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A "saidinha" de Natal de 2025 já começou e deve colocar mais de 30 mil detentos nas ruas apenas no estado de São Paulo. Entre os beneficiados estão nomes condenados por crimes de grande repercussão, como Lindemberg Alves.

A medida ocorre sob forte tensão política, já que o Congresso derrubou o veto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à proibição das saídas, mas decisões do STF e portarias do TJSP mantiveram o benefício para quem já cumpria pena.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/baArOJetbko

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Transcrição
00:00Seguranças, muitas pessoas e preocupação, mais de 30 mil criminosos deixaram os presídios nesta terça-feira
00:06para a última saída temporária do ano no estado de São Paulo.
00:10O benefício é destinado exclusivamente a presos que cumprem pena em regime semiaberto
00:14e depende de autorização individual da justiça.
00:18A saídinha vai até o dia 5 de janeiro, a partir das 6 horas da tarde,
00:22quando todos os criminosos, pelo menos essa é a previsão, deverão retornar para o recolhimento prisional.
00:27Especialistas em segurança pública alertam a população para que redobrem a atenção durante o período de festas
00:34e tenham muito cuidado durante esse período, porque a gente, inclusive para quem nos acompanha por plataformas de vídeo,
00:42percebem uma presença ali na região da Barra Funda, Zona Oeste, aqui da capital paulista,
00:47onde tem uma penitenciária próxima e muitos contemplados com esse benefício acabaram ganhando as ruas ali,
00:54alguns deles com tornozeleira eletrônica.
00:57Um vídeo, inclusive, trazido pela Cássio Miranda, mas chama bastante a atenção,
01:00porque estão celebrando esse momento, né, Cássio?
01:03Exato. Eu acho que são dois fatores que a gente tem que olhar para esse vídeo.
01:06Primeiro, a Barra Funda tem um terminal de ônibus ali,
01:10então muitos ônibus de fora trazem esses presos de penitenciárias do interior.
01:16Em segundo lugar, a gente tem que olhar exatamente para esse aspecto que você falou.
01:20Essa reunião, esse encontro tem um quê de celebração.
01:26Churrasco, né?
01:26Exato. As pessoas têm direito à ressocialização, ninguém nega isso.
01:30Mas para nós, que somos vítimas da violência nesse país,
01:35uma imagem como essa é quase que uma afronta.
01:39É quase que uma afronta a tudo aquilo e por tudo aquilo que nós trabalhamos no dia a dia.
01:45Porque quantos pais de família não foram vítimas de violência ao longo desse ano?
01:50Quantas pessoas não foram vítimas de crimes ao longo desse ano?
01:54Quantas pessoas não estão lutando pelos seus empregos e pelas suas sobrevivências ao longo desse ano?
02:01E essas pessoas ainda não tiveram a chance de celebrar, de interagir com as pessoas próximas.
02:08E no final do dia, presos de todas as unidades do nosso Estado,
02:15estão sendo postos em liberdade, colocados neste lugar.
02:19E há quase que um happy hour entre eles ali,
02:23para que eles se reencontrem e celebrem este período de liberdade.
02:28Período para alguns, que muitos, nós sabemos, não voltaram.
02:32Então, esse tapa na cara da sociedade, acho que tem que ficar como exemplo,
02:36exatamente para a gente lutar por leis mais severas
02:40e que efetivamente tragam uma sensação de segurança para todos nós.
02:45Porque quando elas forem aprovadas e efetivas,
02:49aí sim a gente vai poder se reunir também em praça pública e celebrar a nossa liberdade.
02:55E vai ser um extenso período, né, Diego Tavares?
02:57Até o dia 5 de janeiro eles vão poder passar as festas,
03:01então, tanto o Natal, que se aproxima, já virá da manhã,
03:04um ano novo e devem retornar somente no dia 5 de janeiro.
03:09Olha, David Tavares, para quem nos acompanha por imagens,
03:13o vídeo que nós estamos repercutindo aqui,
03:16ao lado direito dos nossos comentaristas, ao seu lado direito aqui,
03:20é o retrato de um Estado falido.
03:23É o retrato de um Brasil que deu errado.
03:27Nós temos já, ainda bem, uma lei que foi aprovada,
03:31que extinguiu esse benefício, mas essa lei não se aplica
03:34a quem já tinha o direito, a quem já tinha cumprido o pelo.
