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José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile com 58,3% dos votos no segundo turno. A vitória refletiu um discurso focado em segurança pública, imigração e redução do papel do Estado. Apesar da reação positiva dos mercados, o novo governo deve enfrentar um Congresso dividido. Acompanhe a análise de Mariana Almeida.

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Transcrição
00:00O candidato de direita José José António Kest foi eleito presidente do Chile no segundo turno das eleições,
00:08com 58,3% dos votos, marcando a mais expressiva guinada conservadora do país desde o fim da ditadura militar.
00:17A vitória foi impulsionada por um discurso voltado à segurança pública, ao controle da imigração e à redução do papel do Estado.
00:24A candidata de esquerda, Yanete Hara, ficou com 41,7% dos votos e reconheceu a derrota ainda na noite deste domingo,
00:34destacando a importância da estabilidade institucional.
00:37Ao longo da campanha, Kest defendeu o reforço das fronteiras à ampliação da atuação das forças armadas em áreas de maior violência,
00:47a deportação de imigrantes em situação irregular e cortes nos gastos públicos.
00:52Apesar da reação positiva dos mercados financeiros, o presidente eleito deve enfrentar resistência em um congresso dividido,
01:00o que pode limitar o avanço de reformas e de pautas mais sensíveis durante o mandato.
01:07Mariano Almeida, a gente vê um ultraconservador ganhando agora no Chile.
01:12Ele pediu ajuda internacional para o combate do crime organizado, recebeu as felicitações do presidente Lula.
01:24Há uma questão da imigração, ele também tem um discurso forte de combate à imigração,
01:28na mesma linha, por exemplo, de Donald Trump, e disse que quer manter uma boa relação com os países do Mercosul.
01:37Vamos ver até quando isso pode durar, né, Mariano?
01:39Pois é, Cláudio, acho que ele tem nesse perfil ultraconservador, ultradireita,
01:44a gente tem colocado muita coisa no meio desse balaio e fica difícil saber exatamente quais as características
01:50que podem fazer parte desse rótulo aí, de fato, aparecem no caso do cash.
01:56Estou falando que, por exemplo, do ponto de vista econômico, a estrutura, o que ele defende para a economia,
02:00foi menos enfático, não foi o centro da campanha, a campanha ficou realmente no aspecto da segurança,
02:06inclusive, ele fala no discurso agora, depois de receber a notícia de que tinha sido vitorioso,
02:12ele fala de crescimento, mas a ênfase é dada nos aspectos relacionados ao controle da questão da segurança pública
02:20e da imigração.
02:22Então, eu diria que, em termos de soluções econômicas, tem pouca novidade sendo colocada no papel,
02:27a ideia de cortar gastos do governo, um debate tradicional aí entre mais liberais e mais intervencionistas,
02:35mas com essa roupagem aí de tentar buscar um certo inimigo, que é o inimigo externo,
02:40que é a ideia da imigração.
02:42E isso é um assunto que eu acho que preocupa e que ainda merece mais aprofundamento
02:45para a gente ver como é que isso vai crescer no mundo.
02:48Então, o Donald Trump vem falando disso, falou bastante disso lá nos Estados Unidos,
02:52agora chega também ao Chile, que é o quê?
02:54O que vem de fora, quem vem procurar aqui, pode ser responsável pelos problemas,
03:00seja de segurança, seja econômicos.
03:02E isso é o inverso, quando a gente olha para a economia, do que foi, inclusive,
03:05as bases do crescimento do continente americano.
03:08O continente americano que cresceu, se diversificou, criou riqueza a partir justamente da imigração.
03:13Então, a força do continente americano veio da possibilidade do trabalho
03:18e do trabalho constituído de quem vinha e acreditava nas terras.
03:22O Chile, inclusive, tem uma história muito bonita desse processo de um país que cresce,
03:27se estrutura, sem grandes riquezas naturais.
03:30Hoje, o cobre é muito importante lá, mas ele foi nos saltos principais da formação do país do Chile.
03:37Tinha essa imagem de que é um país que se faz, apesar de ser só um país fininho,
03:43numa terra não muito produtiva, numa situação difícil,
03:46e que exige de quem ali resolve se instalar muita energia.
03:49Então, isso, quem resolve se instalar é quem vem de fora.
