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Eusébio Jorge Silveira de Souza, professor da Strong Business School, analisou os dados do PIB da China no 1º trimestre, que superaram previsões apesar das tarifas impostas pelos EUA e da crise imobiliária. Vinicius Torres Freire analisa estratégias de consumo e novos mercados mostram a força do modelo econômico chinês.

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Transcrição
00:00Eu vou conversar agora com Eusébio Jorge Silveira de Souza, professor de Economia da Strong Business School.
00:06Eusébio, boa tarde, tudo bem?
00:10Boa tarde, boa tarde, é um prazer estar aqui conversando com vocês.
00:13Obrigado, Vinícius Torres Freire já chegou perto aqui também, também vai participar dessa entrevista com a gente.
00:19Eusébio, bom, em primeiro lugar eu queria te pedir uma opinião geral, uma leitura geral sua sobre esse resultado do PIB chinês no primeiro trimestre.
00:30Bom, a China já tem construído um projeto de reverter a tendência que já vinha sendo registrada de queda do setor imobiliário na China,
00:41realizando obras de infraestrutura, realizando um conjunto de investimentos que coloca o Estado chinês como um indutor,
00:51sobretudo realizando investimentos em setores estratégicos.
00:54É evidente que a China, ao se configurar como o principal parceiro comercial do maior número de países do mundo,
01:02ela se demonstra um player muito relevante na dinâmica econômica global.
01:09E, nesta ação, essa política que o governo chinês tem desenvolvido, ela não fica sob as vicissitudes exclusivas do mercado instável.
01:25O governo chinês acaba fazendo realizações de projeções, eles estão respaldados nos planos quinquenais,
01:33estão iniciando agora um novo plano quinquenal com investimentos em setores estratégicos, com transição energética, com transição ecológica.
01:43Então, me parece que era relativamente previsível que o governo chinês conseguiria manter o crescimento
01:51num patamar considerável mesmo no cenário internacional do Estado.
01:56Vinícius?
01:58Eusébio, você falou aí que a China já estava tomando previdências, que a China tem projetos de longo prazo
02:03e, obviamente, a China estava sabendo que o Trump vinha aí.
02:07Agora, eles ainda vão longe na resolução da crise imobiliária, do excesso de investimento,
02:13e eles têm duas iniciativas que a gente precisa, que todo mundo está perguntando se vão funcionar
02:18para compensar a queda de importação.
02:20Na verdade, três, né?
02:21A queda de exportação dos Estados Unidos.
02:23Primeiro, triangular comércio, conseguir exportar para outros países.
02:27Segundo, aumentar consumo.
02:29Eles estão até pensando em fazer programas sociais, que na China não existem,
02:33melhorar a aposentadoria, melhorar serviços de saúde pública, que eles não têm.
02:37Você acha que...
02:39É claro que o PIB chinês é sempre muito difícil de prever e tem sempre muito erro, ainda mais em trimestres.
02:44Você acha que isso é suficiente para aguentar um baque de pelo menos um trimestre
02:48de quase nenhuma exportação para os Estados Unidos?
02:50Eles ainda têm um sétimo das exportações deles virados para os Estados Unidos.
02:54Sim, é.
02:58Os Estados Unidos, inevitavelmente, ele é um grande, a principal, a mais dinâmica economia do capitalismo global.
03:08Isso é inquestionável e isso é incontornável para todos os países.
03:13Isso fica bastante evidente com a preocupação que países de grande relevância,
03:18ou regiões de grande relevância como a Europa, tem tentado de todas as formas um diálogo,
03:22tem tentado mitigar os impactos das tarifas.
03:27No entanto, eu tenho a percepção de que a China tem se preparado com políticas de médio e longo prazo,
03:37sabendo que as medidas do Trump viriam, não com a mesma intensidade,
03:42mas no mesmo sentido do que o Trump já vinha fazendo no último governo.
