- há 2 dias
A Jovem Pan vai deixar você ligado na tomada - com o podcast mais eletrizante do mercado - para um debate com os maiores craques da indústria automotiva, executivos e pilotos.
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🚗
MotorTranscrição
00:00Você sabe aquela história, tudo que é bom dura pouco?
00:10No Ligados na Tomada não é assim, quando é bom a gente dá uma esticadinha.
00:14Então por isso mesmo, a gente já tinha saído dos estúdios da Jovem Pan aqui para o Salão do Automóvel de São Paulo
00:19e continuamos aqui na Rolex 6 horas de São Paulo, nesse belíssimo estúdio e agora com a head do evento Aline Vilatti.
00:29Tudo bem Aline?
00:30Tudo bem Alex, obrigada aí pelo convite e obrigada por ter vindo aqui também no Salão nos visitar.
00:35Olha, mais legal, vocês deviam ter acompanhado a minha conversa com a Aline e os bastidores.
00:39Demos muita risada, mas vocês vão continuar curtindo muito esse bate-papo.
00:44Aline, no automobilismo a gente fala muito, já conversei com vários pilotos,
00:49que às vezes mais difícil do que chegar na liderança é manter a liderança.
00:53O cara sai na pole, mas depois ele tem que ficar olhando pelo espelho retrovisor.
00:56Doutor, vocês atingiram um ponto bem legal aqui em São Paulo, com a etapa de São Paulo, de sucesso.
01:02Qual que é a tua estratégia para continuar sucesso nos próximos anos?
01:06Olha, eu acho que como todo piloto, para se manter na frente, ele precisa de um trabalho de equipe, não é verdade?
01:14Então assim, ele sozinho, mesmo que ele esteja ali na frente, se a equipe dele que está lá no boxe não estiver muito bem alinhada para o pit stop dele,
01:22para o momento, para trocar o pneu na hora certa, para saber o que tem que fazer no momento certo,
01:28ele não consegue manter a liderança.
01:29Então acho que para a gente é a mesma coisa, né?
01:32A gente chegou aqui, ninguém estava acreditando que seis horas de São Paulo ia ser um sucesso,
01:37muita gente duvidando, será que vai ser mesmo, não vai?
01:39E graças a Deus a gente conseguiu fazer um trabalho que agradou o público, que as pessoas ficaram felizes
01:44e a nossa estratégia é manter o ritmo, manter o padrão do evento, tentar fazer sempre o melhor para o público,
01:53mas não esquecer que para que seja um sucesso você precisa de várias pessoas trabalhando junto com você,
02:00o mais importante é que você precisa do público.
02:01Então, como a gente precisa do público, a gente tem que fazer o melhor para eles
02:04e continuar mantendo ali o padrão de qualidade e a excelência para satisfazer o nosso público.
02:10Eu acho que a categoria, Alina, trouxe um ponto muito alto para o brasileiro.
02:16O brasileiro é apaixonado por automóvel, ele é apaixonado por tecnologia,
02:20a gente pode ver isso aqui no Salão do Automóvel.
02:23Chegaram novos players no mercado trazendo eletrificação, trazendo desruptura,
02:28trazendo carros que antigamente a gente chamava de carro conceito.
02:31Não, hoje você vê o carro, você acha que é conceito ou não, ele já está na rua.
02:34E eu acho que a categoria traz isso também.
02:37Ela traz as super máquinas, como eu vi várias, como o da Peugeot, o 9X8,
02:42ou seja, ele traz uma linha de produto diferente, se a gente falar em line-up da indústria automotiva,
02:49diferente daquilo que ele vê na Fórmula 1, mas com um cartão de visita muito forte.
02:54Imagina, uma categoria que passa por Nürburgring, que passa por Le Mans,
02:58que tem aqui em São Paulo, a sua volta em São Paulo já foi triunfal,
03:02ficou um tempinho fora, a gente ficou carente da categoria aqui,
03:06de uma categoria de turismo de protótipos realmente de verdade, de verdade.
03:11Mas eu acho que a cereja do bolo Le Mans, ela passa a ser um atrativo também
03:15e pode ser usado como referência para a corrida do Brasil, você não acha?
03:19Com certeza.
03:20Eu acho que assim...
03:21É sempre um cartão de visita da Le Mans, né?
03:22Le Mans é sempre uma referência.