03:52Então, imigração era muito associado justamente a essa possibilidade de investir no lugar
03:59e agora mudando, invertendo para o outro lado e se conectando com quem imigra é o crime,
04:05é o negativo, é o que está fundando a economia.
04:08Então, esse pacote é um pacote complexo,
04:12porque talvez esteja generalizando e colocando aí o problema num lugar que é diferente do que temos.
04:17O que temos? Economias em diversos lugares com dificuldade de encarar as novidades
04:22que tem trazido nos nossos tempos.
04:24Quais novidades?
04:25A inteligência artificial, a mudança com relação ao trabalho,
04:28os taxas de crescimento mais baixos,
04:30e o Chile também vivenciou essas dificuldades.
04:32Mas é isso, é uma nova fase.
04:34De novo, os argumentos não fecham exatamente no modelo econômico.
04:38É interessante observar, acompanhar, entender qual vai ser o impacto
04:41para o continente e para a narrativa internacional sobre deslumbramentos econômicos possíveis
04:46nos países a partir de agora.
04:47Klein?
04:48Maria, ele fez um discurso apaziguador, mais conciliador,
04:52mas me chamou a atenção que nessa questão do crime organizado,
04:55além da ajuda internacional, ele também pediu ajuda da oposição.
04:59Então, ele traz a oposição para uma responsabilidade também nessa questão do crime organizado.
05:04No seguinte sentido, qual é a leitura?
05:06Olha, se vocês vierem me criticar, vocês podem participar também nesse sentido do governo,
05:12ajudar, não só critiquem, tentem fazer o seu papel.
05:15Então, ele já faz esse discurso e já coloca a oposição também no holofote
05:19em relação ao crime organizado.
05:21Pois é, porque ele tem um congresso dividido,
05:24ele vai ter que passar pela oposição também para poder conseguir implementar as suas mudanças.
05:29Isso sendo talvez uma sinalização positiva do ponto de vista do respeito institucional.
05:34Porque, como ele, a gente trouxe na reportagem,
05:38é um dos primeiros presidentes que abertamente também faz menção positiva,
05:44como admirador de Pinochet, de Augusto Pinochet,
05:46que foi um ditador no Chile.
05:48Ditadura, portanto, que colocou à margem justamente a institucionalidade.
05:53E aí tem dois caminhos, ou eu ignoro a oposição,
05:56que é o que costuma acontecer em ditaduras,
05:58ou eu dialogo com a oposição e tento achar caminhos aí
06:01de corresponsabilização ou de identificação das diferenças
06:04em respeito a partir de alguns assuntos,
06:07que é o que seria mais saudável.
06:09Então, vamos ver como o Castro vai se comportar.
06:12Ele que, de novo, tem essa figura curiosa,
06:15porque traz um acirramento de um lado,
06:17ao mencionar a ditadura,
06:19ao ser muito duro com relação às temáticas aí de costumes,
06:23às temáticas voltadas aí à questão imigratória,
06:27mas no discurso apaziguador,
06:29dando talvez um sinalzinho de que a institucionalidade importa.
06:33E por isso eu vou conversar com quem também foi eleito,
06:36embora não esteja exatamente no mesmo viés ideológico que eu.
06:39Seria positivo nesse caso, viu, Klein?
06:42É, e ele que deve fazer algumas mudanças
06:44no direcionamento político e econômico do país,
06:47já que, por exemplo, o slogan de campanha,
06:49a bandeira dele era La Fuerza del Cambio,
06:51a força da mudança e foi nesse sentido
06:55que ele acabou derrotando a candidata governista.
06:59Klein, só uma pitadinha aqui.
07:01Essa questão da mudança é interessante,
07:03se a gente observar na América Latina,
07:05nos últimos 10, 15 anos,
07:06é sempre a mudança que pauta, viu?
07:08Ou seja, é sempre uma sensação
07:10de que o que está acontecendo não é satisfatório.
07:14Os slogans de mudança à direita e à esquerda
07:17foram vitoriosos, via de regra,
07:19na maioria dos países nos últimos vários anos.
07:20Então, isso é para a gente pensar
07:22com um pouquinho mais de profundidade,
07:24quer dizer, sempre vai precisar mudar, né?
07:26Mudar, então, será que estamos com dificuldade
07:28de achar um caminho de construção
07:29que seja continuar?
07:31Bom, isso para ficar aí só de pitadinha para o futuro.
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