03:48Vale ressaltar ainda que talvez o único consenso que se constitua hoje
03:52entre republicanos e democratas nos Estados Unidos
03:55é que os Estados Unidos deveriam incidir sobre o aumento de importância econômica da China na economia global.
04:06Ou seja, os chineses já estavam preocupados, já estavam constituindo algumas ações
04:12para tentar conter esse avanço chinês.
04:14Eu tenho a impressão de que, ainda que a China tenha problemas com as exportações diretas para os Estados Unidos,
04:23o que a gente vai ver acontecer serão medidas de curto prazo.
04:27Essas medidas de curto prazo significam uma mudança dos preços relativos no consumo global,
04:34o que fará com que vários dos produtos que hoje tenham um livre acesso e livre trânsito no comércio global
04:42vão deixar de ter.
04:43No entanto, novas rotas e novos caminhos para produtos chegarem aos Estados Unidos
04:48tendem a acontecer também.
04:50Então, vai ter um processo.
04:52Então, a redução de exportação da China de alguns setores estratégicos,
04:58esses setores vão ser internalizados hoje pela China,
05:00isso vai gerar possibilidade de novos investimentos também dentro da China,
05:06o que pode ajudar a debelar parte do problema que a China tem em alguns setores,
05:13na indústria, em alguns setores que perde dinamismo na China,
05:18e vai ter essa possibilidade deles colocarem produtos nos Estados Unidos,
05:22por caminhos de países que hoje não recebem taxações tão expressivas,
05:30como acontece com o Brasil, por exemplo.
05:32Agora, Eusébio, a primeira onda de tarifa contra a China neste governo de Donald Trump
05:38aconteceu no dia 4 de fevereiro.
05:41Foi quando o Trump anunciou 10% sobre todos os produtos chineses que entram nos Estados Unidos.
05:46Na mesma data, ele anunciou 25% sobre produtos do México e do Canadá
05:50e depois ele suspendeu esse tarifaço sobre México e Canadá durante 30 dias,
05:56mas manteve os 10% sobre produtos chineses.
05:59E aí depois, em 4 de março, quando o Trump restabeleceu os 25% sobre produtos do Canadá e do México,
06:07ele colocou mais 10% sobre produtos chineses.
06:10Então, a China teve 10% de tarifas de importação aplicados em 4 de fevereiro
06:16e mais 10% em 4 de março.
06:18A gente está falando do primeiro trimestre,
06:21período sobre o qual saiu o resultado do PIB de hoje.
06:25Essa primeira onda de tarifas de Trump não chegou a produzir o efeito esperado?
06:31Não deu tempo que esse efeito aparecesse ainda no comércio entre os dois países
06:35e, portanto, não impactasse tanto a economia chinesa?
06:40É, assim, a primeira coisa que a gente tem que constatar
06:44é que todos os países do mundo ainda estão tentando identificar
06:48como lidar com essa conduta absolutamente heterogênea e heterodoxa do Trump
06:55para lidar com tarifas, para lidar com o comércio internacional
06:58e para lidar com a diplomacia como um todo.
07:01Então, não restam dúvidas de que o que os Estados Unidos fez,
07:06o que o governo Trump fez foi gerar uma instabilidade absurda, extrema,
07:12em que as mudanças das cadeias globais de valor que foram constituídas,
07:19elas não vão mudar de forma tão abrupta.
07:22Então, assim, como eu falei, as mudanças que acontecem no curto prazo
07:26é você mudar a relação dos preços relativos.
07:30Então, assim, o que os preços informam são níveis de eficiência produtiva.
07:35O que o Trump está tentando fazer hoje é tentando fazer com que os produtos dos Estados Unidos
07:44eles artificialmente se expressem mais eficientes e mais produtivos
07:50ou com custos menores para que a produção e o consumo sejam por produtos internos dos Estados Unidos.
