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Durante cerimônia em Paris (FRA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou o reconhecimento internacional do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação. Lula também afirmou que irá concluir o acordo Mercosul-União Europeia, mesmo com resistência da França. Ele também anunciou que o Brasil participará, pela primeira vez, do encontro da Asean, o maior bloco econômico da Ásia, ampliando sua presença nos mercados internacionais.

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Transcrição
00:00Estamos de volta com Agora e vamos direto para a França, acompanhar o presidente Lula, que neste momento participa de uma cerimônia em Paris para reconhecimento do Brasil como livre de febre afitosa sem vacinação. Vamos acompanhar.
00:14Aprendemos e precisamos aprender cada vez mais. Ninguém respeita quem não se respeita.
00:22Se a gente quiser ser respeitado no mundo afora, se a gente quiser disputar mercado, se a gente quiser ganhar mais espaço, nós temos que fazer o melhor e cada vez melhor.
00:39Não existe mais grafinha, não existe mais possibilidade de enganar ninguém e eu posso dizer a você, Manoel, que no Brasil o pessoal trabalha com muita seriedade.
00:52Com muita seriedade. Porque eles aprenderam que é bom ser bom.
01:00Eles aprenderam que é bom exportar carne de qualidade e ganhar mercados que até outro dia parecia só dos outros e que o Brasil não tinha chance.
01:12A gente não quer ser grande apenas na manutenção da floresta, nos 12% de água doce, nos 8 milhões e meio de quilômetros quadrados, nos 8 milhões de fronteira marítima, nos 16 milhões e 800 de fronteira seca, na nossa riqueza mineral.
01:29A gente nasceu para ser bom em tudo aquilo que a gente quer fazer.
01:34E esse aqui é um certificado.
01:39Eu acho que esse certificado aqui é o reconhecimento da robustez e a confiabilidade do nosso sistema de defesa agropecuária.
01:49Mesmo sem a vacinação, está comprovado que a afetosa não circula e cabe a nós não permitir que ela volta a circular nos nossos territórios.
02:02Essa conquista, vocês sabem porque vocês trabalharam, isso aqui é fruto de 70 anos de trabalho de vocês, no esforço coordenado, hora mais, hora menos, pelo Ministério da Agricultura.
02:17E eu quero agradecer a dedicação do companheiro Fávaro, a dedicação, o empenho, a verificação dele de trabalhar, de viajar.
02:26E com esse diploma que nós ganhamos, ele pelo menos garantiu, sabe, o Ministério até o começo do ano que vem, quando ele certamente se afastará para ser candidato outra vez a alguma coisa,
02:45porque as pessoas gostam de ser candidato.
02:47Bem, eu tenho certeza que o que foi feito no Brasil pode servir de exemplo para toda a América do Sul.
02:58Nós temos fronteira com muitos países, portanto, o nosso problema não é só cuidar de nós, não.
03:04Nós temos que cuidar de nós e cuidar de ajudar os nossos vizinhos a cuidar dele,
03:09porque se a gente não tiver, eles tiverem, a gente corre o risco de ter.
03:14Então, é muito importante porque o Brasil, o Brasil veio, veio para ficar.
03:22Eu tenho muito orgulho do que está acontecendo com o Brasil, muito orgulho.
03:27Eu já fui presidente outras vezes.
03:30Eu sei o que os presidentes da República Brasileira sofriam no exterior.
03:34Eu lembro quando o presidente não era sequer recebido pelo assessorista do FMI.
03:41Eu lembro quando ninguém queria conversar com o Brasil porque não acreditava que o Brasil fosse sério.
03:47E o que vocês fizeram e o que nós estamos fazendo é dar uma demonstração de que a gente não é melhor do que ninguém,
03:55mas a gente não é pior do que ninguém.
03:58No mínimo, a gente quer ser igual àquele que pensa que é o melhor.