03:37Então, por muitos anos ainda nós teremos que ver essas imagens
03:40de pessoas que optaram por transgredir a lei,
03:43deixando seus presídios para aproveitarem o Natal ou outros feriados
03:47com os seus familiares, muitas vezes não tendo deixado
03:51com que as suas vítimas tivessem essa mesma oportunidade.
03:54Então, é muito revoltante.
03:56Eu me lembro aqui uma notícia que, infelizmente,
03:59nós tivemos que repercutir aqui na Jovem Pan há algum tempo,
04:02de uma moça de Brasília que foi ameaçada pelo ex-namorado,
04:06que acabou sendo preso, e ele prometeu que a mataria.
04:10Esse preso teve direito a uma saída temporária,
04:13e quando saiu, cumpriu sua promessa e matou essa moça.
04:16Vai explicar para o pai e para a mãe dessa moça
04:19o porquê o contexto, a questão da ressocialização,
04:23o porquê chegado um feriado como o Natal,
04:25um feriado, inclusive, que tem origens cristãs,
04:28que vai muito, afronta diametralmente a questão da prática do crime,
04:33vai explicar para o pai e para a mãe dessa moça,
04:36ou para o pai e para a mãe de qualquer pessoa
04:38que é vítima de um preso que se encontra em saída temporária,
04:42o porquê essas pessoas têm esses direitos,
04:45o porquê essa pessoa tem tantas segundas chances
04:48e a vítima, muitas vezes, não tem.
04:51Então, é triste que o Brasil continue ainda concedendo
04:55essa ampla cartilha de direitos, de garantias,
05:00enfim, de todo um aparato de benefícios
05:02para aquelas pessoas que optam por não seguir as leis,
05:06que optam, muitas vezes, até em tirar a vida
05:08de uma outra pessoa, enfim.
05:12É um cenário revoltante, nos tira a perspectiva
05:16de nós termos, no futuro, um país que deu certo.
05:19O pior de cenas como essa é o quanto isso abala a esperança do brasileiro,
05:24que já se encontra tão fragilizado em razão de tantas outras questões,
05:28de tantos outros problemas que o Brasil tem
05:30e que os nossos governantes, infelizmente, não se esforçam para resolver.
05:33Dávila?
05:35É revoltante, é inexplicável e, como bem disse o Diego Tavares,
05:39é um retrato do fracasso do Estado brasileiro.
05:43Não existe nenhum outro país do mundo
05:45que tenha essa combinação nefasta de saidinha,
05:49que tenha essa combinação nefasta
05:51que envolve um cumprimento de um sexto da pena,
05:54que 40% dos presos, dos criminosos,
05:57acabam sendo liberados numa audiência de custódia.
06:00Isso não existe em nenhum lugar do mundo
06:03onde há baixos índices de criminalidade, de furto e roubo.
06:08Isso é retrato da impunidade.
06:11Pior, David Tarso,
06:13se você somar quantos anos
06:15essas políticas públicas desastrosas estão vigorando no Brasil,
06:21se isso ajudou a diminuir ou aumentar o crime.
06:24E é óbvio que todas as estatísticas mostram
06:28que essas políticas lenientes com o crime
06:31só ajudaram a aumentar o crime no país,
06:35aumentar o número de roubos,
06:37aumentar o número de furtos
06:38e aumentar o número de assassinatos.
06:41Não é à toa que o Brasil hoje
06:43é o sétimo país mais violento do mundo.
06:46É o retrato de um Estado falido
06:48e essa falência está na impunidade do crime.
06:53A impunidade é o maior estímulo que existe hoje
06:57para se cometer o crime e continuar livre.
07:02Caso contrário,
07:03se o governo não vai fazer absolutamente nada
07:06e a oposição deixar passar este tema
07:09que aflige a vida de todos os brasileiros de bem,
07:13seria, sim, aí um tapa na cara
07:16ignorar esse tema e entrar apenas
07:18no embate de retórica ideológica
07:21na eleição de 2026.
07:24Por isso, é hora de tratarmos seriamente
07:26a questão do crime,
07:28não como uma questão partidária,
07:30como uma política de Estado.
07:32Um Estado que vai dar continuidade
07:34em políticas públicas
07:35para reduzir o número de homicídios,
07:38acabar com a impunidade
07:40e, como bem lembrou o Diego Tavares,
07:42ter certeza que todo criminoso
07:44cumprirá integralmente a sua pena
07:47sem nenhum desses benefícios
07:50que hoje existem.