07:59O que eu quero dizer com isso é que as mudanças mais significativas
08:05elas vão acontecer no transcorrer dos meses, do trimestre,
08:10mas, sobretudo, quando essa cadeia de suprimento puder ser alterada.
08:16você não muda os globais de valor que foram constituídas em anos ou em décadas.
08:23Você não muda isso de um trimestre para outro com apoiamentos de tarifas
08:29que elas são absolutamente proibitivas.
08:31O que você faz é gerar uma paralisação instantânea
08:36até que os pactos sejam reestabelecidos.
08:40Mas é possível que a gente chegue no final desse ano
08:42uma nova reconfiguração que mesmo essa reconfiguração
08:48vai se dar exclusivamente pela construção de tarifas,
08:53pela mudança dos preços relativos,
08:55pela mudança da sinalização de eficiência.
08:59Ela vai se dar também pelo nível de incerteza gerado pelos Estados Unidos.
09:03O que eu quero dizer com isso é que, como o ambiente está muito incerto,
09:07ou seja, quando os riscos de transação de realizar comércio nos Estados Unidos
09:12foram tão altos, mesmo podendo ter lucros mais agressivos,
09:17nossos caminhos de comércio internacional
09:19tendem a ser consolidados até o final do ano.
09:23Eusébio, Vinícius, vou pedir um minuto para vocês
09:25para a gente trazer um outro olhar aqui para essa conversa.
09:28A economista-chefe do Barclays, a chinesa Jian Chang,
09:31deu uma entrevista à CNBC americana e afirmou que os dados do PIB chinês
09:36são animadores.
09:38Ela disse que está menos pessimista em relação às perspectivas comerciais
09:42da China com a guerra comercial.
09:45Em primeiro lugar, acho que todos os dados de atividade econômica
09:48do primeiro trimestre e de março foram melhores do que o esperado.
09:52Temos uma previsão do PIB do primeiro trimestre
09:54com base no rastreamento de alta frequência de 5,2%.
09:58Acho que, na verdade, o consumo.
10:01De fato, superou nossa expectativa
10:03e acho que também foi significativamente maior
10:06do que a previsão do mercado.
10:08Gostaria de destacar que acho que, em setembro do ano passado,
10:12o governo chinês teve uma virada na política.
10:14Em certa medida, tratou da desaceleração econômica
10:18do último ano e meio,
10:19mas também antecipou o ambiente mais desafiador que se aproxima,
10:23o ambiente externo do governo dos Estados Unidos,
10:26de uma possível guerra tarifária.
10:28E vemos que o setor imobiliário realmente melhorou
10:31significativamente no quarto trimestre,
10:33embora o impulso nas vendas e também em termos de redução
10:37do declínio dos preços tenha se moderado nos últimos meses.
10:42Portanto, ainda são necessários muitos esforços do governo
10:45para estabilizar o setor imobiliário.
10:48E com relação ao consumo, acho que, na verdade,
10:50os dados e o feedback no local são mais animadores.
10:54Eu estava conversando com o chefe de pesquisa da JD.com
10:58e ele tem destacado para mim nos últimos meses
11:01que esse programa de comércio do governo,
11:04dobrando 300 bilhões em relação aos 150 bilhões do ano passado,
11:09tem impulsionado significativamente as vendas no local,
11:13na verdade, já a partir do quarto trimestre,
11:16e tem se estendido até o primeiro trimestre deste ano.
11:19Portanto, acho que, por enquanto, a questão é como sustentar esse impulso
11:25ou, digamos como, como as políticas governamentais
11:29podem ajudar a liberar mais capacidade de gastos do público.
11:35Acho que ainda há muito a ser feito,
11:38pois alguns dos frutos mais fáceis,
11:41como os eletrônicos de consumo e as vendas de automóveis,
11:45que tiveram uma forte recuperação em março, já aconteceram.
11:49Você está absolutamente certo.