04:02É por isso que nós precisamos trabalhar mais, produzir mais, cuidar mais, porque o Brasil não tem retorno.
04:10Eu sonho que logo, logo, esse país vai estar sendo a sexta economia mundial.
04:16Nós já fomos a sexta economia mundial.
04:19Eu sonho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas dizem que a gente vai crescer.
04:24Se o ano passado a gente cresceu 3,4% com a agricultura não crescendo o tanto que se esperava,
04:31eu acho que o crescimento da agricultura desse ano pode permitir que a gente possa pensar em crescer um pouco mais.
04:39Eu não acredito naqueles discursos que dizem no começo do ano.
04:42A economia brasileira vai crescer 0,8%, vai crescer 0,1%, vai crescer 0,5%.
04:47Eu não acredito que tenha estatístico tão preciso que consiga avançar e distinguir o que vai acontecer o ano inteiro.
04:54O que faz as coisas acontecerem é trabalho.
04:58Trabalho e trabalho.
05:00E o nosso crescimento nesse primeiro trimestre demonstra que a gente pode surpreender o mundo outra vez,
05:06crescendo acima da média dos países do mundo inteiro.
05:11E aí a gente tem que estar convencido que o Brasil depende única e exclusivamente de nós.
05:16naquilo que for preciso conversar, naquilo que for preciso negociar, naquilo que for preciso trabalhar,
05:25naquilo que for necessário fazer investimento, a gente vai fazer,
05:30porque a gente não quer outra vez voltar a ser tratado como um país insignificante e um país pequeno.
05:37Vocês já passaram por isso.
05:40Vocês sabem o sofrimento.
05:41Vocês sabem a loucura de que foi a gente ver 70 toneladas, 70 mil toneladas de carne brasileira
05:50no Oceano Atlântico indo para a China e a China ameaçando não querer receber a carne
05:59e a quantidade de telefonemas que a gente teve que dar para o ministro, para o Xi Jinping,
06:06para não permitir que a carne voltasse ao Brasil.
06:10E essas coisas acontecem num gesto de confiança.
06:14Se a pessoa tem confiança no outro, se a pessoa tem...
06:18Ontem eu conversei com o presidente Macron.
06:21E o presidente Macron tem se posicionado contra o acordo União Europeia e Mercosul.
06:27E eu disse para ele que eu vou ser presidente do Mercosul a partir do dia 6 de julho.
06:33Eu vou na Argentina para assumir a presidência do Mercosul.
06:36E disse para ele que eu vou concluir o acordo definitivamente nos seis meses do meu mandato.
06:43Não tem por que não concluir.
06:47Não tem.
06:49E disse para ele, olha, se tem problema, se você tem problema com os agricultores franceses,
06:54vamos conversar com eles.
06:56Vamos fazer uma reunião entre o pessoal agrícola seu e o nosso pessoal.
07:00Porque nós, embora produzimos vinho, nós não queremos criar dificuldade para o vinho de vocês.
07:06Embora a gente produza champanhe boa no Rio Grande do Sul,
07:09a gente não quer proibir que vocês vendam champanhe para nós.
07:13Embora a gente esteja produzindo laticínio de qualidade,
07:16a gente não quer criar carro para vocês.
07:18Continuem exportando para nós.
07:20Eu sempre defendi que essa relação comercial é uma vinha de duas mãos.
07:23A gente vende, a gente compra.
07:25E é bom que existe um equilíbrio.
07:27O que não tem explicação é um país, sabe, do tamanho da França,
07:32com a economia da França, e um país do tamanho do Brasil, sabe,
07:36com a economia do Brasil, só ter nove bilhões de fluxos comercial entre os dois países.
07:42Não tem explicação.
07:44Com o Vietnã, sabe, que é uma relação muito recente,
07:48nós já temos quase três, treze bilhões de reais de negócio.
07:52E se der certa a carne, vai aumentar.
07:54Mas temos que comprar o peixe, panga, não tem?