03:25Eu diria mais que um cartão de visita, Le Mans é uma referência.
03:28Porque a gente sabe que você deve saber até muito mais do que eu, né?
03:32Porque eu organizo evento, eu não sou especialista em automobilismo.
03:34Me chamou de bem mais velho que ela.
03:36Quando eu falo assim, você deve saber muito mais que você.
03:40Não, mas você tem o raio-x muito mais amplo de tudo que acontece, Aline.
03:45A gente sabe que a maioria das tecnologias dos carros que estão na rua hoje,
03:49a maioria deles vieram de desenvolvimento e testes que são realizados em Le Mans.
03:54Eu acho que o grande acerto que o ACU teve, a gente sempre teve os protótipos, né?
03:58Que eram as categorias LMP1 e LMP2.
04:01A P2 continua acontecendo nos outros campeonatos, mas com a mudança do regulamento,
04:07passando de LMP1 para Hipercar, facilitando para as montadoras,
04:12eu acho que criou uma proximidade também com o público.
04:14Porque uma LMP1 era um carro fantástico, mas a distância que existia também para o público
04:21de que será que um dia eu vou andar numa LMP1?
04:23Não, não vai, porque a gente não pode botar uma P1 para andar na rua.
04:26Porém, o Hipercar, a gente já tem Hipercar que está andando na rua.
04:29Então, acho que o que é legal disso é que gerou realmente,
04:33democratizou ainda mais Le Mans, porque Le Mans é uma corrida democrática,
04:37mas eu acho que trouxe para o público essa proximidade real de que eu vou andar num carro
04:44que hoje é o carro do futuro.
04:45Então, acho que isso é muito legal e que fez também com que difundisse ainda mais
04:50a prova, a categoria e o trabalho que é feito em Le Mans e na UEC.
04:54Você falou uma coisa bem interessante de tecnologia e alinhado com o que a gente vê hoje
04:59na mobilidade urbana.
05:01Porque eu lembro que a primeira vez que eu estive em Le Mans,
05:03eu fui privilegiado por algum convite de algumas montadoras,
05:07eu fui 13 vezes para a Le Mans.
05:10E foi lá que eu vi a primeira vez a hibridização de uma categoria,
05:15mesmo antes da Fórmula 1, quando a Audi trouxe o protótipo delas híbrido,
05:19um mega engenheiro, o Wolfgang, que cuidava de toda essa parte técnica.
05:23Eu tive oportunidade de conhecer tanto a hibridização deles como o da Porsche também.
05:27E a gente achava um sonho muito distante, como você falou,
05:30a gente encontrar isso na rua.
05:32Então ela era um aspiracional, primeiro, a gente sabe que motorsport já é mais elitizado.
05:38E aí quando você via essa tecnologia, você achava que era muito aspiracional e distante.
05:42Hoje você está vendo nas ruas e mais uma vez provando
05:46que a categoria de motorsport é um excelente laboratório,
05:50não só de tecnologia, mas para a segurança também das ruas.
05:54Eu não sei se você percebe isso também no circuito que você acompanha globalmente.
05:59Ah, sem dúvida.
06:00O que eu costumo dizer é o seguinte, Le Mans e outras provas,
06:05mas eu falo Le Mans primeiro porque é a categoria principal do campeonato que eu trabalho,
06:10e porque lá é uma prova de 24 horas.
06:12Literalmente a gente consegue testar tudo, né?
06:14Então a gente fala assim, tudo que resiste às 24 horas correndo,
06:18significa...
06:18É um grande laboratório, né?
06:20É um grande laboratório, que vai dar certo.
06:22E vai desde o asfalto, a guarda e reia, tudo que você puder imaginar,
06:26é testado numa prova como essa.
06:29Então sem dúvida nenhuma, toda a questão de segurança que existe até de trânsito,
06:33muitas coisas são desenvolvidas em provas como essas,
06:35que são as provas de resistência e que é utilizado.
06:38Aliás, eu costumo dizer também, Alex,
06:40que a gente inclusive testa a nossa própria resistência,
06:43a nossa própria capacidade, né?
06:45Porque pra trabalhar 24 horas sem parar,
06:48precisa realmente ter uma...
06:50Se preparar psicologicamente, né?
06:52Exatamente.
06:54Aline, pelo histórico que eu acompanho de Fórmula 1,
06:56eu acompanho Fórmula 1 desde 1973.