11:52O governo precisa intensificar a política fiscal,
11:56o consumo e tentar tentar compensar o entrave esperado
12:00e a significativa, creio eu,
12:02desaceleração das exportações chinesas
12:04e também da economia global.
12:07Gostaria de saber sua opinião sobre o impacto da guerra comercial
12:12no PIB daqui para frente.
12:14Estamos falando de tarifas de 145% dos Estados Unidos.
12:19A China agora diz que não vai retaliar mais com um número maior do que 125%.
12:25Como será a situação?
12:27Qual será o resultado?
12:30Obrigado.
12:31Muito boa pergunta.
12:32Na verdade, tenho tido uma visão menos pessimista
12:36ou relativamente mais construtiva
12:38sobre as exportações chinesas
12:40e a relação comercial com o resto do mundo
12:43e sobre o impasse entre a China e os Estados Unidos
12:46desde novembro, dezembro do ano passado.
12:49E isso se baseia em alguns de nossos artigos temáticos
12:53que analisam algumas mudanças significativas
12:56que ocorreram no comércio global,
12:58no investimento global
12:59e na redefinição da cadeia de suprimentos
13:03desde o primeiro mandato do presidente Trump.
13:06E acho que isso também se baseia,
13:09se olharmos para os últimos meses,
13:11veremos que várias grandes economias do mundo,
13:14como a União Europeia, o Canadá,
13:16até certo ponto, acho que a Índia,
13:19e o Brasil.
13:20E os líderes fizeram alguns comentários
13:22sobre o fato de os Estados Unidos
13:24serem um parceiro comercial confiável
13:26ou os líderes e autoridades
13:28disseram que o relacionamento com a China
13:30está muito melhor,
13:32como foi o caso do ministro das Relações Exteriores da Índia
13:35na semana passada.
13:37Portanto, acho que há muito espaço
13:39para avaliar o crescimento chinês
13:41e os impactos sobre as exportações e o comércio,
13:45e não necessariamente como uma situação
13:47de desgraça e tristeza.
13:49Portanto, colocamos o impacto da China,
13:51uma tarifa de mais ou menos 150%
13:54e a economia chinesa em 1,52, 3 pontos percentuais.
13:59Bem, estamos levando em conta algumas situações,
14:03as incertezas em relação à tarifa efetiva
14:06dos Estados Unidos sobre a China,
14:08porque os Estados Unidos precisam construir
14:11algumas infraestruturas, por exemplo,
14:13para a cobrança da tarifa.
14:16E também há incerteza sobre o resto do mundo
14:18as relações comerciais com a China.
14:21Como você sabe, o secretário Besson
14:23tem falado em tentar negociar um acordo,
14:26fazer concessões com algumas economias
14:29do norte da Ásia, por exemplo,
14:31e depois se unir contra a China.
14:33Portanto, há alguma incerteza nesse ponto.
14:36E também temos a possível redução
14:39das tarifas dos Estados Unidos
14:41sobre os parceiros comerciais,
14:43seus parceiros comerciais,
14:45e também sobre o resto do mundo,
14:47especialmente as pequenas economias abertas
14:50que anunciam maiores cortes
14:52nas taxas fiscais ou monetárias domésticas,
14:56e os apoios fiscais para impulsionar a economia,
15:00já que, creio eu, se houver,
15:01a China e os Estados Unidos
15:03são as grandes economias
15:05que ainda têm mais espaço
15:07para depender da demanda doméstica.
15:09Mas muitas outras economias menores
15:11ficarão mais difíceis
15:12com essa escalada da guerra tarifária.
15:15E, ao mesmo tempo,
15:15a última parte é o que estamos vendo.
15:18O presidente Xi está fazendo uma turnê
15:20por três países do sudeste asiático,
15:23e acredito que continuará a haver colaborações
15:26e ajustes dinâmicos
15:27nas relações bilaterais de comércio e investimento
15:30entre a China
15:32e alguns de seus principais parceiros comerciais.