07:52Agora, uma coisa que revolta muitas pessoas também,
07:55e eu acredito que vocês vão concordar com isso,
07:57porque a população reivindica isso,
07:59eu tenho bastante contato
08:01com os policiais militares,
08:02que atuam diretamente,
08:03até mesmo para garantir ali
08:05que os presos não vão para outros lugares,
08:08a não ser aqueles pré-determinados
08:10durante a saída da temporada,
08:11porque eles têm que cumprir
08:12essa restrição,
08:13para que não frequentem bares,
08:15enfim, são vários aspectos
08:17que eles precisam seguir.
08:18Só que quando os policiais militares
08:20realizam a abordagem
08:21de um preso que está descumprindo
08:23alguma medida,
08:24é alvo de questionamento
08:25por parte de ONGs,
08:26o AB também se manifesta,
08:28então, tudo isso a gente vê
08:30e a gente viu na última saída temporária
08:32com alguns policiais
08:34até mesmo me relatando
08:35que, olha,
08:35é difícil você atuar no nosso país
08:37porque você está vendo lá o preso,
08:39às vezes dentro de um bar,
08:40que não pode,
08:41e aí quando você leva ele
08:43para a delegacia,
08:44para que possa retornar
08:45ao sistema prisional
08:46e perder o benefício,
08:48a gente que é alvo de questionamento,
08:49então, está se invertendo
08:50a lógica também
08:51em favor desses presos.
08:53Até os juristas
08:54que estão aqui presentes,
08:54o Acácio e o Diego,
08:56acho que podem explicar
08:56para a gente esse aspecto,
08:58esse contexto
08:59do que garante, de fato,
09:00a lei
09:01e a legitimidade
09:02para que os policiais
09:03possam atuar
09:04e caso encontrem
09:05esses detentos
09:07que foram contemplados
09:08com a saída temporária
09:09desobedecendo
09:10alguma restrição
09:11para que eles possam
09:12retornar ao sistema prisional,
09:14começando pelo Diego Tavares.
09:17Olha, David Tarso,
09:18eu não consigo explicar isso, não.
09:19Eu não consigo entender,
09:21inclusive,
09:21não sei o porquê
09:23dessa inversão de valores.
09:24Para mim,
09:24me parece óbvio
09:26que se um policial
09:27com a fundada suspeita,
09:29é claro,
09:30vê um criminoso
09:31em situação
09:32de potencial
09:33prática de crime,
09:34ele não tem o direito,
09:36ele tem o dever
09:36de abordar
09:37e a sociedade
09:38deveria sim
09:39apoiar isso.
09:40E, aliás,
09:40eu acho que a sociedade
09:41até apoia.
09:43O que nós temos,
09:44de fato,
09:44é como você disse,
09:45uma militância
09:46muito barulhenta
09:47que creio eu
09:48que seja uma minoria,
09:49mas que faz
09:50muito barulho sim
09:51e que gosta
09:51de jogar a culpa
09:53para cima do policial.
09:55E, claro,
09:55esse tipo de barulho
09:56acaba ganhando
09:57um certo
09:58respaldo institucional.
10:00teve uma decisão
10:01há algum tempo
10:03do...
10:03Eu não me lembro agora
10:04se foi do Supremo Tribunal Federal
10:05ou se foi do Superior Tribunal de Justiça,
10:08que colocou
10:08um líder de facção criminosa
10:11nas ruas
10:12em razão das características
10:13da abordagem policial.
10:16Para o tribunal,
10:17a abordagem policial
10:18foi encarada
10:19como uma abordagem
10:20discriminatória.
10:21Então,
10:21esse barulho
10:22que essa militância faz
10:23às vezes encontra,
10:25infelizmente,
10:26um eco
10:26na nossa justiça
10:27e, com isso,
10:28é a população
10:29que fica fragilizada.
10:30com mais criminosos
10:31sendo colocados
10:33nas ruas.
10:34Em outra oportunidade,
10:35também,
10:35traficantes foram liberados
10:37e, nessa oportunidade,
10:39inclusive,
10:40encontrando toneladas
10:41de drogas
10:41dentro de uma casa,
10:43mas os traficantes
10:43foram liberados
10:44por conta de questões
10:45relativas
10:45à abordagem policial.