07:59Não tem problema.
08:00Rapaz, o acordo estava firmado com o mestre do Fávio,
08:02a não brigar por causa de um peixe.
08:05Boa, vamos levar esse bagrinho.
08:10E é isso.
08:12É isso.
08:12Olha, eu quero primeiro agradecer a Organização Mundial da Saúde Animal.
08:16Agradecer, Manoelio, você pode ter certeza, eu não vou ler meu discurso não,
08:22você pode ter certeza que esse reconhecimento de vocês é muito gratificante para o Brasil.
08:29É muito gratificante.
08:31O Brasil deve ter hoje mais de 230 milhões de cabeças de gado.
08:35Nós temos um Estado, que eu não sei se está aqui, está o Fávaro, do Mato Grosso.
08:42Um Estado que só tem 3 milhões de habitantes e tem 33 milhões de cabeças de gado.
08:48Sabe, então isso é uma coisa para nós muito gratificante.
08:53Ou seja, deu certo.
08:55As pessoas temaram, as pessoas acreditaram, as pessoas investiram, o governo contribuiu.
09:00Porque o papel do governo é contribuir.
09:03Se o governo não atrapalhar, já está bom, gente.
09:06É esse o papel e por isso eu sou muito grato ao trabalho do Fávaro.
09:11E acho que vocês precisam compreender o papel que esse gaúcho do Mato Grosso joga, sabe,
09:18na relação com vocês.
09:19Nós temos mais coisas, nós temos mais espaço, nós temos mais mundo para ganhar.
09:25Eu vou ter que fazer uma bilateral, eu vou fazer 3 bilaterais,
09:30em seguida.
09:31Nós vamos terminar os BRICS, depois eu vou ter uma bilateral com a Índia,
09:37que é preciso fazer um grande evento empresarial com a Índia.
09:40Depois, no dia seguinte, eu vou ter uma bilateral com o Egito,
09:45é preciso fazer uma grande reunião de empresários com o Egito.
09:48Viu, Albano?
09:49Estou falando aqui para você, Albano.
09:50E depois, eu vou ter, no dia seguinte, o Egito, eu vou ter a Indonésia,
09:56que é outro país com mais de 200 bilhões de habitantes.
10:01E nós vamos fazer, então, vai ser inédito, Guinness Book, 3 bilaterais, sabe,
10:06em seguida, depois de um encontro de mais de 40 países que vão se reunir nos BRICS.
10:12E em outubro, eu ainda vou fazer uma outra coisa, eu vou na ASEAN.
10:15Pela primeira vez, eu estou sendo convidado para participar da reunião da ASEAN,
10:20que envolve os 10 países asiáticos.
10:22E eu vou lá.
10:24Vou lá para vender, sabe, para vender o que a gente produz,
10:28para vender a nossa carne, para vender osso, não.
10:30Vender a carne de qualidade, vender o café, vender a soja, vender o milho,
10:35vender o carro, vender tudo que a gente produz.
10:40E vender a necessidade de a gente cuidar do meio ambiente, gente.
10:44Essa questão climática não é menos.
10:46Pode estar certo que o mundo está passando por uma virada.
10:50Se a gente tiver, pelo menos a decência, de cumprir o Acordo de Paris,
10:56a gente vai estar livre para continuar produzindo aquilo que a gente quiser.
11:00O senhor Fávaro, que trate de incentivar a recuperação de todas as terras degradadas,
11:06para que a gente não precise mais derrubar, mas a gente precise plantar,
11:10que é isso que vai ajudar o Brasil.
11:12Um beijo no coração de vocês.
11:13Obrigado à Organização Mundial da Saúde Animal.
11:17Muito obrigado.
11:18Bom, então nós acompanhamos aí a palavra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
11:28numa cerimônia lá em Paris, onde o governo brasileiro recebeu um certificado de livre
11:33da febre afitosa sem vacinação.