15:35E isso ajudará a compensar
15:36alguns dos aspectos negativos
15:38do declínio no comércio com os Estados Unidos.
15:44Bom, voltamos aqui, então,
15:46à entrevista com Eusébio Jorge Silveira de Souza,
15:49professor de Economia da Strong Business School.
15:52Eusébio, você compactua
15:55das mesmas impressões aí
15:56da economista-chefe do Barclays,
15:58a Jiang Chang,
15:59você acha que há sinais tranquilizadores,
16:02que temos sinais aí de que
16:04talvez o impacto,
16:06pelo menos na economia chinesa,
16:07da guerra comercial,
16:09seja menor do que o que poderia se prever antes?
16:11Fabio, eu acho que isso demonstra a forma,
16:18a serenidade como ela apresentou os dados.
16:20Eu acho que é exatamente esta forma
16:23em que a China tem estabelecido
16:25e tem tratado os temas relacionados
16:28a esta guerra de tarifas
16:30que impacta o mundo todo.
16:33Eu acredito que se isso gera um desconforto,
16:40isso gera um desajuste em cadeias globais
16:44produtivas no mundo contemporâneo,
16:46e parece também que gera,
16:49o Donald Trump pode estar realizando medidas
16:52que contrariam,
16:54ou que vão na direção oposta dos seus interesses,
16:57que seria tentar retomar a importância
17:01dos Estados Unidos no comércio global
17:03e na produção industrial e de manufatura no mundo.
17:07Exatamente porque o Trump tem se apresentado
17:12como uma...
17:14Apresentado o mundo,
17:16que é como se fosse uma escolha
17:17entre nós ou eles,
17:18entre os Estados Unidos ou a China.
17:21Isso é muito...
17:23Isso traduz muito pouco
17:24como a produção industrial,
17:27de bens industriais complexos,
17:29tecnológicos, funciona.
17:31As economias estão inevitavelmente integradas.
17:34E hoje, aparentemente,
17:36quem sofre consequências maiores
17:38por essa desintegração
17:40hoje é os Estados Unidos.
17:42Me parece que ela está muito correta
17:44ao pensar que a China,
17:46nos últimos 40 anos,
17:48ativou algo em torno
17:49de 800 milhões de pessoas na pobreza.
17:53Isso tem uma importância social,
17:54mas tem uma importância econômica
17:56de grande magnitude.
17:58Eles têm uma possibilidade
17:59de incluir essas pessoas
18:02num mercado consumidor
18:04que, por uma certa característica
18:07dos próprios países orientais,
18:10eles ainda têm uma taxa de poupança
18:12excessivamente elevada
18:14e que a China tem tentado
18:15reduzir essa taxa de poupança,
18:17o que pode gerar mais um elemento
18:19de dinamismo.
18:20O primeiro plano quinquenal
18:23que termina este ano
18:25foi bastante exitoso,
18:29ele cumpriu as metas
18:30que ele se apresentou
18:31e o plano quinquenal
18:33que se inicia no ano que vem
18:35tem uma ousadia equivalente.
18:38E me parece que a China
18:39tem, de uma forma
18:41consideravelmente tranquila,
18:45mas também bastante ponderada,
18:49eles têm apresentado medidas,
18:52objetivos e metas
18:53bastante factíveis
18:55para a continuação
18:56do crescimento da China,
18:57seja para o desenvolvimento
18:59do crescimento interno,
19:01seja para o reestabelecimento
19:03de cadeias produtivas
19:05ou de fluxos de abastecimento
19:07que passam por outros países
19:08e que vão para os Estados Unidos,
19:10ou a constituição
19:12de novas parcerias comerciais
19:14como a China tem feito hoje
19:16numa tentativa de aproximação
19:18ainda maior com a Europa,
19:20com a ida do primeiro-ministro
19:23da Espanha,
19:24que foi para a China recentemente,
19:25discutir quais seriam
19:27as possibilidades de aproximação
19:29entre a Europa e a China.