07:00A minha primeira prova como profissional foi o 86,
07:04desde que a Hungria entrou no calendário da Fórmula 1
07:06e Le Mans um pouco depois disso.
07:08Pra ter 13 provas, eu já tô algum tempo nessa pista.
07:11Não vou nem falar nessa praia, mas nessa pista.
07:12Mas uma coisa que traz a percepção pro brasileiro de uma categoria aqui
07:17é ter a categoria, não basta ter só a transmissão,
07:21mas ter a categoria e ter um piloto brasileiro.
07:24O brasileiro, ele tem uma cultura muito de idolatrar os seus ídolos,
07:30desculpem aí a redundância, mas no fundo é isso,
07:33o ídolo, ele tem que estar na pista pra ter a torcida.
07:37Diferente do que a gente vê na Itália com o Ferrari,
07:39ou que vê na Argentina, que os caras adoram,
07:41até a corrida de carrinho alemã, mas o Brasil,
07:44o brasileiro, ele cultua o seu ídolo e cultua o super-herói na pista.
07:48E esse ano aqui, a categoria deu mais uma referência,
07:51como você fala, em cartão de visita,
07:53com o próprio Barrichello.
07:54Um nome como Barrichello, o filho do Barrichello,
07:57indo pro pódio, fazendo uma belíssima corrida.
08:01Isso também passa a ser um atrativo, né?
08:03Você ter aquele brasileiro pra entrar na torcida,
08:06pra se engajar com você quando tá na cribancada.
08:09Ah, sem dúvida nenhuma.
08:10Diferença é total, né?
08:12Porque a UEC é um campeonato de marcas.
08:15Então, o que acontece, literalmente, é isso, né?
08:17É Toyota contra Porsche, contra Ferrari,
08:19Ford versus Ferrari,
08:21não é piloto contra piloto.
08:22Exatamente.
08:23Mas a gente percebe, no Brasil, principalmente,
08:27apesar de que com o Valentino Roças,
08:29a gente também tem isso lá na Itália, né?
08:31O público, ele quer ver o Valentino.
08:34Aqui no Brasil, não.
08:35O brasileiro, ele quer ver o piloto brasileiro.
08:37Ele quer ver a bandeira brasileira, né?
08:40A diferença que fez de ter um brasileiro no pódio é total.
08:45Você vê que o público, ele tá ali vibrando de verdade.
08:48A gente fala o seguinte,
08:50a cereja do bolo da corrida de 2025
08:52foi, realmente, o do Barrichello ir pro pódio.
08:55A gente espera aí que as empresas brasileiras
08:57apoiem mais os nossos pilotos, né?
08:59Pra que eles consigam ter vagas
09:02e competir mais em outras categorias, né?
09:05Aline, a gente sabe a dimensão e o tamanho da categoria
09:08e você é head da etapa do Brasil,
09:12ou seja, da Rolex, seis horas aqui no Brasil.
09:14Qual foi o teu maior desafio?
09:15Foram tantos que é difícil até de dizer qual foi o maior.
09:21Porque climatizar isso é muito difícil, né?
09:24É muito difícil.
09:24É um evento, a UEC é um evento muito grande, né?
09:28Você tem, são 37 carros.
09:30Então, você tem três pilotos por carro,
09:32são quase 3 mil pessoas que vêm de fora pra trabalhar.
09:35A estrutura é muito grande, né?
09:37A gente diz assim, o paddock da UEC é muito grande.
09:40Então, não cabe no paddock de Interlagos.
09:43Então, a gente tem que ter um segundo paddock.
09:45E aí, você tem todos os desafios estruturais, né?
09:48Do próprio autódromo, do formato do autódromo
09:52e de tudo que a gente enfrenta mesmo como dificuldade no Brasil
09:55pra fazer um evento, né?
09:57Mas o maior desafio, eu acho que pra mim,
10:00foi de fazer a montagem do evento,
10:02de conseguir colocar aquela estrutura toda de pé, né?
10:05Em tão pouco tempo, porque a gente tem apenas três semanas pra...
10:09Eu costumo dizer, tem três semanas pra montar o circo
10:11e uma pra desmontar.
10:13Então, é bem desafiador.
10:16E o outro desafio também é de trazer a cultura, né?
10:19A gente precisa trazer a cultura do Endurance pro Brasil
10:21de uma forma geral.