11:36Mariana Almeida, essa visita do presidente à França tem um ponto sensível,
11:41que é justamente o Macron sendo contra a negociação, o acordo entre Mercosul e União Europeia.
11:48Muito por conta do setor agrícola, dos agricultores na França, né Mari?
11:53E o Lula tentando alinhar esse ponto para que os dois blocos fechem aí esse acordo.
11:59Pois é, o presidente Lula enfatizou isso no seu discurso de ontem,
12:02enfatizou novamente hoje, dizendo que ele vai assumir a presidência do Mercosul
12:05e vai pressionar para destravar esse nó.
12:08Agora, a minha impressão só, Klein, é que sempre a gente fala desse nó
12:11até a metade do caminho dele, só assim, conta um pedaço da história.
12:14Porque, basicamente, sim, existe um fluxo pequeno de comércio entre os dois países,
12:19relativamente à possibilidade, ao potencial, que é algo que o presidente Lula
12:22ressaltou nas suas falas.
12:24E aí, a justificativa do entrave está na questão agrícola,
12:28e agrícola com o tema do desenvolvimento sustentável também casando com isso.
12:32Porque os agricultores na França dizem que a concorrência com o produto brasileiro
12:36é desleal, porque o produto brasileiro se utiliza de insumos agrícolas
12:41que são proibidos na Europa e que, com isso, gera uma produtividade,
12:44gera um tipo de produto que é, primeiro, danoso, ou seja, não é positivo
12:48para o consumo na Europa e que, por outro lado, eles mesmos não estão autorizados a usar.
12:53Então, isso seria, como eu disse, prejudicial para a concorrência.
12:58Agora, a parte importante dos fertilizantes que a gente usa aqui no Brasil
13:01e desses insumos químicos que são utilizados aqui
13:04vêm justamente importados da Europa e da França, inclusive.
13:08Ou seja, tem um sujeito aí que não está no jogo, que é a indústria francesa também.
13:14Quer dizer, a indústria francesa tem interesse?
13:16Como é que você vai realmente assumir esse compromisso?
13:20Se existe um compromisso aí ambiental, ético, com o desenvolvimento sustentável,
13:24por que ele vale na França para o processo dos agricultores
13:26e não vale para a indústria francesa?
13:28Como é que você desfaz esse nó?
13:30Porque, na medida em que essa indústria está exportando para cá
13:33e são insumos importados que permeiam a produção agrícola brasileira,
13:38só que a gente fecha o mercado para a exportação desses bens,
13:41no caso ali, francês, fica um ganha-ganha para a França.
13:44Indústria ganha com a exportação, agricultores ganham com a proteção.
13:48E aí, onde é que fica a relação brasileira?
13:49Acho que debater cooperação internacional, debater esse ponto,
13:53teria que mergulhar um pouquinho mais nesse comprometimento
13:55de destravar esse nó, mas com um ganha-ganha um pouco mais amplo
13:59e sabendo que mesmo se é para avançar, tem que ter transformações,
14:04transformações tem custo e aí não dá para só pensar em um dos lados
14:07tendo que arcar com esse custo.
14:08Então, esse é um debate que dá para aprofundar bastante.
14:11Infelizmente, a gente vive tempos em que a gente aprofunda pouco
14:13e fica muito na superfície de quem está certo, quem está errado,
14:17quem dá mais e quem dá menos.
14:18E muitos assuntos acabam não conseguindo avançar.
14:21Mas vamos esperar que daqui em diante, e com o acordo que foi assinado
14:24e que é importante no Mercosul e na Europeia,
14:27um avanço de depois de 25 anos, tem uma etapa nova.
14:29Então, quem sabe a mesa de negociação consegue trazer todo mundo que interessa
14:34e conseguir destravar, não de uma hora para outra, não numa caretada,
14:38mas em diálogo e construindo situações que permitam a transição
14:43e uma boa prática, tanto no Brasil quanto na França.
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