como potencial
17:11espraiamento disso
17:12para o Iraque,
17:13que já vivencia
17:14a influência iraniana
17:15especialmente
17:16na sua região leste,
17:17com potencial impacto
17:19contra a Arábia Saudita
17:20por parte de milícias
17:21chiitas dentro do Iraque,
17:23somado, obviamente,
17:24a repercussão negativa
17:25no cutocante
17:26e a organização
17:27do fluxo
17:28de energia global
17:29para o Brasil,
17:30para a Rússia
17:31e para a Índia
17:32e para a China,
17:33por exemplo.
17:34Então,
17:34é um tipo de conflito
17:35cuja escalada
17:36ela apresenta
17:37muito mais riscos
17:39para os países
17:40dos BRICS
17:41do que oportunidades.
17:43É por isso que,
17:44de um lado,
17:44a atuação da Rússia
17:45é muito interessante,
17:47que é um ator
17:48que sim está em guerra,
17:49sim invadiu a Ucrânia,
17:50sim,
17:51no momento,
17:52não parece ter
17:52nenhum interesse
17:53em negociar a paz
17:54porque avança
17:55no terreno
17:55mesmo com problemas,
17:57então busca
17:57uma condição melhor
17:59de garantir
17:59a dimensão política
18:01da paz
18:01após realidade militar
18:03no campo,
18:04mas que entende
18:05uma interlocução
18:07relevante com Israel,
18:08que não é de hoje,
18:10desde o processo
18:11muito antigo
18:11que volta de Stalin
18:13com o reconhecimento
18:13do Estado de Israel
18:14e apoio
18:15na guerra de dependência,
18:17que é com a própria
18:17União Soviética,
18:18com o êxodo
18:19de judeus
18:20na União Soviética
18:20e após a Rússia
18:22pós-soviética
18:23para Israel
18:23como imigração
18:24importante,
18:26e desde o período
18:27contemporâneo
18:28no qual,
18:28dentro do começo
18:29da escalada,
18:31Netanyahu
18:32e Putin
18:33tiveram
18:33comunicações
18:34telefônicas,
18:35até porque
18:36parte do sistema
18:37de defesa
18:37antiaéreo
18:38iraniano
18:39que foi destruído
18:40ou praticamente
18:41funcionava
18:42é de origem russa
18:43em grande medida,
18:44então isso é importante
18:45a se considerar
18:46que o custo
18:47da escalada
18:48é algo
18:49incontrolável
18:50na região.
18:51O Irã é um país
18:51complexo,
18:52um território gigantesco,
18:54maior do que o Iraque,
18:55com um grau
18:55de complexidade
18:56absurda
18:57em que mudança
18:58de regime
18:58pode ser
18:59de um lado
19:00uma resolução
19:01fantástica
19:02do problema
19:03da ausência
19:04de democracia
19:04numa república
19:05teocrática,
19:07mas no plano
19:08realisticamente
19:08colocado
19:09pode ser
19:10uma receita
19:11para o caos
19:12com repercussão
19:12importante
19:13para a própria
19:14região,
19:15inclusive para a China,
19:16inclusive para a Índia.
19:17É por isso que
19:18é um caso
19:19interessante
19:19a se acompanhar
19:20de como a diplomacia
19:21desses dois gigantes
19:23do mundo emergente
19:24atua nos bastidores
19:25no sentido
19:26da tentativa
19:27de manutenção
19:28e defesa
19:29de seus interesses
19:30dentro desse conflito,
19:31Vila.
19:32Estamos indo
19:33para o final
19:34do nosso...
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