10:23A gente tem aí os amantes do automobilismo que adoram,
10:26que conhecem, mas a gente precisa ainda expandir
10:28e levar essa cultura pra mais pessoas.
10:31O que a gente pode esperar da etapa de 2026?
10:35Alguma mudança, alguma novidade que você já possa adiantar aqui pra gente?
10:39É, a gente não tem, assim, nenhuma grande mudança, né?
10:41A gente já fez uma mudança importante de 24 pra 25,
10:44quando a gente dobrou o tamanho da fanzone.
10:47A gente percebeu que o público brasileiro gostou da fanzone,
10:50que a Alemanha é precursora, né?
10:52Em fazer fanzone, faz mais de 100 anos que tem fanzone em Alemanha.
10:55Então, a gente já passou pra 45 mil metros quadrados.
10:57Então, o nosso grande desafio esse ano,
11:00em termos de o que a gente vai levar de novo pro público, né?
11:03É de conseguir, realmente, criar outras áreas dentro do autódromo
11:09pra ter entretenimento pras pessoas que estão em todas as áreas
11:12e melhorar a circulação do público,
11:15porque no nosso evento o público circula.
11:17De todas as arquibancadas, eles têm acesso à fanzone.
11:20Então, uma das coisas que a gente vai trazer,
11:22que a gente acha que o público vai gostar muito,
11:24esperamos que sim,
11:25é trazer o trenzinho que a gente usa em Alemanha,
11:28porque em Alemanha, você lembra do trenzinho em Alemanha?
11:29Claro, claro.
11:30O trenzinho que fica levando o público de um lado pro outro,
11:33a nossa ideia...
11:34Não, ele vai além da mobilidade e vira uma atração.
11:37É uma atração.
11:38É uma atração.
11:38É uma atração.
11:39E o público gosta muito, né?
11:41A gente até coloca bandas, né?
11:43E a gente vai fazer isso em Interlagos em 2026.
11:47Então, a gente vai ter um trem como em Alemanha
11:49pro público ficar circulando entre as arquibancadas e a fanzone,
11:53além de outros entretenimentos e shows
11:55que a gente tá aí trabalhando
11:56pra trazer o melhor que a gente puder pro público.
11:58Você sabe que uma das coisas que mais me atraía pra Alemanha, né?
12:02Era quando...
12:03Acho que era na véspera...
12:04Eu não lembro...
12:05Olha, fui tantas vezes e não lembro
12:06se era na sexta-feira ou se era na quinta-feira,
12:10o parade ali na cidadezinha,
12:12na vila antiga de Alemanha.
12:13Era sexta-feira, né?
12:14É sexta-feira, parada dos pilotos.
12:16Parada dos pilotos, todo ambientado e tal.
12:18Mas o que mais me chamava atenção
12:19e que vocês trouxeram esse ano pra cá,
12:22que eu acho muito legal também,
12:24é trazer o piloto mais próximo do público
12:27quando ele faz a assinatura,
12:29dá o autógrafo no Hero Card.
12:31Eu só tinha visto isso antes.
12:33Eu já tinha visto isso lá fora,
12:35mas não aqui no Brasil.
12:36A gente viu aí uma maneira tímida na Stock Car e tal,
12:39mas eu tinha visto isso muito na Indicar.
12:41O americano, ele tinha essa história
12:43de trazer o piloto pra próximo do público,
12:46tanto na Indicar quanto na Nascar.
12:48Então, eu acho que vocês marcaram um golaço esse ano,
12:51trazendo grandes campeões
12:52com essa proximidade do público.
12:55Na hora da visita do pitlane,
12:57esse cara tem o Hero Card.
12:58Eu tenho amigos que foram ao evento
12:59que perguntavam pra mim como que era,
13:01que enquadraram.
13:03Porque pra gente que tá no meio, Aline,
13:06acaba sendo normal você ter contato com o piloto,
13:09um dia eu vou contar a história dela
13:11quando não reconheceu um jogador de futebol.
13:15E vou parafrase aqui, Emílio.
13:17E tratou como um relis afegão.
13:19Como se fosse qualquer um.
13:20Mas ali no pitlane,
13:23esses caras, eles tratam o público de maneira normal,
13:27mas aquele público, ele tá na frente do super-herói dele.
13:29Sim.
13:30Próximo.