19:31Eusébio, Vinícius,
19:32temos mais uma informação
19:33para trazer para essa conversa,
19:34porque o governo da China
19:36não confirmou a ordem
19:38para que as companhias aéreas
19:39do país não recebam mais
19:41jatos da americana Boeing
19:42e aproveitou para destacar
19:44a parceria com o Brasil
19:46e elogiar a Embraer.
19:48O porta-voz do Ministério
19:49de Relações Exteriores da China,
19:52Lin Xi'an,
19:53destacou a valorização
19:54da parceria com o Brasil,
19:56especialmente com a Embraer.
19:57Ele também mencionou
19:58que as companhias aéreas chinesas
20:00continuam cooperando
20:01de forma positiva com o país.
20:03Além disso,
20:04Lin rebateu as críticas
20:06do secretário de Tesouro
20:07dos Estados Unidos,
20:08Scott Bassett,
20:09sobre os investimentos
20:11da China na América Latina.
20:13O porta-voz destacou
20:14que a cooperação chinesa
20:15se baseia no respeito mútuo
20:17e no desenvolvimento
20:18socioeconômico da região.
20:21Vinícius.
20:23Eusébio,
20:24queria destacar o último ponto
20:25da entrevista
20:26da economista do Barclay,
20:27que é um assunto
20:28que está na boca
20:29de todo mundo,
20:29mesmo antes de o Trump
20:30baixar esse monte de imposto
20:32de importação,
20:33que é desvio de comércio.
20:34A China tem no limite
20:36que achar comprador
20:38para 450 bilhões de dólares
20:40que ela vende para os Estados Unidos.
20:41Não vai chegar a isso,
20:42que tem até umas isenções,
20:43tem até umas permissões
20:44de importação
20:45e ainda pode ter
20:46negociação
20:47pelo meio
20:48desse caminho turbulento.
20:49Mas a discussão é,
20:51no Brasil,
20:52o que vai acontecer
20:53com a relação com a China
20:54e como deve ser
20:56a relação com a China
20:56na hora que você tiver
20:58uma invasão
20:58de produtos chinês.
21:00Ela já foi benéfica aqui,
21:01com painel solar,
21:03com material
21:04para construir eólica,
21:06ajudou a diminuir preço.
21:07Mas a gente não tem
21:08indústria disso aqui
21:09e nem vai ter agora.
21:11Pode ter uma invasão
21:12de produtos chinês
21:13de outra espécie.
21:14A gente tem que fazer
21:15o quê?
21:15O que o governo brasileiro
21:17pode fazer
21:17diante de um desvio
21:18de comércio grande?
21:23É uma ótima pergunta,
21:24Vinícius.
21:25E essa pergunta
21:26é a pergunta
21:27que está colocando
21:28todos os economistas,
21:30policy makers
21:31e do mundo todo
21:33para pensar
21:33como a gente consegue
21:35se reposicionar
21:37no comércio global.
21:39Me parece que
21:40a ideia
21:41de que os países,
21:43de que as estratégias
21:44individuais
21:45de cada país,
21:46ela não deve
21:48ser considerada,
21:49de que a gente
21:49deveria ter
21:50uma política
21:50de livre comércio
21:52e de livre fluxo
21:53de capitais
21:54e de mercadorias,
21:55isso me parece
21:57que não é
21:58o que está posto
21:59para esse momento
22:00e isso está se
22:01construindo
22:01como um certo consenso.
22:03O que eu quero dizer
22:03com isso é
22:04o Brasil precisa
22:05definir
22:06qual é a sua estratégia
22:07nessa...
22:08como é que ele pode
22:09aproveitar
22:09essa janela
22:10de oportunidade
22:11para se reinserir
22:13de forma qualificada
22:14no comércio global.