10:47Então, de fato,
10:48é uma questão cultural
10:49essa inversão de valores.
10:51Nós temos aqui
10:52a cada vez mais
10:53o policial
10:54sendo colocado
10:55como a parte errada
10:56da história
10:57e o criminoso
10:58sendo colocado
10:59como vítima.
11:00Como eu disse
11:00no meu comentário
11:01anterior,
11:02quando nós
11:02debatíamos a abordagem
11:03da esquerda
11:04e da direita
11:05sobre segurança pública,
11:06isso é muito fruto
11:08do ideal de esquerda,
11:09de que o bandido
11:10é um fruto
11:11de um meio injusto,
11:13é a famosa
11:14vítima
11:14da sociedade.
11:16Quem paga
11:16a conta
11:17por esse tipo
11:17de ideologia
11:18descabida,
11:19esse tipo de ideologia
11:20que não tem
11:21qualquer tipo
11:21de racionalidade
11:22que é injustificável,
11:23infelizmente
11:24é o cidadão
11:25de bem,
11:26a pessoa
11:26que opta
11:27por andar
11:28dentro da lei,
11:29por cumprir
11:29as suas obrigações,
11:30por viver pacificamente
11:31em sociedade.
11:33E, infelizmente,
11:34ao que parece,
11:35esse cenário
11:36tende a se perpetuar,
11:37porque, como eu disse,
11:38essa cultura
11:39tem ganhado
11:40certa guarida
11:41do nosso poder judiciário.
11:43Então, essa inversão
11:44institucional
11:45também precisa ser revista.
11:47Nós precisamos também
11:47trabalhar isso
11:48do ponto de vista
11:49não só
11:49da alteração
11:50das leis,
11:51da mudança
11:52do nosso sistema
11:52de justiça,
11:53mas também
11:54por parte
11:55da cultura
11:55dos nossos
11:56aplicadores
11:57do direito.
11:58É, e muitas vezes
11:58você citou um ponto
11:59que eu acho
12:00que é fundamental também,
12:01a fundada suspeita
12:02do porquê
12:02que o policial
12:03realiza a abordagem.
12:05Isso tem sido
12:05alvo de questionamento,
12:06inclusive,
12:07nas saídas temporárias,
12:08a reclamação
12:09dos policiais
12:09com quem eu converso
12:10é justamente essa,
12:11porque dizem assim,
12:12hoje em dia parece
12:13que a gente tem que pedir
12:14uma permissão,
12:14olha, com licença,
12:16nós vamos te abordar
12:17porque você está
12:18num ambiente
12:19ou apresentou
12:20determinada atitude.
12:22Então, assim,
12:23tem que explicar
12:23todos os parâmetros
12:25ali legais
12:26para que eles possam
12:27realizar a abordagem
12:28para falar,
12:29olha,
12:29houve fundada suspeita
12:31a Cássio Miranda.
12:32David,
12:33são dois os pontos
12:34levantados por você,
12:35um tem uma regulamentação
12:36muito bem delineada
12:38na lei
12:38e a outra,
12:39e o outro é muito vago.
12:40começando,
12:42a saída temporária
12:43tem todos os seus requisitos
12:45na lei 7.210 de 84,
12:48a lei das execuções penais,
12:50e se porventura
12:51há o descumprimento
12:53de um ou mais
12:55destes requisitos,
12:56aquele que for surpreendido
12:58nesta situação
12:59deve ser conduzido
13:01à delegacia
13:01para que ele seja posto
13:03imediatamente em liberdade.
13:04trocando em miúdos,
13:07cai imediatamente
13:09o seu direito
13:10à saída temporária.
13:12A lei estabelece
13:14exatamente esta sanção
13:16para quem descumpre
13:18os requisitos
13:19da saída temporária.
13:21Inclusive,
13:21quando nós olhamos
13:22para o vídeo,
13:23vários dos presos
13:25que lá estão,
13:26estão com a tornozeleira
13:28eletrônica
13:28para que seja feito
13:29esse encaminhamento
13:30e para que seja feito
13:32este acompanhamento
13:34quanto ao cumprimento
13:35destes requisitos.