13:31E tendo contato com o cara e pegando um autógrafo,
13:33sem ter que ficar roubando no jogo,
13:37entrar no meio da multidão.
13:38Muito bem organizado, filas na frente das equipes
13:42pra pegar o Hero Card.
13:44Então eu acho que isso também é um ganho do evento
13:46quando você traz o público mais próximo dos seus heróis.
13:50Ah, sem dúvida.
13:51Mas essa é uma tradição em Le Mans.
13:54Sempre teve, continua tendo,
13:56e eu costumo dizer o seguinte,
13:57e sempre vai ter.
13:59A gente tem um desafio enorme
14:01pra fazer esse pitwalk com autógrafo,
14:03que é o tamanho do espaço que tem ali,
14:05porque o pitlane aqui de Interlagos,
14:07ele é pequeno, né?
14:08Então infelizmente a gente não consegue dar acesso
14:11pra todo mundo.
14:12A gente gostaria, mas não tem como,
14:14porque não cabe,
14:15você não tem como colocar 25 mil pessoas ali.
14:17Exatamente.
14:18Então, isso é uma coisa que o público vem pedindo
14:21e que eu venho pedindo agora pra UEC,
14:23pra gente tentar dar um jeito
14:25de fazer mais uma sessão de autógrafo.
14:27Olha que legal.
14:28Porque a gente tem duas sessões de autógrafo,
14:29mas não é o suficiente.
14:30Não dá pra atender todo mundo, claro.
14:31Não dá pra atender todo mundo.
14:32Claro.
14:33Mas os pilotos também,
14:34eles têm muitos compromissos
14:36e que eles têm que atender, né?
14:38Durante a preparação pra corrida.
14:40Então a gente também tem que conseguir
14:41que os pilotos possam estar disponíveis
14:43pra dar mais autógrafo,
14:45mas sem dúvida nenhuma.
14:46Eu acho que esse é um momento que,
14:48é um dos momentos que o público mais gosta, né?
14:50De que maneira que a categoria como global
14:54enxerga hoje a etapa brasileira?
14:57Por que que eu pergunto?
14:58Esse sucesso, principalmente desse ano,
15:01ele coloca de vez São Paulo na categoria FIAWEC?
15:06Olha, coloca no sentido assim,
15:10nós queremos ficar aqui no Brasil por muito tempo, né?
15:13Hoje, a gente não pode ficar falando, né?
15:18Até porque eu sou brasileira, né?
15:19Porque você tá falando isso porque você é brasileira.
15:21Você mora aqui? Não, né, Lili?
15:23Não, eu moro na França.
15:25Nós falamos o seguinte,
15:26é, depois de Le Mans, a melhor etapa do campeonato.
15:29E isso não sou só eu que tô falando,
15:31porque eu organizo.
15:32Você conversa com patrocinadores.
15:34E os pilotos gostam, que eu falei com alguns.
15:36Eles gostam de vir pro Brasil.
15:38Claro que pedem pra mim.
15:38Todo mundo gosta.
15:39Essa é a primeira coisa que pergunto pra mim.
15:40Caipirinha.
15:41Não, antes da caipirinha.
15:44Churrascaria.
15:44Ah, churrascaria.
15:46Churrasco.
15:46Todos pedem sempre eu levá-los numa churrascaria.
15:49Eles adoram.
15:50Todo mundo gosta muito de vinho.
15:51O clima é muito legal.
15:52Todo mundo fala, a gente não entende
15:54porque a energia, o ambiente é diferente, né?
15:56Mas hoje a gente considera
15:58que dentro do campeonato,
16:01em termos de público,
16:02SPA ainda supera Interlagos.
16:05E eu espero que o público,
16:06a gente esse ano consiga ser melhor que SPA em público, né?
16:09Vamos vencer.
16:11Mas em termos de ambiente,
16:13de tamanho de evento,
16:14de qualidade de evento,
16:15todo mundo fala que hoje a Corrida de São Paulo
16:17é a segunda melhor etapa do campeonato.
16:20Que legal.
16:21Aline, fala pra mim,
16:22a gente fala muito de dimensão,
16:23que é grande e tal,
16:24os números aqui do Brasil.
16:27Alguns números você possa,
16:28lógico, tem coisas que fica guardado na gavetinha ali,
16:31a gente não pode revelar,
16:32mas números que você possa revelar
16:33da dimensão que é trazer uma etapa pro Brasil.