22:16Gente,
22:17vocês comentaram
22:17aqui sobre a Embraer,
22:18a Embraer é um ótimo
22:19exemplo.
22:21Nós temos
22:22no Brasil
22:23uma empresa
22:24que ela tem
22:26uma capacidade
22:29tecnológica
22:30que consegue
22:31gerar dinamismo
22:33para vários setores
22:34estratégicos
22:35importantes
22:35da economia
22:37e da indústria brasileira.
22:39É uma empresa,
22:41é um setor
22:41em que a gente
22:42consegue competir
22:44de uma forma
22:44bastante qualificada
22:46no comércio global
22:47e que isso
22:48pode ser
22:49uma nova oportunidade
22:50para a gente
22:51realizar negociações
22:52considerando
22:53que parte
22:54importante,
22:55significativa
22:56das nossas exportações
22:57de aviões
22:58também é para os Estados Unidos.
22:59O que eu quero dizer
23:00com isso é
23:00quais são
23:01os nossos setores,
23:02quais são
23:03os setores
23:03em que a gente
23:04vai escolher
23:05para conseguir
23:06vantagens competitivas
23:07e de que forma
23:08que esse comércio
23:09com a China
23:11ele pode ser
23:12vantajoso
23:13para os dois lados
23:15e para os dois países.
23:16Me parece que a gente
23:17tem uma possibilidade
23:19da gente
23:20aproveitar
23:22as vantagens
23:23competitivas
23:24que o Brasil tem
23:25nos setores
23:26ligados
23:27à transição
23:27ecológica.
23:29Então o Brasil
23:29ele é um país
23:30que ele pode
23:31aproveitar
23:32para produzir
23:33para a agroindústria,
23:34para produzir
23:36energias,
23:38energia
23:39limpa,
23:40barata
23:40e com
23:41uma disponibilidade
23:44bastante significativa.
23:46Isso quer dizer
23:46que a gente
23:47deve aproveitar
23:48o diálogo
23:49com a China
23:50e a gente
23:51fazer com que
23:53esse comércio
23:54ele se constitua
23:55numa oportunidade,
23:57numa possibilidade
23:57da gente
23:58consolidar setores
23:59que sejam importantes
24:00para o desenvolvimento
24:02do Brasil
24:03e para uma reinserção
24:05no comércio global.
24:06É evidente
24:07que todos os países
24:08estão pensando nisso
24:09nesse momento.
24:10No entanto,
24:11o Brasil
24:11ele tem uma importância
24:13especial
24:15porque a gente
24:16nós nos configuramos
24:18como um player
24:19relevante
24:19na nossa região,
24:21a gente tem
24:21alguns setores
24:22que a gente já tem
24:23vantagens competitivas
24:24claras
24:26e a gente
24:27pode aproveitar
24:28um pouco
24:29da nossa diplomacia
24:30que é uma diplomacia
24:31que age
24:32de uma forma
24:33bastante
24:34assertiva
24:35e pragmática
24:36tanto na relação
24:37com os chineses
24:38quanto na relação
24:39com os Estados Unidos.
24:40Me parece que
24:41essa relação
24:41com os chineses
24:42ela pode nos ajudar
24:44tanto a ter
24:45uma boa inserção
24:48dos nossos produtos
24:49estratégicos
24:50na China
24:51como pode também
24:53nos facilitar
24:54o diálogo
24:55para que a gente
24:57continue comercializando
24:59com um importantíssimo
25:01parceiro comercial
25:02da nossa indústria
25:03que é os Estados Unidos.
25:05Eusébio Jorge
25:06Silveira de Souza
25:07professor de economia
25:08da Strong Business School
25:09muito obrigado
25:10Eusébio
25:10pela sua análise
25:11aqui com a gente
25:12boa tarde para você
25:13e obrigado também
25:14Vinícius
25:14por participar
25:15da entrevista.
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