13:37Então,
13:37a autoridade policial
13:39surpreendeu alguém
13:40fora dos requisitos
13:41da lei,
13:42conduz à delegacia,
13:44é lavrado alto
13:45de prisão
13:46em flagrante ali,
13:47não necessariamente
13:48por haver um crime,
13:50mas tudo aquilo
13:50é autuado
13:51para que ele seja
13:52encaminhado
13:53à autoridade policial.
13:55Agora,
13:56no que diz respeito
13:57à fundada suspeita,
13:59se a gente olha
14:00para o Código de Processo Penal,
14:02não há
14:02nenhum artigo,
14:05nenhum parágrafo,
14:06nenhum inciso,
14:07nenhuma linha
14:08dizendo que seja
14:10fundada suspeita
14:11que justifique,
14:13que fundamente
14:14a realização
14:16da abordagem
14:17por parte
14:18da autoridade policial.
14:19Então,
14:20é óbvio
14:20que a autoridade policial
14:22tem experiência
14:23suficiente
14:24para determinar
14:25o que são situações
14:26onde há
14:28fundada suspeita
14:29e o que são situações
14:30onde não há
14:31fundadas suspeitas.
14:33E quando ele
14:34realiza uma abordagem
14:36e há um auto
14:37de prisão
14:37em flagrante,
14:38há uma prisão
14:39em flagrante,
14:40quando a autoridade
14:41policial
14:41for ouvida,
14:43ela dirá
14:43quais foram
14:44as razões
14:45que a levaram
14:46a entender
14:47que há
14:47a fundada suspeita.
14:50Talvez,
14:50talvez,
14:52são duas
14:52as possíveis soluções.
14:54Primeira,
14:54se nós tivéssemos
14:56na lei
14:56alguém dizendo
14:58que é fundada
14:59suspeita efetivamente
15:00para que prisões
15:02não fossem anuladas.
15:03Ou,
15:04em segundo lugar,
15:06que houvesse mais
15:07proximidade
15:08entre judiciário
15:10e autoridade policial
15:11para que cada qual
15:13entendesse
15:14as dificuldades
15:16na atuação
15:17do coleguinha.
15:18Porque os juízes,
15:19e eu não estou aqui
15:20criticando os juízes,
15:21mas os juízes
15:22têm um papel
15:23no dia a dia
15:24mais fácil
15:25que os policiais
15:26militares,
15:27por exemplo.
15:27Porque o policial
15:28está ali
15:29no calor dos fatos
15:30com uma remuneração
15:32ruim,
15:33desprotegido
15:34em termos
15:35de estrutura
15:36e desprotegido
15:38em termos
15:38jurídicos
15:39e mesmo assim
15:40ele está cumprindo
15:41o seu papel
15:42dentro das suas
15:43possibilidades.
15:44Então,
15:45seria necessário
15:45que os nossos juízes,
15:47que os nossos promotores
15:48entendessem isso também
15:50e,
15:51a partir
15:51destas dificuldades,
15:53ajudassem
15:54ajudassem
15:55na solução
15:56e não
15:57simplesmente
15:58na manutenção
16:00dos termos
16:01atuais
16:01que,
16:03aposto que
16:03ninguém discorda,
16:05são problemáticos.
16:06Eu estava doido
16:07para achar a notícia
16:07aqui,
16:08inclusive,
16:09conseguir encontrar
16:09sobre os questionamentos
16:11das prisões
16:12que foram feitas
16:13daqueles que foram
16:14contemplados
16:15na última saída
16:16temporária.
16:16A defensoria
16:17disse na época
16:18que as prisões
16:19dos detentos
16:20contemplados
16:20com a saída
16:21temporária
16:22lá em março
16:23foram ilegais
16:24na grande São Paulo
16:25porque apenas
16:2661%
16:27foram por
16:28descumprimento
16:29de horário
16:29da Ávila.
16:30O fato é,
16:31muito bem colocado
16:32pelo Acácio,
16:33essa diapasão
16:34entre a função
16:35do policial
16:36e a atitude
16:37da justiça
16:38é o que causa
16:39a impunidade.
16:41A impunidade
16:42é fruto
16:43desta assimetria
16:44no fazer
16:45a lei cumprir
16:46e aqueles
16:47que fazem
16:48com que a lei
16:49seja respeitada.
16:50Nesse caso,
16:51os policiais.