16:36É, os números são realmente,
16:38eles são expressivos, né?
16:39Porque, hoje, pra você ter ideia,
16:42a gente traz cinco Boings, né?
16:44Cinco Boings.
16:45Cinco Boings vêm pro Brasil.
16:47A gente coloca 118 containers marítimos
16:50dentro do autódromo,
16:51com materiais das equipes.
16:55É muita coisa.
16:56A gente tem cerca de,
16:58são mais de 10 mil pessoas trabalhando
17:00durante todo o processo,
17:01a partir do dia que a gente entra no autódromo,
17:04até o dia que a gente sai,
17:05pessoas diferentes, né?
17:06Com vários tipos de serviços.
17:08só de pessoas que vêm de fora do Brasil,
17:10são cerca de 3.200 pessoas.
17:13Então, o paddock da UEC
17:14são 3.200 pessoas trabalhando.
17:16Entre pilotos, mecânicos, engenheiros, organização.
17:20Nossa sala de imprensa,
17:22a gente recebe 300 jornalistas.
17:24Então, é uma sala de imprensa muito grande,
17:26que também é um desafio interlagos
17:27fazer uma boa sala de imprensa, né?
17:30E que esse ano, aparentemente,
17:31todo mundo ficou contente.
17:33Esse ano, a gente teve mais de 85 mil pessoas
17:35que vieram pra corrida,
17:36então, foi um crescimento com relação a 2024,
17:37de cerca de 20% de público.
17:41É um evento com muitas horas de duração, né?
17:44Então, são 6 horas de corrida,
17:47mas são, no mínimo, 12 horas de evento por dia.
17:50E são 7...
17:51Eu trabalho 7 semanas no stop.
17:56Todos os dias, de segunda a segunda,
17:58de 6 horas da manhã,
18:002, 3 horas da manhã todo dia.
18:01Porque pra fazer um evento desse tamanho,
18:04é isso, né?
18:05Então, o número é grande.
18:06Você já trabalhou em outras marcas,
18:08a gente conversou antes de estar como head,
18:10que te trouxe uma mega experiência.
18:14Há quanto tempo você tá no circuito da UEC?
18:17Na verdade, eu tô no circuito da UEC
18:19desde antes da UEC existir,
18:20vamos dizer assim, porque antes...
18:22É fundadora.
18:24Temos aqui a Lina Virat,
18:26sócia fundadora.
18:27Na verdade, a UEC começou em 2012, né?
18:31Como campeonato mundial de endurance.
18:33Antes, você tinha só o Europa Le Mans Series,
18:35que fazia parte do ACO.
18:37Depois, a gente teve o Intercontinental Le Mans Series,
18:39não sei se você se lembra,
18:40que foi apenas um ano, 2011,
18:41antes de virar campeonato mundial.
18:43Então, a primeira prova que eu trabalhei
18:45com o ACO, vamos dizer assim...
18:48Automobile Club do Oeste.
18:50Exatamente, Automobile Club do Oeste.
18:52Foi em 2007,
18:53quando vieram os carros do LMS pro Brasil.
18:56Eu não sei se você se lembra,
18:57nas mil milhas do Brasil,
18:58nós recebemos carros que vieram de fora.
19:01Então, foi a primeira etapa que eu trabalhei com eles.
19:03E aí, em 2008, eu mudei pra França
19:05e eu comecei a trabalhar.
19:07E trabalhei com a Oak Racing,
19:08na Ligier, com o Pescarolo.
19:11Trabalhei na própria organização da UEC Conduct,
19:13começou também em 2012.
19:15Entrei e saí.
19:16Fico na organização,
19:17mas eu adoro trabalhar com equipe.
19:18Então, você fica dois, três anos
19:19na parte de organização do evento,
19:21aí vem uma equipe e te chama.
19:23Eu falo que é a picadinha,
19:25você fala,
19:25ah, não, vou voltar.
19:26Porque trabalhar com equipe é diferente
19:28de trabalhar na organização, né?
19:29Totalmente diferente.
19:31Mas já faz muito tempo.
19:32E o meu marido...
19:33Até pelo nível de competição, né?
19:34Isso.
19:34E o meu marido também trabalha na UEC, né?
19:37Então...
19:37Dá certo trabalhar junto com a esposa?
