A safra brasileira de soja 2025-26 deve superar 180 milhões de toneladas, com forte demanda da China favorecida pela guerra tarifária dos EUA. Laylla Fernanda Alves, sócia e diretora da Audax Capital, explicou ao Fast Money os desafios dos produtores, a cautela nas vendas antecipadas e a importância do crédito estruturado para gestão financeira.
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00:00Os efeitos do tarifácio de Donald Trump ainda estão sendo sentidos em diferentes produtos
00:11brasileiros.
00:12A safra brasileira de soja 2025-2026 é estimada em mais de 180 milhões de toneladas, com
00:19a China mantendo forte demanda pelo grão do Brasil e impulsionada pela guerra tarifária,
00:24que reduziu a competitividade dos Estados Unidos.
00:27Mesmo assim, as vendas antecipadas seguem lentas.
00:31Apenas 20,5% da produção foi comercializada até agosto, abaixo da média histórica e também
00:38do ano anterior.
00:39E a gente vai entender melhor e repercutir essa situação com a Laila Fernanda Alves, que
00:45é sócia e diretora da Audax Capital.
00:48Tudo bem, Laila?
00:49Boa tarde e bem-vinda ao Fast Money.
00:51Boa tarde, prazer.
00:53Tudo bem.
00:53Como vai, Natália?
00:54Tudo certo por aqui também, Laila.
00:56Obrigada pela disponibilidade em trocar uma ideia com a gente sobre esse contexto, esse
01:01cenário e o momento da nossa produção brasileira de soja.
01:06O Laila, eu estava falando aqui que a safra 2025-2026 está estimada, então, em cerca de
01:11180 milhões de toneladas, o que consolida o Brasil como um protagonista global.
01:17Agora, eu queria te ouvir sobre o seguinte.
01:18Quais são os principais desafios para a gente manter essa liderança diante de questões climáticas
01:25e de mercado também?
01:26Essa questão, quando a gente fala do produtor brasileiro, a gente vê que ele está com a margem
01:33bem apertada e precisa de liquidez.
01:37Só que não existem previsões mágicas aí.
01:40O que ele precisa é organizar, se planejar, conseguir crédito para ter previsibilidade e,
01:46assim, conseguir?
01:47O produtor, muitas das vezes, ele está segurando um pouco a venda, a depender das variáveis,
01:53principalmente aí dessa guerra tarifária, questão do câmbio e esse alto conflito entre a China
02:01e os Estados Unidos.
02:02Mas isso abriu muito espaço para o Brasil.
02:05Isso faz com que o Brasil consiga se sobressair e consiga vender bastante do que a gente produz.
02:11É, precisamos mesmo falar sobre a China, né, Laila?
02:15Porque essa demanda chinesa, então, ela segue firme, né?
02:19Está estável com importações que são crescentes da soja brasileira,
02:24ainda que eu tenha antecipado aquele índice abaixo da média, né?
02:28Para as vendas até agosto, as vendas futuras.
02:31Como que essa demanda chinesa, ela está impactando as decisões dos produtores brasileiros hoje em dia?
02:37A demanda chinesa é excelente para o Brasil nesse momento, né?
02:42Uma vez que o Brasil tem para onde vender.
02:45E aí, quando travou ali com os Estados Unidos, nós fomos mais procurados.
02:49Só que, ao mesmo tempo, o produtor, ele está muito cauteloso pela incerteza, né?
02:54Da questão do preço, da variação do câmbio.
02:56Então, ele não tem certeza se ele vende agora, se ele trava o preço.
02:59Ele está um pouco mais cauteloso e está segurando mais, porque ele acredita que vai subir.
03:04Então, devido a essas incertezas, o produtor acaba que trava um pouco a venda, né?
03:11E aí, ele trava o seu fluxo de caixa.
03:13Ele precisa vender para ter o seu fluxo de caixa, mas ele está segurando um pouco para ver se o preço dá uma subida.
03:19Ah, o Laila, então essa venda antecipada que caiu, essa queda, então, não é a compra, não é por parte do comprador.
03:29Sim, o comprador tem muito. O que falta é o produtor vender mesmo.
03:33Porque a China está comprando, né?
03:37Desculpa, ele está fazendo isso por que, exatamente?
03:41O produtor agora, ele está muito cauteloso.
03:44Por isso que as vendas antecipadas da safra, ela está mais travada, né?
03:49E devido a essa questão do câmbio, de um possível acordo entre os Estados Unidos e a China, isso pode mudar o jogo, né?
03:56Então, não é um gatilho, não é falta de demanda, é um pouco de estratégia que o produtor está verificando ali.
04:02Tá. O Laila, e a gente teve a liberação de 800 milhões de reais em crédito para toda a cadeia do agronegócio.
04:11E aí eu queria que você ajudasse a gente a entender como é que essas linhas de crédito estruturadas contribuem para dar
04:16uma mínima previsibilidade financeira aos produtores nesse cenário de tanta cautela, de tanta instabilidade e de margens apertadas também, né?
04:25É aí que os FDICs possuem muita oportunidade desde que saibam trabalhar, né?
04:32Saibam conceder, de fato, o crédito para o agronegócio.
04:36As operações estruturadas, elas vêm como uma oportunidade de solução, já que eles precisam de crédito ali, eles possuem garantias.
04:45Os produtores agora, eles estão um pouco mais organizados nesse sentido, né?
04:50Muito crédito bancário foi travado, então teve essa desbancarização aí.
04:56Eles precisam de crédito e os FDICs é visto como uma grande oportunidade e tem crescido todo ano.
05:03E 2025 foi um ano de muito crescimento.
05:06Então, nós vamos ofertar aí para o ano de 2026 na faixa de 800 milhões de reais para crédito estruturado do agronegócio.
05:16O Laila, você disse que é fundamental quando bem utilizado, né?
05:20Então, explica para a gente a importância da gestão financeira, né?
05:23Nesse uso e quais são as estratégias principais que vocês orientam para os produtores?
05:29O que o produtor precisa fazer é entender a previsibilidade dele, a liquidez dele, o prazo que ele precisa para ele conseguir chegar lá na frente e cumprir com esse crédito estruturado que está sendo dado para ele agora.
05:45Então, colocar as garantias, deixar as garantias organizadas, fazer uma gestão de fluxo de caixa, porque aí ele vai conseguir sobressair lá na frente e conseguir ter um excelente resultado com a safra.
05:57Perfeito, ponto super importante.
05:59Então, eu quero agradecer a Laila Fernanda Alves, sócia e diretora da Audax Capital, participando ao vivo com a gente aqui do Fast Money.
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