16:53Enquanto
16:53esta diapasão,
16:54essa assimetria
16:55existir,
16:57não há como
16:57resolver a questão
16:58da segurança
16:58pública no Brasil,
16:59nem que o Congresso
17:00aprove pena
17:01perpétua,
17:02porque no fundo
17:03vai ter sempre
17:04um juiz
17:04que vai interpretar
17:05a lei
17:06de acordo
17:07com as suas
17:09crenças,
17:09a sua ideologia
17:10e não de acordo
17:11com aquilo que está
17:11dito
17:12para ser cumprida
17:13na lei.
17:14Então,
17:15o grande problema
17:15é,
17:16se nós não
17:16eliminarmos
17:17todos esses
17:18penduricalhos
17:19que só aumentam
17:20a impunidade,
17:21como o cumprimento
17:22de um cesto
17:23da pena,
17:23audiência de custódia,
17:25saidinha,
17:26não há como
17:27fazer valer
17:28a pena.
17:29Fazer aquilo
17:30que o Diego
17:30já falou aqui
17:31várias vezes
17:31no programa,
17:32é fazer,
17:32ter certeza
17:33que alguém
17:34que cometer um crime
17:35ficará preso
17:37e cumprindo
17:37integralmente a pena.
17:39Não é o cesto
17:40da pena,
17:41não é ler
17:41dois, três livros
17:42e diminuir pena,
17:43não tem nada disso,
17:43vai cumprir.
17:44Se pegou 30 anos
17:45de cadeia,
17:45vai ficar 30 anos
17:46na cadeia.
17:47Isso é o maior
17:48fator de dissuasão
17:50para pessoas
17:51entrarem no mundo
17:51do crime.
17:52Todos os países
17:54que hoje
17:55gozam
17:56de baixa criminalidade
17:57tiveram este rigor
17:59no cumprimento
18:00da lei
18:01e fazer com que
18:02aqueles que
18:03almejam
18:04entrar no crime
18:04ter certeza
18:05que se forem
18:06pegos
18:06cumprirão
18:07integralmente
18:08a pena.
18:08Então,
18:09David Tarso,
18:09eu não vejo
18:10como resolver
18:11este dilema
18:12enquanto tiver
18:14esta enorme
18:15diapasão
18:15entre juízes
18:17e polícia.
18:18Elas precisam
18:19andar em sintonia,
18:20em harmonia.
18:21É a diapasão
18:22que existe
18:22na política econômica,
18:23David Tarso.
18:24O governo gasta
18:25e o Banco Central
18:27tem que colocar
18:27o pé no freio
18:28fazendo a maior taxa
18:29de juros do mundo.
18:30E aí a gente vive nisso.
18:31Não tem jeito.
18:32Se você guiar o carro
18:33um põe o pé no acelerador
18:34e o outro breca
18:34e o carro não anda.
18:35É o que está acontecendo
18:36na segurança pública
18:37e na política econômica.
18:39Mas depende
18:39de quem dirige, né?
18:40A culpa era do Campos Neto.
18:42Hoje em dia
18:42já não é mais ele,
18:43o antigo presidente
18:44do Banco Central.
18:45Então,
18:46depende também
18:46de quem está pilotando
18:48a máquina.
18:49Mas esses questionamentos
18:50também que geram
18:52uma descredibilidade
18:54por parte dos policiais.
18:56Porque dizer
18:57que 61%
18:58da saída temporária
18:59das prisões
19:00que foram efetuadas
19:01por parte dos policiais
19:02foram ilegais
19:02porque os presos
19:03estavam descumprindo
19:05o horário.
19:06Poxa,
19:07se você tem
19:07as restrições
19:08já impostas,
19:09se você descumpre
19:10alguma delas,
19:11no meu entendimento
19:12e acredito que seja
19:13também de boa parte
19:14da população,
19:15é que você deve retornar
19:16ao sistema prisional
19:17porque você descumpriu
19:18aquela medida
19:18ou não deve ser encarado assim.
19:21A gente deve ver
19:22com outros olhos
19:24Diego Tavares.
19:26O problema é que
19:26no direito brasileiro
19:27sempre tem um
19:28veja bem,
19:29David Dittar.
19:30Sempre tem um jurista
19:31para explorar a pílula
19:32e dizer
19:33que o legislador
19:34quando editou
19:35uma lei
19:36não queria dizer
19:36na verdade
19:37aquilo que claramente
19:38ele disse
19:39pela redação.