19:40Dá certo.
19:41Uma coisa que eu sempre pergunto pra minha mulher,
19:42se ela se daria bem trabalhando junto comigo.
19:45Funciona?
19:46Olha, a gente nunca teve problema,
19:48por incrível que pareça,
19:48porque a gente sabe tanto separar,
19:51e como eu já trabalhei muito em equipe,
19:53mas ele sempre trabalhou só na organização,
19:56a gente tem um modo de vida
19:59que fala no telefone sem o outro escutar,
20:02um vai pra um lado, o outro vai pro outro.
20:04Não revelamos coisas confidenciais
20:07quando tem assuntos confidenciais.
20:09Então já faz muito tempo que a gente trabalha junto, né?
20:11Desde 2008.
20:12Quem que é o chefe de equipe em casa?
20:15Eu.
20:18Por que que eu fui perguntar?
20:19Claro, né?
20:20A gente não tem dúvida alguma.
20:21Chefe de equipe em casa sou eu.
20:23Eu falo o seguinte,
20:24não é que quem manda é ele,
20:26que ele é o diretor de evento geral do campeonato, né?
20:30Mas em casa quem manda sou eu.
20:31Não é legal.
20:32Perguntei isso pra você por quê.
20:34A gente fez uma pesquisa,
20:35já fiz isso na Jovem Pan,
20:36já fiz clínica em algumas agências.
20:39Eu não sei se você sabia, Leni,
20:4165% da escolha do automóvel de uma família
20:46é a decisão da mulher.
20:47Sim, claro.
20:48O dela, o da família, o do filho, o do marido.
20:50Então pra cada três carros que a gente vê rodando por aí,
20:53dois...
20:54E eu aprendi uma coisa depois de alguns casamentos, né?
20:57Hoje eu tô no meu derradeiro final,
20:58tenho uma filhinha de três meses aí
21:00pra eu cuidar durante muito tempo,
21:02num lineup de seis,
21:04que é a melhor...
21:06A mulher, ela é muito mais racional.
21:08A escolha do homem, ela é muito emocional.
21:11A mulher, ela se preocupa mais com segurança,
21:14com o espaço do carro,
21:15com o preço, com a economia,
21:17com o preço de pós-venda.
21:18Impressionante hoje...
21:19Com seguro.
21:20Com seguro, olha, tá vendo?
21:22A mulher é muito mais engajada nisso.
21:24Por que que eu tô te perguntando isso?
21:27Uma coisa que a gente já vê acontecendo na Porsche Cup,
21:30na Fórmula 1, nunca aconteceu,
21:33aconteceu de maneira muito pífia com Lela Lombardi,
21:36a mulher numa categoria de Le Mans.
21:39Ela cabe...
21:41Você já teve esse lado expressivo
21:44de ter as mulheres como piloto
21:46numa categoria mundial de Endurance,
21:48mas assim, dando resultado,
21:50trazendo resultado?
21:51Assim, olha...
21:53Em equipe eu vejo muito hoje,
21:55eu vejo até chefe de equipe.
21:56É, mecânica...
21:57É assim, na Europa,
21:59as mulheres já estão dentro do automobilismo,
22:02faz bastante tempo.
22:03DTM, a gente viu isso também.
22:05É, né?
22:06Eu não consigo me lembrar o nome dela agora,
22:08porque eu sou péssima pra nomes,
22:10mas a Audi teve uma das melhores...
22:12Michelle Mouton.
22:13Uma das melhores engenheiras.
22:14Em 1980...
22:15Não, um piloto e depois transformou em engenheira.
22:17Exatamente.
22:18É, então a mulher no automobilismo,
22:20no Endurance,
22:21fora do Brasil,
22:22eu acho que já tem há bastante tempo.
22:24Então a gente tem muitas mulheres mesmo,
22:26trabalhando tanto na área da organização,
22:28como dentro de race control.
22:30Mecânicas tem uma quantidade enorme.
22:33Na Europa,
22:34mas fica na França,
22:35numa cidade do sul da França,
22:36a gente tem um instituto,
22:37chama IMS,
22:38que é Instituto de Mecânica Esportiva,
22:40que forma pessoas pra trabalhar
22:42como mecânico esportivo.
22:43Que legal.
22:44E formam muitas mulheres.
22:45Então a mulher no automobilismo
22:48e no Endurance,
22:50eu acho que elas já estão há bastante tempo.