19:40Ora,
19:41se 60%
19:42das prisões
19:43se deram
19:44porque o preso
19:45estava descumprindo
19:46as regras de horário,
19:47tem como você falar
19:48em ilegalidade,
19:49é interpretação.
19:50Isso aí é
19:51aplicação criativa
19:52da lei,
19:53o que infelizmente
19:54é muito comum
19:55no país.
19:56Não à toa,
19:56nós não só
19:57carregamos
19:58esse rótulo,
19:59esse rótulo
20:00nada honroso
20:00de país
20:01da impunidade,
20:02nós carregamos
20:03também o rótulo
20:04de país
20:04da insegurança
20:06jurídica,
20:07porque aqui
20:07mudou o juiz,
20:09muda a aplicação
20:09da lei,
20:10mudou o réu,
20:11muda a aplicação
20:12da lei,
20:12passou um ano,
20:13passou um ano e meio,
20:14muda a interpretação
20:16da lei e nós
20:17somos obrigados
20:18a conviver com isso,
20:19com essa instabilidade
20:20da aplicação
20:21da lei,
20:22que é justamente
20:23aquilo que fundamenta
20:24um Estado democrático
20:25de direito,
20:26é o império
20:27da lei,
20:28é o império
20:28da lei que faz
20:29com que nós
20:29sejamos um Estado
20:30democrático
20:31de direito.
20:32O problema
20:32é que aqui no Brasil
20:33nós nunca sabemos
20:35o que a lei
20:35quer dizer,
20:36ou melhor,
20:37nós até sabemos
20:38o que a lei
20:38quer dizer,
20:39mas o tomador
20:40de decisão,
20:41o dono da caneta
20:42quer fazer com que
20:43as pessoas acreditem
20:44que na verdade
20:45não é aquilo
20:46que a lei diz.
20:47Esse caso
20:48da saída temporária
20:49estampa muito bem.
20:51Aliás,
20:52acho que muitos casos
20:53de benefícios
20:54penais,
20:55benefícios,
20:56direitos e garantias
20:57que estão contidos
20:58na nossa legislação
20:59exemplificam muito bem
21:00essa situação.
21:02E o detalhe
21:03disso tudo,
21:03nós estamos falhando,
21:05nós não estamos
21:06cumprindo nenhuma
21:07das finalidades
21:09do apenamento
21:10de uma pessoa
21:11que transgride a lei.
21:12Nós não conseguimos
21:13reeducar,
21:14não conseguimos a tal
21:15da ressocialização,
21:17muito pelo contrário,
21:18nós vivemos aí
21:18uma realidade
21:19de um sistema carcerário
21:20totalmente falido,
21:21tomado pelo crime
21:22organizado,
21:23em alguns estabelecimentos
21:25sequer os policiais
21:26penais têm acesso
21:28a todas as dependências
21:29da prisão,
21:30porque a prisão
21:30é controlada totalmente,
21:33todos os expedientes
21:34da grade
21:34para dentro
21:35são controlados
21:36pelas facções
21:37criminosas
21:38e nós não temos
21:39também na outra ponta
21:40a aplicação correta
21:41da lei.
21:42Como disse muito bem
21:43o Dávila,
21:44nós temos aí
21:44um abismo
21:45entre a atividade
21:46do policial
21:47e a atividade
21:48das polícias
21:49que entre si
21:50também tem alguns choques,
21:51a polícia ostensiva
21:52e a polícia investigativa.
21:54Então,
21:55o que falta no Brasil
21:56é um sistema legal
21:57coeso
21:58e uma aplicação
21:59direta,
22:00uma aplicação
22:01sem firula
22:01desse sistema legal,
22:03porque a partir daí
22:04eu acredito
22:05que nós tenhamos
22:05um pouco mais
22:06de estabilidade
22:07institucional
22:08em todos os atores
22:09que compõem
22:10a segurança pública.
22:11Polícias,
22:12o poder judiciário,
22:14a própria defensoria pública
22:15que também
22:15é um ator
22:16que se manifestou
22:17nesse sentido,
22:18a advocacia
22:19que também,
22:20como diz a Constituição,
22:21é essencial
22:22à aplicação da justiça
22:24e quando todos
22:24esses atores
22:25entrarem em compasso,
22:26talvez finalmente
22:27nós tenhamos
22:27uma situação
22:28um pouco melhor
22:29no que diz respeito
22:30à segurança
22:30no nosso país.
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