22:52Eu acho que não se falava muito, né?
22:54Hoje você tem muito mais mulheres do que antes,
22:57porque sempre foi um meio muito masculino.
22:59E mulheres que não ocupavam papéis
23:00que antes só os homens ocupavam.
23:02Acho que é isso que tá chamando a atenção hoje,
23:04porque hoje você vê muito mais mulheres
23:05ocupando papéis
23:06que somente homens ocupavam,
23:09como de mecânico,
23:10engenheiro
23:10e mesmo de organizador, né?
23:12É raríssimo ver.
23:13Ali nisso eu vejo
23:14em vários setores que eu já trabalhei.
23:17Eu vou apanhar de alguns amigos aqui,
23:19mas ela é mais comprometida.
23:20Eu vejo uma mulher muito mais comprometida
23:22do que o homem.
23:24Ela leva a coisa muito mais a sério
23:26do que o homem.
23:27Claro que eu vou ser lacrado,
23:28vou ser xingado,
23:29mas essa é a minha percepção.
23:31Não é a minha verdade,
23:32é a minha percepção.
23:33Mas eu acho que a mulher
23:34ela é muito mais comprometida
23:35com o que ela faz.
23:37É o que eu percebo
23:38no que eu faço
23:39é que a mulher consegue fazer
23:40três coisas ao mesmo tempo, né?
23:41Ah, verdade.
23:42A gente não consegue.
23:43O homem não, né?
23:43Não.
23:44Então a gente consegue
23:45tá lá arrumando um camarote
23:47resolvendo um problema até.
23:48Isso vem da maternidade, né?
23:49É, a gente consegue fazer tudo
23:50ao mesmo tempo.
23:50Isso vem da maternidade.
23:51Também isso faz com que
23:53você tenha essa sensação
23:54também do comprometimento.
23:55Porque o homem
23:55vai fazer uma coisa de cada vez, né?
23:57A gente faz dez coisas
23:59ao mesmo tempo.
24:00Mas eu também concordo com você,
24:01eu acho que a maioria das mulheres
24:02que trabalham nesse meio
24:05e de uma maneira geral
24:06elas são mais comprometidas
24:07nesse sentido, né?
24:09O homem eu acho que ele é muito
24:11ele é muito racional também.
24:13Mas o homem ele é muito assim
24:15ah, eu faço isso.
24:16A mulher não.
24:17Eu fui contratada
24:17pra fazer isso.
24:18Ah, mas se eu puder
24:18dar uma ajeitadinha aqui,
24:19uma arrumadinha ali, né?
24:20E isso também faz com que
24:22você fale assim
24:22ah, ela se doa mais,
24:24eu diria.
24:24Aline, adorei esse papo com você
24:28quero estar mais vezes com você
24:29na pista,
24:30quero ver você trabalhando um pouco
24:31acompanhar, posso um dia
24:33acompanhar o seu dia de trabalho.
24:34É porque eu sou passeio, entendeu?
24:36Mas eu quero um dia
24:37acompanhar o seu dia de trabalho.
24:38Vai ser muito legal,
24:39vai ser um privilégio pra mim
24:40que eu conheço há tanto tempo
24:41em Duras,
24:42tanto tempo de Le Mans
24:43conhecer um pouquinho também
24:44do seu trabalho na pista.
24:45Eu estou me convidando aqui
24:47pra um dia
24:47ser o estagiário
24:49de Aline
24:50Interlagos
24:51vou te levar
24:52pra um dia de montagem.
24:53Não, mas imagina
24:53que eu vou usar
24:54essa credencial
24:55os caras vão ver
24:56do lado da Aline
24:56e vão falar
24:57nossa, o Alex
24:57tá num ranqueamento melhor.
24:59Muito obrigado mesmo, Aline.
25:01Foi muito legal esse papo.
25:02E obrigado por ceder
25:03esse espaço aqui
25:04pra Jovem Pan.
25:04É um prazer.
25:05Dentro do Saulo do Automóvel
25:06estaremos mais vezes com você.
25:08Tá bom?
25:08Obrigada.
25:09Valeu.
25:15A opinião dos nossos comentaristas
25:19não reflete necessariamente
25:21a opinião do Grupo Jovem Pan
25:23de Comunicação.
25:28Realização Jovem Pan
25:29Música
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